PROVÉRBIOS PORTUGUESES E BRASILEIROS
Já a burra jaz no pó.
Já a formiga quer ter catarro.
Já a formiga tem catarro.
Já come o pão aos meninos.
Já correu muita água sob a ponte.
Já morreu por quem tangiam.
Já não é quem ser soía.
Já não está aqui quem falou.
Já não está mais aqui quem falou.
Já não somos quem ser soíamos.
Já não sou quem soía, mudei qual da noite ao dia.
Já não sou quem soía, tenho o sangue frio.
Já no mar, já na terra.
Já o corvo não há de ter as asas mais negras.
Já o corvo não há de ter asas negras.
Já o gato quer enguias, e nem espinhas lhe dão.
Já o rei é pouco para lhe guardar os porcos.
Já os mortos não são nossos, nem os vivos bons amigos, quando a pobreza nos bate à porta.
Já passou o dia em que eu talhava e cosia.
Já que a água não vai ao moinho, vá o moinho à água.
Já que a montanha não vai a Maomé, Maomé vai à montanha.
Já que não comeu a carne, beba ao menos o caldo.
Já sabes mais do que eu, vai buscar a tua vida.
Já São Sebastião enjeita defuntos.
Já tendes fantasia, mancebinho verdoso.
Jabuti não pega ema.
Jabuti não sobe em árvore.
Jacaré comprou cadeira, e não tem bunda para sentar.
Jacaré é para quem é, e não para quem quer.
Jacaré, jacaré, quanto mais rabo, pior é.
Jacaré que fica parado vira bolsa.
Jamais serão bons a couve requentada e a mulher a casa tornada.
Janeiro faz a falta, e março leva a culpa.
Janeiro não choveu, o temporão se perdeu.
Janeiro vai, janeiro vem, feliz daquele que vê seu bem.
Janelas fechadas são olhos de cego.
Jantar sem vinho, escopeta sem pólvora.
Jantar tarde e cear cedo tiram a merenda de permeio.
Jantares muito regados têm sempre convidados.
Jarras quebradas, mar bonançoso.
Jasmim murcho perde sua companha.
Jegue coberto de ouro tudo alcança.
Jegue com fome cardos come.
Jejua, galego, que não há pão cozido.
Jejua, pato, que já foste farto.
Jejuar o dia, guardar a véspera.
Jenipapo de muleta, quem não pode, não se meta!
Jerimum se guarda, mas melancia apodrece.
Jerimum se guarda, mas melancia, se não comer logo, apodrece.
Jibóia não corre, mas pega veado.
João Gambão, perna de grilo, costela de cão.
João Garanhão, focinho de cão, vai com a ceira ao camarão.
João Gouveia, sapato sem meia.
Jogador não tem palavra.
Jogar com os trunfos todos na mão.
Jogar com pau de dois bicos.
Jogar com pau de dois bicos é perder ambos depois.
Jogar o mel fora e comer a abelha.
Jogar parede, um meio é de furtar.
Jogar verde para colher maduro.
Jogar verdes para colher maduras.
Jogarás, pedirás, furtarás.
Jogo de mão, jogo de vilão.
Jogo e bebida, casa perdida.
Jogo de mão, jogo de vilão.
Jogo fogoso, jogo perigoso.
Jogo franco, cartas na mesa.
Jogo, mulher e bebida, casa perdida.
Jornada de mar não se pode taxar.
Jornal de obreiro entra pela porta e sai pelo fumeiro.
Judeu, dona e homem de coroa, jamais perdoa.
Judeu pela mercadoria, frade pela hipocrisia.
Judeus em páscoas, mouros em bodas, cristãos em pleitos gastam os seus dinheiros.
Juiz da guerra, o fim dela.
Juiz de aldeia, quem o deseja que o seja.
Juiz de aldeia, um ano no mando, outro na cadeia.
Juiz piedoso faz o povo cruel.
Juízo apressado, arrependimento dobrado.
Julga o ladrão que todos o são.
Julga pelas ações, e não pelos dobrões.
Julga-se a onça sempre maior do que ela é.
Julga-se sempre o lobo maior do que ele é.
Julgamento apressado, juiz aloucado.
Jumento não topa duas vezes na mesma pedra.
Jumento para o pó, rocim para o lodo, macho para o todo.
Jumentos e filhos de padre são poços de manha.
Junta o útil ao agradável.
Junta palha como ouro, e terás ouro como palha.
Junta-se a fome com a vontade de comer.
Junta-te a um bom e serás bom como ele.
Junta-te aos bons e serás como eles; junta-te aos maus e serás pior que eles.
Junta-te aos bons, e serás um deles.
Juntar a fome com a vontade de comer.
Juntaram-se seis para o peso de três.
Juntaram-se três para o peso de seis.
Junto à panela que ferve não faltam amigos.
Junto da urtiga nasce a rosa.
Junto de mim gente ruim não faz rancho; se fizer de manhã, de tarde eu desmancho.
Juntos sim, porém à parte.
Juntou-se a fome com a vontade de comer.
Juntou-se a vontade com o desejo.
Jura apaixonada nem obriga, nem vale nada.
Jura de homem é riso de cão.
Jura má sobre pedra vá.
Jurado têm as águas das negras não fazerem alvas.
Juramento de quem ama mulher, não é para crer.
Juramento de quem ama não dá para crer.
Jurarás, jurarás, e não serás crido.
Justiça extrema, extrema injustiça.
Justiça, mas não na minha casa.
Justiça na sua porta, não há quem queira.
Justiça não é lei, mas invenção.
Justo como a calça do Augusto.
Juventude leviana faz velhice desolada.
Juventude preguiçosa, velhice piolhosa.