PROVÉRBIOS PORTUGUESES E BRASILEIROS
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Por um dia de prazer, um ano de sofrer.
Por um julgar a todos.
Por um monge não se perde a abadia.
Por um ponto perdeu Martinho a capa.
Por um ponto perdeu Martinho o burro.
Por um ponto perdeu o diabo o mundo.
Por um prazer, mil dores.
Por um que morre de sede, morrem cem mil de beber.
Por um triz.
Por uma besta dar um coice, não se lhe há de cortar a perna.
Por uma dúzia de pardais se deixa voar um açor.
Por uma linha vem a tinha.
Pôr uma pedra sobre algum negócio.
Por uma única vez pode-se abrir uma exceção.
Por uns, esquecem-se os outros.
Por velho casado se reza como finado.
Por velho que seja o barco, sempre passa o vau.
Por vezes lhe arpoaram a baldas, mas a nada o bruto se moveu.
Por via de compadre, quer fazer a filha madre.
Por vil seja tido quem a isso der mau sentido.
Porca capada já não se descapa.
Porca de muitos, bem comida, mal cevada.
Porca ruiva o que faz, isso não cuida.
Porco de um ano, cabrito de um mês, e mulher dos dezoito aos vinte e três.
Porco fiado todo o ano grunhe.
Porco fresco e vinho novo, cristão morto.
Porco magro é que suja a água.
Porco que tem fome, sonha com bolota.
Porco rabão nunca enganou o patrão.
Porco safio, porco de brio.
Porco velho não se coça em pé de espinho.
Porcos com fome, homens com vinho, fazem grande ruído.
Porcos com frio e homens com vinho fazem grande ruído.
Porcos com frio, homens com vinho, fazem grande arruído.
Porfia mata caça.
Porfia mata caça, e não besteiro cansado.
Porfia mata veado, e não besteiro cansado.
Porfiar, mas não apostar.
Porque um burro deu um coice, não se lhe há de cortar a perna.
Porta aberta, o justo peca.
Porta de fidalgos, mijadeiro de cães.
Porta fechada, pele guardada.
Porta fechada, saúde da alma.
Porta fechada tira o dono da baralha.
Porta por onde entra a fome, dá saída à honra.
Portador não merece pancada.
Português pela vida, francês pela comida.
Pote velho é que dá boa água.
Pote velho é que esfria água.
Potro sarnoso, cavalo formoso.
Pouca barba, pouca vergonha.
Pouca fartura não mata.
Pouca peçonha não mata.
Pouca perca, pouco ganho.
Poucas e boas.
Poucas e boas, devagar, por mais que doa.
Poucas leis, bom governo.
Poucas palavras a bom entendedor.
Pouco a pouco fia a velha o copo.
Pouco a pouco se vai ao longe.
Pouco a pouco se fazem as coisas grandes.
Pouco aprende quem muito dorme.
Pouco comer para bem beber.
Pouco comer, pouco rezar e não pecar levam o homem a bom lugar.
Pouco dá o farto pelo faminto.
Pouco dano espanta e o muito amansa.
Pouco dói o mal alheio.
Pouco e em boa paz muito me faz.
Pouco e em boa paz muito se faz.
Pouco e em paz muito me faz.
Pouco, e em paz, muito se faz.
Pouco e pouco fia a velha o copo.
Pouco em paz muito se faz.
Pouco fel amarga muito mel.
Pouco fel azeda muito mel.
Pouco fel dana muito mel.
Pouco fel faz azedo muito mel.
Pouco fermento leveda muita massa.
Pouco mal e bom gemido.
Pouco mande quem quer que muito lhe obedeçam.
Pouco, mas bom.
Pouco, mas em boa hora.
Pouco medo tem o juiz do alcaide.
Pouco peso de flanela e de carne na panela.
Pouco rosalgar não faz mal.
Pouco sabe quem muito se ufana de saber.
Pouco se estima o que tem cada vizinha.
Pouco testa está a massa que se faz em papas.
Pouco veneno não mata.
Poucos e loucos e mal avindos.
Poucos homens raciocinam, e todos querem decidir.
Poucos passam o mar sem contar da tormenta.
Poupa na cozinha e aumentarás a tua casinha.
Poupa na tua cozinha e aumentarás a tua casinha.
Poupa o teu tempo e também tuas palavras.
Poupa o teu vintém, que serás um dia alguém.
Poupa teu vintém, que um dia serás alguém.
Poupado, sim! sovina, não!
Poupador de farelos, esperdiçador de farinha.
Poupai o vosso e não mendigareis o alheio.
Poupanças de farelo, estragos de farinha.
Poupar um mês para gastar uma vez.
Poupar vintém para perder pataca.
Poupe-se ao boi a vista do malho.
Praça que parlamenta, está prestes a render-se.
Prado faz cavalo, e não monte largo.
Praga de urubu magro não mata cavalo gordo.
Praga de urubu não mata cavalo.
Praga de urubu não mata cavalo gordo.
Praga de urubu não mata cavalo velho.
Praga de urubu só pega em cavalo magro.
Pragas com razão ao céu vão.
Pragas com razão nem ao meu cão.
Pragas de marujo e lágrimas de puta vão ao céu enxutas.
Pranto de herdeiro é riso sorrateiro.
Prata é o bom falar, ouro é o bom calar.
Prata falsa de noite passa.
Prata ruim não cai do louceiro.
Prece de pobre é pedido; prece de rico é recibo.
Preços de enfeirar e amores, os primeiros sempre os melhores.
Prefere amar a quem te odeia, a odiar a quem te ama.
Preferível ser covarde cinco minutos a ser defunto em um minuto.
Preferível ser sapão de pocinho a ser sapinho de poção.
Prefiro apertar o cinto a usar coleira.
Prefiro sustentar um burro a pão-de-ló.
Pregar a padres, confessar freiras e espulgar cães é perder o tempo e o trabalho.
Pregar no deserto, sermão perdido.
Pregar uma peça a alguém.
Prego batido, ponta virada.
Prego que se destaca é martelado.
Preguiça, chave da pobreza.
Preguiça é chave da pobreza.
Preguiça faz precisão.
Preguiça não lava a cabeça, e, se a lava, não a penteia.
Preguiça não vai à missa.
Preguiça nunca faz bom feito.
Preguiça nunca fez bom feito.
Preguiçoso é o dono da sauna, que vive do suor dos outros.
Prendeu-me o alcaide, soltou-me o meirinho.
Preso de afeição não tem toda a razão.
Preso e cativo não têm amigo.
Preso não tem razão.
Preso, nem para comer doce.
Preso por cem, preso por mil.
Preso por mil, preso por mil e quinhentos.
Preso por mil, preso por mil e um.
Preso por ter cão e preso por não o ter.
Preso por ter cão, preso por não ter cão.
Preso por um, preso por dez mil.
Pressa só é útil para apanhar moscas.
Pressa venturosa, vagar desastrado.
Prestação e minissaia, quanto mais curta, melhor.
Presunção e água benta, cada qual toma a que quer.
Presunção e água benta, cada um toma a que quer.
Preta é a pimenta, e vão por ela à tenda; alvo é o leite, e vendem-no pela cidade.
Pretender o que não pode é remar contra a maré.
Preto que pinta, três vezes trinta.
Preto velho não aprende língua.
Preto velho quando pinta, três vezes trinta.
Prevenido, protegido.
Prever para prover.
Preza-se a traição e detesta-se o traidor.
Primeira vez engana o prudente, segunda o inocente.
Primeiro a chegar, primeiro a ser servido.
Primeiro a obrigação, depois a devoção.
Primeiro ao potro de outro, depois ao do meu vizinho, e depois ao meu e do meu amigo.
Primeiro aos meus, depois aos alheios.
Primeiros as obrigações, depois as devoções.
Primeiro de abril, manda-se o burro aonde deve ir.
Primeiro está a camisa que o gibão.
Primeiro está a carne que a camisa.
Primeiro está a devoção que a razão.
Primeiro estão os dentes que os parentes.
Primeiro, eu; segundo, eu; terceiro, eu mesmo.
Primeiro levantado, primeiro calçado.
Primeiro nós, depois vós.
Primeiro o bucho, depois o luxo.
Primeiro os dentes, depois os parentes.
Primeiros os dentes que os parentes.
Primeiro que cases, vê o que fazes.
Primeiro vens, primeiro a tens.
Primeiro viver, depois filosofar.
Primeiro voará um asno para o céu.
Primos e pombos é que sujam a casa.
Princípio de cantiga é assobio.
Princípio querem as coisas.
Princípios ruins, desgraçados fins.
Prisca idade, priscos tempos.
Procurar agulha em palheiro.
Procurar asas ao burro.
Procurar chifre em cabeça de cavalo.
Procurar sarna para se coçar.
Procurar sete pés ao carneiro.
Proíbe ao tolo o que queres que ele faça.
Proibição faz tentação.
Promessa de boca não faz despesa.
Promessa de feijão não enche a barriga.
Promessa de louco é nuvem sem chuva.
Promessa é dívida.
Promessas e cascas fizeram-se para se quebrarem.
Promessas e cascas fizeram-se para serem quebradas.
Promessas não pagam dívidas.
Promessas só as de Cristo.
Promessas só de Cristo.
Promete em dúvida, que ao dar ninguém te ajuda.
Promete mais do que dá.
Promete pouco e cumpre muito.
Promete sempre com dúvida, pois ao dar ninguém te ajuda.
Promete sempre em dúvida, pois a dar ninguém te ajuda.
Prometer e cumprir caso é de estranhar.
Prometer montes de ouro.
Prometer mundos e fundos.
Prometer não é dar, mas a néscios contentar.
Prometer não é dar, mas a néscios enganar.
Prometer não é dar, mas a tolos contentar.
Prometer não é dar, mas os néscios contentar.
Prometer não é dar, mas os néscios enganar.
Prova teu caldo, não perderás teu pão.
Prova teu caldo, não prometerás teu pão.
Prudência é não querer o que não se pode ter.
Prudência é saber calar, até ser tempo de falar.
Puro é o vaso que não azeda o que dentro se lhe deita.
Puta só, ladrão só.
Puxar a brasa à sua sardinha.
Puxar o tapete dos pés de alguém.