PROVÉRBIOS PORTUGUESES E BRASILEIROS
Em briga de branco, negro não se mete.
Em briga de branco, preto não entra.
Em briga de branco, preto não se meta.
Em briga de cachorro grande, quem mete a mão acaba mordido.
Em briga de irmão, não se dá opinião.
Em briga de irmãos, não metas a mão.
Em briga de marido e mulher ninguém deve meter a colher.
Em briga de marido e mulher ninguém mete a colher.
Em brigas, valer de pés.
Em broa enxertada todos querem tirar uma côdea.
Em cada casa comem favas, e na nossa, às caldeiradas.
Em cada parte, há bocado de mau caminho.
Em cada parte, há pedras na estrada.
Em cada prado, uma vinha, e em cada bairro, uma tia.
Em cama estreita, deitar no meio.
Em cama estreita, deitar primeiro.
Em cama pequena, deitar no meio.
Em caminho longo, até uma palha pesa.
Em caminho longo, palha pesa.
Em campo todos estão no mesmo pé de igualdade.
Em capoeira de sertão não se planta maxixe.
Em cara de pobre é que o barbeiro aprende.
Em casa alheia, brasa no seio.
Em casa alheia depressa se guisa a ceia.
Em casa bem regrada, ao meio-dia, a olha, e à noite, a salada.
Em casa cheia, asinha se prepara a ceia.
Em casa cheia, depressa se faz a ceia.
Em casa, como uma galinha, na rua, como uma rainha.
Em casa de abade sempre há abundância.
Em casa de cavaleiro, vaca e carneiro.
Em casa de doente, o lugar não se aquente.
Em casa de enforcado, não fales em corda.
Em casa de enforcado, não nomeies o baraço.
Em casa de enforcado, não se fala de corda.
Em casa de ferreiro, arma de pau.
Em casa de ferreiro, espeto de pau.
Em casa de ferreiro, espeto de salgueiro.
Em casa de ferreiro, o pior apeiro.
Em casa de Gonçalo, canta a galinha, não canta o galo.
Em casa de Gonçalo mais pode a galinha que o galo.
Em casa de Gonçalo manda mais a galinha que o galo.
Em casa de ladrão, não fales de forca.
Em casa de ladrão não fales em baraço.
Em casa de ladrão não lembrar baraço.
Em casa de ladrão não se fala de corda.
Em casa de ladrão não se fala em furto.
Em casa de letrado nunca faltam razões.
Em casa de letrado tanto se paga de pé como sentado.
Em casa de letrados nunca faltam razões.
Em casa de Maria Parda, uns comem leite, e outros, nata.
Em casa de Maria Parda, uns comem tudo, e outros, nada.
Em casa de maribondo, não se mexe com vara curta.
Em casa de minha tia, mas não todo dia.
Em casa de mouro não fales algaravia.
Em casa de mulher rica, ela manda, ela grita.
Em casa de mulher rica, fala o marido e ela grita.
Em casa de músico, até os gatos miam por solfa.
Em casa de papudo, não se fala em papo.
Em casa de parida ou doente, o lugar não se aquente.
Em casa de paridas ou doentes, o assento não esquentes.
Em casa de pobre, ao meio-dia, mosca faz samba debaixo da panela.
Em casa de tangedor, cada um é bom bailador.
Em casa de tangedor, cada um é bom dançador.
Em cada de tangedor, todo mundo é bom bailador.
Em casa de teu inimigo, a mulher tem por amigo.
Em casa de tia, mas não cada dia.
Em casa deste homem quem não trabalha não come.
Em casa do Gonçalo canta a galinha e cala o galo.
Em casa do Gonçalo canta a galinha e não canta o galo.
Em casa do Gonçalo, manda mais a galinha que o galo.
Em casa do letrado, tanto se paga de pé como sentado.
Em casa do mesquinho, mais pode a mulher que o marido.
Em casa do mouro, não fales algaravia.
Em casa do sisudo, se faz pão a miúdo.
Em casa escura não entra alegria.
Em casa não tens sardinha, na alheia pedes galinha.
Em casa, nem fumo, nem goteira, nem mulher tarameleira.
Em casa onde falta o pão, todos brigam, ninguém tem razão.
Em casa onde não há farinha, tudo é moinha.
Em casa onde não há pão, todos gritam e ninguém tem razão.
Em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão.
Em casa que mulher manda, até o galo canta fino.
Em casamento e mortório sempre há falatório.
Em caso de necessidade, casa a freira com o frade.
Em cavalo ruim até as éguas dão coice.
Em chão de couce, quem não puder andar, que choute.
Em cima da morte procuro a sorte.
Em cima da queda, coice.
Em cima de patada, coice.
Em cima de quatro pneus cheios, um coração vazio.
Em coisa suja nunca bulas.
Em coisas de amor, o que se diz não se escreve.
Em coisas de el-rei e da inquisição, chitão.
Em coisas de el-rei e da inquisição, chitar.
Em comprar cavalo e escolher mulher, fecha os olhos e encomenda-te a Deus.
Em conselho, as paredes ouvem.
Em conselho, ouve o velho.
Em dar e tomar, é fácil errar.
Em desterro, a pobreza dá maior tormento.
Em Deus, não há prover sem provar.
Em dia de calor, arroupa-te melhor.
Em dia de festa, barriga testa.
Em dia de viagem não se sente cansaço.
Em dias bons, boas obras.
Em duras camas dormem-se alegres sonos.
Em esperanças se gastam vidas.
Em falta de farinha, crueira serve.
Em falta de farinha, curera serve.
Em fandango de galinha, barata não se mete.
Em feira de gado, palavra é dinheiro.
Em ferreiro, não pegues; em farmácia, não proves; em sapateiro, não sentes.
Em festa de formiga não se elogia tamanduá.
Em festa de jacaré, nambu não entra.
Em festa de jacaré, não entra inhambu.
Em festa de jacu, inhambu não pia.
Em festa de jacu, nambu não entra.
Em festa de jacu, não entra inhambu.
Em festa sem comer não há gaita temperada.
Em fimbro de cafre não pára milhafre.
Em fiúza de parentes, busca que merendes.
Em França, como francês; em Roma, como romano.
Em frente de arca aberta, o justo peca.
Em gado novo ninguém perde.
Em gado tratarás, e medrarás.
Em grande determinação não lembra inconveniente.
Em grande rio, deixa passar derradeiro.
Em guerra e em paz, quem mal sai, mal jaz.
Em havendo má fortuna, não há carro que não tombe.
Em homem deitado não se bate.
Em homem deitado não se dá.
Em lagoa que tem piranha, jacaré nada de costas.
Em lagoa que tem piranha, macaco bebe água de canudo.
Em linhagens longas, alcaides ou pregoeiros.
Em loja de tendeiro não devas dinheiro.
Em longa geração, há conde e há ladrão.
Em longa geração, há conde e ladrão.
Em lugar escuro não entra alegria.
Em lugar realengo faze teu assento, e em terra de senhorio não faças teu ninho.
Em má hora depressa nasce e depressa melhora.
Em má hora nasce quem má fama cobra.
Em má inclinação não pode haver bom saber.
Em mais penar mais se goza.
Em manqueira de cão e lágrimas de mulher não há que crer.
Em matéria de ofender, antes réu que autor ser.
Em meio a obra vê, quem bem a começa.
Em melhor pano, há maior engano.
Em melhor pano, há melhor engano.
Em mesa redonda não há cabeceira.
Em minha casa o deixas, meu é o asno.
Em morrer o asno não perde o lobo.
Em mouro morto, grande lançada.
Em muito gado não há que escolher.
Em mulher, menino e bêbado não há segredo.
Em mulher não se bate, nem mesmo com uma flor.
Em onça morta até cachorro mija.
Em paço escuro não entra alegria.
Em palpos-de-aranha.
Em pau caído todo o mundo faz graveto.
Em pé de pobre é que sapato aperta.
Em pé de pobre todo sapato serve.
Em pequena caixa está bom ungüento.
Em pequena fonte se bebe à vontade.
Em pequena hora Deus melhora.
Em pequeno corpo, coração grande.
Em pessoa de cetro não há vício secreto.
Em pintura e poesia, não se admite mediania.
Em poder do homem está o lugar, que não o tempo.
Em pombal caído, por demais é deitar trigo.
Em pouco muito se diz.
Em povo seguro, não há mister muro.
Em qualquer hora cai a casa.
Em qualquer parte, há um pedaço de mau caminho.
Em que pensas, porco? Na bolota.
Em quem nada sabe poucas dúvidas cabem.
Em questão de gosto, não há disputa.
Em ralhações não se dizem virtudes.
Em rio grande, passar derradeiro.
Em rio quedo não metas o dedo.
Em rio sem peixe não deites a rede.
Em rio que tem piranha, jacaré bebe água de canudo.
Em rio que tem piranha, jacaré nada de costas.
Em rio quedo não metas o dedo.
Em rios onde não há peixe, é inútil deitar redes.
Em roçado queimado é que se planta.
Em Roma, como os romanos.
Em Roma, como romano.
Em Roma, sê romano.
Em ruim corpo se esconde bom senhor.
Em ruim gado não há que escolher.
Em ruim vila, briga cada dia.
Em sabendo de quem vens, sei o mal e o bem que tens.
Em Sevilha o fizeste, em Sevilha o pagaste.
Em sítio de pobre, o chuvisco é temporal.
Em sua casa, cada qual é rei.
Em sua casa, cada um é rei.
Em sua casa governa o carvoeiro como o galo em seu poleiro.
Em sua casa não ter sardinha, e ir na alheia pedir galinha.
Em tal lugar, não quero colher nem semear.
Em tal signo nasci, que mais quero para mim do que para ti.
Em te dando uma vitela, logo vai por ela.
Em tempo de figos há amigos.
Em tempo de figos, há muitos amigos.
Em tempo de figos, não há amigos.
Em tempo de guerra, as leis são mudas.
Em tempo de guerra, calam-se as leis.
Em tempo de guerra, chapéu à terra.
Em tempo de guerra e peste é mentira como terra.
Em tempo de guerra, mentira é como terra.
Em tempo de guerra, mentiras como terra.
Em tempo de guerra, mentiras por mar, mentiras por terra.
Em tempo de guerra não se limpam armas.
Em tempo de guerra, urubu é frango.
Em tempo de guerra voam mentiras por mar e por terra.
Em tempo de muda jacu não pia.
Em tempo de murici, cada qual cuida de si.
Em tempo de seca, de bicho de cabelo, só quem escapa é a escova; de bicho de fôlego, só quem escapa é o fole; de bicho de pena, só quem escapa é o espanador; de animal de quatro pés, só fica vivo o tamborete.
Em tempo e lugar, o perder é ganhar.
Em tempo, lugar e sazão, o dar é ocupação.
Em tempo nevado, o alho vale um cavalo.
Em terá de café, não há fé.
Em terra de cegos, o torto é rei.
Em terra de cegos, quem tem um olho é rei.
Em terra de cobra, sapo não chia.
Em terra de gavião, galinha não vinga pinto.
Em terra de lobos, uiva-se como eles.
Em terra de mouros, cristão é mouro.
Em terra de papudos, quem não tem papo é defeituoso.
Em terra de sapo, de cócoras como ele.
Em terra de sapo, mosquito não dá rasante.
Em terra de sapos, de cócoras como eles.
Em terra onde a gente não vai, banana dá na rama e feijão dá na raiz.
Em terra onde não há carne, espinha de peixe é lombo.
Em terra onde não há carne, urubu é frango.
Em terra onde não há galinha, inhambu é frango.
Em terra onde não há galinha, urubu é frango.
Em terra onde não há onça, veado escaramuça.
Em terra pequena tudo se sabe.
Em terreiro de galinha, barata não tem razão.
Em terreno de galinha, barata não tem razão.
Em time que está ganhando não se mexe.
Em time que está vencendo, não se mexe.
Em toda casa há roupa suja.
Em toda parte está o perigo.
Em toda parte há pedras na estrada.
Em toda parte há um pedaço de mau caminho.
Em toda parte o urubu é preto.
Em toda parte se come pão.
Em todo rebanho há uma ovelha negra.
Em todos os tempos peixe grande come peixe pequeno.
Em todos os tempos os peixes grandes comerão os pequenos.
Em traseira de mula e dianteira de frade, ninguém se fie.
Em tua casa não tens sardinha, e na alheia pedes galinha.
Em tua casa não tens sardinha, e na dos outros pedes galinha.
Em tudo convém medida.
Em tudo se conhece a educação.
Em um se castigam cento.
Em uma guerra civil, até a vitória é uma derrota.
Em uma hora cai a casa, e não cada dia.
Em uma hora não se ganhou Samora.
Em vão os cães ladram à lua.
Em vão sabe quem não sabe para si.
Em vão se muda de governo, se os homens e os costumes não se mudam.
Em velha gamela também se faz boa sopa.
Em viúva de parentes busca que merendes.
Em vossa casa ninguém assista, porque hóspede em casa é testemunha de vista.
Embarcar em canoa furada.
Embora vás mal, onde te põem bom cabeçal.
Embuça-te no capote, conforme a direção do vento.
Emenda de jogador e prognóstico de médico serão o que for.
Emenda em ti o que te desagrada em mim.
Emprega bem o teu tempo, se queres merecer descanso.
Empreitada quer-se vigiada.
Emprenha de ar, parirás vento.
Emprestaste e não cobraste; se cobraste, não tanto; se tanto, não tal; se tal, inimigo mortal.
Enchida a pança, vamos à dança.
Encomenda sem dinheiro fica no tinteiro.
Encomendar a Deus, botar a nadar.
Encomendas sem dinheiro esquecem ao primeiro ribeiro.
Encomendas sem dinheiro ficam na toca de um sobreiro.
Encomendas sem dinheiro ficam no cais do Aveiro.
Encomendas sem dinheiro ficam no tinteiro.
Encomendou-se a um bom santo.
Encostar-se ao bem parado.
Encurta desejos, alongarás a vida.
Encurtar a ceia é alongar a vida.
Encurtar ceia, alongar a vida.
Enfados não pagam dívidas.
Enfeitai o cepo, parecer-vos-á mancebo.
Enfeitai o cepo, parecerá mancebo.
Enfeitam-se os altares por causa dos santos.
Enfeitar-se com as penas alheias.
Enfeitar-se com as penas do pavão.
Enfermo impaciente faz o médico cruel.
Enfiar a carapuça.
Enfiar o rabo entre as pernas.
Engana-me embora no preço, mas não no que merco.
Engana-me no preço e não no que compro.
Engarrafar fumaça.
Engatinhando se aprende a andar.
Engolir a pílula.
Engolir sapos.
Engolir um boi e engasgar com um mosquito.
Engou a velha os bredos, souberam-lhe bem, lambe-lhe os dedos.
Engou a velha os bredos, souberam-lhe bem, lambeu os dedos.
Engorda o menino para crescer, e o velho para morrer.
Enojar-se doutro é ferir-se no rosto.
Enquanto a erva cresce, o cavalo morre.
Enquanto a gente dorme, dormem-lhe os cuidados.
Enquanto a grande se abaixa, a pequena varre a casa.
Enquanto a pedra vai e vem, Deus dará do seu bem.
Enquanto a pedra vai e vem, Deus dirá do seu bem.
Enquanto chove, trabalha Deus.
Enquanto descansa, carrega pedras.
Enquanto descansas, carrega pedras.
Enquanto disputam os cães, come o lobo a ovelha.
Enquanto dorme o amo, folgam os fâmulos.
Enquanto dormem os gatos, comem os ratos.
Enquanto dormem os gatos, correm os ratos.
Enquanto dura, vida e doçura.
Enquanto dura, vida e doçura; em acabando, gemendo e chorando.
Enquanto ferve a panela, floresce a amizade.
Enquanto ferve a panela, há amigos.
Enquanto fui nora, nunca tive boa sogra.
Enquanto fui nora, nunca tive boa sogra; enquanto fui sogra, nunca tive boa nora.
Enquanto há cerveja, há amigos.
Enquanto há dinheiro, há amigos.
Enquanto há dívidas, não há herança.
Enquanto há figos, há amigos.
Enquanto há saúde, quedos estão os santos.
Enquanto há vento, molha-se a vela.
Enquanto há vida, há esperança.
Enquanto houver cavalos, São Jorge não andará a pé.
Enquanto houver homens, haverá vícios.
Enquanto mija o cão, vai-se o lobo.
Enquanto não acabes, não te gabes.
Enquanto não é tempo de muda, caçai comigo aos perdigotos.
Enquanto não encontro a mulher certa, me divirto com as erradas.