PROVÉRBIOS PORTUGUESES E BRASILEIROS

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Página dos Provérbios

E3

Enquanto o amo bebe, o criado espera.

Enquanto o burro bebe, bebe também o almocreve.

Enquanto o diabo esfrega um olho.

Enquanto o gato anda pelo telhado, anda o rato pelo sobrado.

Enquanto o mar bonança, todos são bons pilotos.

Enquanto o marido cavar, deve a mulher fiar.

Enquanto o meu carvão não acabar, serei uma brasa.

Enquanto o ouro luz, os inimigos são de truz.

Enquanto o pau vai e vem, a gente folga as costas.

Enquanto o pau vai e vem, folgam as costas.

Enquanto o vinho desce, as palavras sobem.

Enquanto os cães brigam, o lobo leva a ovelha.

Enquanto se capa, não se assobia.

Enquanto se conta, não se erra.

Enquanto se descansa, se carrega pedra.

Enquanto se tem saúde, quedos estão os santos.

Enquanto se tem saúde, quietos estão os santos.

Enquanto se vive, se tem esperança.

Enquanto tolos emprestam, ajuizados não compram.

Enquanto um vai e outro vem, Deus dá do seu bem.

Enquanto um vai e outro vem, não está o caminho sem ninguém.

Enquanto uns batem o mato, outros apanham a caça.

Enquanto vai e vem, alma tem.

Enquanto vai e vem, não está parado.

Enquanto venta, é molhar a vela.

Enquanto venta, molha-se a vela.

Enquanto vinhas com o fubá, minha broa já estava cozida.

Enquanto você vinha com o fubá, minha broa já estava pronta.

Enquanto zoa a carvalheira, não saias da tua fogueira.

Ensaboar a cabeça do asno é perda de sabão.

Ensaboar a cabeça do asno é perder sabão.

Ensaboar cabeça de burro é perder tempo.

Ensaboar os queixos do burro.

Ensinando é que se aprende.

Ensinar o padre-nosso ao vigário.

Ensinar o pai a fazer filhos.

Ensinar padre-nosso ao vigário.

Ensinar rato a subir de costas em garrafa.

Ensino e mais ensino dum mau filho faz um bom.

Então como então, agora como agora.

Entende primeiro e fala derradeiro.

Entende primeiro, fala derradeiro.

Enterrado, perdoado.

Entra, amigo, que a casa é sua, mas, se for para comprar fiado, é melhor ficar na rua.

Entra-lhe por um ouvido e sai pelo outro.

Entra o beber, sai o saber.

Entra por um ouvido e sai pelo outro.

Entrada de leão, saída de cão.

Entrada de leão, saída de sendeiro.

Entradas de leão, saídas de cordeiro.

Entradas de leão, saídas de sendeiro.

Entram as palavras por um ouvido e saem pelo outro.

Entrar com o pé direito.

Entrar como Pilatos no credo.

Entrar em Aveiro sem sapatos.

Entrar lambendo e sair mordendo.

Entrar por um ouvido e sair por outro.

Entre a boca e a mão, vai o bocado ao chão.

Entre a cruz e a água benta.

Entre a cruz e a caldeirinha.

Entre a honra e o dinheiro, o segundo é o primeiro.

Entre amigos e soldados, cumprimentos são escu­sados.

Entre amigos honrados, cumprimentos são escusados.

Entre amigos não se sofre coração dobrado.

Entre amigos, vista basta.

Entre as virtudes é mais de louvar sofrer injúrias e depois perdoar.

Entre couve e couve, alface.

Entre dez homens, nove são mulheres.

Entre dizer e fazer há muita diferença.

Entre dizer e fazer, muita coisa há a meter.

Entre dois dentes molares, nunca metas os polegares.

Entre duas pedras, não metas as mãos.

Entre duas verdes, uma madura.

Entre falar e fazer, muito há que dizer.

Entre falar e fazer, muito há que meter.

Entre gado ruim há pouco que escolher.

Entre gente honesta basta a palavra.

Entre guerra e paz, quem mal sai, mal jaz.

Entre honra e dinheiro, o segundo é o primeiro.

Entre ignorantes, mais dano faz o cobiçoso que o ladrão.

Entre irmãos não metas as mãos.

Entre irmãos não metas tuas mãos.

Entre judeus, judeu como eles.

Entre marido e mulher não metas a colher.

Entre marido e mulher nunca metas a colher.

Entre menino e Tomé, três dias é.

Entre morte e casamento, cessa arrendamento.

Entre mortos e feridos, alguém há de escapar.

Entre mortos e feridos, algum há de escapar.

Entre mortos e feridos, salvaram-se todos.

Entre muitos, falar pouco.

Entre o malho e a bigorna.

Entre o martelo e a bigorna.

Entre o princípio e o fim, há sempre um meio.

Entre o prometer e o dar, tua filha hás de casar.

Entre o vencedor e

Entre os dois, venha o diabo e escolha.

Entre os mortos e feridos algum há de escapar.

Entre pai e irmãos, não metas as mãos.

Entre pais e irmãos, não metas as mãos.

Entre ponto e ponto, mordedura de asno.

Entre ricos e pobres, não há parentesco.

Entre santa e santo, parede de cal e canto.

Entre um quente e dois fervendo.

Entre vencedor e vencido, fica um nu e outro vestido.

Entregar o ouro ao bandido.

Envia o sábio a embaixada, e não lhe digas nada.

Enxugar gelo.

Éramos trinta, pariu nossa avó.

Erguem-se as tripeças, abatem-se as cadeiras.

Erudito sem obras é nuvem sem chuva.

Errados começos, dificultosos fins.

Errando é que se aprende.

Errar é de humanidade.

Errar é dos homens.

Errar é humano.

Errar é humano, perdoar é divino.

Errar é humano, persistir no erro é burrice.

Erro da cabeça é pago pela cabeça.

Erro é pôr em perigo quem não é para se pôr nele.

Erro não paga dívida.

Erros de filhos, culpas de mães.

Erros de médico, a terra os cobre.

Erros é por igual: não sabendo, responder, e sabendo, perguntar.

Erudto sem obra é nuvem sem chuva.

Erva crua, deitá-la na rua.

Erva daninha depressa cresce.

Erva má cresce depressa.

Erva má mata a boa.

Erva má, não a cresta a geada.

Erva má, não a empeça a geada.

Erva má, não lhe empece a geada.

Erva má sempre vingará.

Erva ruim asinha arrebenta.

Erva ruim asinha rebenta.

Erva ruim cresce muito.

Erva ruim cresce rápido.

Erva ruim geada não mata.

Erva ruim não a cresta a geada.

Erva ruim não a queima a geada.

Erva ruim não a queima o sol.

És como o José da Adriça, quanto vê, quanto cobiça.

És como o ripanço, que só serve de ano a ano.

És como o ripanço, que só serve de uma coisa.

És pobre? Não tenhas gosto.

És tão hipócrita, que choras pelo olho de vidro.

Escapei do trovão e dei no relâmpago.

Escasso é quem das palavras tem dó.

Escoa-se o tempo, sem o sentirmos.

Escolhe a dança quem paga o músico.

Escorregar não é cair, é meio caminho andado.

Escorregar não é cair, mas é meio caminho andado.

Escravo e besta muar se hão de poupar.

Escreva quem quiser; leia quem souber.

Escreve antes que dês, e recebe antes que escrevas.

Escreve as injúrias sobre a areia e grava os benefícios sobre o mármore.

Escreve devagar, que eu tenho pressa.

Escreve Deus às vezes o direito com letras tortas.

Escrevem-se na areia os favores e gravam-se no metal as ofensas.

Escreveu, não leu, o pau comeu.

Escrivão, ladrão.

Escusas de mau pagador, ouvidos de mercador.

Escuta cem vezes, e fala uma só.

Escuta mil vezes, e não fales mais que uma.

Escutando, falando e errando é que se aprende a falar.

Escutar com orelha de palmo.

Esfalfar-se até deitar os bofes fora.

Esfolar a enguia pelo rabo.

Esfolar alguém com usuras.

Esfregar os olhos, só com os cotovelos.

Esmola a Mateus, esmola aos teus.

Esmola com brevidade, pouca importunidade.

Esmola, quando é muita, o santo desconfia.

Esmola só é mercê para quem pede.

Esmolando Mateus, esmolou para os seus.

Esmolou Mateus, esmolou pelos seus.

Esmolou São Mateus, esmolou para os seus.

Espada na mão do sandeu, perigo de quem lha deu.

Espada na mão do sandeu, perigosa para quem lha deu.

Espada por espada, lança por lança.

Espancar cachorro morto.

Espantalho sem avesso, nem direito.

Espantar a caça.

Espelho reflete sem falar; a mulher fala sem refletir.

Espera a morte para louvar a vida e a tarde para louvar o dia.

Espera de teus filhos o que fizeres a teus pais.

Espera do filho o que fizeste ao pai.

Espera morto que cozam as couves.

Espera o melhor e prepara-te para o pior.

Espera o melhor, prepara-te para o pior, e aceita o que vier.

Espera que a comida lhe caia do telhado.

Espera que as cotovias lhe caiam já assadas na boca.

Espera quem serve, e teme quem ama.

Esperai embora muito, mas contentai-vos com pouco.

Esperança no ganho diminui canseira.

Esperando marido e cavaleiro, chegam-me as tetas ao bragueiro.

Esperar é virtude do forte.

Esperdiçar não é grandeza.

Esperdício de rico é economia de pobre.

Espertar o cão que dorme.

Esperteza, quando é muita, vira bicho e come o dono.

Espinho piniquento de pequeno já traz ponta.

Espinho que há de picar não é tão fácil de arrancar.

Espinho que há de picar vem logo de bico para cima.

Espinho que pinica, de pequeno traz a ponta.

Espiou-se a roca, acabou o linho.

Espírito sem bondade é abelha sem mel.

Espirro de bode é sinal de chuva.

Esposo aborrecido poucas vezes fica honrado.

Esposo aborrecido pouco fica honrado.

Esquece donde vem, cuidando donde vai.

Esquecemo-nos dos bens de que gozamos e só nos ocupamos e queixamos dos males que sofremos.

Esquecer-se do bem, lembrar-se do mal.

Esquenta, mas não ferve.

Esquivança aparta amor.

Essa boa e escolhida que é seguida e não vencida.

Essa casa é farta e cheia como uma colmeia.

Esse é meu amigo, que mói no meu moinho.

Esse é rei, que não conhece lei.

Esse louva o nu, que não tem nenhum.

Esse mal farás, que andes e não comerás.

Esse modo de proceder vos há de dar na cabeça.

Está a carne no garavato, porque não há gato.

Está a chover e a fazer sol, e a raposa a encher o fole.

Está a tinir (=Está sem dinheiro).

Está duro.

Está farta e cheia como uma colmeia.

Está mais perdido que cego em tiroteio.

Está mais por fora que mão de afogado.

Está mais por fora que umbigo de vedete.

Está na cara.

Está nas últimas.

Esta vida são dois dias.

Esta vida são dois dias, e o carnaval são três.

Estado real não tira amor natural.

Estalajadeiro à porta, sinal de poucos fregueses.

Estalar a castanha na boca.

Estalar por saber uma coisa.

Estamos todos no mesmo barco.

Estando alegre, não leias carta logo, para que não nasça cuidado novo.

Estão verdes.

Estar a balança pela fieira.

Estar às moscas.

Estar azul de fome.

Estar careca de saber.

Estar cheio de si.

Estar com alguém como o cão com o gato.

Estar com as mãos na massa.

Estar com o pé na cova.

Estar com o sentido em Caparica.

Estar com o sentido em França.

Estar com os pés na cova.

Estar com um abacaxi para descascar.

Estar com um pé no caixão.

Estar com um pepino na mão.

Estar com uma batata quente nas mãos.

Estar com uma mão sobre a outra.

Estar comendo brisa.

Estar como cachorro em dia de mudança.

Estar como ferro na frágua.

Estar como o Belchior, cada vez pior.

Estar como o pato na lama.

Estar como o vilão em casa de seu sogro.

Estar como peixe fora d'água.

Estar como peixe n'água.

Estar como pinto no lixo.

Estar como vilão em casa de seu sogro.

Estar contente como pinto no lixo.

Estar em Aveiro sem sapatos.

Estar em guerra aberta com alguém.

Estar em palpos-de-aranha.

Estar entre a cruz e a caldeirinha.

Estar entre a espada e a parede.

Estar entre o martelo e a bigorna.

Estar entre talas.

Estar fora de si.

Estar mais contente que gato com trambolho.

Estar mais perdido do que cego em tiroteio.

Estar mais sujo que pau de galinheiro.

Estar na aldeia e não ver as casas.

Estar na berlinda.

Estar na horta e não ver as couves.

Estar na igreja e não ver os santos.

Estar nas graças de alguém.

Estar no mato sem cachorro.

Estar no mesmo barco.

Estar o diabo feito vaca à porta do açougue.

Estar por fora.

Estar por um fio.

Estar sempre com a caninha na água.

Estás mais contente que o gato com trambolho.

Estava a lua atrás do forno.

Este conselho só: causa inveja, não causes dó.

Este é amigo, que mói no meu moinho.

Este é meu amigo, quem mói no meu moinho.

Este homem não teme que o teto o esmague.

Este mundo é a ante-sala do outro.

Este mundo dá mais voltas do que cobra em areia quente.

Este mundo é de quem mais apanha, e o outro é de quem o ganha.

Este mundo é um fandango, e tolo é quem não o dança.

Este mundo é um rebolo.

Este mundo é uma bola, e quem anda nele é que se amola.

Este mundo é uma bola, tanto anda como desanda.

Esteja a maçã e amadureça, lá virá quem a mereça.

Esteja a pera na pereira, não caia, nem apodreça, não faltará quem a mereça.

Esteja eu quente, ria-se a gente.

Estejam as tripas cheias, que elas levam as pernas.

Estende as pernas conforme o tapete.

Estende o pé conforme o lençol.

Estende-se como vilão em casa de seu sogro.

Estende-se o pé conforme o lençol.

Estende-te, perna, lá virá quem te governe.

Esticar as canelas.

Estômago agradecido não é bom amigo.

Estômago vazio não tem ouvidos.

Estopas ao pé do fogo não estão seguras.

Estorninhos e pardais, todos querem ser iguais.

Estorninhos e pardais, todos somos iguais.

Estou falando com o coração nas mãos.

Estou falando com o dono da porcada, e não com os porcos.

Estrada aberta é caminho.

Estrada batida, estrada sabida.

Estrada de mil léguas começa-se por uma passada.

Estrada de valentão é o caminho do cemitério.

Estraga o fubá e poupa o farelo.

Estropiar o canastro a alguém.

Estuda e saberás, guarda e terás.

Estuda e saberás, trabalha e terás.

Eu cá não tenho pevides na língua para lhe cuspir.

Eu como tu, tu como eu, o diabo nos juntou.

Eu como tu, tu como eu, um a outro o diabo nos prendeu.

Eu conheço a farinha torrada para o meu feijão.

Eu conto o caso como o caso foi.

Eu duro e tu duro, quem levará o maduro?

Eu e o meu cavalo, ambos temos um cuidado.

Eu me escondo do amigo que, comendo o seu sozinho, quer comer o meu comigo.

Eu me interesso pelo futuro porque é lá que passarei o resto da minha vida.

Eu poderei pouco, ou dirão que não sou louco?

Eu senhora e tu menina, quem há de varrer a casa?

Eu sou você amanhã.

Eu te ensinarei quem é o Libório.

Eu te farei ver quem é o Libório.

Eu vejo a face; Deus, o coração.

Evitai as aparências do mal.

Excesso de justiça, excesso de injustiça.

Excessos são demasias.

Exemplos farão mais que doutrina.

Exército bem provido tarde ou nunca é vencido.

Existem aqueles que nascem sorrindo, vivem fingindo e morrem mentindo

Experiência que não dói, pouco ou nada aproveita.

Experimentar em cabeça alheia.

Expiraram-lhe as palavras nos lábios.

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