PROVÉRBIOS PORTUGUESES E BRASILEIROS

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Página dos Provérbios

M4

Mente mais do que dá pelo amor de Deus.

Mente Marta como sobrescrito de carta.

Mente Pedro porque o tem de vezo.

Mente que fede.

Mente quem dá com a língua no dente.

Mente sã em corpo são.

Mentir como cesto roto.

Mentir e comer pescada pedem cuidado.

Mentir, nem brincando.

Mentir, nem zombando.

Mentira de caçador sempre foi a maior.

Mentira é sempre vencida.

Mentira não paga sisa.

Mentira tem pernas curtas.

Mentiras de caçadores, não as há maiores.

Mentiras de caçadores são as maiores.

Mercador afidalgado, nunca medrado.

Mercador fidalgo nunca verás medrado.

Mercadoria barata, roubo das bolsas.

Mercadoria barata roubo é da bolsa.

Mercadoria boa e barata alguma malícia tem, roubo é da bolsa.

Mercadoria exposta é meio vendida.

Mercadoria que agrada é meio vendida.

Mercar homem bom é grã riqueza, mal comprar não é largueza.

Mercúrio não se faz de todo pau.

Merda, quanto mais se mexe, mais fede.

Merda seca não pega em cu lavado.

Merece primeiro, pede em seguida.

Merecer o cordel na forca.

Merecer o pão que come.

Merenda comida, companhia desfeita.

Merenda feita, companhia desfeita.

Mesa acabada, companhia desfeita.

Mesa feita, companhia desfeita.

Mesa posta e casa varrida, hóspede espera.

Mesa redonda não tem cabeceira.

Mesa sem pão é mesa de vilão.

Mesmo à casa de teu irmão, não vás a cada serão.

Mesmo cansado ainda longe se pode andar.

Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão.

Mesmo o mais humilde pode prestar-nos serviços.

Mesmo quando já não há invejosos, há inveja.

Mesmo se o teu sabujo for manso, não o mordas no beiço.

Mesmo um cego vê isso.

Mesquinho inseto, às vezes, de repente, presta ao homem serviço onipotente.

Mestre em todas as artes é burro em todas as partes.

Mestre fora, dia santo em casa.

Mestre fora, dia santo na loja.

Mestre manda, marinheiro faz.

Metade da obra tem feito quem começa bem e com jeito.

Metade da obra tem feito quem começa com tempo.

Metade do ano, com arte e engano; outra metade, com engano e arte.

Metade do pagar é o agradecer.

Mete a gente em sua casa quem nos ponha fora dela.

Mete a mão em teu seio, não dirás do fado alheio.

Mete a mão no próprio seio, não dirás do fado alheio.

Mete o ruim em teu palheiro, quererá ser teu herdeiro.

Mete o ruim no palheiro, quererá ser teu herdeiro.

Mete o touro no laço que asinha vem o prazo.

Metei-me em réstia, que cebolinha eu sou.

Metei-vos onde vos não chamam.

Meter a viola no saco.

Meter o carro adiante dos bois.

Meter o nariz onde não é chamado.

Meter o nariz onde não lhe compete.

Meter o rabo entre as pernas.

Meter os cães na moita e ficar de fora.

Meter-se a fogueteiro, sem saber rolar taboca.

Meter-se com a sua vida é sempre a melhor partida.

Meter-se de gorra com alguém.

Meter-se em assados.

Meter-se em camisa de onze varas.

Meter-se em cavalarias altas.

Meter-se nas conchas.

Meter-se onde não o chamam.

Meter uma lança em África.

Meter uma rolha na boca.

Meteu os cães na moita e afastou-se fora.

Meu Deus, Santo Cornudo, pai, mãe, filhos e tudo.

Meu dinheiro é manso, não o quero fazer bravo.

Meu dinheiro é manso, não o quero fazer bravo, emprestando-o.

Meu dinheiro, teu dinheiro, vamos à taberna.

Meu dinheiro visto, estou eu benquisto.

Meu dito, meu feito.

Meu filho esforçado, não o cerquem quatro.

Meu filho esforçado, não o erguem quatro.

Meu filho, meu tesouro.

Meu filho Pedro, antes mestre que discípulo.

Meu filho virá barbado, mas nem parido, nem emprenhado.

Meu preto não gosta de favas, favas no preto.

Meu relógio é o coração.

Meu silêncio é desdém.

Meu ventre cheio, sequer de feno.

Meus amigos, não há amigos.

Meus filhos criados, meus males dobrados; meus filhos casados, meus males acrescentados.

Meus filhos criados, meus trabalhos dobrados.

Mexer em casa de maribondo.

Mexer em vespeiro.

Migalhas de frade muitas vezes sabem bem.

Migalhas de pão em capelo de frade.

Migalhas também é pão.

Miguel, Miguel, não tens abelhas e vendes mel?!

Mija um português, mijam dois ou três.

Mijar claro, dar uma figa ao médico.

Mijar claro e falar direito.

Mijar fora do penico.

Mijar fora do testo.

Mijar-se de medo.

Mil amigos, pouco; um inimigo, demais.

Mil conhecidos não valem um amigo.

Mil vezes cai quem não se precata.

Mineiro mateiro, mineiro toqueiro.

Mineiro, nem a prazo, nem a dinheiro.

Mineração e eleição só depois da apuração.

Minha arca cerrada, minha alma sã.

Minha boca é um botão.

Minha casa e meu lar, mil dobras de ouro vale, e estimou-se mal, porque mais vale.

Minha casa, meu lar, cem soldos vale; e estimou-se mal, porque mais vale.

Minha casinha, meu lar, não há um melhor lugar, quem me dera lá estar.

Minha comadre andadora, tirando a sua casa, em todas as outras mora.

Minha comadre andeja, não há casa em que não a veja.

Minha comadre tem ofício de rã: bebe e palra.

Minha filha Teresa tanto vê, quanto deseja.

Minha filha Teresa, um diabo a toma, outro a deixa.

Minha mãe a castigar-me, e eu com o pião às voltas.

Minha mãezinha, que coisa é casar? Filha, é sofrer, parir, chorar.

Minha porta fechada, minha cabeça guardada.

Minha vingança é o silêncio.

Miséria pouca é bobagem.

Missa e maré se espera ao pé.

Missa e pimento são fraco alimento.

Missa nem cevada, não estorva jornada.

Misturar alhos com bugalhos.

Misturar verdes com maduras.

Moça bonita deixa o amargo doce.

Moça bonita é farofeira.

Moça, chita e fita, não há feia nem bonita.

Moça com velho casada como velha se trata.

Moça de meijão não dorme sono nem serão.

Moça é Maria, quando se tosquia.

Moça em cabelo, não a louves, companheiro.

Moça formosa, lençóis de veludo.

Moça gabada, moça estragada.

Moça garrida, ou bem ganhada ou bem perdida.

Moça louçã, cabeça vã.

Moça má torna a ama brava.

Moça no telhado não anda a bom recado.

Moça nova é como ananás: em cima está verde, mas em baixo está capaz.

Moça que casa com bacharel não tem quartel.

Moça que entristece de amor, adoece.

Moça, que seja boa.

Moça só não namora com carrapato por não saber qual é o macho.

Moça virtuosa, Deus a desposa.

Moças, chitas e fitas, não há feias nem bonitas.

Moças, flores e fitas, não há feias nem bonitas.

Mocidade desprevenida, velhice arrependida.

Mocidade nunca é fealdade.

Mocidade ociosa faz velhice trabalhosa.

Mocidade ociosa não faz velhice contente.

Mocidade ociosa, velhice desonrosa.

Mocidade ociosa, velhice penosa.

Mocidade ociosa, velhice trabalhosa.

Mocidade ociosa, velhice vergonhosa.

Mocidade preguiçosa, velhice trabalhosa.

Mocidade viciosa, velhice penosa.

Moço apaixonado, conselho dispensado.

Moço bem criado nem de si fala, e perguntado cala.

Moço bem criado, nem do seu fala, nem perguntado, cala.

Moço de bom juízo, quando velho é adivinho.

Moço de frade, manda-o comer e não que trabalhe.

Moço de quinze anos tem papo e não tem mãos.

Moço de recado não merece castigo.

Moço desprevenido, velho arrependido.

Moço e galo, um só ano.

Moço guloso, mau pasteleiro.

Moço guloso não é bom para tendeiro.

Moço malcriado do seu muito fala e, perguntado, cala.

Moço mau, se o pau é pão, é conduto o castigo.

Moço não dás, velho acharás.

Moço que não é castigado, nem será cortesão, nem letrado.

Moços e bois, um ano até dois.

Moeda falsa, de noite passa.

Moeda falsa, de noite se passa.

Mole, mole, longe vai o homem.

Mole, mole, se vai ao longe.

Mole, mole, se vai longe.

Molha-se a vela conforme o vento.

Molhar a fala com sumo de Baco.

Molho fervido, azeite perdido.

Montado nem que seja numa porca.

Montes vêem, paredes ouvem.

Morada que não tem gatos, ratos cantam modinha.

Morar com sogra é vestibular para o céu.

Morar depois de Deus me livre.

Morar onde Judas perdeu as botas.

Morar onde o vento faz a curva.

Morcela que o gato leva, gualdida vai.

Mordedura de cão cura-se com o pelo do mesmo cão.

Mordedura de víbora ou escorpião, prepara a pá e o enxadão.

Morder a quem morde.

Morder o pó.

Moringa velha é que esfria a água.

Moro no mundo e passeio em casa.

Morra embora o homem, mas fique a fama.

Morra Marta, e morra farta.

Morra Marta, mas morra farta.

Morra Marta, morra farta.

Morra o gato, morra farto.

Morra o homem, e fique a fama.

Morra o luxo, e viva o bucho!

Morra Sansão, e com ele quantos aqui estão.

Morra Sansão e todos que aqui estão.

Morre a filha, morre o genro.

Morre a flor desde que nasce.

Morre o bicho, acaba a peçonha.

Morre o boi e a vaca, e fica o demo em casa.

Morre o cavalo a bem do urubu.

Morre o cavalo para o bem do urubu.

Morre o cavalo para o gáudio do urubu.

Morre o homem, fica a fama.

Morre o homem, mas fica a fama.

Morre quem morre, salta quem pode.

Morre quem tem de morrer.

Morrem barbas e ficam cartas.

Morrem os gatos, banqueteiam-se os ratos.

Morrem uns para que outros vivam.

Morrendo e aprendendo.

Morrer de ciúme.

Morrer de inveja.

Morrer de rir.

Morrer não dói; o que dói é viver sofrendo.

Morrer por morrer, morra o meu pai, que é mais velho.

Morrer por ter e sofrer por valer.

Morreu o bicho, acabou-se a peçonha.

Morreu o nosso macho, e ainda agora lhe fede o rabo.

Morreu o rei, viva o rei.

Morta a cobra, acaba o veneno.

Morta a cobra, morto o veneno.

Morta é a abelha, que dava mel e cera.

Morta minha filha, morto meu genro.

Mortalha não tem bolso.

Morte certa, hora incerta.

Morte com honra desassombra.

Morte com honra não desonra.

Morte de rico, desavença de herdeiros.

Morte desejada, vida dobrada.

Morte desejada, vida durada.

Morte desejada, vida prolongada.

Morte do lobo, saúde do rebanho.

Morte e casamento desmancham arrendamento.

Morte não venha, que ataque não tenha.

Morte que der ventura, essa se sofra.

Morto eu, morto o mundo.

Morto o afilhado, acabou-se o compadrado.

Morto o afilhado, desfeito o compadrado.

Morto o afilhado, desfeito o compadrio.

Morto o bicho, acaba a peçonha.

Morto o bicho, morta a peçonha.

Morto o burro, cevada ao rabo.

Morto o burro, só vale o rabo.

Morto por morto, antes a abelha que o porco.

Morto por morto, antes a velha que o porco.

Moscas apanham-se com mel.

Moscas apanham-se com mel, e não com fel.

Mostra-me tua mulher, dir-te-ei que marido tem.

Mostra-me tua mulher, e eu te direi que marido tem.

Mostrais o ourelo e fugis com o pano.

Mostram o pão e escondem a pedra.

Mostrar com quantos paus se faz uma canoa.

Mostrar com quantos paus se faz uma jangada.

Moura mexida, moura perdida.

Mouro que não podes haver, forra-o pelo amor de Deus.

Mouro que não podes haver, forra-o por tua alma.

Mover mundos e fundos.

Muda a grimpa o vento que corre, mas não muda a torre.

Muda de terra, mudarás de fortuna.

Muda-te, mudará a ventura.

Mudado o tempo, muda-se o tento.

Mudado o tempo, mudado o conselho.

Mudado o tempo, mudado o pensamento.

Mudam os tempos, mudam os pensamentos.

Mudam os ventos, mudam os pensamentos.

Mudam os ventos, mudam os tempos.

Mudam-se os tempos, mudam-se as idéias.

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.

Mudam-se os tempos, mudam-se os costumes.

Mudam-se os tempos, mudam-se os pensamentos.

Mudança de tempo, bordão de néscios.

Mudança de tempos, bordão de intrigantes.

Mudança descansa.

Mudança, só para o céu.

Mudar a água para outro moinho.

Mudar de costume, parelha da morte.

Mudar de fato e cabana.

Muita água correrá debaixo da ponte.

Muita água passará debaixo da ponte.

Muita carne do acém não é para quem filhos tem.

Muita cera queima a igreja.

Muita cobiça e muita diligência, pouca vergonha e pouca consciência.

Muita confiança, pouco respeito.

Muita conversação é causa de menosprezo.

Muita diligência espanta a fortuna.

Muita fumaça, pouca chama.

Muita fumaça, pouco fogo.

Muita gente junta não se safa.

Muita gente junta não se salva.

Muita mão é beijada que se quisera ver cortada.

Muita Maria há na terra.

Muita memória, pouco juízo.

Muita onda para pouca maré.

Muita palha e pouco grão.

Muita palha e pouco pão.

Muita palha, pouco grão.

Muita palha, pouco trigo.

Muita papa e pouco chorume.

G