PROVÉRBIOS PORTUGUESES E BRASILEIROS
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Tão mau é passar como não chegar.
Tão pouco sabemos daquilo que somos.
Tão rico é no outro mundo Diógenes como Creso.
Tão surdo é aquele que ouve e não entende como aquele que não ouve.
Tão vil é na mentira o sim como honrado na verdade o não.
Tão vil é na mentira o sim como na verdade o não.
Tapa de amor não dói.
Tapar o sol com a peneira.
Tapona dada, nem Deus tira.
Tarde dá o que espera que lhe peçam.
Tarde dar e negar estão a par.
Tarde dar e negar estão quase a par.
Tarde dar é o mesmo que negar.
Tarde madruguei, mas bem arrecadei.
Tarde piaste.
Tarde se arrepende, quem tudo despende.
Tardou, mas arrecadou.
Tarefa apressada, tarefa estragada.
Tarefa bem começada é meio acabada.
Tarefa que agrada é depressa acabada.
Tatu durante o dia no buraco, de noite o cachorro pega.
Tatu na toca é rei.
Tatu velho não cai em mundéu.
Tatu velho não se esquece do buraco.
Teima, mas não apostes.
Teima que vences, dizia o frade.
Teima, mas não apostes.
Teimoso que só jumento em cima de lajedo.
Televisão de pobre é buraco de fechadura.
Televisão de pobre é espelho.
Telha de igreja sempre goteja.
Telhado de igreja sempre goteja.
Tem alegria aquele que planta e cria.
Tem bastante quem com o que tem, se contenta.
Tem boi na linha.
Tem cão e guizo e tudo o que lhe é preciso.
Tem caveira de burro.
Tem coelho gordo nesse mato.
Tem cuidado de o ganhar, que tempo sobra para o gastar.
Tem cuidado para o ganhar, que tempo fica para o gastar.
Tem fazenda e olha bem donde vem.
Tem fazenda e olha bem donde venha.
Tem gato na tuba.
Tem gosto o burro em ouvir o seu zurro.
Tem má cara, mas tem bom coração.
Tem mais aquele que menos deseja.
Tem mais razão quem suja a casa que quem a varre.
Tem mais tretas que letras.
Tem muito tempo aquele que não o perde.
Tem o amigo por leal, e logo o será.
Tem paciência que o peixe vem aí.
Tem que saber medir a água e o fubá, para nenhum dos dois faltar.
Tem-te em teus pés, comerás por três.
Tem-te não caias, nem faças zumbaias.
Tem tempo para perder quem dá conselho para velho e cata pulgas de cachorro.
Tem tento quando te der no rosto o vento.
Tem tudo o que lhe apraz quem com pouco se satisfaz.
Teme a velhice, porque nunca vem só.
Teme mais o louvor que a censura.
Teme o cão que não ladra e o homem que não fala.
Teme quem deve, e quem não deve, não teme.
Temer a morte é morrer duas vezes.
Temer a própria sombra.
Temor de Deus, quem o tem, não temerá ninguém.
Temos cinco dedos na mão e nenhum é igual.
Temos mouros na costa.
Temos muito, falta-nos muito.
Tempero de comida ruim é fome.
Tempestade em copo d'água.
Tempestade no mar, gaivotas em terra.
Tempo à choca e tempo a quem a joga.
Tempo bastante sempre é pouco.
Tempo bem aproveitado muito vale.
Tempo bom é o que já passou.
Tempo cura o enfermo, e não o ungüento.
Tempo de eleição, mentira como o cão.
Tempo de guerra, mentira como terra.
Tempo de guerra, mentiras como terra.
Tempo de murici, cada qual cuide de si.
Tempo é dinheiro.
Tempo e hora não se atam com soga.
Tempo e maré não esperam por ninguém.
Tempo é remédio.
Tempo perdido é dar-se conselho a doido e negro se ensaboar.
Tempo perdido não se recupera.
Tempo querem as coisas.
Tempo traz tempo, e chuva traz vento.
Temporal e guerra não duram sempre.
Tempos virão em que hão de dar pão as terras vãs e governarão as filhas das barregãs.
Tenda, é preciso que a atenda e senão que a venda.
Tenda e venda para quem as entenda.
Tenha a minha mesa pão e seja o meu homem um carvão.
Tenha eu pipas e cabedal, e quem quiser, vinhas e lagares.
Tenha o meu amor pão, tenha ele cara de cão.
Tenha santa paciência!
Tenhamos a pata e então falaremos na salsa.
Tenhamos a perdiz, depois se tratará do molho.
Tenhamos saúde e paz e teremos assaz.
Tenhas ovelhas e não tenhas orelhas.
Tenhas porcos e não tenhas olhos.
Tenho-te no laço, pombo trocaz.
Tenho uma gaveta, não sei que lhe faça, nem sei que lhe meta.
Tens em casa o morto, e vais chorar o alheio.
Tens teu filho morto e aipo no horto.
Tens vinha dobrada, se a tiveres fechada.
Tens vontade de morrer? Ceia carneiro assado e deixa-te adormecer.
Ter a faca e o queijo na mão.
Ter a paciência de Jó.
Ter as costas quentes.
Ter começado é meio caminho andado.
Ter contas a ajustar com alguém.
Ter culpa no cartório.
Ter duas caras.
Ter esperança ensina a ter paciência.
Ter fôlego de gato.
Ter fôlego de sete gatos.
Ter fome canina.
Ter garras não é o mesmo que ser leão.
Ter macaquinhos no sótão.
Ter mais pendão que caldeira.
Ter maus bofes.
Ter maus fígados.
Ter medo da própria sombra.
Ter o coração ao pé da boca.
Ter o coração na ponta da língua.
Ter o pé em dois estribos <=Jogar com pau de dois bicos>.
Ter o rei na barriga.
Ter olhos de lince.
Ter olhos maiores que a barriga.
Ter olhos na cara.
Ter olhos para ver.
Ter os sete fôlegos do gato.
Ter para peras.
Ter pouco pano <=siso> na carapuça.
Ter razão é uma coisa e ter justiça é outra.
Ter sete vidas como o gato.
Ter um abacaxi para descascar.
Ter um olho no campo, outro na casa.
Ter um pé no caixão.
Ter um pepino na mão.
Ter uma batata quente nas mãos.
Ter uma telha de menos.
Terminado o jogo, o rei e o peão voltam à mesma caixa.
Terra e cal cobrem muito mal.
Terra e cal encobrem muito mal.
Terra e cal escondem muito mal.
Terra de fetos, guarda-a para os netos.
Terra estrangeira, terra de lobos.
Terra negra dá bom pão.
Terra, quanta vejas; casa, quanta caibas.
Terra que não cobre a si, mal cobrirá a mim.
Terra que sei, por madre a hei.
Terreiro onde canta galinha, galo tem o bico fechado.
Terrunho negreiro enche o celeiro.
Testamento de pobre é escrito na unha.
Testemunha tua afeição, antes por obras que por palavras.
Testemunhas tem de arredar, quem mente ou quer enganar.
Teu amigo é tredo, se te encobre teu segredo.
Teu desprezo é o meu orgulho.
Teu orgulho acaba no cemitério.
Teus ouvidos selarás, se quiseres viver em paz.
Tição de fogo e carta de apresentação, não se nega a ninguém.
Tico-tico no terreiro, quando chove não se molha.
Tico-ticos e pardais, somos todos iguais.
Tigela quebrada dura muito.
Tim tim por tim tim.
Tinha é pior que morrinha.
Tinhoso não gosta de pente.
Tir-te lá ganho, que me hás de dar perda.
Tir-te lá, não me luxes, disse a caldeira à sertã.
Tirá-lo é donde o há.
Tira um pouco cada dia, terás a bolsa vazia.
Tirados os azos, tirados os pecados.
Tiram-me os dentes e dão-me milho torrado.
Tirar a brasa com a mão do gato.
Tirar a castanha com a mão do gato.
Tirar a castanha do fogo com a mão do gato.
Tirar a galinha do fogo com a mão do gato.
Tirar a sardinha com a mão do gato.
Tirar a sardinha das brasas com a pata do gato.
Tirar as castanhas do fogo com a mão do gato.
Tirar as castanhas do fogo com a pata do gato.
Tirar da boca do lobo.
Tirar forças da fraqueza.
Tirar leite da pedra.
Tirar nabos da púcara sem se escaldar.
Tirar o bocado da boca e dá-lo a outro.
Tirar o cavalinho da chuva.
Tirar o pé do lodo.
Tirar-se da esparrela.
Tirar-se da lama e meter-se no atoleiro.
Tirar uma espinha da garganta a alguém.
Tiraram-me o espelho por feia e deram-no à cega.
Tive formosura e não tive ventura.
Toam casa com lar e mulher que saiba fiar.
Toam casa com lar e mulher que saiba guiar.
Toca fogo na casa e espera o dono na porta.
Toca-se a tropa conforme o dono.
Tocar harpa enquanto Roma pega fogo.
Toda a inteligência não está numa cabeça só.
Toda alegria acaba em tristeza.
Toda araruta tem seu dia de mingau.
Toda casa velha tem baratas.
Toda coisa nova apraz.
Toda coisa tem lugar a quem Deus abençoar.
Toda comparação é odiosa.
Toda demora é perigosa.
Toda doçura custa uma amargura.
Toda estrada vai dar na porta da venda.
Toda facção se compõe de velhacos e carneiros.
Toda formiga tem sua ira.
Toda gente é corcunda quando se abaixa.
Toda maré enche e vaza.
Toda medalha tem seu reverso.
Toda moeda tem duas faces.
Toda mosca tem sua sombra.
Toda palavra é perdida, se da alma não foi ouvida.
Toda palavra se deixa dizer.
Toda palha faz palheiro.
Toda panela tem sua tampa.
Toda pergunta tem resposta.
Toda profissão é honrosa.
Toda questão tem dois lados.
Toda questão vem do sim e do não.
Toda raposa pensa que os outros têm o rabo comprido como o dela.
Toda recaída é perigosa.