PROVÉRBIOS PORTUGUESES E BRASILEIROS

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Página dos Provérbios

A6

Água e pão, jantar de cão.

Água e vento são meio sustento.

Água em palha é difícil de achar.

Água fervida tem mão na vida.

Água fria e pão quente nunca fizeram bom ventre.

Água fria não escalda pirão.

Água fria sarna cria.

Água fria sarna cria; água quente, nem a são nem a doente.

Água fria sarna cria, e água roxa sarna escoxa.

Água leva a seu moinho.

Água má, fervida e coada.

Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.

Água mole em pedra dura tanto dá até que fura.

Água morro abaixo, fogo morro acima e mulher devassa não têm jeito.

Água não quebra osso.

Água não tem cabelo.

Água o dá, água o leva.

Água o deu, água o levou.

Água parada fede.

Água parada não mata nada.

Água parada não move moinho.

Água passada não toca monjolo.

Água por morro abaixo e fogo por morro acima.

Água que deres a teu senhor, não a olhes ao sol.

Água que não hás de beber, deixa-a correr.

Água que veja o sol; sem cor, sem cheiro e sem sabor.

Água quente, nem a são nem a doente.

Água salobra na terra seca é doce.

Água quente, saúde para o ventre.

Água silenciosa, a mais perigosa.

Água sobre água, nem suja, nem lava.

Água sobre mel, sabe mal e não faz bem.

Água suja também lava.

Água vertida não é toda colhida.

Águas calmas são profundas.

Águas passadas não movem engenho.

Águas passadas não movem moinho.

Águas passadas não movem moinhos.

Águas profundas, águas tranqüilas.

Águas profundas são tranqüilas.

Águas quietas são profundas.

Águas tranqüilas, águas profundas.

Águia não pilha moscas nem moscardos.

Águias não caçam moscas.

Águias não pegam moscas.

Agulha em palha difícil é de achar.

Agulha em palheiro é difícil de achar.

Agulha sem fundo não arrasta linha.

Ai, Cristo, olhai para isto!

Aí é que a porca torce o rabo.

Aí te dói, aí te darei.

Aí tem gato.

Aí tem gato escondido.

Aí torce a porca o rabo.

Ainda agora comem pão da boda.

Ainda bem não põe o pé, e logo faz pegada.

Ainda cheira a cueiros.

Ainda cheira aos cueiros em que nasceu.

Ainda contra ti, jamais faltes à verdade.

Ainda Deus está onde estava.

Ainda está para nascer o que agrada a todos.

Ainda está para nascer, quem de ovelhas há de entender.

Ainda estas lamas hão de ser pó.

Ainda João Vaz tem besta, não deixou de lhe apontar à testa.

Ainda João Vaz tem besta, não deixou de lhe dar na cabeça.

Ainda mesmo contra ti, não faltes à verdade.

Ainda não comi ovo de sua galinha.

Ainda não deu meio-dia em São Paulo.

Ainda não é nascida e já espirra.

Ainda não está na cabaça e já é vinagre.

Ainda não me tiveste o pé a ferrar.

Ainda não montamos, já cavalgamos.

Ainda não saiu do á-bê-cê.

Ainda não saiu dos cueiros.

Ainda não se acabou o dia de hoje.

Ainda não selamos e já cavalgamos.

Ainda não tem cueiro e já quer ter calças.

Ainda não vi as cruzes do dinheiro.

Ainda nem morto e já esfolado.

Ainda o mundo não se acabou.

Ainda que a garça vá alta, o falcão a mata.

Ainda que a garça voe alta, o falcão a mata.

Ainda que a garça voe alto, o falcão a mata.

Ainda que a malícia escureça a verdade, não a pode apagar.

Ainda que a malícia escurece a verdade, não a pode apanhar.

Ainda que a moça é tosca, bem vê ela a mosca.

Ainda que a traição agrade, o traidor sempre aborrece.

Ainda que auxiliada, a mentira sempre é vencida.

Ainda que doce seja o mel, a mordidela da abelha é cruel.

Ainda que enterrem a verdade, a virtude não se sepulta.

Ainda que enterrem a verdade, não sepultam a virtude.

Ainda que entres na vinha e voltes o gibão, se não trabalhares, não te darão pão.

Ainda que estejas mal com tua mulher, não é bom conselho cortar o aparelho.

Ainda que estejas mal com tua mulher, não é bom conselho cortares o aparelho.

Ainda que estejas mal com tua mulher, não é bom conselho que cortes o aparelho.

Ainda que mude a pele a raposa, seu natural não despoja.

Ainda que mude a pele a raposa, seu natural nunca despoja.

Ainda que na desgraça, jamais te humilhes.

Ainda que não falemos, bem nos queremos.

Ainda que não leiamos pelos livros, também somos gente.

Ainda que não nos falemos, bem nos queremos.

Ainda que negro é, alma tem, honra e fé.

Ainda que negros somos, gente somos, alma temos.

Ainda que no pobre haja fingimento, a esmola não perde o merecimento.

Ainda que o galo não cante, a manhã sempre rompe.

Ainda que o galo deixe de cantar, as manhãs sempre aparecem.

Ainda que seja doce o mel, a picada da abelha é cruel.

Ainda que sejas prudente e velho, não desprezes conselho.

Ainda que sejas prudente e velho, nunca desprezes o bom conselho.

Ainda que sejas velho, não desprezes bom conselho.

Ainda que somos negros, gente somos e alma temos.

Ainda que sou tosca, bem vejo a mosca.

Ainda que teu amigo seja de mel, não o lambas tu.

Ainda que teu sabujo é manso, não o mordas no beiço.

Ainda que vistas a mona de seda, mona se queda.

Ainda tem muitas noites que dormir fora.

Ainda temos muito que ver.

Ajoelhou, tem que rezar.

Ajuda a Deus, e ele te ajudará.

Ajuda a Deus, que ele te ajudará.

Ajuda demais atrapalha.

Ajuda-te, e o céu te ajudará.

Ajuda-te, que Deus te ajudará.

Ajude-me Deus com o que é meu.

Ajude-o Deus, não caia no atoleiro.

Ajuntam-se uns para outros.

Ajuntaram-se três para o peso de seis.

Al cuida o baio e al quem o sela.

Al cuida o bailo e al quem o sela.

Al é vê-la e al tratá-la.

Alazão, ou muito bom, ou muito ladrão.

Alazão tostado, antes morto que cansado.

Albarda nova em burro velho, matadura pela certa.

Albarda-se o burro à vontade do dono.

Albarde-se o burro à vontade do dono.

Alcaide, busca-me aqui alguém?

Alcaide de campo, coxo ou manco.

Alcaide em andar e moinho em moer ganham de comer.

Alcaide em mandar, moinho em moer, sempre ganham que comer.

Alcaide sem alma, ladrões à praça.

Alcança quem não cansa.

Alcança quem não se cansa.

Aldeã é a galinha, e come-a o de Coimbra.

Aldeã é a galinha e vai à mesa da rainha.

Alegria de pobre dura pouco.

Alegria de pobre só dura um dia.

Alegria de urubu é carniça.

Alegria, entrudo, que amanhã será cinza.

Alegria não pode ser tamanha, que achar gente vizinha em terra estranha [Camões].

Alegria secreta, candeia morta.

Além da queda, o coice.

Além de queda, coice.

Além ou aquém, sempre vejas com quem.

Alentejanos, algárvios e cães de caça, é tudo da mesma raça.

Alfaiate de encruzilhada põe as linhas de sua casa.

Alfaiate de encruzilhada, que põe as linhas de sua casa.

Alfaiate mal vestido, sapateiro mal calçado.

Alfaiate pobre, a agulha se lhe dobra.

Alfinete pequeno em qualquer parte se esconde.

Algo temos de fazer para embranquecer.

Alguazil em andar e moinho em moer ganham de comer.

Alguém sempre precisa de alguém.

Algum dia a minha pereira dará peras.

Algum dia fomos gente.

Algum dia a minha pereirinha terá peras.

Algum dia será festa da nossa terra.

Alguma coisa se há de sofrer, para embranquecer.

Alguma hora a minha pereira terá peras.

Alguma hora dareis duas voltas à orelha e não deitarás sangue.

Alguma hora gato comerá pepino.

Alho e pimenta, o fastio ausenta.

Alho e vinho puro levam a porto seguro.

Alma corrupta tudo faz de sua qualidade.

Alma e corpo deu ao demo.

Alma enamorada de pouco é ensombrada.

Alma namorada de pouco é assombrada.

Alma que vai e não volta.

Alma ruim é que faz visagem.

Alma sã em corpo são.

Almoço cedo cria carne e sebo, e tarde, nem sebo nem carne.

Almocreve cavaleiro não ganha dinheiro.

Almocreve cavaleiro, não ganhadeiro.

Almocreve cavaleiro nunca é bom ganhadeiro.

Alquimia é provada, ter renda e não gastar nada.

Alquimia é provada, ter renda e não pagar nada.

Alta e baixa aprenderei e, como me tangerem, assim bailarei.

Alta vai a velha na asna.

Altas ou baixas, em abril vêm as páscoas.

Altercar por dá cá aquela palha.

Alto para vau, baixo para barco.

Alto para vau, baixo para barco, ruim para nada.

Alto para vau e baixo para barca.

Alto para vau e baixo para barco.

Alto, vareta, comigo ninguém se meta.

Alvoradas à vila, que berinjelas há no açougue.

Ama a cruz, que ao céu te conduz.

Ama a quem não te ama, andarás carreira vã.

Ama a quem não te ama, responde a quem não te chama, andarás carreira vã.

Ama a quem te ama, responde a quem te chama, andarás carreira chã.

Ama ao bom para que te ame, e ao mau para que não te difame.

Ama com amigo, nem a tenhas, nem a dês a teu amigo.

Ama el-rei a traição e o traidor não.

Ama el-rei a traição, mas o traidor não.

Ama gorda, pouco leite.

Ama-me ou deixa-me!

Ama o próximo como a ti mesmo.

Ama-se a traição, aborrece-se o traidor.

Ama-se a traição e aborrece-se o traidor.

Ama-se bem quando de amor se morre.

Ama-se bem, quando se morre de amor.

Ama-se o liberal para o desfrutar.

Ama teu vizinho, mas não derrubes a tua cerca.

Amanhã, amanhã, o carneiro perdeu a lã.

Amanhã é outro dia.

Amanhã nem sempre é o dia que se espera.

Amanhã o carneiro perdeu a lã.

Amanhã será outro dia.

Amanhã também é dia.

Amanhecerá, far-nos-á Deus mercê.

Amanse sua sanha quem por si mesmo se engana.

Amante frio, mofino sem saber.

Amar e reinar, nunca dois a par.

Amar e saber não pode ser.

Amar e saber só a Deus se concede.

Amar e saber só a Deus pode ser.

Amar é sofrer.

Amar é viver duas vezes.

Amar sem ser amado é ser desventurado.

Amar sem ser amado é receber castigo sem ter pecado.

Amar-te, sempre; implorar-te, nunca.

Amarelo, salgado, cru e mau, chama o povo ao bacalhau.

Amarga sempre o não, por mais que o confeites.

Amargo como fel.

Amarra o burro à vontade do dono.

Amarra-se o burro à vontade do dono.

Amarra-se o burro como o dono manda.

Amarra-se o burro onde o dono manda.

Amarra-se o jegue onde o dono manda.

Ameaça muitos, quem afronta um.

Amélia é que era mulher de verdade.

Amiga e bom amigo mais aquentam que bom lenho.

Amigado com fé casado é.

Amigo a gente escolhe, parente a gente atura.

Amigo a pedir, inimigo a restituir.

Amigo, amigo, de longe te trouxe um figo; assim que te vi, eu o comi.

Amigo anojado, inimigo dobrado.

Amigo anojado, não mais consertado.

Amigo até a bolsa.

Amigo até o altar.

Amigo certo conhece-se na fortuna incerta.

Amigo certo conhece-se na hora incerta.

Amigo certo é o das horas incertas.

Amigo, como a cabra, do cutelo.

Amigo de aldeia, teu seja.

Amigo de bom tempo muda-se com o vento.

Amigo de Deus, inimigo do padre.

Amigo de mesa não é de firmeza.

Amigo de meu amigo meu amigo é.

Amigo de seu proveito.

Amigo de todos, amigo de nenhum.

Amigo de todos, amigo de nenhum, tudo é um.

Amigo de todos, amigo de ninguém.

Amigo de todos, e ainda mais da verdade.

Amigo de todos, e da verdade mais.

Amigo de todos e de nenhum, tudo é um.

Amigo de todos iguais, e da verdade mais.

Amigo de um, inimigo de nenhum.

Amigo diligente é melhor que parente.

Amigo disfarçado, inimigo dobrado.

Amigo do meu amigo meu amigo é.

Amigo do meu amigo é meu amigo; amigo do meu inimigo é meu inimigo; inimigo do meu inimigo é meu amigo.

Amigo do meu compadre, mas mais da verdade.

Amigo do meu compadre, porém mais da verdade.

Amigo do peito, tormento sem jeito.

Amigo é para essas coisas.

Amigo e vinho, quanto mais antigo melhor é.

Amigo fiel e prudente é melhor que parente.

Amigo fingido, conhecê-lo-ás no arruído.

Amigo irado, inimigo dobrado.

Amigo não empata amigo.

Amigo que esquecemos vivo, está morto.

Amigo que fala verdade, é espelho da alma.

Amigo que não presta e faca que não corta, que se percam, pouco importa.

Amigo que não serve e faca que não corta, que se perca, pouco importa.

Amigo que não ralha e faca que não talha, não me dá migalha.

Amigo que pede, inimigo que devolve.

Amigo quebrado soldará, mas não sarará.

Amigo reconciliado, inimigo dobrado.

Amigo reconciliada, nunca dele bom bocado.

Amigo remendado, café requentado.

Amigo só de beijo-vo-las-mãos.

Amigo só de chapéu.

Amigos só depois de muito vinho.

Amigo velho é o melhor espelho.

Amigo velho é parente.

Amigo velho mais vale que dinheiro.

Amigo velho vale mais que dinheiro.

Amigo, vinho e café, o mais antigo.

Amigo, vinho e café, o mais antigo melhor é.

Amigos, amigos, negócios à parte.

Amigos, amigos, no tempo dos figos.

Amigos até onde não se ofenda a religião.

Amigos de bom tempo mudam-se com o vento.

Amigos de longe, contas de perto.

Amigos de todos, e ainda mais da verdade.

Amigos dos meus amigos, meus amigos são.

Amigos e mulas falecem a duras.

Amigos e livros, poucos e bons.

Amigos e pichéis de vinho, tudo acaba.

Amigos, nem muitos, nem nenhum.

Amigos, poucos e bons.

Amigos que desaparecem, esquecem.

Amigos que o lembrem, ricos que o abonem.

Amigos que pelejam sobre um pedaço de pão de centeio, ou a fome é grande, ou o amor é pequeno.

Amigos que se desavêm por um pão de centeio, ou a fome é muita, ou o amor, pequeno.

Amigos reconciliados, inimigos disfarçados.

Amigos são aqueles que não te invejam.

Amigos só de beijo-vo-las mãos.

Amizade de genro, sol de inverno.

Amizade de menino é água no cestinho.

Amizade de sogra e nora, só dos dentes para fora.

Amizade de um dia, recordação de um minuto.

Amizade é como o vinho: quanto mais velha, melhor.

Amizade que pode envelhecer, não deve morrer.

Amizade quebrada pode soldar, mas não há de sarar.

Amizade reconciliada, chaga mal cicatrizada.

Amizade reconciliada, chaga mal fechada.

Amizade remendada, café requentado.

Amo impertinente faz criado desobediente.

Amor adquirido a pau nunca é bom, sempre é mau.

Amor adquirido a pau sempre é mau.

Amor, amor: princípio mau e fim pior.

Amor antigo não enferruja.

Amor antigo não enferruja, e, se enferrujar, limpa-se.

Amor apaixonado não admite arrazoado.

Amor ausente, amor para sempre.

Amor com amor se paga.

Amor com amor se paga, e com desdém se apaga.

Amor com dor se paga.

Amor de amos e água em cesto, entra tarde e sai presto.

Amor de asno é coice e dentada.

Amor de asno entra a coices e bocados.

Amor de asno entra a coices e dentadas.

Amor de asno entra a coices, sai a dentadas.

Amor de bugios, que mata os filhos pelos apertar muito.

Amor de irmão, amor em vão.

Amor de menino, água em cestinho.

Amor de menino, amor pequenino.

Amor de mulher, amor de cão, nada vale, se nada lhe dão.

Amor de mulher e festa de cão, afagos são sempre para bolsa ou para mão.

Amor de mulher e festa de cão só atentam para a mão.

Amor de mulher e festa de cão só olham para a mão.

Amor, de pai e de mãe, que todo o outro é ar.

Amor, de pai, que todo o outro é ar.

Amor de pai, que tudo mais é ar.

Amor de parente é mais quente.

Amor de pica fica.

Amor de pica sempre fica.

Amor de pressa é o maior vagar.

Amor de puta e fogo de murta, luz muito e pouco dura.

Amor de rameira e convite de estalajadeiro, não pode ser que não custe dinheiro.

Amor de rameira e convite de estalajadeiro sempre custam dinheiro.

Amor de rameira, vinho de frasco: pela manhã, bom; à noite, gasto.

Amor de sequeiro, quanto faz, tanto desfaz.

Amor de sequeiro tanto faz, como desfaz.

Amor de velho, ciúmes de novo.

Amor, dinheiro e cuidado, não está dissimulado.

Amor do casado é amor escusado.

Amor do clérico é jogo sem honra.

Amor, do coração, que só da boca, não.

Amor e bexiga, só dá na gente uma vez.

Amor e dinheiro, nada é mais forte.

Amor e dinheiro não querem parceiro.

Amor é fumaça: sufoca e passa.

Amor e medo não se misturam.

Amor e morte, nada é mais forte.

Amor e ódio pervertem o juízo.

Amor é que nem fogo: quando mais abafado, melhor.

Amor e reino, não quer parceiro.

Amor e reino não querem parceiro.

Amor é sede depois de se ter bebido.

Amor e senhoria, não quer companhia.

Amor e senhoria não querem companhia.

Amor e senhoria não suportam companhia.

Amor é tempo perdido, se não é correspondido.

Amor e tosse a seu dono descobrem.

Amor e tosse não dá para esconder.

Amor é vento: vai um, vem um cento.

Amor facilmente se perde e dificilmente se adquire.

Amor faz muito; dinheiro faz tudo.

Amor faz muito; dinheiro, tudo.

Amor faz muito, mas dinheiro faz tudo.

Amor faz os bons reis, não medo.

Amor, fogo e tosse a seu dono descobrem.

Amor, fumo e tosse, a seu dono descobre.

Amor louco: eu por ti, e tu por outro.

Amor mostra mil vias de enganar.

Amor muito, que depressa esfria.

Amor muito quente depressa esfria.

Amor não se compra nem se vende.

Amor não tem lei.

Amor no peito é espora à ilharga.

Amor novo trata-se a ovos batidos.

Amor, o primeiro.

Amor palreiro sempre é cobarde.

Amor pede, amizade dá.

Amor primeiro não tem companheiro.

Amor que nasce de súbito, mais tempo leva a curar.

Amor que volta é doçura; amor que parte é saudade.

Amor querido, amor batido.

Amor repartido não tem conseqüências de perigo.

Amor sem beijo é como macarrão sem queijo.

Amor sem dinheiro não é bom companheiro.

Amor sem vintém não governa ninguém.

Amor, só de mãe.

Amor vem quando a gente não espera.

Amor verdadeiro nada teme.

Amor verdadeiro não envelhece.

Amor verdadeiro não sofre coisa encoberta.

Amores arrufados, amores dobrados.

Amores da mocidade prometem mel e dão fel.

Amores de freira, flores de amendoeira, cedo vêm e pouco duram.

Amores e doces com pão são bons.

Amores e dores com pão são bons.

Amores velhos nunca se esquecem.

Amos o dão, servos o choram.

Anda a cabra de roça em roça, como o bocejo de boca em boca.

Anda a raposa aos grilos.

Anda ao gosto do chefe, para seres do seu agrado.

Anda calçado, à custa do senado.

Anda como dromedário.

Anda de teu amo ao sabor, se queres ser bom servidor.

Anda direito, e deixa ladrar.

Anda direito, se queres respeito.

Anda e anda, e nunca transpõe.

Anda em capa de letrado muito asno disfarçado.

Anda jeito de teu senhor, se queres ser servidor.

Anda-lhe o pé; fia-lhe o dedo.

Anda mão e enfia dedo.

Anda meio mundo a enganar o outro.

Anda meio mundo a enganar outro meio.

Anda o carro adiante dos bois.

Anda o demo às avessas e o carro adiante dos bois.

Anda o homem a trote por ganhar capote.

Anda o mundo às avessas.

Anda o saco atrás do atilho.

Anda o vinho com o azeite.

Anda quente, come pouco, bebe assaz e viverás.

Anda quente, viverás longamente.

Andam as lingüiças atrás dos cães.

Andam juntas em Deus a justiça e a misericórdia.

Andando de dois, encurta caminho.

Andando de dois, se encurta caminho.

Andando ganha a azenha, e não estando queda.

Andando ganha a azenha, que não estando parada.

Andar à caça com furão morto.

Andar a pago não pago não é obra de fidalgo.

Andar a pão emprestado, fome põe.

Andar às moscas.

Andar, andar, corpo a enterrar.

Andar, andar, e ir morrer à beira.

Andar com a pulga atrás da orelha.

Andar com furão morto à caça.

Andar com o tempo.

Andar como a abelha, de flor em flor.

Andar como gato por brasas.

Andar como sapo por alqueive.

Andar confiado, como quem não teme nem deve.

Andar de mal a pior.

Andar de torto em través.

Andar e andar, ir morrer à beira.

Andar em palpos de aranha.

Andar em roda viva.

Andar na corda bamba.

Andar na égua e perguntar por ela.

Andar no cavalo dos frades. (= Andar a pé)

Andar no mundo por ver andar os mais.

Andar o carro adiante dos bois.

Andar o mundo às avessas.

Andar para não inchar.

Andar para trás como caranguejo.

Andar para ver e para saber.

Andar pelo pé do gato.

Andar por onde anda a raposa.

Andar sempre com os cinco sentidos na palma da mão.

Andar sobre brasas.

Andar, ventura até a sepultura.

Andava na égua e perguntava por ela.

Ande eu farto e quente, e ria-se a gente.

Ande eu quente, e ria-se a gente.

Ande eu quente, ria-se a gente.

Andem as mãos, que pintam as uvas.

Ando todo arranhado, mas não largo minha gata.

Andorinha que sai com morcego, dorme de cabeça para baixo.

Anel de ouro em focinho de porco.

Anel de ouro não é para focinho de porco.

Angado pouco, a sábio redondo.

Angu de um dia não engorda cachorro.

Animal que urina para trás, bota o dono para frente.

Ânimo confuso não toma pé em gosto.

Ânimo livre não tem o corpo sujeito.

Ânimo nobre é testemunha de si mesmo.

Ânimo vence a guerra, e não arma boa.

Ânimo vence a guerra, e não armas de boa têmpera.

Ano bom de pão e vinho.

Ano novo, vida nova.

Antão era anão, curto de perna e mente.

Antão era pastor e guardava gado.

Antão era pastor: guardava ovelhas e tinha um cão sem orelhas.

Ante el-rei cala, ou em coisas aceites fala.

Antes a criança chorando que a mãe suspirando.

Antes a criança chore que a mãe suspire.

Antes a feia de barriga cheia, que a bonita que de fome grita.

Antes a lã se perca que a ovelha.

Antes a minha face amarela de fome que vermelha de vergonha.

Antes a morte que a desonra.

Antes a morte que tal sorte.

Antes a ruim estrada que o ruim companheiro.

Antes almoçar e jantar que dormir sem cear.

Antes anoitecer sem ceia, que acordar com dívidas.

Antes aqui que na farmácia.

Antes asno que me leve, que cavalo que me deixe.

Antes asno que me leve, que cavalo que me desmonte.

Antes asno ser, que com asno contender.

Antes assim que amortalhado.

Antes barba branca para tua filha que moço de barba partida.

Antes boas palavras sem sentenças que sentenças sem boas palavras.

Antes bom burro que ruim cavalo.

Antes bom rei que boa lei.

Antes bom vagar que ruim pressa.

Antes boneca em mão de velho do que peteca em mão de moço.

Antes burro que me leve que cavalo que me derribe.

Antes burro que me leve que cavalo que me derrube.

Antes burro vivo que letrado morto.

Antes burro vivo que sábio morto.

Antes cabeça de gato que rabo de leão.

Antes calar que com doidos altercar.

Antes calar que mal falar.

Antes camonja que cega de todo.

Antes casada arrependida que freira aborrecida.

Antes casar que arder.

Antes causar inveja que dó.

Antes cautela que arrependimento.

Antes cegues que mal vejas.

Antes chapeladas que facadas.

Antes chorar num Mercedes que sorrir num ponto de ônibus.

Antes coelho magro no mato, que gordo no prato.

Antes com bons a furtar, que com maus a orar.

Antes com os bons a furtar, que com os maus a orar.

Antes comprar que rogar.

Antes contente do que rico.

Antes coxo que perneta.

Antes da Páscoa vêm os Ramos.

Antes da sopa, molha-se a boca.

Antes dar a inimigos que pedir a amigos.

Antes dar a maus que pedir a bons.

Antes dar a ruins que pedir a bons.

Antes dar aos maus que pedir aos bons.

Antes dar tudo que tenho que dizer tudo que sei.

Antes dar um olho ao diabo que uma mão ao amor.

Antes das festas fazem-se as vésperas.

Antes de apontar os defeitos dos outros, conta os teus.

Antes de casar, arranja casa para morar, terras que lavrar e vinhas que podar.

Antes de casar, passa.

Antes de casar, sara.

Antes de consultar a fantasia, consulta a tua bolsa.

Antes de dar o remédio, toma-se o pulso.

Antes de dar o remédio, tomar o pulso.

Antes de entrar, pensa na saída.

Antes de entrar, pensar na saída.

Antes de escarnecer do coxo, vê bem se andas direito.

Antes de falar, conta até dez.

Antes de falar de mim, pensa no teu passado.

Antes de falar, põe-te um pouco a pensar.

Antes de feito, conselho, e depois, esforço.

Antes de governar os outros, aprende a governar-te.

Antes de ir para a guerra, reza uma vez; antes de embarcar, reza duas vezes, e antes de casar, reza três.

Antes de mais que de menos.

Antes de matar a onça, não lhe vendas a pele.

Antes de matar a onça, não se faz negócio com o couro.

Antes de matar a onça, não se vende o couro.

Antes de mil anos todos seremos brancos.

Antes de matar a onça, não se faz negócio com o couro.

Antes de morder, vê com atenção se é pedra ou pão.

Antes de se matar a onça, não se faz negócio com o couro.

Antes de tomar a sopa, assopra.

Antes deitar sem ceia que acordar com dívidas.

Antes deixar a ladrão que pedir a santo.

Antes deixar a maus que pedir a bons.

Antes deixar ao diabo que pedir a Deus.

Antes dentes que parentes.

Antes descoser que romper.

Antes desejado que aborrecido.

Antes dinheiro de cobre que luxo de pobre.

Antes dívida nova que pecado velho.

Antes do morro tem morro.

Antes dobrar que quebrar.

Antes dormir sem ceia que acordar com dívidas.

Antes embebedar que constipar.

Antes errado que mal emendado.

Antes errar com muitos que acertar com poucos.

Antes errar obedecendo que acertar sendo desobediente.

Antes escorregar do pé que da língua.

Antes eu minta que as novidades.

Antes excomunhão de vigário, que bênção de pé de burro.

Antes fanhoso que sem nariz.

Antes fato safado que enodoado.

Antes filha mal casada que bem amancebada.

Antes filha feia que por demais janeleira.

Antes filho de pobre que escravo de rico.

Antes focinho que sem nariz.

Antes forno por vizinho que escudeiro mesquinho.

Antes fuga a tempo que espera.

Antes fuga pronta que má espera.

Antes hoje que amanhã.

Antes homem sem dinheiro que dinheiro sem homem.

Antes inveja que piedade.

Antes invejado que coitado.

Antes invejado que lastimado.

Antes lamber do que cuspir.

Antes lavrador que Nero.

Antes lazarento escondido no mato que gordo e nédio no papo do gato.

Antes lebre que leão.

Antes levar por engano que deixar por esquecimento.

Antes má estrada que mau companheiro.

Antes magro no mato que gordo no papo do gato.

Antes mar por vizinho que escudeiro mesquinho.

Antes marido feio e laborioso, que bonito e preguiçoso.

Antes marido velho e rico que moço com dois ceitis.

Antes merecer e não ter que ter e não merecer.

Antes minha face com fome amarela do que vergonha nela.

Antes minha face de fome amarela do que com labéu ou vergonha nela.

Antes moreira que amendoeira.

Antes morrer arruinado que viver esfaimado.

Antes morrer honrado que viver desavergonhado.

Antes morte honrada que vida abatida.

Antes morte que má sorte.

Antes morte que vergonha.

Antes morto por ladrão que por coice de asno.

Antes muitos poucos que poucos muitos.

Antes mulher de outro que coice de potro.

Antes na estrada em carro velho do que no mar em navio novo.

Antes nada fazer do que fazer nadas.

Antes não começar que não acabar.

Antes não ser contente que arrependido.

Antes o mar por vizinho do que cavaleiro mesquinho.

Antes o necessário que o útil.

Antes o queria perder que achar.

Antes para nós um baguinho que dois figos para o vizinho.

Antes pardal na mão que perdiz a voar.

Antes pecar que abrasar.

Antes pecar que arder.

Antes perder a lã que a ovelha.

Antes perder a lã que o carneiro.

Antes perder a vida que a esperança.

Antes perder um amigo que uma boa piada.

Antes perder um bom dito que um amigo.

Antes perderei a soldada que tantos mandados faça.

Antes pobre esfarrapado que rico desonrado.

Antes pobre, mas honrado, do que rico, mas ladrão.

Antes pobre honrado que rico injuriado.

Antes pobre honrado que rico ladrão.

Antes pobre sossegado que rico atrapalhado.

Antes pobreza honrada que riqueza roubada.

Antes podrido que mal comido.

Antes pouco que nada.

Antes prevenir que remediar.

Antes que cases, cata o que fazes, que não é nó que desates.

Antes que cases, olha o que fazes.

Antes que cases, olha o que fazes, não te arrases.

Antes que cases, olha o que fazes, que não é nó que desates.

Antes que cases, vê o que fazes.

Antes que cases, vê o que fazes, porque não é nó que desates.

Antes que conheças, não louves nem ofendas.

Antes que conheças, nem louves, nem desprezes.

Antes que conheças, nem louves, nem ofendas.

Antes que entres, pensa na saída.

Antes que escarneças do coxo, vê bem se marchas direito.

Antes que fales, pensa o que fazes.

Antes que fales, vê o que dizes.

Antes que o mal cresça, corta-lhe a cabeça.

Antes que o mal cresça, corta-se a cabeça.

Antes que o mal cresça, corta-se-lhe a cabeça.

Antes que o mal cresça, corte-se-lhe a cabeça.

Antes que proves, não louves, nem reproves.

Antes que vás à igreja, caga e mija.

Antes quebrar que dobrar.

Antes quebrar que torcer.

Antes queria comprar que rogar.

Antes querido que aborrecido.

Antes quero asno que me leve e não cavalo fulão.

Antes quero asno que me leve que cavalo que me atire ao chão.

Antes quero asno que me leve que cavalo que me derrube.

Antes quero pão enxuto que tal conduto.

Antes quero rascão folgado.

Antes quero trabalhar que chorar.

Antes quero velho que me honre que moço que me assombre.

Antes resvalo de pé que de língua.

Antes roto que esfarrapado.

Antes roto que nu.

Antes se adora o sol nascente que o poente.

Antes se dê a Deus o que o diabo tem de levar.

Antes se perca a lã que a ovelha.

Antes sem ceia do que sem candeia.

Antes ser aguilhão do que boi.

Antes ser amado que temido.

Antes ser bom que parecer.

Antes ser boneca em mão de velho do que peteca em mão de moço.

Antes ser e não parecer que parecer e não ser.

Antes ser ferrão que boi.

Antes ser filho de pobre que escravo de rico.

Antes ser invejado que lamentado.

Antes ser invejado que lastimado.

Antes ser martelo que bigorna.

Antes ser que parecer.

Antes ser repreendido de quem quer bem, que ser louvado do adulador.

Antes só do que mal acompanhado.

Antes sobrar que faltar.

Antes sofrer o mal que fazê-lo.

Antes sofrer o mal que praticá-lo.

Antes sofrer que morrer.

Antes, sonhava; hoje, não durmo.

Antes tarde do que nunca.

Antes torcer que quebrar.

Antes torto que cego de todo.

Antes um ignorante que um mau.

Antes um inimigo sábio que um amigo tolo.

Antes um ovo com paz que um boi com guerra.

Antes um pardal na mão que uma perdiz a voar.

Antes um pássaro na mão que vois a voar.

Antes um pobre alegre que um rico apaixonado.

Antes um redondo "não" que um "talvez".

Antes um redondo "não" que um "veremos".

Antes um “toma” que dois “te darei”.

Antes um tomar que dois te dar.

Antes uma vez no céu que dez à porta dele.

Antes velha com dinheiro do que moça sem ceitil.

Antes velha com dinheiro que moça com cabelo.

Antes velho ajuizado que moço desatinado.

Antes velho com dinheiro que moço sem ceitil.

Antes viver como filho de pobres que como escravo de rico.

Antes viver pobre que morrer rico.

Antes vivo que amortalhado.

Antigamente o dono do cavalo andava na sela, hoje puxa pelo cabresto.

Antiguidade é posto.

Antiguidade é posto, e posto é galão.

Anzol sem isca, peixe não belisca.

Ao afortunado, até os galos lhe põem ovos.

Ao agradecido, com todo o bem é crido.

Ao agradecido, mais do pedido.

Ao alcaide e à donzela ninguém diga "se eu quisera".

Ao amigo, ama-o com o seu vício.

Ao amigo, com seu vício.

Ao amigo e ao cavalo, não apertá-lo.

Ao amigo e ao cavalo, não cansá-lo.

Ao amigo generoso, nada lhe faz injúria.

Ao amigo molestar, nem a rir nem a brincar.

Ao amigo o segredo diz, ter-te-á preso pelo nariz.

Ao amigo que não é certo, com um olho fechado e o outro aberto.

Ao amigo que pede não se diz "amanhã".

Ao amor, fogo e tosse, mal faz quem não lhe acode.

Ao arrendar, cantar; ao pagar, chorar.

Ao avarento falta o que não tem e falta o que tem.

Ao avarento, tanto lhe falta o que tem, como o que não tem.

Ao baixel sem esperança, Deus depara o porto.

Ao bebedor não falta vinho, nem à fiandeira, linho.

Ao bem, buscá-lo, e ao mal, esperá-lo.

Ao bem, buscá-lo, e ao mal, estorvá-lo.

Ao bem, busca-o, e ao mal, espera-o.

Ao bem calar chamam santo.

Ao bobo, muda-lhe o jogo.

Ao boi, pelo corno; ao homem, pela palavra.

Ao boi que remói, nada lhe dói.

Ao bom amigo, com teu pão e com teu vinho.

Ao bom amigo, com teu pão e teu vinho.

Ao bom calar chamam santo.

Ao bom cavalo, espora; ao bom escravo, açoite.

Ao bom comer ou mau comer, três vezes beber.

Ao bom darás, e do mau te afastarás.

Ao bom dia, abre-lhe a porta, e ao mau te aparelha.

Ao bom entendedor meia palavra basta.

Ao bom pagador não dói o penhor.

Ao bom pano, na arca lhe sai o amo.

Ao bom tudo darás, e do mau te afastarás.

Ao bom varão, terras alheias pátria são.

Ao bom varão, terras alheias sua pátria são.

Ao cabo de cem anos, os reis são vilões, e ao cabo de cento e dez, são os vilões reis.

Ao cabo de cem anos todos seremos calvos.

Ao cabo de um ano, tem o criado as manhas do amo.

Ao cão e ao palreiro, deixa-os no sendeiro.

Ao casamento segue-se o arrependimento.

Ao cego, muda-lhe o fito.

Ao cego não dão cuidado os espelhos.

Ao coelho ido, conselho vindo.

Ao comprar, te arremanga.

Ao confessor e ao letrado confessa o teu pecado.

Ao confessor e ao letrado, não o tenhas enganado.

Ao correr da pena.

Ao delicado, pouco mal o tem atado.

Ao derradeiro morde o cão.

Ao desditoso, pouco lhe vale ser esforçado.

Ao diabo e à mulher nunca falta que fazer.

Ao doente forte a água é medicina.

Ao doente que é de vida, a água lhe é medicina.

Ao doido e ao touro, dá-lhe curro.

Ao erguermos a vista, não vemos fronteiras.

Ao espantado sua sombra lhe basta.

Ao falar no mau, aparelhar o pau.

Ao faminto dá alimento, e Deus te dará sustento.

Ao feito, remédio; ao por fazer, conselho.

Ao ferreiro da maldição, se tem ferro, falta-lhe carvão.

Ao filho do vizinho, limpa-lhe o monco e mete-o em casa.

Ao fim se canta a glória.

Ao frigir dos ovos o verás.

Ao frigir dos ovos se verá.

Ao frigir o veremos.

Ao gastador nunca falta que gastar, nem ao jogador, que jogar.

Ao gato, por ladrão, não lhe dês de mão.

Ao gato, por ladrão, não o tires de tua mansão.

Ao gato, por ser ladrão, não o tires de tua mansão.

Ao gosto danado o doce é amargo.

Ao grande que te é sobranceiro, não emprestes o teu dinheiro.

Ao homem amado, a fortuna lhe dá a mão.

Ao homem aplicado, todos lhe dão a mão.

Ao homem comedor, nem coisa delicada, nem apetite no sabor.

Ao homem de esforço, a fortuna lhe dá a mão.

Ao homem de esforço, a fortuna lhe põe o ombro.

Ao homem farto, as cerejas lhe amargam.

Ao homem feliz, nasce-lhe a filha primeiro.

Ao homem maior, dá-lhe a honra.

Ao homem medroso, tudo o estremece.

Ao homem mesquinho, basta-lhe o burrinho.

Ao homem mesquinho, basta-lhe um burrinho.

Ao homem ousado, a fortuna estende a mão.

Ao homem ousado, a fortuna lhe dá a mão.

Ao homem ousado, a fortuna lhe põe a mão.

Ao homem ousado, a fortuna lhe põe o ombro.

Ao homem pobre, caldeirão de cobre.

Ao homem pobre, pano fino, cântaro de cobre.

Ao homem preguiçoso, a fortuna se lhe esconde.

Ao homem rico, a fama lhe casa os filhos.

Ao ignorante sempre aborrece o sabedor.

Ao inimigo que foge, ponte de prata.

Ao inimigo que te vira a espalda, ponte de prata.

Ao invejoso, emagrece-lhe o rosto e incha-lhe o olho.

Ao lavrador descuidado, os ratos lhe comem o semeado.

Ao lavrador preguiçoso levam os ratos o precioso.

Ao lavrador preguiçoso, os ratos lhe comem o precioso.

Ao lobo, muda-lhe o jogo.

Ao madeiro sai a acha, pois de tal acha, tal racha.

Ao manhoso não descubras teu peito.

Ao marido, prudência; à mulher, paciência.

Ao marido, serve-o como amigo, e guarda-te dele como inimigo.

Ao mau bácoro, boa lande.

Ao mau caminho, dar-lhe pressa.

Ao mau costume, corta-lhe a perna.

Ao mau costume, quebra-lhe a perna.

Ao mau pagador, em farelos.

Ao mau todos perseguem.

Ao mau vento, volta-lhe o capelo.

Ao médico, ao advogado e ao abade, falar a verdade.

Ao médico, ao advogado e ao padre, falar a verdade.

Ao médico, ao letrado e ao abade, falar a verdade.

Ao médico, ao letrado e ao abade, falar verdade.

Ao médico e ao abade fale-se sempre a verdade.

Ao médico, confessor e ao letrado, não os tenhas enganados.

Ao médico, confessor e letrado, não o tenhas enganado.

Ao medo sobejam olhos.

Ao meio-dia, ou carrega, ou alivia.

Ao melhor amigo, o melhor tiro.

Ao melhor galgo escapa a lebre.

Ao melhor letrado cai a pena.

Ao menino e ao borracho mete Deus a mão por baixo.

Ao menino e ao borracho põe Jesus a mão por baixo.

Ao menino e ao borracho, põe-lhes Deus a mão por baixo.

Ao menos, entendo que entendo.

Ao mentiroso convém ter boa memória.

Ao mentiroso não se guarda verdade.

Ao mentiroso não vale verdade falar.

Ao mestre, a reverência, e aproveita sua experiência.

Ao meu inimigo livre Deus de pleitos, e a mim, dele e deles.

Ao moço e ao galo, um ano.

Ao moço mal mandado, pôr-lhe a mesa e mandá-lo ao recado.

Ao moinho e à esposa sempre falta alguma coisa.

Ao moinho vai a água.

Ao nascermos, começamos a morrer.

Ao olho doente até a luz incomoda.

Ao pé da letra.

Ao pé da silveira padece a videira.

Ao pé de tomateiros não há maus cozinheiros.

Ao pé do feto não busques tâmaras.

Ao pecado velho, penitência nova.

Ao peixe fresco, gasta-o cedo, e havendo tua filha crescido, dá-lhe marido.

Ao pequeno passarinho, pequeno ninho.

Ao perdido, perder-lhe o sentido.

Ao perigo atento, e ao remédio a tempo.

Ao perigo, com tento, e ao remédio, com tempo.

Ao pobre até os cães latem.

Ao pobre, até os cães lhe mijam nas botas.

Ao pobre, até os cães lhe mijam nas pernas.

Ao pobre e ao nogal todos fazem mal.

Ao pobre é proveitoso acompanhar com o poderoso.

Ao pobre falta muito; ao avarento, tudo.

Ao pobre não é proveitoso acompanhar o poderoso.

Ao pobre não prometas, e ao rico não faltes.

Ao pobre o ouro se transforma em cobre.

Ao porco e ao genro, mostra-lhe a casa, e virá cedo.

Ao primeiro canto do galo fugiu a mulher do Gonçalo.

Ao que comer demais, abre-lhe o garfo a cova.

Ao que erra, perdoa-lhe uma vez, mas não três.

Ao que está feito, remédio; ao por fazer, conselho.

Ao que faz mal, nunca lhe faltam achaques.

Ao que faz mal, nunca lhe faltarão achaques.

Ao que mal vive, o medo o persegue.

Ao que muitos burros toca, sempre algum lhe fica atrás.

Ao que não é leal no pouco não confies o muito.

Ao que vai à adega, por vez se lhe conta, beba ou não beba.

Ao quinto dia verás que mês terás.

Ao rei pertence usar de franqueza, pois tem por certo não cair em pobreza.

Ao revés a vestir, ande-se assim.

Ao rico, crescem-lhe os bois.

Ao rico mil amigos se deparam; ao pobre, seus irmãos o desamparam.

Ao rico não devas, e ao pobre não prometas.

Ao rico, sobejam-lhe os amigos.

Ao ruim falta pousada, quer fora, quer em casa.

Ao ruim, não há mal que lhe chegue.

Ao ruim não há ruim e meio.

Ao ruim, quanto mais lhe rogam, mais se estende.

Ao ruim, ruim e meio.

Ao sábado à noite, Maria dá cá a roca.

Ao servo mais vale obedecer ao senhor que dar-lhe conselho.

Ao servo mau convém punição e ao bom, bom galardão.

Ao terceiro dia, maior dor na ferida.

Ao teu amigo, se te guarda puridade, dize-lhe a verdade.

Ao teu criado não fartes de pão, não pedirá queijo.

Ao trabalho, a riqueza; a miséria à preguiça.

Ao velho, muda-lhe o ar, vê-lo-ás acabar.

Ao velho recém-casado, rezar-lhe por finado.

Ao vencedor, as batatas.

Ao verão, taverneira; ao inverno, padeira.

Ao vilão dá-se-lhe um pé, e toma-nos a mão.

Ao vilão dá-se o pé, ele quer a mão.

Ao vilão, dão-lhe o pé e toma a mão.

Ao vilão, se deres o pé, tomar-te-á a mão.

Ao vivo tudo falta, e ao morto tudo sobra.

Aonde a galinha tem os olhos, tem os ovos.

Aonde a galinha tem os ovos, lá se lhe vão os olhos.

Aonde a razão não se ouve, doido é quem não se cala.

Aonde a vaca vai, o boi vai atrás.

Aonde alhos há, vinho haverá.

Aonde as dão, aí se fazem.

Aonde as dão, aí se pagam.

Aonde está o galo, não canta a galinha.

Aonde está o papa, aí é Roma.

Aonde falta o poder, ninguém pode responder.

Aonde força não há, direito se perde.

Aonde fores ter, farás como vires fazer.

Aonde há bom saber, poucas vezes há que repreender.

Aonde há duas vontades, não pode haver união.

Aonde há filhos, nem parentes, nem amigos.

Aonde há vontade, não voga a razão.

Aonde irá o boi que não lavra?

Aonde irá o boi que não lavra, pois que sabe?

Aonde irá o boi que não lavre, pois que sabe?

Aonde irás, Brás, que não te molharás?

Aonde me vai bem, aí tenho pai e mãe.

Aonde não chega o homem, chega o grito.

Aonde não há virtude, não há honra.

Aonde o amo fala, tudo cala.

Aonde o ouro fala, tudo cala.

Aonde perdeste a capa, aí a cata.

Aonde perdeste a capa, daí te guarda.

Aonde quer que vás, como vires fazer, farás.

Aonde se dão estocadas, aí se apanham.

Aonde se fazem, aí se pagam.

Aonde se quebrou o pote, aí procura a rodilha.

Aonde te conhecem, honra te fazem.

Aonde te querem muito, não vás a miúdo.

Aonde vai a inclinação, aí vai a sentença.

Aonde vai o ferro, vai a ferrugem.

Aonde vais mal? Aonde há mais mal.

Aos afortunados até os galos põem ovos.

Aos bobos aparece Santa Maria.

Aos cavalos e às mulheres, é guardá-los de alugueres.

Aos empurrões não há composições.

Aos homens dar a comer, não dar a saber.

Aos lobos aparece Santa Maria.

Aos meninos corrige em pequenos, que depois não há castigo para eles.

Aos mortos e aos ausentes, nem os insultes, nem os atormentes.

Aos mortos, sepultura, e aos vivos, escápula.

Aos mortos, sepultura, e aos vivos, soltura.

Aos olhos da inveja, todo sucesso é crime.

Aos olhos tem a morte, quem no cavalo passa a ponte.

Aos olhos tem a morte quem no corcel passa a ponte.

Aos parvos aparecem os santos.

Aos peixes não se ensina a nadar.

Aos pobres até os cães ladram.

Aos que dormem descansados, dormem os cuidados.

Aos que não sabem, tudo lhes é danoso.

Aos seis assenta, aos sete adenta, ao ano andante, aos dois falante.

Aos quarenta, ou vai ou arrebenta.

Aos trinta anos, quem não é tolo, é médico.

Aos vinte anos, cabeça louca; aos trinta, riqueza pouca.

Aos vinte anos, cabeça oca; aos trinta, riqueza pouca.

Apagar o fogo com azeite.

Apanha a ocasião por um cabelo.

Apanha com cajado, quem se mete onde não é chamado.

Apanha-se mais depressa um mentiroso do que um coxo.

Apanhador de cinza, derramador de farinha.

Apanhar a cinza e derramar a farinha.

Apanhei-te, cavaquinho!

Apartamento, esquecimento.

Apenas a águia pode olhar para o sol.

Apenas nascemos, choramos, e cada dia nos diz o porquê.

Apenas tens de arranhar um homem para encontrar o animal.

Apertar os parafusos.

Aponta para o alto e acertarás no alvo.

Após a pena vem o prazer, e após o prazer vem a pena.

Após a tempestade, a bonança.

Após a tempestade vêm os dias serenos.

Após o prazer vem a pena.

Após o riso, o pranto.

Após o temporal vem a bonança.

Após uma mentira, vem outra ainda maior.

Apregoa vinho e vende vinagre.

Aprende alta e baixa e, como te tangerem, assim dança.

Aprende chorando, e rirás ganhando.

Aprende e saberás.

Aprende e serás mestre.

Aprende na cabeça alheia, antes que os outros venham aprender na tua.

Aprende por alto e irás por diante.

Aprende por arte e irás por diante.

Aprende por arte, irás adiante.

Aprende, pratica e serás mestre.

Aprende-se até morrer.

Aprender à sua custa.

Aprender até morrer.

Aprender em cabeça alheia.

Aprender com o exemplo do vizinho.

Aprendiz de muitos ofícios não chega a mestre em nenhum deles.

Apressado come cru.

Apressado come cru, e atrasado não come.

Aproveita, enquanto o Brás é tesoureiro.

Aproveita, enquanto o cavalo é alheio e o estribo é nosso.

Aproveita, jacaré, que a lagoa há de secar.

Aproveita-te do que diz o velho, e valerá por dois o teu conselho.

Aproveita-te do que diz o velho, e valerá por dois teu voto em conselho.

Aproveita-te do que diz o velho, e valerá por dois o teu conselho.

Aproveita-te, enquanto for tempo.

Aproveitador de farelos, esperdiçador de farinha.

Aproveitar das hóstias, enquanto o Brás é tesoureiro.

Aproveitar os farelos e esperdiçar a farinha.

Aproveitas a outros e a ti esperdiças.

Aquela ave é má, que em seu ninho suja.

Aquela é bem casada, que não tem sogra nem cunhada.

Aquela é boa e honrada, que está viúva sepultada.

Aquela é casta, que não foi rogada.

Aquela há de chorar, que teve bem e veio a mal.

Aquele andará pelas calejas, que não há igual renda com as despesas.

Aquele é da razão alheio, que de sábio despreza o conselho.

Aquele é teu amigo, que te tira do arruído.

Aquele há de chorar, que teve bem e veio a mal.

Aquele louvar devemos cujo pão comemos.

Aquele não faz pouco, que deita seu mal a outro.

Aquele perde renda, que não tem venda.

Aquele que agradasse a todos, morreu antes de nascer.

Aquele que aprende a ler no rosto dos homens, raras vezes se engana.

Aquele que conta dez amigos, não tem um.

Aquele que debaixo da árvore se colhe, arrisca-se a que duas vezes se molhe.

Aquele que despreza a sua vida, é senhor da nossa.

Aquele que despreza o moinho, despreza a farinha.

Aquele que empresta, suas barbas meça.

Aquele que encontra um bom genro, ganha um filho, mas aquele que encontra um mau, perde uma filha.

Aquele que gosta de ser adulado é cúmplice do adulador.

Aquele que lavra a sua terra, terá fartura de pão, mas o que ama a ociosidade, estará cheio de indigência.

Aquele que más manhas há, tarde ou nunca as perderá.

Aquele que muito viveu, sabe menos que o que muito viu.

Aquele que não admira nada, não oferece nada a admirar.

Aquele que não evita o vício, fará dele seu suplício.

Aquele que não tem pão, não sustenta cão.

Aquele que não vê lei, deve estar fora da grei.

Aquele que reina sobre si mesmo, exerce um grande poder, e tem um grande império.

Aquele que se acostuma a contrair dívidas, anda com a mentira à garupa.

Aquele que se aproveita do crime, o comete.

Aquele que traz, é sempre bem-vindo.

Aquele te deu, o outro te dará; mal haja quem do seu não há.

Aquele vai mais são, que anda pelo chão.

Aquele vai mui são, que anda pelo chão.

Aquele que vende a honra, recebe a infâmia.

Aqueles que escrevem como falam, ainda que falem bem, escrevem mal.

Aqueles que sabem muito, admiram pouco; os que sabem pouco, admiram muito.

Aqueles que semeiam em lágrimas, colherão em alegria.

Aqueles são ricos, que têm amigos.

Aquém ou além, veja eu sempre com quem.

Aquentar a água para outro tomar mate.

Aquentar água para o mate dos outros.

Aqui a porca torce o rabo.

Aqui anda mouro na costa.

Aqui assenta bem o rifão.

Aqui é que a porca torce o rabo.

Aqui é que a roda pega.

Aqui é que está o busílis.

Aqui está a chave do fogo.

Aqui está a conta dos ovos.

Aqui está o busílis.

Aqui há dente de coelho.

Aqui há gato.

Aqui há gato escondido.

Aqui há gato escondido com o rabo de fora.

Aqui para nós e para o padre que nos confessa.

Aqui para nós, que ninguém nos ouça.

Aqui se faz, aqui se paga.

Aqui se fia muito fino.

Aqui se pagam elas.

Aqui se rematam as contas.

Aqui se vê o filho do homem.

Aqui torce a porca o rabo.

Aquilo com que se compram os melões.

Aquilo que não se pode dizer, não se deve fazer.

Aquilo que não tens de comer, deixa-o cozer.

Aquilo que sabe bem, ou é pecado, ou faz mal.

Aquilo que se começou, está meio feito.

Aquilo que se vê do homem, não é o homem.

Aquilo que sucedeu, não evitas tu, nem eu.

Ara com os bois, semeia com as vacas.

Aramos, disse a mosca ao boi.

Aranha matutina envenena a sina.

Aranha, quem te arranhou? Outra aranha.

Aranha, quem te arranhou? Outra aranha como eu.

Araruta também tem seu dia de mingau.

Araruta tem seu dia de mingau.

Arca aberta, o justo peca.

Arco-da-velha por água espera.

Arco muito retesado é arco quebrado.

Arco sempre armado, ou frouxo, ou quebrado.

Arde mais a lenha verde que pedras enxutas.

Arde o fogo segundo a lenha do bosque.

Arde o verde pelo seco.

Arde o verde pelo seco, e paga o justo pelo pecador.

Ares que limpam de noite e em mulher de outrem, não há que fiar.

Arganéu de ouro em focinho de porco.

Arma com que te defendes, não a emprestes a teu inimigo.

Arma-te de longe, chega-te de perto, farás tiro certo.

Armas e dinheiro, boas mãos requerem.

Arquivo de pobre é prego na parede.

Arrancai a máscara ao demo.

Arranhado, quem te arranhou? Outro arranhado como eu.

Arranhado, quem te arranhou? Outro arranhador como eu.

Arranhai o russo e descobrireis o cossaco.

Arranjar lenha para se queimar.

Arre cá, orelhudo, diz o asno ao burro.

Arreda, orelhudo, diz o asno ao burro.

Arreganha o dente, quem é valente.

Arreganha-te, castanha, que amanhã é o teu dia.

Arrenda a vinha e o pomar, se os queres desgraçar.

Arrenegai do amante que não ousa tudo.

Arrenegai do homem a quem a experiência não ensina.

Arrenegai do homem de muitos barretes.

Arrenegai do velho que não adivinha.

Arrenego da árvore em que a fruta se colhe a pau.

Arrenego da besta que de inverno quer sesta.

Arrenego da terra onde o juiz leva o escrivão à cadeia.

Arrenego da tijelinha de ouro em que hei de cuspir sangue.

Arrenego de contas com parentes e de dívidas com ausentes.

Arrenego de grilhões, ainda que sejam de ouro.

Arrenego de senhoras que são daqui o tomam e dali o deixam.

Arrenego de tijelinha de ouro em que hei de cuspir sangue.

Arrenego de velho que não adivinha.

Arrenego do amigo que come o meu comigo e o seu consigo.

Arrenego do amigo que come o seu só e o meu comigo.

Arrenego do amigo que encobre o meu perigo.

Arrenego do amigo que me encobre o perigo.

Arrenego do homem de muitos barretes.

Arrenego do homem que a vida não ensina.

Arriar a bandeira.

Arrieiro no tarde chora por arrieiro, nanja por cavaleiro.

Arrieiro perdido, atafais de seda.

Arrieiros somos, na estrada andemos, e algum dia nos encontraremos.

Arrima-te aos bons, serás um deles; chega-te aos maus, far-te-ás pior do que eles.

Arrobas não são quintais, nem as coisas são iguais.

Arrombar a porta aberta.

Arroupa-te, que secas.

Arroupa-te, que suas.

Arroz bem guisado, mas bem repousado.

Arroz para a música, bacalhau para o pregador.

Arrufos de namorados são amores dobrados.

Arrufos de namorados são amores renovados.

Arrufos de namorados são namoros dobrados.

Arruído, arruído, deu a mulher no marido.

Arte de agradar, arte de enganar.

Árvore mudada, árvore matada.

Árvore que dá pilritos, não pode dar coisa boa.

Árvore que não dá fruto, machado nela.

Árvore ruim não dá boa sombra.

Árvore ruim não dá bom fruto.

Árvore velha não é fácil de arrancar.

Árvore velha não se muda.

Árvore velha não se transplanta.

As abstrações matam o sentimento.

As ações dizem mais que as palavras.

As ações são mais sinceras que as palavras.

As águas correm para o mar.

As águas correm todas para o mar.

As águas descem ao mar, e todas as coisas ao seu natural.

As águias não caçam moscas.

As águias não dão pombos.

As águias não produzem pombos.

As aparências enganam.

As aparências iludem.

As armas são volúveis.

As árvores escondem a floresta.

As bebidas fortes fazem os homens fracos.

As belas palavras têm muita força e custam pouco.

As boas ações enriquecem a alma.

As boas contas fazem os bons amigos.

As boas essências estão nos pequenos frascos.

As boas maneiras são a melhor carta de recomendação.

As boas maneiras tudo vencem.

As boas novas, a todo tempo; as más, pela manhã.

As boas palavras custam pouco e valem muito.

As cabeças frias governam as cabeças ardentes.

As cadelas apressadas parem cães tortos.

As cãs afugentam o amor.

As ciências têm raízes amargas, porém os frutos são doces.

As coisas árduas e lustrosas se alcançam com trabalho e fadiga.

As coisas devem chamar-se pelos nomes.

As coisas levam-se por vontade, e não às pancadas.

As coisas não caem do céu.

As coisas não são como são, mas como a gente as vê.

As coisas não são como são, mas como nós vemos.

As coisas não valem senão o que se fazem valer.

As coisas nunca saem do jeito que a gente pensa.

As coisas querem-se com tempo, peso e medida.

As coisas são como são, e não como a gente queria que fossem.

As coisas são como são, e não como o gato as quer.

As coisas são como são, e não como parecem.

As contas fazem-se no fim.

As costas e a barriga não se podem trocar.

As costas são o fiador da boca.

As crianças e os loucos dizem a verdade.

As dádivas aplacam os homens e os deuses.

As damas ao desdém parecem bem.

Às dez, mete na cama os pés.

As dívidas de nossos avós, fizeram-nas estes e pagamo-las nós.

As enfermidades vêm a cavalo e retiram-se a pé.

As estrelas luzem no meio das trevas, mas, aparecendo o sol, desaparecem.

As febres outonais, ou são longas, ou mortais.

As feridas da calúnia fecham-se, mas as cicatrizes restam.

As finanças são a pedra angular do poder dos estados.

As finanças são o pulso de um império.

As flores são o hábito da natureza.

As folosas querem dar nos grous.

As fortunas rápidas são as mais suspeitas e as menos sólidas.

As galinhas põem pelo bico, e às mulheres o leite vai-lhes pela boca.

As galinhas prendem-se pelo bico.

As graças perde, quem se detém no que promete.

As grandes alegrias merecem partilha.

As grandes almas sofrem em silêncio.

As grandes dores são mudas.

As guardas do reino são amor e medo.

As guerras civis podem ser consideradas como suicídios nacionais.

As guerras começam pela ambição dos príncipes e findam pela desgraça dos povos.

As honras são falsos pesos com que os monarcas estipulam o preço corrente dos homens, sem atender ao seu valor intrínseco.

As imaginações exaltadas são contagiosas.

As injúrias são a razão de quem não tem razão.

As injúrias são as razões dos que as não têm.

As lágrimas aliviam.

As lágrimas do herdeiro são um riso disfarçado.

As lágrimas que nos esforçamos de ocultar, são as que mais comovem.

As lágrimas são a muda linguagem da dor.

As lágrimas são o melhor consolo.

As lágrimas são os melhores memoriais das mulheres.

As leis inúteis enfraquecem as leis necessárias.

As leis são as soberanas dos soberanos.

As leis se complicam, quando se multiplicam.

As letras não despontam as lanças.

As madrastas, o diabo que as arraste.

As mais caras essências guardam-se nos menores frascos.

As mais feias que todas, umas e outras fazem as bodas.

As mais feias se querem louvadas.

As mais lindas cabeças raras vezes são das mulheres.

As malícias se entendem com a razão, e as virtudes, com a vontade.

As manhas do cavalo, só as sabe seu dono.

As manhas do cavalo só o dono conhece.

As mãos no pandeiro, e em al o pensamento.

As más notícias chegam depressa.

As más notícias correm.

As más notícias espalham-se rapidamente.

As más notícias são sempre verdadeiras.

As más notícias voam.

As más novas logo soam.

As máximas são como os algarismos que compreendem grandes valores em poucas letras.

As melhores essências estão nos menores frascos.

As migas como as formigas.

Às mil maravilhas.

As moscas apanham-se com mel.

As moscas magras são as mais impertinentes.

As moscas magras são as mais importunas.

As moscas são sempre as mesmas.

As moscas se pegam com mel.

As mulheres, onde estão, sobejam, e onde não estão, faltam.

As mulheres perdidas são as mais procuradas.

As mulheres sempre são melhores para o ano que vem.

As mulheres têm a seu mandar as lágrimas, para chorarem quando e quanto quiserem.

As necessidades unem, as opiniões separam.

As nossas cabeças amadurecem, quando encanecem.

As notícias dianteiras são sempre as mais verdadeiras.

Às nove, deita-te e dorme.

As obras mostram o que cada um é.

As obras mostram quem cada um é.

As ocasiões são difíceis de alcançar e fáceis de perder.

As ofensas se escrevem no bronze; os benefícios, na areia.

As ofensas se escrevem no mármore; os benefícios, na areia.

As paixões impetuosas tornam os homens meninos.

As palavras boas são; as obras serão ou não.

As palavras boas são, assim fora o coração.

As palavras boas são, se assim fosse o coração.

Às palavras loucas fazer as orelhas moucas.

As palavras más corrompem os costumes bons.

As palavras mostram o que cada um é.

As palavras mostram quem cada um é.

As palavras são como as cerejas: atrás duma vêm as outras.

As palavras voam, a escrita fica.

As palavras voam, os escritos ficam.

As palavras voam, os escritos permanecem.

Às pancadinhas se malha o trigo.

As paredes brancas são os papéis dos tolos.

As paredes têm olhos e ouvidos.

As paredes têm ouvidos.

As pequenas economias fazem as grandes fortunas.

As pequenas loucuras são as melhores.

As porcelanas mais resistentes são as que vão ao forno mais vezes.

As pragas dão duas voltas ao redor e metem-se no rogador.

As preciosas essências guardam-se em pequenos vasos.

As preciosas essências guardam-se nos pequenos vasos.

As primeiras experiências são inesquecíveis.

As privações chamam os desejos.

As promessas cativam as mulheres.

As riquezas têm asas; as dívidas têm garras.

Às romarias e às bodas vão as sandias todas.

Às romarias e às bodas vão as loucas todas.

As rosas caem, e os espinhos ficam.

As saudades são filhas do amor e enteadas do engano.

As sedas e os veludos, às vezes, apagam o fogo da cozinha.

As sopas e os amores, os primeiros são os melhores.

As telhas dum telhado encobrem muita miséria.

Às três, vai de vez.

As tripas estejam cheias, que elas levam as pernas.

As tripas estejam cheias, que elas levarão as pernas.

As tripas pelejam na barriga.

As únicas pessoas que não fracassam são as que nunca tentam.

Às vezes até o bom Homero cochila.

Às vezes atrás da cruz está o diabo.

Às vezes corre mais o demo que a lebre.

Às vezes custa mais o salmonejo que o coelho.

Às vezes de pequena bostela se origina grã mazela.

Às vezes é melhor deixar correr o marfim.

Às vezes muito ameaça quem de medroso não passa.

Às vezes na pior terra nascem os mais belos lírios.

Às vezes são precisas muitas mentiras para sustentar uma.

Às vezes vem o bem de quem menos se espera.

Às vezes vem o bem donde esperança não se tem.

Às vezes vem o remédio de quem menos se espera.

Às vezes vem o remédio de quem não se espera.

As viagens fazem o sábio mais sábio e o tolo mais tolo.

Às vontades corrompidas é nojosa a razão.

Asinha é dito o que é bem dito.

Asna velha, cinta amarela.

Asneira puxa asneira.

Asno chapado crescerá sem ser regado.

Asno com ouro tudo alcança.

Asno como frade Bernardo.

Asno como um morgado.

Asno contente vive eternamente.

Asno contente vive longamente.

Asno da Arcádia, cheio de ouro e come palha.

Asno de muitos, lobos o comem.

Asno desovado de longe aventa as pegas.

Asno é quem asno tem, mas mais o é quem não o tem.

Asno mau junto de casa corre sem pau.

Asno mau perto de casa corre sem pau.

Asno morto, cevada ao rabo.

Asno não conhece música.

Asno para o pó, o rocim para o lodo, e o macho para tudo.

Asno por lama, o demo o tanja, e pelo pó, o demo haja dele dó.

Asno que a Roma vá, asno vem de lá.

Asno que a Roma vá, asno volta de lá.

Asno que a Roma vá, de lá asno voltará.

Asno que entra em despensa alheia, levará pau em vez de aveia.

Asno que entra em devesa alheia, sairá carregado de lenha.

Asno que tem fome, a manjedoura come.

Asno que tem fome, cardos come.

Asno seja quem asno vozeia.

Asno tonto, arrieiro louco.

Assa-se o pão enquanto o forno está quente.

Assar e comer.

Assaz caro compra quem roga.

Assaz é de pouco saber quem se mata pelo que não pode haver.

Assaz é pobre e delgado quem conta o seu gado.

Assaz és rico de bens, se te bastam os que tens.

Assaz escasso é quem de palavras tem dó.

Assaz pede quem bem serve.

Assaz tem quem se contenta com o que tem.

Assenta-te na pedra e, assim que me vires, espera.

Assim anda o demo às avessas, e o carro diante dos bois.

Assim como cada qual é, assim ensina.

Assim como cantares, assim eu dançarei.

Assim como dá pão, pode dar pau.

Assim como fizeres, assim acharás.

Assim como fizeres, de outrem o esperes.

Assim como o abade cantar, deve o acólito acompanhar.

Assim como o fogo prova o ouro, assim a desgraça prova os homens fortes.

Assim como o ouro se prova na pedra de toque, assim o homem se prova no toque do ouro.

Assim como sai, sai.

Assim como se toca, assim se dança.

Assim como tocam, assim dançamos.

Assim como vem, vai.

Assim como virmos, assim faremos.

Assim como virmos, faremos.

Assim como vive o rei, vivem os vassalos.

Assim é o marido amarelado como casa sem telhado.

Assim fedemos; que fará, se peixe vendermos.

Assim medre meu sogro, como cão atrás do fogo.

Assim se cria o horto como o porco.

Assim se faz do escudeiro rapaz.

Assim tal barba, tal toalha.

Assoviar e chupar cana.

Ata o burro onde te manda o dono.

Atar e pôr ao fumeiro, como o chouriço da preta.

Até a consumação dos séculos.

Até a coruja acha os filhos bonitos.

Até a formiga quer companhia.

Até a morte, pé forte.

Até a ressurreição dos capuchos.

Até aí morreu o Neves.

Até aí morreu o Neves, afogado em cuspe.

Até aí morreu o Neves, enforcado num pé de couve.

Até aí, santo Agostinho.

Até ao dar da mão há arrependão.

Até ao lavar dos cestos é vindima.

Até aos quarenta bem eu passo; dos quarenta em diante, ai a minha perna, ai o meu braço.

Até aos vinte, evita a mulher; depois dos quarenta, foge dela.

Até as pedras se encontram.

Até as pedras se encontram, quanto mais as criaturas.

Até as rãs mordiam, se tivessem dentes.

Até com a desgraça a gente se acostuma.

Até esperar, não é tarde.

Até marimbondo tem casa.

Até morrer, fazer bem e deixar dizer.

Até nas flores se encontra a diferença da sorte: umas enfeitam a vida, outras enfeitam a morte.

Até o asno não tropeça duas vezes na mesma pedra.

Até o cabelo sutil faz sua sombra.

Até o dia do juízo.

Até o diabo, quando era moço, era bonito.

Até os cisnes se tisnam.

Até os gatos querem fazer sapatos.

Até os quarenta bem eu passo, dos quarenta em diante, ai minha perna, ai meu braço.

Até os sábios se enganam.

Até os vinte evita a mulher, depois dos quarenta foge dela.

Até prometer, sê escasso.

Até que a morte nos separe.

Até que acabe, ninguém se gabe.

Até que se acabe, ninguém se gabe.

Até um cabelo faz sombra.

Até um cego vê isso.

Até ver, não é tarde.

Atenta bem o que fazes, não te fies em rapazes.

Atira o barro à parede até que ele pegue.

Atira pão para trás de ti, que adiante o encontrarás.

Atirar a pedra e esconder a mão.

Atirar com o hábito às ervas.

Atirar pedras no próprio telhado.

Atirar poeira nos olhos de alguém.

Atirou no que viu e acertou no que não viu.

Atirou no que viu e matou o que não viu.

Atordoados chamam urubu de meu louro.

Atos falam mais alto do que palavras.

Atos falam mais que palavras.

Atos, não palavras.

Atrás da cruz está o diabo.

Atrás da cruz se esconde o diabo.

Atrás de apedrejado, correm as pedras.

Atrás de apedrejado, pedras chovem.

Atrás de mentira, mentira vem.

Atrás de mim virá quem bom me fará.

Atrás de mim virá quem de mim bom fará.

Atrás de morro, tem morro.

Atrás de queda, coice.

Atrás de quem corre, não falta valente.

Atrás de quem pediu, nunca ninguém correu.

Atrás de tempo, tempo vem.

Atrás de trabalho, vem dinheiro com descanso.

Atrás de um dia, vem outro.

Atrás de um grande homem, há sempre uma grande mulher.

Atrás de um ônibus, vem outro.

Atrás de uma bola, vem sempre uma criança.

Atrás de uma falta, vem outra.

Atrás do apedrejado, correm as pedras.

Atrás do apedrejado, pedras chovem.

Atrás do consentimento, anda perto o arrependimento.

Atrás do cururu peado todo bicho é corredor.

Atrás do mel correm as abelhas.

Atrás do pobre anda um bicho.

Atrás do pobre anda um bicho, e esse bicho é o cão.

Atrás do pobre anda um bicho, e esse bicho é o diabo.

Atrás dos apedrejados correm as pedras.

Atrás dos grandes ganhadores vêm os grandes gastadores.

Atrás duma montanha está outra.

Atravessa o rio, antes de injuriar o crocodilo.

Atravessa o rio, antes de xingar o crocodilo.

Atravessa-se o rio onde é mais raso.

Atravessar o rio de pepino na mão.

Audácia ter é um passo para vencer.

Audaz, mas cauto.

Ausência aparta amor.

Ausência de notícias, boas notícias.

Ausências são atrevidas.

Avacha a ti, avacha a ti, não fica nada para mim.

Avarento e porco, só depois de morto.

Avarento rico nem tem parente, nem amigo.

Avareza é madrasta de si mesma.

Avaro de fazenda, pródigo de honra.

Ave de casa mais come do que vale.

Ave escarmentada o laço receia.

Aves da mesma pena andam juntas.

Aves de rapina escolhem sempre o melhor.

Aves de rapina não querem companhia.

Avezou a velha os bredos, souberam-lhe bem, lambeu os dedos.

Avezou-se a abelha ao mel, comer-se quer.

Avezou-se a velha ao mel, comer-se quer.

Avicena e Galeno trazem a minha casa o alheio.

Avicena e Galeno trazem a minha casa o bem alheio.

Avô rico, pai remediado, filho pobre.

Axa foi ao banho, teve que contar ano.

Axa não tem que comer, convida hóspedes.

Azado é o pão para quem o há de comer.

Azado é o pau para a colher.

Azáfama, padeiras, que minha mãe quer um pão.

Azar é palavra que não existe no meu dicionário.

Azar no jogo, sorte no amor.

Azarado que nem urubu sem carniça.

Azeite, dai-mo à ceia, e tirai-mo à candeia.

Azeite de riba, mel do fundo, vinho do meio.

Azeite de oliva todo o mal tira.

Azeite, vinho e amigo, melhor é o mais antigo.

Azeite, vinho e amigo, o mais antigo.

Azeite, vinho e amigo, prefere o mais antigo.

Azeitona e fortuna, muita ou nenhuma.

Azêmola de pipa, e quarto só.

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