DICIONÁRIO DE EXPRESSÕES E FRASES LATINAS

Compilado por HENERIK KOCHER

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F7: 1201-1356

1201. Fruges quoque maturitatem stato tempore exspectant. [Quinto Cúrcio, Historiae 6.3] Os frutos da terra também esperam um tempo fixo para amadurarem.

1202. Fruimur pro iucunditate. [S.Agostinho, Sermones 177.8] Gozamos das coisas pelo prazer. VIDE: Utimur enim pro necessitate, fruimur pro iucunditate.

1203. Frumenta quoque quae sata sunt solo cedere intelleguntur. [Digesta 41.1.9] Considera-se que os grãos semeados fazem parte do solo.

1204. Frusto panis conduci potest, vel uti taceat vel uti loquatur. [Aulo Gélio, Noctes Atticiae 1.15.10] Por um pedaço de pão, ele pode ser levado a calar ou a falar.

1205. Frusto panis libertatem suam parasitus vendit. [Schrevelius 1173] O parasito vende sua liberdade por um pedaço de pão.

1206. Frustra aquam perdis. [Schottus, Adagia 259] Gastas a água em vão. (=É uma alusão à água das clepsidras que mediam o tempo dado aos advogados para exporem seus pleitos). Perdes teu tempo. Perdes teu latim. Frustra aquam consumis. [Schottus, Adagia 352] VIDE: Aquam perdis. Inaniter aquam consumis.

1207. Frustra autem iacitur rete ante oculos pennatorum. [Vulgata, Provérbios 1.17] Debalde se lança a rede diante dos olhos dos que têm asas. VIDE: Frustra iacitur rete ante oculos pennatorum. Frustra rete iacitur ante oculos pennatorum.

1208. Frustra barbam gerit. Debalde usa barba. (=Não lhe reconhecem o mérito).

1209. Frustra canis. [Erasmo, Adagia 1.4.88] Cantas em vão. Perdes o latim. VIDE: Asello fabulam narrare.

1210. Frustra cerno te tendere contra. [Virgílio, Eneida 5.27] Vejo-te lutar em vão.

1211. Frustra commisso claudetur ianua furto. [Pereira 97] Em vão se trancará a porta depois de cometido o furto. Casa roubada, trancas à porta. Asno morto, cevada ao rabo. VIDE: Accepto claudenda est ianua damno. Nihil iuvat amisso claudere saepta grege. Nihil iuvat amisso claudere saepem grege.

1212. Frustra conatur, cui Deus non auxiliatur. [Binder, Thesaurus 1209] Quem Deus não ajuda, esforça-se em vão. Quando Deus não quer, não ajudam votos e rogos. VIDE: Desine fata deum flecti sperare precando.

1213. Frustra, cum ad senectam ventum est, repetas adulescentiam. [Publílio Siro] Quando se chega à velhice, é inútil desejar a volta da juventude.

1213a. Frustra de verbis litigatur, ubi de re constat. [Breviarium Advocatorum 166] É inútil disputar sobre palavras, quando se trata de um fato.

1214. Frustra est potentia quae non reducitur ad actum. [S.Tomas de Aquino, De Anima 19] É vã a potência que não passa a ato. Frustra est potentia quae nunquam venit in actum. [Black 825] É vã a potência que nunca chega a ato. Frustra est potentia, quae non traducitur in actum. [Signoriello 142] É inútil a potência que não se transforma em ato. Frustra est potentia, quae non potest redigi in actum. [Signoriello 143] É vã a potência que não pode transformar-se em ato.

1215. Frustra fit per plura, quod fieri potest per pauciora. [Signoriello 114; Black 825] É inútil fazer-se com mais o que se pode fazer com menos. Onde muitos mandam, ninguém obedece, tudo fenece. Asno de muitos, lobos o comem. VIDE: Entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem. Multi duces Cariam perdiderunt. Negotia pluribus comissa segnius expediuntur. Nihil facit servus, si multi domini imperent.

1216. Frustra habet qui non utitur. [Homero / Erasmo, Adagia 3.9.20] Quem não usa, não lhe adianta ter. VIDE: Manifesta phrenesis, ut locupletes moriaris, egenti vivere fato? Quo mihi fortunam, si non conceditur uti?

1217. Frustra Herculi. [Erasmo, Adagia 2.6.35] Contra Hércules não adianta.

1218. Frustra iacitur rete ante oculos pennatorum. [Beda, Proverbiorum Liber] Em vão se atira a rede ante os olhos dos que têm asas. Frustra rete iacitur ante oculos pennatorum. [Boncompagno, Liber de Obsidione Anconae 18] VIDE: Frustra autem iacitur rete ante oculos pennatorum.

1219. Frustra iacitur rete ante veterem cornicem. [Bebel / Eiselein 392] É inútil atirar rede à gralha velha.

1220. Frustra laborat qui omnibus placere studet. [Riley 133] Sofre em vão quem se esforça para agradar a todos. Ninguém pode agradar a todos. Nenhuma Maria pode agradar a todos os Manéis. VIDE: Difficile omnibus placere. In vanum laborat qui omnibus placere contendit. Nemo invenitur qui satisfaciat omnibus. Nemo omnibus placet. Omnibus placere impossibile est.

1221. Frustra laborat vir qui consilio caret. [Schottus, Adagia 605] Trabalha em vão o homem que não tem prudência.

1222. Frustra legis auxilium invocat qui in legem committit. [Jur / Broom 233] Invoca em vão o auxílio da lei quem age contra ela. Frustra legis auxilium quaerit qui in legem committit. VIDE: Beneficium legis frustra implorat qui committit in legem. Legis auxilium frustra invocat, qui committit in legem.

1223. Frustra legit, qui non intellegit. [Gryneus 316] Lê em vão quem não compreende. Ler sem entender é caçar sem colher. VIDE: Legere enim et non intellegere est neglegere.

1224. Frustra nititur quis, si non innititur. [S.Bernardo / Bernardes, Luz e Calor 1.220.43] Em vão se faz força, se não se tem onde se apoiar. Não faças força, se não tens repuxo.

1225. Frustra parat opes, qui veris animi bonis vacat. [Medina 649] Inutilmente junta riquezas aquele a quem faltam os verdadeiros bens do espírito.

1226. Frustra petis quod mox es restiturus. [Jur / Black 825] Não adianta pedir o que logo vais devolver.

1227. Frustra petis quod statim alteri reddere cogeris. [Jur / Black 825] Pedes em vão aquilo que poderás logo ser obrigado a devolver a outrem.

1228. Frustra pöeticas fores compos sui pepulit. [Platão / Sêneca, De Tranquillitate Animi 17.10] A mente sã bate em vão às portas da poesia.

1228a. Frustra probatur quod probatum non relevat. [Bouvier, A Law Dictionary 2.129] Comprova-se em vão o que, comprovado, não contribui para resolver a questão.

1229. Frustra putat, qui secum rationes putat. [DAPR 204] Calcula em vão quem faz as contas sozinho. Quem conta sem o hóspede, conta duas vezes.

1230. Frustra rogatur, qui misereri non potest. [Publílio Siro] Implora-se em vão a quem não pode apiedar-se.

1231. Frustra sapit qui sibi non sapit. [W.Robertson, A Dictionary of Latin Phrases 716] Em vão sabe quem não sabe para si. Quem não sabe para si não ponha escola. Frustra sapiens qui sibi non sapit. [Rezende 2110] É sábio em vão quem não sabe para si. VIDE: Arroganter faciunt ii qui quod ipsi nesciunt, id docent ceteros. Nequicquam sapit qui sibi non sapit. Nequicquam sapit qui sibi nihil sapit. Non est sapiens qui sibi non est. Odi sapientem, qui sibi non sapit. Qui non sapit sibi, nec alteri sapit.

1232. Frustra saxum volvit Sisyphus. [Schrevelius 1176] Sísifo rola sua pedra em vão.

1233. Frustra senem lapsum in iuventa corrigas. [Apostólio 6.15] Em vão tentarás corrigir o velho que escorregou na juventude.

1234. Frustra seretis sementem, quae ab hostibus devorabitur. [Vulgata, Levítico 26.16] Baldadamente semeareis o vosso grão, que será comido pelos inimigos.

1235. Frustra speculatores dicimur, si venientem lupum a longe non cernimus. [Bernardes, Nova Floresta 3.216] Não adianta sermos chamados de vigias, se não vemos de longe o lobo que se aproxima.

1236. Frustra sperabis ab alio, quod ipse tibi praestare noluisti. [Pereira 115] Esperarás em vão de outrem o que não quiseste fazer para ti. O bem que não fizeres, dos teus não esperes. Quem quer vai, quem não quer manda.

1237. Frustra sperat, qui Deum non timet. [Medina 649] Quem não teme a Deus, espera em vão.

1238. Frustra tantos labores suscepi. [Martin Span, Universa Phraselogia Latina 352] Suportei em vão tão grandes sofrimentos.

1239. Frustra tenetur ille qui statuit mori. [Sêneca, Hercules Oetaeus 922] Em vão se detém aquele que decidiu morrer.

1240. Frustra vigilat. [Rezende 2113] Vigia em vão. VIDE: Nisi Dominus custodierit civitatem, frustra vigilat qui custodit eam. Nisi dominus custodierit domum, in vanum vigilant qui custodiunt eam.

1240a. Frustra vitium vitaveris illud, si te alio pravum detorseris. [Horácio, Satirae 2.2.54] Será inútil fugires de um vício, se abraçares outro. VIDE: Dum vitant stulti vitia, in contraria currunt.

1241. Fucum fecit. [Branco 492] Enganou. Vendeu gato por lebre.

1242. Fuga tutior. [Grynaeus 205] A fuga é mais segura. Antes fuga pronta que má espera.

1243. Fugacem dirigit umbram. [Inscrição em relógio solar] (O sol) dá rumo à sombra fugidia (do ponteiro).

1244. Fugaces labuntur anni. [Horácio, Carmina 2.14] Os anos passam fugindo. VIDE: Eheu! fugaces labuntur anni!

1245. Fugam victoria nescit. [Divisa] A vitória não conhece fuga.

1246. Fugax est aetas. O tempo é passageiro. VIDE: Tempus fugit.

1247. Fugax rerum, securaque in otia natus. [Ovídio, Tristia 3.2.9] É um inimigo dos negócios, nascido para a tranqüilidade e o ócio.

1248. Fuge, late, tace. [Honoré de Balzac, Mémoires d’un Médecin de Campagne, Capítulo 4] Foge, esconde-te, cala-te.

1249. Fuge lites cum viro maiore. [Pereira 114] Evita demandas com homem mais poderoso. Nem zombando, nem de veras, com teu amo não partas peras. Ao homem maior, dá-lhe a honra. VIDE: Cave a commercio potentium: habe commercium cum aequalibus. Cum domino semper pugna sinistra fuit. Cum principe non pugnandum. Habeas nunquam magno cum principe litem. Lites cum rege molestae. Maiorem virum cave. Maiorem vitato virum. Nemo potentes aggredi tutus potest. Non habeas unquam magno cum principe litem: cum domino semper pugna sinistra fuit. Offensa potentium periculosa. Potenti irasci, sibi periclum est quaerere. Procul a Iove, procul a fulmine. Semper vitato potentem.

1250. Fuge magna; licet sub paupere tecto reges et regum vita praecurrere amicos. [Horácio, Epistulae 1.10.32] Evita as grandezas; a vida sob um teto pobre pode deixar para trás os reis e os favoritos dos reis.

1251. Fuge procul a viro maiore. [Erasmo, Adagia 3.4.60] Afasta-te do homem mais poderoso do que tu. VIDE: Cave a commercio potentium: habe commercium cum aequalibus. Cave virum maiorem. Cavendum a potentiore. Cum viro potentiore ne communica. Pondus super se tollet qui honestiori se communicat. Potentioris societatem fuge. Qui te fortior est, hunc tu vitare memento. Semper vitato potentem.

1252. Fugi mala, habens meliora. [Schottus, Adagia 589] Fugi do ruim, conseguindo o melhor. A quem se muda, Deus ajuda. VIDE: Effugi malum, inveni bonum. Effugi mala, inveni meliora. Evasi mala, sum nactus meliora.

1253. Fugienda otiositas, mater nugarum, noverca virtutum. [S.Bernardo, De Consideratione] Deve-se evitar a ociosidade, mãe das frivolidades, madrasta das virtudes.

1254. Fugienda petimus. [Sêneca, Hippolytus 699] Buscamos sempre o que deveríamos evitar.

1255. Fugienda semper iniuria est. [Cícero, De Officiis 1.8] A injustiça deve sempre ser evitada.

1256. Fugiendae sunt nimiae amicitiae. [Cícero, De Amicitia 13] Devem-se evitar as amizades exageradas.

1257. Fugiendo in media saepe ruitur fata. [Tito Lívio, Ab Urbe Condita 8.24, adaptado] Quem quer fugir ao seu destino, muitas vezes vem ao encontro dele.

1258. Fugiens animam servavit. [Arquíloco / Eiselein 175] Quem fugiu salvou a própria vida.

1259. Fugiens ursum, incidit in leonem. [Medina 624] Fugindo do urso esbarrou no leão. Fugiu do lodo, caiu no arroio. VIDE: Cineres evitans, in carbones incidi. Cucurrit quispiam ne pluvia madesceret et in foveam praefocatus est. Fugientes fumum in ignem incidimus. Fumum fugiens, in ignem incidi. Fumum fugi, in ignem incidi. Hi vitaturi lupum inciderunt in leonem. Incidit in flammas, cupiens vitare favillas. Qui fugit patellam, cadit in prunas.

1260. Fugiens vir haud strepitu moratur lyrae. [Schottus, Adagia 24] Homem que foge, não pára por causa do som da lira. VIDE: Vir fugiens haud moratur concertum lyrae. Vir fugiens haud moratur lyrae strepitum. Vir fugiens non exspectat lyrae strepitum. Vir qui fugit, lyrae sonitum haud moratur. Vir vero fugiens non moratur barbitum.

1261. Fugientem hostem adiuva. [E.Strauss, Concise Dictionary of European Proverbs 60] Ajuda o inimigo que foge. A inimigo que foge, ponte de prata. VIDE: Qua fugiunt hostes, via munienda est. VIDE: Hosti non solum dandam esse viam fugiendi verum etiam muniendam. Qua fugiunt hostes, via munienda est. Qui fugit, huic hosti patulum protendito pontem. Via hostibus munienda, qua fugiant.

1262. Fugientem sequitur, sequentem fugit. [Robert Burton, The Anatomy of Melancholy 3] Persegue quem lhe foge, e foge de quem o persegue. VIDE: Fugit gloria sequentem, et sequitur fugientem. Honor fugientem sequitur, sequentem fugit. Quo minus petebat gloriam, eo magis illum assequebatur. Sequentem fugit, fugientem sequitur.

1263. Fugientes afflictio sequitur. A aflição segue os que fogem.

1264. Fugientes fumum in ignem incidimus. [Grynaeus 494] Fugindo da fumaça e caímos no fogo. Fugi do fumo, caí no fogo. Fugi do alcaide, caí no meirinho. Fugi do lobo, caí no arroio. VIDE: Cucurrit quispiam ne pluvia madesceret et in foveam praefocatus est. Dum vito fumum, flammam in ipsam decido. Dum vito fumum, cecidi in ignem fervidum. Fugiens ursum, incidit in leonem. Fumum fugiens, in ignem incidi. Fumum fugi, in ignem incidi. Incidit in flammas, cupiens vitare favillas. Qui fugit patellam, cadit in prunas.

1264a. Fugit amantes, insequitur fugientes. Foge dos que o amam, e corre atrás dos que dele fogem.

1265. Fugit Euro citius tempus edax rerum. [Lauringer Horatius / The Yale Literary Magazine, vols. 22-23, p. 115] Mais depressa que o Euro foge o tempo devorador das coisas. (=Eurus. Euro, vento do leste).

1266. Fugit gloria sequentem, et sequitur fugientem. A glória foge de quem a persegue e persegue quem dela foge. VIDE: Gloria sequentem fugit, et fugientem sequitur. Honor sequitur fugientem. Honor sequitur fugientem, fugit sequentem. Quo minus petebat gloriam, eo magis illum assequebatur.

1267. Fugit hora. [Pérsio, Satirae 5.153] O tempo foge. O tempo voa. Não há mão que agarre o tempo. VIDE: Cito pede labitur aetas. Fugit irreparabile tempus. Hora fugit. Horae volant.

1268. Fugit impius, nemine persequente; iustus autem, quasi leo confidens, absque terrore erit. [Vulgata, Provérbios 28.1] Foge o ímpio, mesmo que ninguém o persiga; o justo, porém, como o leão afoito, estará sem terror.

1269. Fugit irreparabile tempus. [Virgílio, Georgica 3.284] Foge irrecuperável o tempo. O tempo vai e não volta. Vai-se o tempo como o vento. Tempo e maré não esperam por ninguém. Tempo e hora não se ata com soga. Voa o tempo e não volta. Fugit irrevocabile tempus. [Gaal 1783] VIDE: Aetate fruere: mobili cursu fugit. Cito pede labitur aetas. Nec praeteritum tempus unquam revertitur. Nec quae praeteriit hora redire potest. Non quae praeteriit hora redire potest. Non revocant lapsos irrita vota dies. Sed fugit interea, fugit irreparabile tempus. Tempus praeteritum nunquam revertitur.

1270. Fugit iuventas. [Horácio, Epodon 17.21] Nossa juventude foge de nós.

1271. Fugit mens et consilium ab eis. [Vulgata, Judite 15.1] Perderam a razão e o conselho.

1272. Fugit te ratio. [Plauto, Amphitruo 228] Fugiu-te a razão. Perdeste o juízo.

1273. Fugite ab idolorum cultura. [Vulgata, 1Coríntios 10.14] Fugi da idolatria.

1274. Fugit hora, ora. [Inscrição em relógio solar] A hora foge; reza.

1275. Fugit umbra, caritas manet. [Inscrição em relógio solar] A escuridão vai embora, o amor permanece.

1276. Fugite delicias, fugite enervantem felicitatem, qua animi permadescunt. [Sêneca, De Providentia 4.9] Fugi do prazer, fugi do sucesso enfraquecedor, que debilita o espírito do homem.

1277. Fugiunt amici a male gerente res suas. [Schottus, Adagia 605] Fogem os amigos daquele que administra mal seus interesses.

1278. Fugiunt freno non remorante dies. [Ovídio, Fasti 6.772] Os dias fogem, sem que o freio os contenha.

1279. Fuimus Troës, fuit Ilium. [Virgílio, Eneida 2.325] Nós fomos troianos, Tróia existiu. (=Não há mais troianos, Tróia já não existe mais!). Algum dia fomos gente. Já não somos quem ser soíamos. Acabou-se o que era doce. Lá se foi tudo quanto Marta fiou. Foi tudo para o beleléu. VIDE: Ilium fuit. Quaeque in prora, quaeque in puppi, omnia perierunt. Troia fuit.

1280. Fuit haec sapientia quondam, publica privatis secernere, sacra profanis. [Horácio, Ars Poetica 396] Era esta outrora a sabedoria: distinguir o público do privado, o sagrado do profano.

1281. Fuit quoddam tempus, cum in agris homines passim bestiarum modo vagabantur, et sibi victu fero vitam propagabant. [Cícero, De Inventione 1.2] Houve um tempo em que os homens vagavam nos campos de um lado para o outro, como os animais, e prolongavam sua vida usando alimentação selvagem.

1282. Fulgebunt iusti, et tamquam scintillae in arundineto discurrent. [Vulgata, Sabedoria 3.7] Os justos brilharão, e correrão como centelhas por um canavial.

1282a. Fulget Caesaris astrum. [Divisa]. A estrela de César brilha.

1283. Fulget virtus. [Divisa] O valor brilha.

1284. Fulgorem cernimus ante quam tonitrum accipimus. [Lucrécio, De Rerum Natura 6.173] Vemos o raio antes de ouvir o trovão.

1284a. Fulgura non semper, nec semper proelia durant. [Abbé Migne, Dictionnaire de la Sagesse Populaire 58] Nem as tempestades, nem as guerras duram sempre.

1284b. Fulicam cygno comparas. [Erasmo, Adagiorum Chiliades / Henderson 138] Comparas a gaivota com um cisne.

1285. Fulmen detulit in terras mortalibus ignem primitus; inde omnis flammarum diditur ardor. [Lucrécio, De Rerum Natura 5.1093] Foi o raio que pela primeira vez levou o fogo à terra para os mortais; daí provém todo o calor das chamas.

1286. Fulmen est, ubi cum potestate habitat iracundia. [Publílio Siro] Ocorre o raio, quando a cólera mora com o poder.

1287. Fumi venditor. Um vendedor de fumaça. (=Invencioneiro. Embusteiro). Vendedor de ilusões. VIDE: Fumos vendere.

1288. Fumo comburi nihil potest, flamma potest. [Plauto, Curculio 54] Pela fumaça nada pode ser queimado, pela chama pode. Palavras sem obras são tiros sem balas. VIDE: Dicta factis probentur.

1289. Fumo periit qui fumum vendidit. Quem vendeu fumo, morreu de fumo. Quem vive de arte e manha, morre no ar como uma aranha. Fumo pereat, qui fumum vendidit. [Gaal 1591] Morra pelo fumo quem vendeu fumo. Fumo punitur qui fumum vendidit. [Desiderius Erasmus, Apophthegmatum 6.623] Quem vendeu fumo é castigado pelo fumo.

1290. Fumos vendere. [Erasmo, Adagia 1.3.41] Vender fumaça. (=Fazer grandes promessas). Grandes atoardas, tudo nada. VIDE: Aureos montes polliceri. Vendere fumum. Vendere fumos.

1291. Fumum fugi, in ignem incidi. [Marcial, Epigrammata 4.5.7] Fugi da fumaça e caí no fogo. Fugi do alcaide, caí no meirinho. Fugi do lobo, caí no arroio. Fumum fugiens, in ignem incidi. [Apostólio 19.14] VIDE: Cineres evitans, in carbones incidi. Dum vito fumum, flammam in ipsam decido. Dum vito fumum, cecidi in ignem fervidum. Evitata Charybdi in Scyllam incidi. Fugientes fumum in ignem incidimus. Incidit in flammas, cupiens vitare favillas. Incidit in Scyllam cupiens vitare Charybdim. Qui fugit patellam, cadit in prunas.

1292. Fumum pro fulgore dare. [Pereira 124] Dar fumaça em lugar de raio. Vender gato por lebre. VIDE: Capillos pro lana.

1293. Fumus? Ergo ignis. [DAPR 314] Há fumaça? Logo há fogo. Onde há fumaça, há fogo. O povo aumenta, mas não inventa. O que o povo diz ou é, ou quer ser. VIDE: Fama non temere spargitur. Flamma fumo est proxima. Non est fumus absque igne.

1294. Fumus indicium est flammae mox erupturae. [Grynaeus 213] A fumaça é um indicador de que logo vão levantar-se chamas. Onde há fumaça, há fogo. VIDE: Praenunciat fumus incendium. Semper flamma fumo proxima est.

1295. Fumus persecutionis. [Jur / Paride Bertozzi, Dizionario dei Brocardi 85] Suspeita de perseguição.

1296. Fumus pulchriorem persequitur. [Pierre-Marie Quitard, Dictionnaire 415; Rezende 2123] Vai o fumo para o mais formoso.

1297. Fundamenta scientiae. Os fundamentos do conhecimento.

1298. Fundamenta tamquam in aqua ponere. [Cícero, De Finibus 2.22.72] Colocar os alicerces dentro d'água.

1299. Fundamentum iustitiae est fides. O alicerce da justiça é a confiança. Fundamentum autem est iustitiae fides, id est, dictorum conventorumque constantia et veritas. [Cícero, De Officiis 1.7.23] O fundamento da justiça é a confiança, isto é, a constância e a sinceridade no que se diz e no que se convenciona.

1299a. Fundamentum reipublicae est recta iuventutis institutio. O alicerce do país é a instrução correta da juventude.

1300. Fundatio. [Jur] Uma fundação. VIDE: Universitas bonorum. Universitas rerum.

1301. Fundit aquam cribro qui discere vult sine libro. [Trench, Proverbs] Quem quer aprender sem libro, espalha água com a peneira. VIDE: Haurit aquam cribro qui discere vult sine libro. Haurit ille aquam cribro, qui sine libro discit. Haurit aquas cribro qui discere vult sine libro.

1302. Fundum alienum arat, incultum familiarem deserit. [Plauto, Asinaria 851] (O adúltero) ara o campo alheio e deixa inculto o da família. O sandeu cuida do alheio e esquece o seu. Fundum alienum arat, suum incultum deserit. [Henderson 138] VIDE: Alienum aras arvum. Alienum arare fundum.

1303. Funem abrumpis nimium tendendo. [Erasmo, Adagia 1.5.67] Esticando demais, rompes a corda. Corda puxada se quebra. VIDE: Funiculus in fine levissima tensione rumpitur. Ne abrumpamus funem, nimium tendendo. Nimium tendendo rumpi funiculus solet. Rumpetur tensus funiculus. Rumpetur tensus funis. Vide ne abrumpamus, dum nimium tendimus funiculum.

1304. Funem ducere. [Horácio, Epistulae 1.10.48] Puxar o cordão. (=Dirigir. Comandar).

1305. Funem ex arena efficere. [Forcellini, Totius Latinitatis Lexicon 3.171] Fazer corda de areia. (=Tentar o impossível). Buscar água em fonte seca. Funem ex arena nectere. VIDE: A pumice aquam petis. Ex arena funiculum nectis. Ex arena funem efficere. Ex arena funem facere.

1306. Funem reduco. [Pérsio, Satira 5.118] Puxo de volta a corda. Encurto a rédea.

1307. Funem sequi. [Horácio, Epistulae 1.10.48] Seguir a corda. (=Obedecer).

1308. Funera plango, fulgura frango, sabbata pango; excito lentos, dissipo ventos, paco cruentos. [Inscrição em sino / Rezende 2131] Choro os mortos, quebro os raios, anuncio as festas, acordo os preguiçosos, dissipo os ventos, pacifico os briguentos.

1309. Funera quod dat huic, aliis dat tempora vitae. [Binder, Thesaurus 1217] O que a um causa a morte, a outros prolonga a vida. O que é veneno para uns, para outros é remédio. O que é bom para um, pode não ser para outro. VIDE: Proderit haud stomacho quidquid sit dulce palato. Quae prosunt iuveni, nocent seni, et contra. Quod aliis cibus est, aliis fuat acre venenum. Quod cibus est aliis, aliis est venenum. Quod suave est aliis, aliis fit amarum. Quod uni bene sapit, alteri desipit. Quod uni profuit, hoc aliis erat exitio.

1310. Funere saepe viri vir quaeritur. [Ovídio, Ars Amatoria 3.431] Muitas vezes se procura um marido no funeral do marido. Perda de marido, perda de alguidar: um quebrado, outro no poial. VIDE: Amissi damnum facile est reparare mariti.

1311. Fungino genere est; subito crevit de nihilo. [Moore 83] Ele é do gênero dos cogumelos: de repente surge do nada.

1312. Fungus una nocte nascitur. [Grynaeus 421] O cogumelo nasce numa noite. VIDE: Repente oritur non exspectatum.

1313. Funiculis ligatum vel puer verberaret. [Schrevelius 1174] Num homem amarrado com cordas, até uma criança bateria. De árvore caída todos fazem lenha. Leão moribundo, cachorro lhe mija. VIDE: Arbore deiecta, ligna quivis colligit. Audet vel lepus exanimo insultare leoni. Mortuo leoni etiam lepores insultant.

1314. Funiculus in fine levissima tensione rumpitur. [Bacon, De Seditionibus et Turbis, 8] No fim, a corda se rompe com um pequeno puxão. Corda puxada se quebra. VIDE: Funem abrumpis nimium tendendo.

1315. Funiculus iste piscium attrahit nihil. [Schottus, Adagia 605] Esse anzol não atrai nenhum peixe. VIDE: Hic funis nihil attraxit. Nempe ipse funis prorsus attraxit nihil.

1316. Funiculus triplex difficile rumpitur. [Vulgata, Eclesiastes 4.12] A corda de três fios dificilmente se rompe. Funiculus triplex non facile rumpitur. [Grynaeus 125] Funiculus triplex indissolubilis. [Grynaeus 124] Cordão tresdobrado não se pode quebrar. Funis triplex non rumpitur. Funiculus triplex difficile rumpitur, curiositatis, voluptatis, et vanitatis. [S.Bernardo / Bernardes, Nova Floresta 1.376] É dificultoso de quebrar o cordão tresdobrado da curiosidade, do prazer e da vaidade.

1317. Funis secutus est ferulam. [Rezende 2134] A corda seguiu a vara. Aonde vai a corda, vai a caçamba.

1318. Fur agnoscit furem, lupus lupum. [Wander, Deutsche Sprichwörter Lexikon 587] Ladrão reconhece ladrão; lobo reconhece lobo. Um ruim conhece outro. Fur agnoscit furem, ut lupus lupum. VIDE: Furem fur cognoscit, et lupum lupus.

1318a. Fur ignavus praestat servo ignavo et negligenti. É melhor um ladrão preguiçoso que um servo preguiçoso e negligente. VIDE: Fure ignavo servus ignavus plus nocet.

1318b. Fur quousque furatur, donec deprehendatur. [Bernolák 312] O ladrão furta até o momento em que é apanhado.

1319. Fur male furatur, cum fur domui dominatur. [Binder, Thesaurus 1220] O ladrão tem dificuldade de furtar quando o dono da casa é ladrão. Ladrão não furta ladrão. VIDE: Difficillimum esse furari apud fures.

1320. Fur non venit nisi ut furetur, et mactet, et perdat. [Vulgata, João 10.10] O ladrão não vem senão a furtar, e a matar, e a perder.

1321. Furatur litoris arenas. [Erasmo, Adagia 4.2.39] Ele furta até a areia da praia. (=Diz-se do avarento).

1322. Furcifer non evadit furcam. [Gaal 575] Quem nasceu para a forca, dela não escapa. Quem nasceu para a forca, não morre afogado. A forca não perde o seu. A pena segue o crime, como a sombra, o corpo. VIDE: Destinatus cruci non submergitur.

1322a. Fure ignavo servus ignavus plus nocet. Servidor preguiçoso prejudica mais que ladrão preguiçoso. VIDE: Fur ignavus praestat servo ignavo et negligenti.

1322b. Furem facit occasio. A ocasião faz o ladrão. O buraco chama o ladrão. VIDE: Facit occasio furem.

1323. Furem fur cognoscit, et lupum lupus. [Aristóteles / Albertatius 494; Pereira 100] Ladrão conhece ladrão, e lobo conhece lobo. Um ruim conhece outro. Nunca lobo mata outro. Corvos a corvos não se tiram os olhos. Um gambá cheira outro. Fur furem cognoscit, et lupum lupus. [Rezende 2136] Fur furem agnoscit, lupus lupum. VIDE: Bestia bestiam novit. Graculus a graculo, fur a fure cognoscitur, lupus a lupo.

1324. Furem praeda vocat. [Pereira 115] O proveito chama o ladrão. O buraco chama o ladrão. VIDE: Facit occasio furem. Oblata occasione, vel iustus perit. Occasio facit furem.

1325. Furem signata sollicitant. [Sêneca, Epistulae Morales 68.4] As coisas trancadas atraem o ladrão. O proibido aguça o dente. VIDE: Cupiditas nihil amat magis quam quod non licet. Ipsa furem cura vocat. Vile videtur quidquid patet; aperta effractarius praeterit.

1326. Furere dicuntur qui graviore iracundia vel dolore vel timore moti, non sunt in potestate mentis. Diz-se que estão loucos aqueles que, movidos por grande ira, dor ou medo, não estão de posse da própria mente.

1327. Fures clamorem metuunt. [DAPR 447] Os ladrões temem o clamor. Teme quem deve, e quem não deve não teme. A quem mal vive, o medo o segue. Fures clamorem timent. [Pereira 123] Fures clamorem subtiment. Fures clamorem. [Erasmo, Adagia 1.2.66] VIDE: Conscientia sceleris timorem incutit. Crimina quisquis agit, tremebundo pectore vivit.

1328. Fures in lite pandunt abscondita vitae. [Trench, Proverbs 151] Ladrões em disputa espalham os segredos da vida. Brigam os ladrões, descobrem-se os furtos. Brigam as comadres, descobrem-se as verdades. VIDE: Furibus pugnantibus furta fiunt palam.

1329. Fures privatorum furtorum in nervo atque in compedibus aetatem agunt; fures publici in auro atque in purpura. [Marcos Catão, Praeda Militibus Dividenda / Aulo Gélio, Noctes Atticae 11.18] Os ladrões dos bens dos particulares vivem na prisão e nos grilhões; os ladrões públicos vivem no ouro e na púrpura. Fures privati in nervo, publici in auro. [Henderson 139] Ladrões particulares, na cadeia; ladrões públicos, no ouro. Quem furta pouco, é ladrão; quem furta muito é barão.

1329a. Fures, tamquam honesti, liberales sunt; verumtamen aliorum possessionibus. [George Dillwyn, Elixir Institutorum 7] Os ladrões são liberais como os homens honestos, só que com os bens alheios.

1330. Furfure se miscens porcorum dentibus estur. [Trench, Proverbs 154] Quem se mistura com farelo, é comido pelos dentes dos porcos. Quem com farelos se mistura, porcos o comem. (=estur está empregado por editur, do verbo edo, edi, esum, edere, comer). VIDE: Conditus in palea a stupido comedetur asello.

1331. Furibus furetur, quod queat. [Plauto, Bacchides 620] Que furte aos ladrões quanto puder. Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão. VIDE: Callidus est latro qui tollit furta latroni.

1332. Furibus pugnantibus furta fiunt palam. [Medina 609] Quando os ladrões brigam, os furtos se tornam conhecidos. Brigam os ladrões, descobrem-se os furtos. Brigam as comadres, descobrem-se as verdades. VIDE: Fures in lite pandunt abscondita vitae.

1333. Furiosi nulla voluntas est. [Digesta 50.17.40] O louco não tem vontade.

1334. Furiosus absentis loco est. [Digesta 50.17.124.1] O louco é como o ausente.

1335. Furiosus furore suo punitur. [Hugh Moore, A Dictionary of Quotations 123] O louco é punido por sua própria loucura. Furiosus furore solo punitur. [Blackstone, The Laws of England 24] VIDE: Sufficit furiosum ipso furore puniri.

1336. Furiosus nullum negotium contrahere potest. [Digesta 50.17.5] O louco não pode contrair nenhum negócio. Furiosus nullum negotium gerere potest quia non intellegit quid agat. [Gaio 3.106] O louco não pode gerir nenhum negócio, porque não entende o que faz.

1337. Furor arma ministrat. [Virgílio, Eneida 1.150] A ira proporciona as armas. VIDE: Amor arma ministrat. Telum ira facit.

1338. Furor contrahi matrimonium non sinit, quia consensu opus est. [Digesta 23.2.16.2] A loucura não permite que se contraia matrimônio, porque o consenso é necessário.

1339. Furor est non omnibus idem. [Schottus, Adagia 233] A loucura não é a mesma em todos. Furor est haud omnibus idem. [Schottus, Adagia 589] VIDE: Insania non omnibus eadem.

1340. Furor est, post omnia, perdere naulum. [Juvenal, Satirae 8.96] É loucura, depois de (perder) tudo, perder também o dinheiro da passagem. VIDE: Ad perditam securim manubrium adicere.

1341. Furor fit laesa saepius patientia. [Publílio Siro] A paciência ofendida geralmente se transforma em cólera. Paciência tem limite. VIDE: Patientia laesa fit furor. Spoliatis arma supersunt. Vide ne abutaris, nam patientia laesa fit furor.

1342. Furor iraque mentem praecipitant. [Virgílio, Eneida 2.316] O furor e a ira precipitam-me a mente. A fúria não espera razão.

1343. Furor loquendi. O furor de falar. A loquacidade. VIDE: Cacoëthes loquendi.

1344. Furor poëticus. [Stevenson 1819] O entusiasmo poético. A inspiração poética.

1345. Furor scribendi. A mania de escrever. O entusiasmo de escrever. VIDE: Cacoëthes scribendi.

1346. Furtim eiaculari lapidem. [Pereira 109] Atirar a pedra às escondidas. Atirar a pedra e esconder a mão.

1347. Furtiva Venus dulcior. [C. de Méry, Histoire des Proverbes 260] O amor oculto é mais doce.

1348. Furtivus potus plenus dulcidine totus. [Gaal 1669] A bebida furtada é toda cheia de prazer. Fruto proibido é mais querido. Não há melhor bocado do que o furtado. Furtivus semper victus dulcedine praestat. [Bebel, Proverbia Germanica 72] Comida furtada é sempre mais gostosa. VIDE: Aquae furtivae dulciores. Aquae furtivae dulciores sunt, et panis absconditus suavior. Potus furtivus dulcis est.

1349. Furtum committit qui de alieno elargitur. [Jur / Rezende 2141] Quem faz liberalidade com o alheio, comete furto. VIDE: Species furti ex bonis alterius invito domino quicquam largiri.

1350. Furtum enim sine affectu furandi non committitur. [Gaio 2.50; Digesta 41.3.37] Não se comete furto sem a intenção de furtar.

1351. Furtum sine dolo malo non committitur. [Gaio, Institutiones 3.197] Não se comete furto sem dolo.

1352. Furvum diaboli nomen est in amoribus. [Prudêncio] O nome tenebroso do diabo está nos amores.

1353. Fuscus ager fructus et farra ministrat opima. [Bebel, Proverbia Germanica 43] Terra preta produz frutas e pão abundante. Diz o rifão: terra negra dá bom pão. Galinha preta põe ovo branco. VIDE: Agri fusci optimas dant fruges. Nigrae vaccae album lac praebent. Saepe seges melior in nigris pullulat agris.

1354. Futura nemo prospicit. [Sophoclis Tragoediae Septem Cum Versione Latina 2.190] Ninguém prevê o que vai acontecer. O futuro é segredo de Deus. Futura nemo videt. VIDE: Cursus fatorum nescit mens ulla virorum; solius est proprium scire futura Dei. Est certum praesens, sed sunt incerta futura. Latent futura. Nemo cuncta, quae futura sunt, conspicit.

1355. Futura pugnant ne se superari sinant. [Publílio Siro] O futuro luta para não se deixar governar. O que tem de ser tem muita força. Futura pugnant, nec se superari sinunt. O futuro luta e não se deixa governar. VIDE: Mutari fata non possunt.

1356. Futurorum prospicientia. [Manúcio, Adagia 966] Visão dos acontecimentos futuros. Previsão do futuro.

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