DICIONÁRIO DE EXPRESSÕES E FRASES LATINAS

Compilado por HENERIK KOCHER

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E2: 201-400

201. Effreno captus amore. [Ovídio, Metamorphoses 6.450] Tomado por um amor desenfreado.

202. Effugere cupiditatem regnum est vincere. [Publílio Siro] Livrar-se da ambição é como vencer um reino. Vence quem se vence. Vencer-se a si é mais que vencer o mundo. VIDE: Bellator fortis qui se poterit superare.

203. Effugere enim nemo id potest quod futurum est. [Cícero, De Natura Deorum 3.6] Ninguém consegue fugir ao que vai acontecer. Ninguém foge da sua sorte. O que há de ser tem muita força. Effugere nemo potest quod futurum est. [Medina 600]. VIDE: Ducunt volentem fata, nolentem trahunt. Fata trahunt. Nulla vis humana vel virtus meruisse unquam potuit, ut quod praescripsit fatalis ordo non fiat.

204. Effugere non potes necessitates, potes vincere. [Sêneca, Epistulae Morales 37.3] Não podes fugir ao destino; podes vencê-lo.

205. Effugi malum, inveni bonum. [Erasmo, Adagia 3.1.2] Evitei o mal, encontrei o bem. A quem se muda, Deus ajuda. Effugi mala, inveni meliora. [Schottus, Adagia 434] Fugi ao mal, encontrei o melhor. VIDE: Evasi mala, sum nactus meliora. Fugi mala, habens meliora.

206. Effugiens Charybdim, incidi in Scyllam. [Apostólio 18.52] Ao fugir de Caribde caí no Cila. Saltei da frigideira, caí nas brasas. Saí do lodo, caí no arroio. VIDE: Cineres evitans, in carbones incidi. Evitata Charybdi in Scyllam incidi. Evitata Charybdi in Scyllam concidi. Hic timens Charybdim incidit in Scyllam. Incidis in Scyllam cupiens vitare Charybdin. Incidit in Scyllam qui vult vitare Charybdin. Incidit in Scyllam, cupiens vitare Charybdim.

207. Effugit immodicas parvula puppis aquas. [Medina 647] Barco pequeno foge das águas profundas. Barco pequeno não sai da costa. VIDE: Navis quae in flumine magna est, in mare parvula est. Pauper agat caute. Vive tibi, tecumque habita, nec grandia tentes; effugit immodicas parvula puppis aquas.

208. Effugit mortem, quisquis contempserit; timidissimum quemque consequitur. [Quinto Cúrcio, Historiae 4.14] Escapa da morte quem a despreza; ela persegue quem a teme.

209. Effundit victus lacrimas; victor periit ipse. [Schottus, Adagia 583] O vencido chora; o próprio vencedor morreu. VIDE: Flet victus, victor interiit. Qui vicit, periit; plorant qui succumbuere.

210. Effusam aquam mortario tundis pilo. [Schottus, Adagia 609] Móis com a lança a água derramada no almofariz. Malhas em ferro frio. VIDE: Aquam in mortario tundis.

211. Effusione sanguinis. Com derramamento de sangue. VIDE: Sine effusione sanguinis.

212. Effusus est omnis labor. [Pereira 98] Está perdido todo o trabalho. Botou-se tudo a perder. Lá se foi o melhor boi do meu arado. Foi tudo pro beleléu. A vaca foi pro brejo. VIDE: Ibi omnis effusus labor.

213. Egebit qui suum prodegerit. [Plauto, Mercator 10.19] Passará necessidade quem dissipar seus bens. Quem dá o que tem, a pedir vem. Dá, que não peças. VIDE: Amicis ita prodesto, ne noceas tibi.

214. Egeni manducant panem doloris. [Binder, Thesaurus 932] Os necessitados comem o pão da dor.

215. Egens aeque est is, qui non satis habet, et is cui satis nihil potest esse. [RH 4.24] Tão pobre é quem não tem o suficiente, como aquele a quem nada pode ser suficiente.

216. Egenti as, laquei pretium. [Horácio, Sermones 2.2.98] Para o pobre, um ace é o preço da corda (para se enforcar).

217. Egere praestat in solo, quam divite sulcare fluctus. [Manúcio, Adagia 1034] É melhor passar necessidade em terra que rico sulcar o mar. Antes na estrada em carro velho do que no mar em navio novo. VIDE: In terra pauperem esse praestat quam divitem navigare. In terra egere malo quam dis navigem. Praestat in terra egere quam divitem navigare. Praestat in terra pauperem esse quam divitem navigare. Satius est in terra pauperem vivere, quam divitem navigare. Tellure praestat pauperies, quam opes mari.

218. Egestas artes docet. A pobreza ensina artes. A necessidade é mãe da invenção. Não há melhor mestra do que a necessidade e a pobreza. Egestas docet artes et fames artium magistra. A pobreza ensina a inventar, e a fome é a mestra da invenção. Egestas ingeniosa. A necessidade é engenhosa. VIDE: Artis magistra necessitas. Pauperes enim artes plurimas addiscunt. Paupertas artes omnes perdocet. Paupertas omnes artes perdocet, ubi quem attingit. Repertrix omnium artium paupertas.

218a. Egestas certissima comes est inertiae. A fome é a companheira certa da preguiça. Quem não trabalha, não come.

219. Egestas compellit vetulam currere. A necessidade faz a velha correr. A necessidade põe a velha a caminho. VIDE: Currere vetulam compellit egestas.

220. Egestas saepe ducit ad sapientiam. A necessidade muitas vezes conduziu à sabedoria. A necessidade aguça o entendimento. Mais ensina a necessidade que dez anos de universidade. VIDE: Mores magistra docet egestas optime. Necessitas magistra e rudi doctum facit.

221. Egestatem operata est manus remissa; manus autem fortium divitias parat. [Vulgata, Provérbios 10.4] A mão indolente tem produzido indigência, mas a mão dos fortes adquire riquezas.

222. Egestatis mater inertia. [K.W.Wojcicki, Biblioteca 2.171] A preguiça é a mãe da pobreza. Sem trabalho, só a pobreza. VIDE: Absque labore gravi non possunt magna parari. Absque labore nihil. Labor paupertatem vincit. Mendicat propere manus sine opere. Mendicitas ignaviae praemium.

223. Eget minus mortalis, quo minus cupit. [Publílio Siro] Quanto menos deseja o homem, tanto menos necessidades tem. Tem bastante quem com o que tem se contenta.

224. Egi causam adversus magistratus. [Vulgata, Neemias 13.11] Tratei a causa contra os magistrados.

225. Ego ac tu idem trahimus iugum. [Erasmo, Adagia 3.4.48] Eu e tu carregamos o mesmo jugo. Eu como tu, tu como eu, um a outro o diabo prendeu. VIDE: Ego vero et tu iugum idem trahimus.

226. Ego accendam in corde tuo lucernam intellectus, quae non exstinguetur quoadusque finiantur quae incipies scribere. [Vulgata, 4Esdras 14.25] Eu acenderei no teu coração a lanterna da inteligência, que não se extinguirá até que se encerrem as coisas que começares a escrever.

227. Ego ad nihilum redactus sum, et nescivi. [Vulgata, Salmos 72.22] Eu fui reduzido ao nada, e não o entendi.

228. Ego adsum qui feci. Fui eu que fiz. VIDE: Ego feci.

229. Ego adulescentulos existimo in scholis stultissimos fieri, quia nihil ex iis quae in usu habemus aut audiunt aut vident. [Petrônio, Satiricon 1.3] Acredito que os jovens se atoleimam nas escolas, porque não ouvem nem vêem nada daquilo que temos na vida prática.

230. Ego autem mendicus sum, et pauper. [Vulgata, Salmos 39.18] Mas eu sou mendigo e pobre.

231. Ego autem ora hominum obturare non possum. [VES 102] Não posso tapar a boca dos homens.

232. Ego certe credere malim quam experiri. [Rezende 1534] Eu sem dúvida preferiria crer a experimentar. Mais vale experimentá-lo que julgá-lo, mas julgue-o quem não pode experimentá-lo. [Camões]

233. Ego coniungo vos in matrimonium. [Fórmula de casamento da liturgia católica] Eu vos uno em matrimônio. VIDE: Coniungo vos.

234. Ego curavi, Deus sanavit. [Stevenson 1950] Eu cuidei, Deus curou. Deus é que sara, e o mestre leva a prata.

235. Ego de alliis tibi loquor, tu autem de caepis respondes. [Apostólio 20.52] Eu te falo de alhos, mas tu me respondes com cebolas. Falo-lhes em alhos, respondem-me com bugalhos. Misturas alhos com bugalhos. Tomais sesta por balhesta. Ego de alliis, ille vero de caepis. Eu falo de alhos, eles, de cebolas. Ego de caelo, tu de terra. Eu te falo do céu, tu me respondes da terra. Ego de caseo loquor, tu de creta respondes. [Bailey, Divers Proverbs 6] Eu te falo de queijo, tu me respondes de giz. VIDE: De alliis loquenti respondet de caepis. Ego loquor de alliis, tu respondes de caepis. Ego tibi de alliis loquor, tu respondes de caepis.

236. Ego dedi causam negotio; ego me tradam pro toto populo. [VES 68] Fui eu que causei o problema; eu me entregarei por todo o povo.

237. Ego dies et noctes cogito. Penso dia e noite.

238. Ego dilecto meo, et dilectus meus mihi. [Vulgata, Cântico 6.2] Eu sou para o meu amado, e o meu amado é para mim.

239. Ego dixi in excessu meo: omnis homo mendax. [Vulgata, Salmos 115.11] Eu disse no meu exagero: Todo homem é mentiroso.

240. Ego dormio et cor meum vigilat. [Vulgata, Cântico 5.2] Eu durmo, e meu coração vela.

241. Ego dormivi, et soporatus sum, et exsurrexi. [Vulgata, Salmos 3.6] Eu adormeci, e estive sepultado no sono, e levantei-me.

242. Ego eadem non volo senex, quae puer volui. [Sêneca, Epistulae Morales 61.1] Agora, que estou velho, eu não desejo o mesmo que desejei quando menino.

243. Ego enim didici, in quibus sum, sufficiens esse. [Vulgata, Filipenses 4.11] Aprendi a contentar-me com o que tenho.

244. Ego esse miserum credo, cui placet nemo. [Marcial, Epigrammata 5.28.9] Eu considero um infeliz aquele a quem ninguém agrada.

245. Ego feci. Fui eu que fiz. VIDE: Ego adsum qui feci.

246. Ego fidem meam malo quam thesauros. [Petrônio, Satiricon 57.9] Eu prefiro meu crédito a tesouros. Mais vale crédito na praça do que dinheiro em caixa.

247. Ego flos campi, et lilium convalium. [Vulgata, Cântico 2.1] Eu sou a flor do campo, a açucena dos vales.

248. Ego fui quod tu es, tu eris quod ego sum. [Inscrição em túmulo] Fui o que és, serás o que sou. Eu sou você amanhã. Hoje sou eu, amanhã serás tu. VIDE: Ego sum quod hic fuit, quod hic est, ego ero. Quod tu es, ego fui; quod nunc sum, et tu eris.

249. Ego hic esse et illic simul haud potui. [Plauto, Mostellaria 783] Eu não podia estar ao mesmo tempo aqui e lá. Não se pode bater o sino e carregar o andor. Ego hic esse et illic simul haud possum. Não posso estar aqui e lá. VIDE: Hic esse et illic simul non possum. Non potest fieri tempore uno homo idem duobus locis ut simul sit. Simul flare sorbereque haud factu facile est.

250. Ego homo sum sub potestate constitutus. [Vulgata, Mateus 8.9] Também eu sou homem subordinado a outro.

251. Ego illos veneror, et tantis nominibus semper assurgo. [Sêneca, Epistulae Morales 64] Venero esses homens, e sempre me levanto diante de nomes tão grandes.

252. Ego illum periisse dico cui quidem periit pudor. [Plauto, Bacchides 485] Conto como perdido aquele que perdeu a vergonha.

253. Ego in portu navigo. [Terêncio, Andria 480] Estou navegando no porto. (=Estou em segurança). VIDE: In portu res est. In portu navigo. In portu navigatur. In portu inveho.

254. Ego incipio; conata exsequar. [Accius, Atreus] Eu começo; realizarei o empreendimento. Obra começada, meio acabada.

255. Ego istos novi polypos, qui ubi quidquid tetigerunt tenent. [Plauto, Aulularia 155] Conheço estes pólipos que, quando tocam alguma coisa, agarram. (=Polypus, neste texto, significa homem rapace).

256. Ego iudex non sum, quoniam partes ambas audire non possum. [S.Agostinho, Epistulae 220] Eu não sou o juiz, porque não posso ouvir ambas as partes.

257. Ego loquor de alliis, tu respondes de caepis. [Pereira 123] Eu te falo de alhos, tu me respondes sobre cebolas. Falo-lhes em alhos, respondem-me com bugalhos. Misturas alhos com bugalhos. Tomais sesta por balhesta. VIDE: De alliis loquenti respondet de caepis. Ego de alliis tibi loquor, tu autem de caepis respondes. Ego de caseo loquor, tu de creta respondes. Ego tibi de alliis loquor, tu respondes de caepis.

258. Ego malo virum qui pecunia egeat quam pecuniam quae viro. [Temístocles / Cícero, De Officiis 2.20] Prefiro o homem que não tenha dinheiro ao dinheiro que não tenha homem. Antes homem sem dinheiro que dinheiro sem homem. VIDE: Malo virum pecunia quam pecuniam viro indigentem.

259. Ego me bene habeo. [Tácito, Annales 14.50] Estou-me sentindo bem. (=Últimas palavras de Sexto Afrânio Burrus).

260. Ego me convertam in hirudinem atque eorum exsugebo sanguinem. [Plauto, Epidicus 188] Eu me transformarei numa sanguessuga e sugarei o sangue deles.

261. Ego me curo, equum servus. [Aulo Gélio, Noctes Atticae 4.20] De mim sou eu que trato, do cavalo é o criado. (=Por isso é que eu estou bem tratado e o cavalo não). Quem quer, faz; quem não quer manda. Se queres ser bem servido, serve-te a ti mesmo. VIDE: Dum tua res agitur, alienae curae deses ne committas. Leves sunt alienae manus, sed inutiles. Per nosmet ipsos agendum quod recte curari volumus. Sibi quisque profecto est deus.

262. Ego me in pedes quantum queo. [Terêncio, Eunuchus 844] Eu fujo enquanto posso.

263. Ego meorum solus sum meus. [Terêncio, Phormio 587] Das minhas coisas, só eu é que sou meu.

264. Ego misi vos metere quod vos non laborastis. [Vulgata, João 4.38] Eu enviei-vos a segar o que vós não trabalhastes.

265. Ego ne utilem quidem arbitror esse nobis futurarum rerum scientiam. [Cícero, De Divinatione 2.9.1] Não creio que o conhecimento do futuro nos seja útil. VIDE: Certe igitur ignoratio futurorum malorum utilior est quam scientia.

266. Ego non magis istiusmodi curo, quam ranas in paludibus. [Schottus, Adagia 480] Eu me preocupo tanto com isso quanto com as rãs no charco. Tanto se me dá disso como de chiar um carro.

267. Ego non sum de hoc mundo. [Vulgata, João 8.23] Eu não sou deste mundo.

268. Ego non sum dignus ut solvam eius corrigiam calceamenti. [Vulgata, João 1.27] Eu não sou digno de desatar a correia dos seus sapatos.

269. Ego nunc sycophantae huic sycophantare volo. [Plauto, Trinummus 923] Eu quero pregar uma peça nesse impostor.

270. Ego nunquam studui malefacta cuiusquam cognoscere. [Apuleio, Apologia 16] Eu nunca quis tomar conhecimento das faltas de quem quer que seja.

271. Ego odi homines ignava opera, et philosopha sententia. [Pacúvio / Aulo Gélio, Noctes Atticae 13.8] Odeio os homens de ação preguiçosa e de discurso filosófico.

272. Ego pausam feci. [Plauto, Poenulus 458] Eu parei um pouco.

273. Ego plantavi, Apollo rigavit, sed Deus incrementum dedit. [Vulgata, 1Coríntios 3.6] Eu plantei, Apolo regou, mas Deus deu o crescimento. VIDE: Homo plantat, homo irrigat, sed Deus dat incrementum.

274. Ego pretium ob stultitiam fero. [Terêncio, Andria 610] Eu pago o preço de minha insensatez.

275. Ego primam tollo, nominor quoniam leo. [Fedro, Fabulae 1.5.7] Fico com a primeira parte, porque me chamo leão. Manda quem pode, obedece quem tem juízo. VIDE: Aequum aut iniquum regis imperium feras. Infida societas regni. Iniqua partitio. Leonina societas. Nunquam est fidelis cum potente societas. Primo mihi. Quia nominor leo.

276. Ego primus, et ego novissimus. [Vulgata, Isaías 48.12] Eu sou o primeiro e o último. VIDE: Primus et novissimus ego sum.

277. Ego proximus mihi. Meu parente sou eu mesmo. Parentes são meus dentes. Sinto mais e é-me mais precisa a pele que a camisa. VIDE: Egomet proximus sum mihi. Genu crure propius. Genu sura propius. Genu sura propius, et tunica pallio propior. Haud ullus alii quam sibi est amicior. Indusium tunica propius fraterque nepote. Omnes sibi malle melius esse quam alteri. Omnis sibi melius esse mavult quam alteri. Proximus mihi ego. Proximus sum egomet mihi. Quisque sibi est proximus. Semper tibi proximus esto. Sibi quisque amicus est, at egomet mihi sum proximus. Tunica propior pallio est.

278. Ego, quae tu loquere, flocci non facio, senex. [Plauto, Rudens 693] Não dou a menor importância ao que dizes, meu velho.

279. Ego quasi agnus mansuetus qui portatur ad victimam. [Vulgata, Jeremias 11.18] Eu era como um manso cordeiro que é levado a ser vítima.

280. Ego quos amo, arguo et castigo. [Vulgata, Apocalipse 3.19] Eu repreendo e castigo os que amo. Quem bem ama, bem castiga. Quem ama, castiga. Ego quos diligo arguo. [Bernardes, Luz e Calor 1.73] Eu repreendo os que amo. VIDE: Qui bene amat, bene castigat. Qui bene amat, satis castigat.

281. Ego reges eieci, vos tyrannos introducitis. [RH 4.66] Eu derrubei reis, e vós introduzis tiranos.

282. Ego semper apros occido, sed alter semper utitur pulpamento. [Diocleciano / Flávio Volpisco, Carus Carinus 15.1 / Rezende 1533] Sou sempre eu que mato os javalis, mas é sempre outro que come a carne. Nem sempre dança quem paga a música. O bocado não é para quem o faz. Ego apros occido, sed alter fruitur pulpamento. [Manúcio, Adagia 204] Ego apros occido, sed alter utitur pulpamento. [Henderson 100] VIDE: Alii laborarunt, alii fructum ceperunt. Alter occidit apros, alter pulpamento fruitur. Ego seram, et alius comedat.

283. Ego seram, et alius comedat. [Vulgata, Jó 31.8] Semeie eu, e outro o coma. Um semeia, outro colhe. O bocado não é para quem o faz. Nem sempre dança quem paga a música. VIDE: Alii laborarunt, alii fructum ceperunt. Alii laborarunt, lucrum alii reportarunt. Alii laborabant, alii autem fruebantur. Alii sementem faciunt, alii metent. Alii seminant, metent alii. Alii serunt, alii metunt. Alius est qui seminat, et alius est qui metit. Hic consevit agrum, sed fruges demetit alter.

284. Ego si bonam famam mihi servabo, sat ero dives. [Plauto, Mostelaria 224] Se eu conservar meu bom conceito, serei bastante rico. Mais vale crédito na praça do que dinheiro em caixa.

284a. Ego si ulcus frico, sanguinem elicio. [G.W.Freytag, Arabum Proverbia 43] Se esfrego uma ferida, tiro sangue. Não se deve mexer com o cão que está dormindo.

285. Ego spem pretio non emo. [Terêncio, Adelphi 219] Eu não compro esperança. Não compro nem vendo ilusões. Não compro nabos em saco. VIDE: Spem pretio non emo.

286. Ego sum alpha et omega, primus et novissimus, principium et finis. [Vulgata, Apocalipse 22.13] Eu sou o alfa e o ômega, o primeiro e o último, o princípio e o fim.

287. Ego sum frater tuus, noli metuere. [Vulgata, Ester 15.12] Sou teu irmão; não temas.

288. Ego sum lux mundi. [Vulgata, João 8.12] Eu sou a luz do mundo.

289. Ego sum panis vitae. [Vulgata, João 6.35] Eu sou o pão da vida.

290. Ego sum pastor bonus. [Vulgata, João 10.11] Eu sou um bom pastor.

290a. Ego sum qui laboravi, et tu percipis fructum. [Florilegium Hebraicum 147] Fui eu que trabalhei, e tu colhes o fruto. Nem sempre dança quem paga a conta.

291. Ego sum qui sum. [Vulgata, Êxodo 3.14] Eu sou quem sou.

292. Ego sum quod hic fuit, quod hic est, ego ero. [Inscrição em túmulo / Rezende 1546] Sou o que este foi, serei o que este é. VIDE: Ego fui quod tu es, tu eris quod ego sum. Quod tu es, ego fui; quod nunc sum, et tu eris.

293. Ego sum rex Romanus et supra grammaticam. [Atribuído ao Imperador Sigismundo I / Rezende 1544] Eu sou rei romano e estou acima da gramática.

294. Ego sum stella splendida et matutina. [Vulgata, Apocalipse 22.16] Eu sou a estrela resplandescente da manhã.

295. Ego sum via, veritas et vita. [Vulgata, João 14.6] Eu sou o caminho, a verdade e a vida.

296. Ego talentum mutuum quod dederam, talento inimicum mihi emi, amicum vendidi. [Plauto, Trinummus 1020] Eu, que emprestei um talento, por um talento comprei um inimigo e vendi um amigo. Quem empresta a um amigo, perde o dinheiro e o amigo. VIDE: Vel illud, quod credideris perdas, vel illum amicum amiseris.

297. Ego te baptizo in nomine Patris, et Filii et Spiritus Sancti. [Fórmula de Batismo, da liturgia católica] Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

298. Ego te intus et in cute novi. [Pérsio, Satirae 3.30] Conheço-te por dentro e por fora. VIDE: Intus et in cute.

299. Ego tibi de alliis loquor, tu respondes de caepis. [Erasmo, Adagia 3.4.35] Eu te falo de alhos, tu me respondes com cebolas. Falo-lhes em alhos, respondem-me com bugalhos. Misturas alhos com bugalhos. Tomais sesta por balhesta. VIDE: De alliis loquenti respondet de caepis. Ego de alliis tibi loquor, tu autem de caepis respondes. Ego loquor de alliis, tu respondes de caepis. Ego de caseo loquor, tu de creta respondes.

300. Ego tu sum, tu es ego; uni animi sumus. [Plauto, Stichus 721] Eu sou tu, tu és eu; nós temos uma só alma.

301. Ego utrum nave ferar magna an parva, ferar unus et idem. [Horácio, Epistulae 2.2.199] Se navego em barco grande ou em barco pequeno, eu sou um e sempre o mesmo.

302. Ego veni ut vitam habeant, et abundantius habeant. [Vulgata, João 10.10] Vim para que eles tenham vida, e para a terem em maior abundância.

303. Ego vero et tu iugum idem trahimus. [Albertatius 393] Eu e tu carregamos o mesmo jugo. Estamos no mesmo barco. VIDE: Idem iugum ducimus. Meo laborat morbo.

304. Ego vero nihil impossibile arbitror. [Apuleio, Metamorphoses 1.20] Eu na verdade acho que nada é impossível. Impossível é desculpa de mau pagador. Impossível é Deus pecar. VIDE: Nihil impossibile arbitror.

305. Ego verum amo, verum volo dici mihi; mendacem odi. [Plauto, Mostellaria 177] Eu amo a verdade e quero que a verdade me seja dita; odeio o mentiroso.

306. Ego vix risum contineo. Custa-me conter o riso. VIDE: Nimium aegre risum contineo.

307. Ego volo ea, tu non vis; quae nolo, ea cupis. [Névio, Fragmenta] Eu quero isto, tu não queres; o que não quero, tu desejas.

308. Ego vos hortor tantum possum ut amicitiam omnibus rebus humanis anteponatis. [Cícero, De Amicitia 17] Eu vos exorto quanto posso a que anteponhais a amizade a todas as coisas humanas.

309. Ego vos sequor, non duco. [Sêneca, Thyestes 486] Eu vos sigo, não vos conduzo.

310. Ego vox clamantis in deserto. [Vulgata, João 1.23] Eu sou a voz do que clama no deserto. Pregar no deserto, sermão perdido. VIDE: Vox clamantis in deserto.

311. Egomet inter vivos vivo mortuus. [Aulo Gélio, Noctes Atticae 2.13.10] Eu, que estou morto, vivo entre vivos.

312. Egomet meo indicio miser quasi sorex hodie perii. [Terêncio, Eunuchus 1024] Pobre de mim! Hoje eu me dei mal, denunciando a mim mesmo, como o rato! VIDE: Sorex suo perit indicio. Suo ipsius indicio periit sorex. Suo ipsius indicio perit fur.

313. Egomet mi ignosco. [Horácio, Sermones 1.3.23] Eu mesmo me perdôo. Egomet mihi ignosco.

314. Egomet proximus sum mihi. Meu parente sou eu mesmo. Parentes são meus dentes. Sinto mais e é-me mais precisa a pele que a camisa. VIDE: Ego proximus mihi. Proximus sum egomet mihi.

315. Egomet sum hic, animus domi est. [Plauto, Aulularia 138] Eu mesmo estou aqui, mas meu espírito está em casa.

316. Egomet sum mihi imperator. [Plauto, Mercator 852] Eu sou meu próprio comandante.

317. Egregia facinora immortalia sunt. [Salústio, Bellum Iugurthinum 2] Os grandes feitos são imortais.

318. Egregia musica quae sit abscondita nullius rei est. [Albertatius 394] A música magnífica que está escondida não tem valor nenhum. O saber escondido da ignorância vista pouco dista. Egregia musica quae sit abscondita nulli rei est. [Polydorus, Adagia] VIDE: Abdita quid prodest generosi vena metalli, si cultore caret? Si solus sapias, nempe quis usus erit? Musica abscondita nulli rei est. Musicae occultae nullus respectus. Non erit ignotae gratia magna lyrae. Nullus latentis musicae respectus est. Occultae musicae nullum esse respectum. Occultae musicae nullus respectus. Si solus sapias, nempe quis usus erit?

319. Egregie docti nonnumquam in minimis quibusdam labuntur. [Grynaeus 131] Os homens muito cultos às vezes tropeçam em coisas mínimas. Até os sábios se enganam.

320. Egregie mentiri potest qui ex loco longe dissito venit. [DAPR 443] Pode pregar grandes mentiras quem vem de lugar muito afastado. Quem vem de longe conta como quer. Grandes viagens, grandes mentiras. Longas vias, longas mentiras. VIDE: Longinquitas redargui non potest. Longum iter emensus, mendacia longa reportat. Narrat Ulixes. Narrat Ulixes quae sine teste gessit. Quae ex longinquo in maius audiebantur. Senes et peregrinantes per vim mentiuntur. Sua narret Ulixes, quae sine teste gerit, quorum nox conscia sola est!

321. Egregio vati vinum fit equus celer omni. [Schottus, Adagia 159] O vinho se torna o célere corcel de todo poeta eminente. VIDE: Sane magnus equus lepido sunt vina poëtae. Vinum poëtarum caballus.

322. Egregios faciet mentis constantia mores. [Columbano, Monosticha] A firmeza do espírito formará o caráter excelente.

323. Egregios invitant praemia mores. [Claudiano, De Consulatu Stilichonis 2.120] Os prêmios estimulam excelentes costumes.

324. Egressus est non viis sed tramitibus. [Cícero, Philippica 13.19] Ele não partiu por estradas, mas por atalhos.

325. Eheu! Dum loquimur fugit irremeabile tempus. [Inscrição em relógio solar] Ai de nós! Enquanto falamos foge o tempo sem retorno. VIDE: Dum loquimur, fugit invida aetas.

326. Eheu! fugaces labuntur anni! [Horácio, Carmina 2.14.1] Ai de nós! Os anos fogem rapidos! VIDE: Cito pede labitur aetas. Fugax est aetas.

327. Eheu! nullum infortunium venit solum. [Schrevelius 1184] Ah! nenhuma desgraça vem só. Uma desgraça nunca vem só. VIDE: Abyssus abyssum invocat. Calamitas nulla sola. Exoritur aliquod maius e magno malum. Fortuna obesse nulli contenta est semel. Malis mala succedunt. Nulla calamitas sola. Nullum infortunium venit solum.

327a. Eheu! quam brevibus pereunt ingentia causis. [Claudiano / Henderson 100] Ai! Coisas grandes se perdem por pequenas causas. Pequenas causas, grandes efeitos. Pequeno machado derruba grande carvalho.

328. Eheu! quam festinant dies. [Inscrição em relógio solar] Ai! Como os dias são apressados.

329. Eheu! quam miserum est fieri metuendo senem! [Publílio Siro] Ai! Que infelicidade envelhecer na inquietude!

330. Ei autem qui operatur merces non imputatur secundum gratiam, sed secundum debitum. [Vulgata, Romanos 4.4] Ao que obra, não se lhe conta o jornal por graça, mas por dívida.

331. Ei ignoscitur, qui puniri debuit. [Sêneca, De Clementia 2.7.1] Perdão se dá a quem devia ser punido.

332. Ei incumbit probatio, qui dicit, non qui negat. [Paulo, Digesta 22.3.2] A prova cabe a quem afirma, não a quem nega. Ei qui affirmat, non ei qui negat, incumbit probatio. [Broom 253] Ei qui dicit onus probandi incumbit. VIDE: Affirmanti, non neganti, incumbit probatio. Affirmanti incumbit probatio. Alleganti probatio incumbit. Factum asseverans onus subit probationis. Onus probandi incumbit ei qui asserit. Probatio incumbit asserenti.

333. Ei nihil turpe, cui nihil satis. [Thomas Branch, Principia Legis et Aequitatis 40] A quem nada é suficiente, nada é vergonhoso.

334. Ei qui semel sua prodegerit, aliena credi non oportere. [Alciato, Emblema 54] Não convém confiar nossos bens a quem uma vez dissipou os próprios. A quem do seu foi mau despenseiro, não confies teu dinheiro. VIDE: Hausit opes quicumque suas, alienas vorabit.

335. Eia age, rumpe moras! [Virgílio, Eneida 4.569] Vamos; nada de demora!

336. Eice primum trabem de oculo tuo, et tunc perspicies ut educas festucam de oculo fratris tui. [Vulgata, Lucas 6.42] Tira primeiro a trave do teu olho, e depois verás para tirar a aresta do olho de teu irmão. Eice primum trabem de oculo tuo, et tunc videbis eicere festucam de oculo fratris tui. [Vulgata, Mateus 7.5] VIDE: Aliena vitia in oculis habemus, a tergo nostra sunt.

337. Eicite ex animo curam. [Plauto, Casina, Prologus 23] Expulsai a preocupação de vossos corações.

338. Eis nunc praemium est, qui recta prava faciunt. [Terêncio, Phormio 771] Atualmente o prêmio é para aqueles que dão ao mal a aparência do bem.

339. Eius cantilenam cane, cuius plaustro veheris. [Gaal 248] Cantarás a cantiga daquele em cujo carro viajares. Aquele louvar devemos, cujo pão comemos. VIDE: Cuius edis panem, illius et aspice nutum. Cuius edo panes, illius et debeo aspicere nutum. Cuius edo panes, illius cantilenam cano. Siceram cuius quis bibit, huius et carmen canat.

340. Eius consortium cane peius et angue vita. Evita a companhia dele mais do que a de um cão e de uma cobra. Foge dele como o diabo da cruz. VIDE: Aliquem cane peius et angue vitare. Odit cane peius et angue.

341. Eius dentes vel silicem comedere possunt. [Rezende 1567] Seus dentes podem comer até pedra. VIDE: Quorum dentes vel silicem comesse possunt.

342. Eius est interpretari, cuius est condere (legem). [Jur / Black 645] Explicar a lei compete a quem compete criá-la.

343. Eius est nolle, qui potest velle. [Ulpiano, Digesta 50.17.3] Quem pode querer, pode não querer.

344. Eius est periculum cuius est dominium aut commodum. [Jur / Black 645] Quem tem o domínio ou a vantagem, tem o risco.

345. Eius est vetare cuius est permittere. [Jur] A quem cabe autorizar, cabe, também, proibir. Eius est vetare qui potest permittere. Eius est vetare cuius est iubere. A quem cabe ordenar, cabe proibir.

346. Eius nulla culpa est, cui parere necesse sit. [Jur / Black 645] Quem é obrigado a obedecer não tem nenhuma culpa. VIDE: Is damnum dat, qui iubet dare; eius vero nulla culpa est, cui parere necesse est.

347. Eiusdem ferme sunt farinae irrisor, stultus et ignarus. [Schrevelius 1171] São quase da mesma farinha o zombeteiro, o tolo e o ignorante.

348. Eiusdem generis. Do mesmo gênero. Da mesma classe. Da mesma natureza.

349. Eiusdem iuris esse debent, qui sub eodem rege victuri sunt. [Quinto Cúrcio, Historiae 10.3] Devem ficar sob a mesma lei os que vão viver sob o mesmo rei.

350. Eiusmodi mortalium sunt res, ut in eodem nihil duret statu. [Eurípides / Grynaeus 262] As coisas dos mortais são de tal modo que nada possa durar no mesmo estado.

351. Elapsam occasionem non ipse possit Iuppiter reprehendere. Nem o próprio Júpiter pode recuperar uma oportunidade perdida. A sorte bate uma vez só à porta de cada pessoa. Elapsum semel non ipse possit Iuppiter reprehendere. [Fedro, Fabulae 5.8.3] O que foi perdido nem o próprio Júpiter pode recuperar.

352. Elapso tempore. Esgotado o tempo.

353. Electa una via, non datur recursus al alteram. [Jur / Black 646] Escolhido um caminho, não é dado recurso para outro.

354. Electiones fiant rite et libere sine interruptione aliqua. [Jur / Black 648] As eleições devem ser feitas na forma devida e com liberdade, sem qualquer interrupção.

355. Electro lucidior. [Pereira 99; Erasmo, Adágia 4.4.71] Mais brilhante do que o raio. Claro como água.

356. Eleemosyna non tam accipientibus prodest quam dantibus. [DM 55] A esmola não favorece tanto a quem a recebe como a quem a dá.

357. Elegantia sermonis. A elegância da linguagem.

358. Elegantiae arbiter. [Tácito, Annales 16.18] O árbitro da elegância. (=Alcunha de Petrônio). VIDE: Arbiter elegantiae. Arbiter elegantiarum.

359. Elegi te in camino paupertatis. [Vulgata, Isaías 48.10] Eu te escolhi na fornalha da pobreza.

360. Elementa quattuor: tellus atque unda, aër atque ignis. São quatro os elementos: a terra e a água, o ar e o fogo.

361. Elephantem ex musca facis. [Apostólio 8.14] De uma mosca fazes um elefante. (=Exagerar. Aumentar as coisas. Engrandecer quem não merece). Fazer de uma mosca um elefante. De um argueiro fazes um cavaleiro. Fazes de uma pulga um cavaleiro armado. Fazes de uma pulga um camelo. VIDE: Arcem ex cloaca facere. Elephantum ex musca facis. Elephantum e mure facis. Ex musca elephantem.

362. Elephantem saltare doces. [Schottus, Adagia 275] Ensinas o elefante a dançar. Malhas em ferro frio.

363. Elephanto belluarum nulla prudentior. [Cícero, De Natura Deorum 1.35] Nenhum animal selvagem é mais prudente do que o elefante.

364. Elephantos porcina vox terret. [Sêneca, De Ira 2.11.5] O grunhir do porco apavora os elefantes.

365. Elephantum ex musca facis. [Erasmo, Adagia 1.9.69] De uma mosca fazes um elefante. De um argueiro fazes um cavaleiro. Fazes de uma pulga um cavaleiro armado. Elephantum e mure facis. [Schottus, Adagia 212] De um rato fazes um elefante. Elephantum e culice facis. De um mosquito fazes um elefante. VIDE: Elephantem ex musca facis. Ex musca elephantem.

366. Elephantum sub alis celas. [Pereira 121] Escondes um elefante no sovaco. Queres tapar o sol com uma peneira. Queres cobrir o céu com uma joeira. Elephantum sub alis occultas.

367. Elephantus culicem non curat. [Pereira 107] O elefante não faz caso do mosquito. Homem grande não desce a coisas baixas. Elephantus Indus non hili culicem facit. [Schottus, Adagia 615] Elephas indus culices non timet. [Rezende 1573] Elefante não tem medo de mosquitos. Elephas muscam non curat. O elefante não dá importância à mosca. Elephas non capit muscas. Elefante não caça moscas. VIDE: Culices elephas non curat. Indus elephantus haud curat culicem.

368. Elephantus non capit murem. [Manúcio, Adagia 393] Elefante não apanha camundongo. As águias não caçam moscas. Homem grande não desce a coisas baixas. Elephantus non captat murem. [Seybold 102] Elephantus non captat mures. Elefante não caça camundongos. Elephas murem non capit. [Schottus, Adagia 69] Elephas murem non mordet. [Apostólio 8.15] Elephantus non capit murem, nec aquila muscas. [Erasmo, Adagia 1.9.70] O elefante não apanha ratos, nem a águia, moscas. VIDE: Animus excelsus res humiles dispicit. Aquila non capit muscas. Aquila non captat muscas. Aquila non aucupatur muscas. Murem elephas non capit.

369. Eligat aequalem prudens sibi quisque sodalem. [Trench, Proverbs] Quem for prudente deverá escolher um igual por companheiro. Casar e compadrar, cada qual com seu igual. Cada qual com seu igual, e cada ovelha com sua parelha. VIDE: Firmissima est inter pares amicitia.

370. Elige cui dicas: tu mihi sola places. [Ovídio, Ars Amatoria 1.42] Escolhe a quem dirás: só tu me agradas.

371. Elige ergo vitam, ut et tu vivas, et semen tuum. [Vulgata, Deuteronômio 30.19] Escolhe pois a vida, para que vivas tu e a tua posteridade.

372. Elige eum cuius tibi placuit et vita et oratio. [Sêneca, Epistulae Morales 11.10] Escolhe aquele cuja vida e eloqüência te agradaram.

373. Elige ex malis minima. Dos males escolhe os menores. Dos males, o menor. VIDE: De duobus malis minus malum est eligendum. De duobus malis, minus est deligendum. De duobus malis, minus est semper eligendum. E duobus malis minus eligendum. E duobus malis, cum maius fugiendum sit, levius est eligendum. E malis multis malum quod minimum est. Ex malis eligere minima oportere. Minima de malis eligenda. Minima de malis. Minus damnum maiori anteponendum.

374. Elige quem diligas! Escolhe a quem vais amar! Eligas quem diligas! [Eiselein 185] VIDE: Delige quem diligas! Deligere oportet quem velis diligere. Ne cuivis dextram inieceris.

375. Elige viam optimam. [Grynaeus 129] Escolhe o melhor caminho.

376. Eliguntur in aedificio lapides angulares, non reprobatis ceteris, qui structurae partibus aliis deputantur. [Tertuliano, Ad Nationes 2.9 / S.Agostinho, De Civitate Dei 7.1.2] Para um edifício escolhem-se as pedras angulares, sem rejeitar as outras, que são destinadas às outras partes da construção.

377. Eliguntur uvae ad vescendum, nec reprobantur aliae, quas relinquimus ad bibendum. [S.Agostinho, De Civitate Dei 7.12.2] Escolhem-se umas uvas para comer, mas não são rejeitadas as outras, que deixamos para fazer bebida.

377a. Elonga te a vicino malo. [Florilegium Hebraicum 374] Afasta-te do mau vizinho. De vizinho ruim, nem o diabo quis saber. Guarda-te de mau vizinho e de homem mesquinho. VIDE: Noxa malus vicinus.

378. Eloquar? An sileam? [Virgílio, Eneida 3.39] Devo falar? Devo calar? Eloquarne, an sileam? [Erasmo, Moriae Encomium 30]

379. Eloquentia, alumna licentiae, quam stulti libertatem vocitant. [Tácito, De Oratoribus 40] A eloqüência, essa discípula da licença, que os tolos chamam de liberdade.

380. Eloquentia fortitudine praestantior. [Alciato, Emblemata 181] Eloqüência vale mais que valentia. De uma boa conversa ninguém escapa.

381. Eloquentia male sine moribus discitur. [Grynaeus 234] Sem princípios morais, não se aprende bem a eloqüência.

382. Eloquentia sine sapientia gladius est in manu furiosi. [Albertano da Brescia, Liber de Amore 3.7] Eloqüência sem sabedoria é espada em mão de louco.

383. Eloquentiae flumen, sapientiae gutta. [Ballagi Mór, Magyar Példabeszédek 197] De eloqüência, um rio; de sabedoria, uma gota. Muito falar, pouco saber. VIDE: Ex verborum copia cognoscitur cerebri inopia. Vacca quae multum boat, parum lactis habet.

384. Elucet egregia virtus. [Erasmo, Adagia 3.8.62] A grande virtude resplandece. A luz, onde está, logo aparece.

385. Emancipatione desinunt liberi in potestate parentum esse. [Jur] Pela emancipação, deixam os filhos de estar sob o pátrio poder.

386. Emas non quod opus est, sed quod necesse. [Marcos Catão / Sêneca, Epistulae Morales 94.28] Comprarás não o que te é útil, mas o que te é necessário. Quem compra o que não pode, vende o que não deve. Eme non quod opus est, sed quod necesse est.

387. Eme die caeca olivum, id vendito oculata die. [Plauto, Pseudolus 294] Compra o óleo a prazo, e vende-o à vista. VIDE: Emere die caeca, vendere oculata.

388. Eme et habebis. [Inscrição em balanças de negociantes de Pompéia / Bivar 412] Compra e terás.

389. Emendatio nulla, ubi nullus est metus. [Tertuliano, De Paenitentia 2.1, adaptado] Quando não há medo, ninguém se corrige. O medo é que guarda a vinha.

390. Emendatio pars studiorum longe utilissima. [Quintiliano, Institutio Oratoria 10.4.1] A revisão é de longe a parte mais útil dos estudos.

391. Emere catulum in sacco. [Spalding, Guia Prático 116] Comprar um cachorrinho dentro de um saco. Comprar nabos em saco.

392. Emere die caeca, vendere oculata. [Pereira 124] Comprar fiado, vender de contado. Comprar a crédito, vender à vista. VIDE: Eme die caeca olivum, id vendito oculata die.

393. Emere malo quam rogare. [Cícero, In Verrem 4.6.12] Prefiro comprar a pedir. Caro se compra o que se pede. Mais barato é o comprado do que o pedido. VIDE: Beneficium accipere, libertatem est vendere.

394. Emere oportet, quem tibi oboedire velis. [Plauto, Persa 277] É preciso comprar as pessoas que queres que te obedeçam.

395. Emersit ex asinis equus tardigradis. De asnos vagarosos saiu um cavalo. Cavalo formoso de potro sarnoso. VIDE: A tardigradis asinis equus prosiliit. A tardigradis asinis equus prodiit. A tardigradis asinis ad equos. E tardigradis asinis equus prodiit. E tardo asino equus prodiit.

396. Eminentia feriunt procellae. [E.F.C.Oertel, Sprüchwörter 17] As tempestades ferem as altas montanhas. Raio não cai em pau deitado. VIDE: Alta ventos semper excipiunt iuga. Feriunt summos fulgura montes.

397. Eminentis fortunae comes invidia. [Veleio Patérculo, Historia 1.9] A inveja é companheira da sorte grande. A inveja sempre atina lugares altos. VIDE: Allatrat victorem invidia.

398. Eminet non imminet. [Divisa do Cardeal Mazarino / Rezende 1577] Ele domina, mas não ameaça.

399. Emit morte immortalitatem. [Quintiliano, Institutio Oratoria 9.3.71] Com a morte adquiriu a imortalidade.

400. Emitur sola virtute potestas. [Claudiano, Tertium Consulatum 188] O poder só se adquire com a coragem.

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