DICIONÁRIO DE EXPRESSÕES E FRASES LATINAS
Compilado por HENERIK KOCHER
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P8: 1401-1600
1401. Porro ut ex studiis gaudium, sic studia hilaritate proveniunt. [Plínio Moço, Epistulae 8.19.2] Como o prazer vem do interesse, assim o interesse vem da alegria.
1402. Porta, et portaberis. [Bernardes, Luz e Calor 1.221.67] Carrega, e serás carregado. ■Sofre, e sofrer-te-ão.
1403. Porta itineri longissima est. [Erasmo, Adagia 4.5.96] A porta é a parte mais longa da viagem. ■O primeiro passo é o que mais custa. ■A maior jornada é sair de casa. ●Portam itineri dici longissimam esse. [Varrão, De Re Rustica 1.2.2] Dizem que a porta é a parte mais longa da viagem. VIDE: ●Cuiusque rei potissima pars principium est. ●Omnibus in rebus gravis est inceptio prima. ●Omnium rerum primordia sunt dura.
1404. Portatur leviter quod portat quisque libenter. [Rabelais, Gargantua 3.40] Carrega-se facilmente o que se carrega com prazer. ■O que é do gosto, regalo da vida. ■O que é de gosto regala a vida. VIDE: ●Ea facile facimus, quae libenter facimus. ●Leve fit, quod bene fertur, onus. ●Onus non est quod sponte suscipitur.
1405. Portio agri videtur aqua viva. [Digesta 43.24.11] A fonte se considera como parte do solo.
1406. Portum potius paratum nobis et perfugium putemus mortem. [Cícero, Tusculanae Disputationes 1.49] Consideremos a morte mais como um porto e um refúgio preparado para nós.
1407. Portus aeterna placidus quiete. [Sêneca, Agamemnon 592] (A morte) é um porto tranqüilo para o eterno repouso.
1408. Portus est locus in quo exportantur et importantur merces. [Jur / Black 1381] Porto é o lugar em que se exportam e importam mercadorias.
1409. Portus miseriae ars. [Pereira 120] O ofício é o abrigo contra a miséria. ■Quem sabe ofício não morre de fome. ■Quem tem ofício tem benefício. ●Portus infelicitatis ars est mortalibus. [E.Lubin, Clavis Graecae Linguae 405] O ofício é para os mortais um abrigo contra a desgraça. VIDE: ●Ars infortunii portus est mortalibus. ●Ars ipsa inopiae portus est mortalibus. ●Ars portus infelicitatis hominibus. ●Ars portus inopiae. ●Ars portus miseriae. ●Disce aliquid, nam cum subito Fortuna recessit, ars remanet vitamque hominis non deserit unquam. ●Unicum confugium in egestate ars est.
1410. Portus optimus paenitenti mutatio consilii. [Cícero, Philippica 12.7, adaptado] O melhor porto para quem se arrepende é a mudança de decisão. ■Melhor é mudar conselho que perseverar no erro. ■Quem não muda de caminho é trem. VIDE: ●Est melius regredi, quam male coepta sequi. ●Optimus paenitenti portus est mutatio consilii. ●Praestat mutare consilium in melius, quam in male institutis pergere. ●Satius est recurrere, quam currere male. ●Satius est regredi quam male coepta sequi.
1411. Portus salutis. O porto da salvação.
1412. Poscunt fidem secunda, at adversa exigunt. [Sêneca, Agamemnon 934] A boa fortuna pede fidelidade, a adversidade a exige.
1413. Poscunt infamem turpissima crimina finem. [Pereira 119] Crimes odiosos buscam um fim infame. ■Quem mal vive, mal acaba. VIDE: ●Fine malo claudi mala vita meretur.
1414. Posse foramen acus melius transire camelum credo, quam possit homo dives scandere caelum. [Samuel Singer, Thesaurus Proverbiorum Medii Aevi 250] Acredito que seja mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um homem rico escalar o céu. VIDE: ●Facilius est camelum per foramen acus transire quam divitem intrare in regnum caelorum.
1415. Possessio bona fide. [Jur / Black 1382] Posse de boa-fé.
1416. Possessio mala fide. [Jur / Black 1382] Posse de má-fé.
1416a. Possessores immobilium rerum satisdare non compelli. [Digesta 2.8.15] Os possuidores de imóveis não são obrigados a dar fiança.
1417. Posside sapientiam, quia auro melior est. [Vulgata, Provérbios 16.16] Possui a sabedoria, pois ela é melhor que o ouro. ■Mais vale saber que haver. ■Acaba o haver, fica o saber. VIDE: ●Doctrina multo praestat auro. ●Doctrinam magis quam aurum eligite. ●Melior est puer pauper, et sapiens, rege sene et stulto. ●Pretiosior est sapientia divitiis.
1418. Possideas tacitus, si quae adsunt munera divum. [DAPR 96] Se houver presentes dos deuses, recebê-los-ás em silêncio. ■Ovelha que barrega, perde o bocado. VIDE: ●Balatu perdit stulta capella bolum. ●Iactantiae comes invidia. ●Propter invidiam vela opulentiam.
1419. Possidentis melior est condicio. [Digesta 20.1.10] É melhor a condição de quem tem a posse. VIDE: ●Potior est condicio possidentis.
1420. Possideo, quia possideo. [Jur] Possuo, porque tenho a posse. VIDE: ●Qui interrogatus cur possideat, responsurus sit "quia possideo".
1421. Possum falli ut homo. [Cícero, Ad Atticum 13.21.2] Como ser humano, posso enganar-me. VIDE: ●Ut humanus possum falli.
1422. Possum nihil ego sobrius. [Marcial, Epigrammata 11.6.12] Quanto a mim, quando estou sóbrio, não consigo fazer nada.
1423. Possumus effugere senum pedes, sed consilio carere non possumus. [Bebel, Adagia Germanica] Podemos escapar dos pés dos velhos, mas não podemos ficar sem sua sabedoria. VIDE: ●Prudens consilio vetus est vir, tardus eundo.
1424. Possunt quia posse videntur. [Virgílio, Eneida 5.231] Podem porque acreditam que podem. ■Querer é poder. VIDE: ●Hos successus alit: possunt, quia posse videntur.
1425. Post acclamationem bellicam iacula volant. [E.Lubin, Clavis Graecae Linguae 435] Depois do grito de guerra, voam os dardos.
1426. Post acerba, prudenter. [Grynaeus 636] Depois das dificuldades, com prudência. ■Gato escaldado de água fria há medo. ●Post acerba prudentior. [Erasmo, Adagia 4.3.59] Depois das dificuldades, com mais prudência. VIDE: ●Felis aqua calida perfusus callidus exit: fit cautus, gelidam dum fugit, ipse cattus! ●Marte cruentatus bella futura timet. ●Post mala prudentior. ●Post mala cautior.
1427. Post acta festa venimus lente nimis. [Schottus, Adagia 613] Chegamos muito devagar, depois de acabada a festa. ■Chegamos ao atar das feridas. VIDE: ●Accepto claudenda est ianua damno. ●Cena comesa venire. ●Post festum venisti. ●Post festum venimus. ●Pugna peracta venisti.
1427a. Post afflictum sequitur afflictio. [Florilegium Hebraicum 11] Atrás do aflito segue a aflição. ■Uma desgraça não vem só. ●Post afflictum vadit afflictio. VIDE: ●Abyssus abyssum invocat. ●Aliud ex alio malum gignitur. ●Calamitas nulla sola.
1428. Post amara dulcia. [Divisa] Depois do amargo, o doce. ■Depois do purgatório, a redenção. ■Depois da tempestade, vem a bonança. VIDE: ●Blandi post nubila soles. ●Clarior est solito post maxima nubila Phoebus. ●Eveniunt homini post luctus gaudia saepe.
1429. Post amicitiam credendum est, ante amicitiam iudicandum. [Sêneca, Epistulae Morales 3.2] Depois de feita a amizade, deve-se confiar; antes da amizade, deve-se julgar.
1430. Post annos centum fugient discrimina vitae. [Collins 5] Depois de cem anos, desaparecerão as diferenças da vida. ■Ao cabo de cem anos todos seremos calvos.
1431. Post annum famulus mores perdiscet eriles. [Collins 23] ■Ao cabo de um ano, tem o criado as manhas do dono.
1432. Post bellum, auxilium. [Suidas / Erasmo, Adagia 3.6.17] Terminada a guerra, o reforço. ■Casa arrombada, trancas à porta. ■Depois da vindima, cavanejos. ■Tarde piaste. ●Post bellum, machinas. [Diogeniano / Manúcio, Adagia 1412] Terminada a guerra, trazes a artilharia. ●Post bellum suppetiae venerunt. [Albertatius 1089] Depois da guerra chegou o socorro. VIDE: ●Accepto claudenda est ianua damno. ●Aedibus in cinerem redactis sero infunditur aqua. ●Finito bello auxilium. ●Machinas post bellum afferre.
1433. Post brevem moram. Após uma pequena espera.
1434. Post breve tempus. Depois de algum tempo.
1435. Post calamitatem, memoria alia est calamitas. [Publílio Siro] Depois de uma infelicidade, a recordação é outra infelicidade.
1435a. Post caput sequitur corpus. [Florilegium Hebraicum 338] O corpo segue a cabeça. VIDE: ●Regis ad exemplum totus componitur orbis.
1436. Post cenam dormi, si vis aegrotare libenter. [Medina 610] ■Se queres enfermar, ceia e vai-te deitar. ●Post cenam dormis? Vis aegrotare libenter. [Pereira 122] Dormes logo depois do jantar? Queres mesmo adoecer.
1437. Post cenam stabis, aut lento pede ambulabis. [Rezende 5087] Depois do jantar ficarás quieto, ou andarás devagar. ●Post cenam stabis, vel passus mille meabis. [Regimen Sanitatis Salernitanum / Rezende 5087] Depois do jantar, ficarás quieto ou caminharás mil passos. ●Post cenam non stare, sed mille passus meare. Depois da refeição não ficar parado, mas dar mil passos.
1438. Post Christum natum. Depois do nascimento de Cristo. ●Post Christum. Depois de Cristo.
1439. Post cibum. Depois da refeição.
1440. Post cineres. Depois das cinzas. (=Depois da morte).
1441. Post cineres est verus honor, est gloria vera. [L. De-Mauri, Flores Sententiarum 223] Depois da morte, a homenagem é sincera, a glória é verdadeira.
1442. Post cineres gloria sera venit. [Rezende 5085] É tardia a glória que vem depois da morte. VIDE: ●Cineri gloria sera venit. ●Gloria sera venit.
1443. Post clamores veniemus ad verbera. Do bate-boca passaremos às pancadas.
1444. Post coitum omne animal triste. [Tosi 1428] Todo animal fica triste depois do coito. ●Post coitum omne animal triste, nisi gallus qui cantat. Todo animal fica triste depois do coito, menos o galo, que canta. VIDE: ●Laeta venire Venus, tristis abire solet. ●Triste est omne animal post coitum, praeter mulierem gallumque.
1444a. Post confessionem in iure factam nihil ultra quaeritur, quia in iuri confessi pro iudicati habentur. [Jur] Depois da confissão feita em juízo, nada mais se pergunta, pois os confessos em juízo são considerados julgados.
1445. Post dationem celerrime senescit beneficium. [Menandro / Bebel, Adagia Germanica] Depois que se faz, o favor envelhece depressa. ■Favor recebido, favor esquecido. VIDE: ●Apud paucos post rem manet gratia.
1445a. Post Deum, veritas sola colenda est. Depois de Deus, só a verdade deve ser cultuada.
1446. Post diem. Depois do dia.
1446a. Post elationem venit ruina. [Florilegium Hebraicum 352] Atrás da exaltação vem a humilhação. ■Quem se exalta, será humilhado.
1447. Post equitem sedet atra cura. [Horácio, Carmina 3.1.40] A negra preocupação vem montada na garupa do cavaleiro.
1448. Post factum. Depois do fato.
1449. Post factum, lauda. [Rezende 5091] Louva depois de consumado o fato. ■Não louves até que proves. ■No fim é que se cantam as glórias. VIDE: ●A casu describe diem, non solis ab ortu. ●A solis occasu, non ortu, describe diem. ●Ad partus ovium noscuntur pondera ventrum. ●Diem vesper commendat. ●Lauda finem. ●Laus in fine cantatur et vespere laudatur dies. ●Omnis laus in fine canitur. ●Tunc beatam dico vitam, cum peracta fata sunt. ●Vespere laudatur dies.
1450. Post factum, nullum consilium. [Rabelais / Rezende 5092] Depois do fato, é inútil o conselho. ■Depois de fugir o coelho, todos dão conselho. ■Conselho só serve cedo. ■Depois do fato, todo o mundo é sábio. VIDE: ●Consilium post facta, imber post tempora frugum. ●Res peracta nihil opus est consultatione. ●Serum est post facta consilium.
1451. Post factum unusquisque est bonus consiliarius. Depois do fato, qualquer um é bom conselheiro. ■Depois do fato, todo mundo é sábio. VIDE: ●Consilium post facta, imber post tempora frugum. ●Post factum, nullum consilium. ●Post rerum eventum omnes facile sapientes sunt. ●Posterius consilium nulli unquam defuit.
1452. Post fata resurgo. [Anastasio Chinchilla, Anales Históricos de la Medicina 371] Depois da desgraça, eu ressurjo. (=Frase mandada gravar pelo Marquês de Pombal no obelisco construído na Praça do Rocio depois do terremoto de Lisboa. Refere-se à lenda de Fênix, ave que ressurgiria de suas cinzas). ●Post fata resurgam. [Divisa] Depois da desgraça, ressurgirei.
1453. Post festum fatuus superest. [DAPR 584] Depois da festa, o tolo sobra. ■Rogar ao santo até passar o barranco.
1454. Post festum venire miserum est. [Erasmo, Colloquia 15], É triste chegar depois de acabada a festa.
1455. Post festum venisti. [Diogeniano / Erasmo, Adagia 1.9.52] Chegaste depois da festa. ■Agora é tarde, Inês é morta. ●Post festum venimus. [Schottus, Adagia 348] Chegamos depois da festa. VIDE: ●Cena comesa venire. ●Post acta festa venimus lente nimis. ●Pugna peracta venisti.
1456. Post fluctus denuo conspiscor tranquillitatem. [Schottus, Adagia 416] Depois da tempestade percebo novamente a tranqüilidade. ■Depois da tempestade, a bonança. ■Depois do purgatório, a redenção. VIDE: ●Blandi post nubila soles. ●Eveniunt homini post luctus gaudia saepe. ●Post amara dulcia. ●Post tempestatem tranquillum. ●Post tempestatem tranquillum facis.
1457. Post florem fructus, sequitur post gaudia luctus. [Gaal 499] Depois da flor, vem o fruto; depois das alegrias, a tristeza. ■Depois da doçura vem a amargura. ■Quem ri hoje chora amanhã. VIDE: ●Et lacrimas risus non procul esse docet. ●Gaudia venturi sunt nuntia saepe doloris, et risus lacrimas non procul esse docet. ●Post gaudia luctus.
1458. Post folia cadent in te arbores. [Albertatius 1090] Primeiro cairão em cima de ti folhas, depois, árvores. ■Quem a ruim perdoa, a ruindade lhe aumenta. ●Post folia cadunt arbores. [Erasmo, Adagia 2.8.68] VIDE: ●Arbores cadunt post folia. ●Folia nunc cadunt; tum arbores in te cadent. ●Iniuriarum patientia maiorum iniuriarum genetrix. ●Leviores iniurias si quis ferat, sequuntur atrociores. ●Nunc in te cadunt folia, post cadent arbores. ●Saepe ignoscendo, des iniuriae locum. ●Semper ignoscendo, des iniuriae locum. ●Semper quiescens des locum iniuriae. ●Veterem ferendo iniuriam, invitas novam.
1459. Post funera praeconia. ■Depois do enterro, começam os elogios. ●Post funera virtus. [Rezende 5094] Depois dos funerais, reconhecem-se as virtudes. VIDE: ●Bona fama propria possessio defunctorum. ●Post hominum cineres oritur clarissima fama. ●Vivit post funera virtus.
1460. Post furtum stabulum sero reparatur equorum. [] Depois do furto, é tarde para consertar o estábulo. ■Casa roubada, trancas à porta. VIDE: ●Accepto claudenda est ianua damno. ●Extractis bobus stabulum sero reparatur. ●Sera in fundo parsimonia.
1461. Post gaudia luctus. [Binder, Thesaurus 2618] Depois da alegria, a tristeza. ■Depois da doçura vem a amargura. ■Quem ri hoje chora amanhã. ■Depois da calma, a tempestade. ■A bom bocado, bom grito. VIDE: ●Et lacrimas risus non procul esse docet. ●Gaudia post luctus veniunt, post gaudia luctus. Semper in ambiguo, speve metuve, sumus. ●Laetitiae proximus fletus. ●Post florem fructus, post gaudia sequitur luctus. ●Sperne voluptates, quia mox post gaudia flebis.
1462. Post gloriam invidia sequitur. [Salústio, Bellum Iugurthinum 55.2] A inveja acompanha a glória. ■A inveja sempre atina lugares altos. ■Não há glória sem inveja. VIDE: ●Est hoc commune vitium magnis liberisque civitatibus, ut invidia gloriae comes sit. ●Gloriae et virtutis invidia est comes. ●Invidia gloriae comes. ●Invidia virtutum comes.
1463. Post hanc diem. Depois deste dia. De hoje em diante. Doravante.
1464. Post hiemem denuo recurrit ver; at post senectam nulla recurrit iuventa. [Rezende 5096] Depois do inverno, retorna novamente a primavera, mas, depois da velhice, a juventude não volta.
1465. Post hoc, ergo propter hoc. [Da linguagem da filosofia] Depois disso, logo por causa disso. ●Post hoc, propter hoc. VIDE: ●Cum hoc vel post hoc, ergo propter hoc.
1466. Post hominum cineres oritur clarissima fama. [Antonius Tunnicius, Sprichwörtersammlung 98; Tosi 593] Depois da morte dos homens nasce uma fama imensa. ■Depois do enterro começam os elogios. VIDE: ●Bona fama propria possessio defunctorum. ●Maius ab exsequiis nomen in ora venit. ●Post funera virtus. ●Vivit post funera virtus.
1467. Post homines natos. [Cícero, Philippica 11.1] Depois do nascimento dos homens. Desde que os homens existem. ■Desde que o mundo é mundo.
1468. Post hominum memoriam. [Cícero, Ad Familiares 16; Rezende 5098] A partir da lembrança dos homens. ■Desde que o mundo é mundo.
1469. Post iacturam quis non sapit? [Mantuano, Eclogae 2] Depois do dano, quem não aprende? ■Depois do fato, todo o mundo é sábio. VIDE: ●Eventus stultorum magister est.
1470. Post industriam sequetur sapientia [Vulgata, Eclesiastes 10.10] Depois do esforço, virá a sabedoria.
1470a. Post inimicitias crescit amantis amor. Depois das brigas, cresce o amor do apaixonado. ■Brigas de namorados fortalecem o amor. ●Post inimicitias clarior est et amor. [Alanus de Insulis, Liber Parabolarum 1.17] Depois das brigas, até o amor é mais brilhante. VIDE: ●Blandi post nubila soles.
1471. Post iram graviorem alimenta non assumantur, ne graviora sequantur mala. [Nenter 97] Depois de aborrecimento violento, não se tomem alimentos, para que não ocorram males mais graves.
1472. Post iucundam iuventutem, post molestam senectutem, nos habebit humus. [Da canção estudantil medieval Gaudeamus] Depois da alegre juventude, depois da incômoda velhice, ter-nos-á a terra. VIDE: ●Gaudeamus igitur iuvenes dum sumus; post iucundam iuventutem, post molestam senectutem nos habebit humus.
1473. Post laborem, requiem. [Inscrição em relógio solar] Depois da fadiga, o repouso.
1474. Post lacrimas, fructus. [Divisa] Depois das lágrimas, a recompensa. ■Depois do purgatório, a redenção. VIDE: ●Blandi post nubila soles. ●Eveniunt homini post luctus gaudia saepe. ●Fide Deo, Deus est: post nubila iubila praebet. ●Post nubila, iubila.
1475. Post laudem quiesce. [Pereira 99] Depois da glória, descansa. ■Cobra boa fama e deita-te a dormir. VIDE: ●Audias bene ab omnibus et tuto vivas.
1476. Post ludos ad seria. [Grynaeus 537] Depois das brincadeiras, passemos às coisas sérias.
1477. Post mala prudentior. [Erasmo, Adagia 1.3.99] Depois das dificuldades, com mais prudência. ■Gato escaldado de água fria há medo. ■Aprender à sua custa. ●Post mala cautior. [Apostólio 15.64] VIDE: ●Felis aqua calida perfusus callidus exit: fit cautus, gelidam dum fugit, ipse cattus! ●Post acerba prudentior. ●Post acerba, prudenter.
1477a. Post malam segetem, serendum est. [Henderson 334] Depois de ruim colheita, deve-se semear novamente. VIDE: ●Et post malam segetem serendum est.
1478. Post maxima nubila Phoebus. [Alain de Lille, Liber Parabolarum] Depois da maior escuridão, o sol. ■Depois da tempestade, vem a bonança. VIDE: ●Blandi post nubila soles. ●Clarior est solito post maxima nubila Phoebus. ●Gratus est sollicito post maxima nubila Phoebus. ●Imbribus obscuris succedunt lumina solis. ●Nubilo serena succedunt. ●Phoebum post nubila irradiare. ●Post nebulas Phoebus. ●Post nubila, Phoebus. ●Solem fugatis nubilis reduci.
1479. Post mediam noctem. Depois da meia-noite.
1480. Post meridiem. Depois do meio-dia.
1481. Post mortem. Depois da morte. VIDE: ●Post obitum.
1482. Post mortem, medicina. [Rezende 5100] Depois da morte, o remédio. ■Casa arrombada, trancas às portas. ■Depois da morte, o remédio. ●Post mortem, medicus. [Rezende 5100] Depois da morte, o médico. VIDE: ●Accepto claudenda est ianua damno. ●Cineri nunc medicina datur. ●Post vulnera clipeus.
1483. Post mortem nihil. Depois da morte não há nada. ■A morte é o fim de todas as coisas. ●Post mortem, nihil est, ipsaque mors nihil. [Sêneca, Troades 397] Depois da morte não há nada; a própria morte não é nada.
1484. Post mortem nulla voluptas. Depois da morte não há nenhum prazer. ■Depois de morto, nem vinha nem horto. VIDE: ●Edamus, bibamus, gaudeamus: post mortem nulla voluptas.
1485. Post mortis morsum vertit dilectio dorsum. [Binder, Thesaurus 2622] Depois da mordida da morte, o amor vira as costas. ■A mortos e idos não há amigos. ■Dor de mulher morta dura até a porta. ■Morto o afilhado, desfeito o compadrado. VIDE: ●Absentes nec amor, nec habet mors invida amicos.
1486. Post multa virtus opera laxari solet. [Sêneca, Hercules Furens 476] Depois de muitas aventuras, a coragem costuma diminuir.
1487. Post multum temporis. [Vulgata, Êxodo 2.23] Depois de muito tempo. ●Post multum tempus. [S.Agostinho, Sermones 87.5]
1488. Post natus. [Jur / Broom 396] O que nasceu depois. VIDE: ●Ante natus.
1489. Post naufragium maria tentantur. [Sêneca, Epistulae Morales 81.2] Depois do naufrágio, busca-se novamente o mar. ■Trás um tempo vem outro.
1490. Post nubila, Phoebus. [Henderson 334; Rezende 5103] Depois do nevoeiro, o sol. ■Depois da tempestade, vem a bonança. ■Depois do purgatório, a redenção. ●Post nebula Phoebus. Depois das nuvens, o sol. ●Post nubila, clarior. [Divisa da Sociedad de Estúdios Latinos, Espanha] Depois do nevoeiro, maior claridade. ●Post nubila, iubila. [Lodeiro 825] Depois da escuridão, alegria. ●Post nubila, lux. Depois do nevoeiro, a luz. ●Post nubila, sol. Depois do nevoeiro, o sol. ●Post nubila, solem spero. VIDE: ●Blandi post nubila soles. ●Clarior est solito post maxima nubila Phoebus. ●Fide Deo, Deus est: post nubila iubila praebet. ●Flebile principium melior fortuna sequetur. ●Forsan miseros meliora sequentur. ●Lux sequitur noctem; fulget post nubila Phoebus. ●Phoebum post nubila irradiare. ●Post maxima nubila Phoebus. ●Post tenebras, lux. ●Saepe post magna siccitate venit ingens pluvia. ●Solem fugatis nubilis reduci. ●Tempestas mutatur facile in serenitatem. ●Venit post pluvias lucida saepe dies. ●Ver hiemem sequitur; sequitur post triste serenum.
1491. Post obitum. Depois da morte. VIDE: ●Post mortem.
1492. Post panes bona maza est. [Grynaeus 605] À falta de pães, massa é bom. ●À míngua de pão, boas são as tortas. ■Quem não tem pão alvo, come do ralo. VIDE: ●Bona est offa post panem. ●Bona etiam offa post panem. ●Bona est etiam offa post panem.
1493. Post partum. Depois do parto.
1494. Post pisces nux sit, post carnes caseus adsit. [Regimen Sanitatis Salernitanum] Depois do peixe, nozes; depois da carne, queijo.
1495. Post prandium stabis, post cenam ambulabis. [Regimen Sanitatis Salernitanum / Rezende 5107] Depois do almoço, sossegarás; depois do jantar, passearás. ■Depois de almoçar, deitar; depois de cear, passos dar. ●Post prandium sta, post cenam ambula.
1496. Post proelium, praemium. [Divisa] Depois da batalha, o prêmio. ■Depois do purgatório vem a redenção. ●Post proelia, praemia. [Divisa] Depois das lutas, os prêmios. VIDE: ●Blandi post nubila soles.
1497. Post rem devoratam, ratio. [Erasmo, Adagia 5.1.5] Depois que a fortuna foi devorada, juízo. ■Casa arrombada, trancas às portas. VIDE: ●Accepto claudenda est ianua damno. ●Post acerba, prudenter. ●Post acerba prudentior.
1498. Post rerum eventum omnes facile sapientes sunt. Depois de ocorrerem os fatos, é fácil todos serem sábios. ■Depois do fato, todo o mundo é sábio.
1499. Post satietatem, nihil agendum. [Celso, De Medicina 2.9] Depois de comer à saciedade, nada fazer. ■Depois de comer, nem uma carta ler.
1500. Post scriptum. Depois do texto. (=Pós-escrito. Texto que se acrescenta a uma carta, depois da assinatura).
1501. Post sumptum vinum, loquitur mea lingua latinum; cum bibo bis vel ter, sum qualibet arte magister. [Julius Wegeler, Philosophia Patrum 929] Depois de bebido vinho, minha língua fala latim; quando bebo duas vezes ou três, sou mestre em qualquer arte. VIDE: ●Dum bibo vinum, loquitur mea lingua latinum.
1501b. Post solis occasum.
1502. Post tantum temporis. [Vulgata, Hebreus 4.7] Tanto tempo depois.
1503. Post tempestatem tranquillum. Depois da tempestade, a tranqüilidade. ■Depois da tempestade, a bonança. ■Depois do purgatório, a redenção. ●Post tempestatem tranquillum facis. [Vulgata, Tobias 3.22] Depois da tempestade, fazes a tranqüilidade. ●Post tempestatem tranquilitas. Depois da tempestade, a tranqüilidade. VIDE: ●Blandi post nubila soles. ●Eveniunt homini post luctus gaudia saepe. ●Post fluctus denuo conspiscor tranquillitatem.
1504. Post tempus, tempus venit. ■Trás um tempo vem outro.
1505. Post tenebras, lux. [Divisa da cidade de Genebra] Depois das trevas, a luz. ■Depois da tempestade, vem a bonança. VIDE: ●Blandi post nubila soles. ●Post nubila, Phoebus. ●Post nebulas Phoebus. ●Post nubila, iubila.
1506. Post tenebras spero lucem. [Vulgata, Jó 17.12] Depois das trevas, espero a luz.
1507. Post tot naufragia portum. [Divisa] Depois de tantos naufrágios, um porto. ■Depois do purgatório, a redenção. ●Post tot naufragia tutus. [Divisa] Depois de tantos naufrágios, estou em segurança.
1508. Post tres dies piscis vilescit et hospes. [Pontanus / Maloux 266] ■Hóspede e pescada, aos três dias enfada. ●Post tres saepe dies vilescit piscis et hospes. [DAPR 363] ●Post triduum hospes fastidit. Depois de três dias, o hóspede nos cansa. ●Post tres saepe dies vilescit piscis et hospes, ni sale conditus vel sit specialis amicus. [Jan Dantyszek, Carmina / Werner] Depois de três dias se estraga tanto o peixe como o hóspede, a não ser que aquele seja temperado com sal, ou este seja um amigo especial. VIDE: ●Hospes et piscis tertio quoque die odiosus est. ●Hospes nullus tam in amici hospitium deverti potest, quin, ubi triduum continuum fuerit, iam odiosus siet.
1509. Post tres dies resurgam. [Vulgata, Mateus 27.63] Eu hei de resurgir depois de três dias. VIDE: ●Resurgam.
1510. Post triduum mulier, hospes fastidit et imber, quod si plus maneat, quatriduanus erit. [Rezende 5112] Depois de três dias, a mulher, o hóspede e a chuva aborrecem, e, se durarem mais tempo, terão mau cheiro como um morto de quatro dias.
1511. Post tristia soles. [Binder, Thesaurus 2623] Depois da tristeza, o sol. ●Post tristia dulcor. Depois da tristeza, doçura. VIDE: ●Post nubila, Phoebus.
1512. Post Urbem conditam. Depois da fundação de Roma.
1513. Post verba, verbera. [Binder, Thesaurus 2626] Depois das palavras, pancadas.
1514. Post vinum, verba. Depois do vinho, palavras. ■Quando o vinho desce, as palavras sobem. ■Depois de beber, cada qual dá o seu parecer. ●Post vinum verba, post imbrem nascitur herba. [Escola de Salerno] Depois do vinho brotam as palavras; depois da chuva brota o capim. VIDE: ●Arcanum demens detegit ebrietas. ●Subsidente vino, supernatant verba. ●Vinum verba ministrat.
1515. Post vulnera clipeus. [Pereira 102] Depois dos ferimentos, o escudo. ■Depois de vindimas cavanejos. ■Casa arrombada, trancas às portas. VIDE: ●Accepto claudenda est ianua damno. ●Clipeum post vulnera. ●Sero clipeum post vulnera sumo.
1516. Postea noli rogare, quod impetrare nolueris. [Sêneca, Epistulae Morales 95.1] Não peças o que depois não quererás ter.
1517. Postera in dubio est fortuna quam vehat aetas. [Lucrécio, De Rerum Natura 3.1088] Não se sabe que sorte trará o dia de amanhã. ■O dia de amanhã ainda ninguém o viu. VIDE: ●Omnia quae ventura sunt in incerto iacent. ●Quid crastina volvere aetas scire nefas homini.
1518. Posteriora derogant prioribus. [Jur / Black 1389] Os atos posteriores derrogam os anteriores.
1519. Posteriora solent esse deteriora. [Wander 338] O que vem depois costuma ser pior. ■Depois de mim virá quem bom me fará. ●Posteriora, deteriora. ●Posteriora, peiora prioribus. VIDE: ●Improbitas malorum bonorum laus est.
1520. Posteriores cogitationes meliores sunt. Os raciocínios posteriores são melhores. ●Posteriores cogitationes prudentiores. As decisões posteriores são mais prudentes. ●Posteriores cogitationes, ut aiunt, sapientiores esse solent prioribus. [Cícero, Philippica 12.2.5] Segundo dizem, as decisões posteriores são mais sábias que as primeiras.
1521. Posteriores leges ad priores pertinent, nisi contrariae sint. [Paulo, Digesta 1.3] As leis posteriores complementam as anteriores, a não ser que lhes sejam contrárias. VIDE: ●Leges posteriores ad priores pertinent, nisi contrariae sint.
1522. Posteriores leges plus valent quam quae ante eas fuerunt. [Jur] As leis posteriores têm mais força que as que existiam antes delas.
1522a. Posterius consilium nulli unquam defuit. [Seybold 277] Conselho atrasado nunca faltou a ninguém. ■Depois do fato, todo mundo é sábio. VIDE: ●Post factum unusquisque est bonus consiliarius.
1523. Postmodo de stipula grandis acervus erit. [Ovídio, Amores 1.8.90] Com o correr do tempo dessa palha haverá um grande monte.
1524. Postpositis vanitatibus huius saeculi. Deixando-se de lado as vaidades deste mundo.
1525. Postquam docti prodierunt, boni desunt. [Sêneca, Epistulae Morales 95.13] Depois que surgiram os eruditos, faltam os sábios. ●Postquam docti surrexerunt, boni viri desierunt. [DAPR 634] Depois que surgiram os eruditos, sumiram os sábios.
1525a. Postquam gaudebis, rursum post gaudia flebis. Depois de te alegrares, logo depois do prazer, chorarás. ■Depois da doçura, vem a amargura.
1526. Postquam promisimus, necessario reddere debemus. [Medina 608] Depois que prometemos, obrigatoriamente temos de cumprir. ■Quem promete, em dívida se mete. ■Promessa é dívida. VIDE: ●Debita promissum parit.
1527. Potat aquam metro, sed edit mazam sine metro. [Apostólio 12.74] Bebe água sob medida, mas come bolo sem medida. ■Aproveitador de farelos, esperdiçador de farinha. ■Quebra a louça e guarda os palitos. VIDE: ●Ad mensuram aquam bibit, citra mensuram panem comedit. ●Ad mensuram aquam bibunt, citra mensuram offam comedentes. ●Haurit aquam metro, capit immoderatus offam. ●Lege bibunt undam, comedunt sine lege placentam. ●Mensura aquam bibentes, citra mensuram mazam edentes. ●Parca manus cineris, nimium profusa farinae.
1528. Potatio et comestio. O beber e o comer.
1529. Potens maxime in res bellicas fortuna. A sorte tem muita força, principalmente nas guerras. VIDE: ●Fortuna per omnia humana maxime in res bellicas potens.
1530. Potens misericors publica est felicitas. [Publílio Siro] Um príncipe piedoso é uma felicidade para o povo.
1530a. Potentes crescunt alienis damnis. [Bernolák 286] Os poderosos crescem com os prejuízos dos outros.
1531. Potentes ne tentes aemulari. [Epígrafe de Fábula de Fedro 1.23 / Rezende 5113] Não pretendas medir-te com os poderosos. ■Pobre que arremeda rico, morre aleijado. ■Não te arrisques a nadar onde pé não podes achar. VIDE: ●Inops, potentem dum vult imitari, perit.
1531a. Potentes non irritandi. Os poderosos não devem ser provocados.
1532. Potentes potenter tormenta patientur. [Vulgata, Sabedoria 6.7] Os grandes serão poderosamente atormentados. ■Quando vem ao soberbo o castigo, vem-lhe mais rijo. ●Potentes potenter torquentur.
1533. Potenti irasci, sibi periclum est quaerere. [Publílio Siro] Zangar-se com um homem poderoso é procurar para si o perigo. VIDE: ●Cum domino semper pugna sinistra fuit. ●Cum principe non pugnandum. ●Fuge lites cum viro maiore. ●Habeas nunquam magno cum principe litem. ●Lites cum rege molestae. ●Maiorem vitato virum. ●Nemo potentes aggredi tutus potest. ●Non habeas unquam magno cum principe litem: cum domino semper pugna sinistra fuit. ●Offensa potentium periculosa. ●Semper vitato potentem.
1534. Potentia est in iunioribus, prudentia autem in senioribus. [Aristóteles, Politica] Nos jovens está a força, mas nos velhos está a prudência.
1535. Potentiam malitia adiutam quis effugiat? [Epígrafe de Fábula de Fedro 2.6 / Rezende 5114] Se ao poder se junta a malícia, quem poderá escapar-lhe?
1536. Potentior, cum rogat, imperat. O mais forte, quando pede, ordena. ■Rogos de rei mandados são. ■Rogo dos grandes mandamento é. VIDE: ●Cogit rogando, cum rogat potentior.
1537. Potentior est quam vox mens dicentis. A intenção de quem fala tem mais força do que sua voz. VIDE: ●Prior atque potentior est, quam vox, mens dicentis.
1538. Potentioris societatem fuge. [Epígrafe de Fábula de Fedro 1.5 / Rezende 5116] Evita a companhia do mais poderoso. ■Com quem pode, não se brinca. VIDE: ●Cave a commercio potentium: habe commercium cum aequalibus. ●Fuge procul a viro maiore. ●Potentum amicitiae sunt periculosae.
1539. Potentiorum discordias imbecillioribus saepe prodesse. As discórdias dos poderosos muitas vezes favorecem aos mais fracos.
1540. Potentiorum iniuriae hilari vultu, non tantum patienter ferendae sunt. [Sêneca, De Ira 2.33.1] As injustiças dos poderosos devem ser suportadas não só com paciência, mas até com rosto alegre.
1541. Potentis est facere quod velit. É do poderoso fazer o que quiser. ■Manda quem pode, obedece quem serve. VIDE: ●Aequum aut iniquum regis imperium feras. ●Pati nos oportet quo ille faciat, cuius potestas plus potest.
1542. Potentissimus est qui se habet in potestate. [Sêneca, Epistulae Morales 90.34] O homem mais poderoso é o que tem domínio sobre si mesmo. ■Quem se vence, vence o mundo. VIDE: ●Bis vincit qui se ipsum vincit. ●Fortior est qui se, quam qui fortissima vincit moenia. ●Perfecta victoria est de semetipso triumphare. ●Quem magis admiraberis, quam qui imperat sibi, quam qui se habet in potestate? ●Vincit qui se vincit.
1543. Potentum amicitiae sunt periculosae. [Grynaeus 763] As amizades dos poderosos são perigosas. ■Com o fogo não se brinca. VIDE: ●Cum domino cerasum res est mala mandere servum. ●Cum magnis dominis familiarem esse non expedit. ●Potentioris societatem fuge. ●Ridenti domino et caelo ne crede sereno.
1544. Potest caecus caecum ducere? [Vulgata, Lucas 6.39] Pode um cego guiar outro? ■Cego não pode guiar cego. VIDE: ●Caecus autem, si caeco ducatum praestet, ambo in foveam cadunt. ●Caecus caecum ducens, in foveam se ipsum cum illo praecipitat. ●Caecus caecos ducat in foveam. ●Si caecum caecus ducit, ambo in foveam cadunt.
1545. Potest, dum res integra est, infecta fieri emptio. [Digesta 18.5.2] Enquanto a coisa está íntegra, a compra pode ser desfeita.
1546. Potest enim quicquam esse absurdius quam, quo viae minus restet, eo plus viatici quaerere? [Cícero, De Senectute 66] Pode haver coisa mais absurda do que, quanto menos caminho resta, buscar mais provisões de viagem? VIDE: ●Exacta via, viaticum quaeris. ●Quid enim stultius est, quam via deficiente viaticum augere?
1547. Potest ex casa vir magnus exire. De uma choupana pode sair um grande homem. ■De ruim ninho também sai bom passarinho. ●Potest ex casa vir magnus exire; potest et ex deformi humilique corpusculo formosus animus ac magnus. [Sêneca, Epistulae Morales 66.3] De um casebre pode sair um grande homem e de um corpinho disforme pode sair um coração formoso e generoso. ●Potest ex casa vir magnus exire; virtus omni loco nascitur. De um casebre pode sair um grande homem; a virtude nasce em todo lugar. VIDE: ●E tenue casa saepe vir magnus exit. ●Exire magnus e tugurio vir potest.
1548. Potest igitur exercitatio et temperantia etiam in senectute conservare aliquid pristini roboris. [Cícero, De Senectute 34] O exercício e a temperança podem preservar na velhice alguma coisa de nosso vigor antigo.
1549. Potest quid esse honestum, quod non liberum? [Publílio Siro] Pode ser digno algo que não é livre?
1550. Potest quidem eloquentia tua quae parva sunt approbare pro magnis, rursus magna attenuare et ad minima deducere. [Sêneca, Ad Polybium 18.4] Tua eloqüência pode fazer coisas pequenas parecerem importantes, e, por outro lado, minimizar coisas grandes e reduzi-las a ninharias.
1551. Potest quis errare aliquando. [Cícero, De Divinatione 1.71, adaptado] Às vezes a pessoa pode enganar-se.
1552. Potest quis per alium quod potest facere per seipsum. [Jur] Pode-se fazer por intermédio de outro o que se pode fazer pessoalmente.
1553. Potest taurum tollere qui vitulum sustulerit. [Petrônio, Satiricon 25.6, adaptado] Pode carregar o touro quem carregou o vitelo. ■Quem rouba um cesto, rouba um cento. ■Quem rouba um ovo, pode roubar um boi. VIDE: ●Obolorum fur tandem fit marsupiorum raptor. ●Qui taurum sustulit, vitulum tollere potest. ●Qui tulerit vitulum, ille potest et tollere taurum. ●Taurum tollet, qui vitulum sustulerit.
1554. Potest uti adversis nunquam felicitas. [Publílio Siro] O homem bem sucedido nunca sabe lidar com a adversidade.
1555. Potestas abstinendi. [Jur] A faculdade de renunciar.
1556. Potestas alienandi. [Jur] O poder de alienar.
1557. Potestas coercendi. [Jur] O poder de coerção.
1558. Potestas et auctoritas. Poder e autoridade.
1559. Potestas et si supplicet, cogit. O poderoso, mesmo quando suplica, obriga. ■Rogos de rei mandados são. ■Rogo dos grandes mandamento é. ●Potestas, non solum si invitet, sed etiam si supplicet, cogit. [Macróbio, Saturnalia 2.7] O poderoso, não só quando pede, mas mesmo quando suplica, obriga. VIDE: ●Blando vis latet imperio. ●Cogit rogando, cum rogat potentior. ●Qui rogat potentior, rogando cogit. ●Si opulentus it petitum pauperioris gratiam, pauper metuit.
1560. Potestas imperii. O poder de comando. ●Potestas gubernandi.
1561. Potestas in temporalibus. O poder temporal. ●Potestas saecularis. ●Postestas temporalis.
1562. Potestas non solum si invitet, sed etiam si supplicet, cogit. [Macróbio, Saturnalia 2.7] O poderoso obriga não só quando pede, mas até quando suplica. ■Manda quem pode; obedece quem tem juízo. VIDE: ●Aequum aut iniquum regis imperium feras.
1563. Potestas nostra non est ex homine, sed ex Deo. [Papa Inocêncio III] Nossa autoridade não vem do homem, mas de Deus.
1564. Potestas spiritualis. O poder espiritual.
1565. Potestas vitae necisque. O poder de vida e morte. ●Potestas occidendi.
1566. Potior dignitas sine vita quam vita sine dignitate. [Valério Máximo, Facta et Dicta Memorabilia 3.2.14] Antes a dignidade sem a vida do que a vida sem dignidade. ■Antes a morte que a desonra. ●Potior est honor sine vita quam vita sine honore.
1567. Potior est condicio possidentis. [Jur / Broom 178] É melhor a condição de quem tem a posse. VIDE: ●Possidentis melior est condicio.
1568. Potior est qui prior est. Quem está na frente, tem preferência. ■Quem primeiro chega, primeiro é servido. VIDE: ●Potior sit qui prior ad dandum est.
1569. Potior in tempore, potior in iure. [Jur / DAPR 318] Quem é primeiro no tempo é primeiro no direito. ■Quem chega primeiro, é servido primeiro. ■Quem antes nasce, antes pasce. ●Potior tempore, potior iure. VIDE: ●Praevalet iure, qui praevenit tempore. ●Prior in tempore, potior in iure. ●Prior in tempore, melior in iure. ●Prior tempore, prior iure. ●Prior tempore, potior iure. ●Qui prior est tempore, potior est iure. ●Qui potior in tempore, potior in iure. ●Sicut prior es tempore, ita potior es iure.
1570. Potior periculosa libertas quieto servitio. [Salústio, Oratio Lepidi 26] É melhor a liberdade com perigo que a servidão tranqüila. VIDE: ●Malo periculosam libertatem quam quietam servitutem. ●Malo periculosam libertatem quam quietum servitium.
1571. Potior sit qui prior ad dandum est. [Terêncio, Phormio 533] Tem preferência o que pagar primeiro.
1572. Potissimus irae fructus paenitentia. [DAPR 381] O arrependimento é o maior fruto da ira. ■Onde acaba a ira, começa o arrependimento.
1573. Potius a prudentibus emendari quam laudari ab imprudentibus. [S.Agostinho, De Civitate Dei 5.26.7] Antes ser corrigido pelos sábios que louvado pelos ignorantes.
1574. Potius amari, quam metui. ■Antes ser amado que temido. VIDE: ●Amari malo quam timeri. ●Malo amari quam timeri. ●Malo me diligi quam metui. ●Maluit se diligi quam metui. ●Nolo ego metui; amari mavolo. ●Plus a vobis amari appetat quam timeri. ●Praestat amari quam timeri.
1575. Potius amicum quam dictum perdere. Antes perder um amigo que perder uma frase. VIDE: ●Laedere nunquam velimus, longeque absit illud propositum, potius amicum quam dictum perdendi.
1576. Potius caruisse fruendis, quam trepidare malis. [Ausônio, Ephemeris 7.31] Antes falta de prazeres que medo de desgraças.
1577. Potius colligunt libras quam legunt libros. [Alanus de Insulis, De Arte Praedicandi, cap. 36] Preferem juntar dinheiro a ler livros.
1578. Potius eligendum est id quod possibile, quam quod impossibile. [Aristóteles] É melhor escolher o possível do que o impossível.
1579. Potius est felicitas regno. [S.Agostinho, De Civitate Dei 4.23.3] Mais vale felicidade que poder.
1580. Potius est honeste pauperem esse quam divitem male. [DAPR 540] ■Antes pobre honrado que rico ladrão. VIDE: ●Esse honeste pauperem melius est, quam iniuste divitem. ●Honeste pauperem esse melius est quam iniuste divitem.
1581. Potius frangi quam flecti. [Bacon, Henricus Septimus 8.11] ■Antes quebrar que dobrar. VIDE: ●Flecti non potest, frangi potest. ●Melius frangi quam flecti.
1582. Potius ignoratio iuris litigiosa est quam scientia. [Cícero, De Legibus 1.18] Causa mais discórdia o desconhecimento da lei do que o seu conhecimento.
1583. Potius mori quam foedari. [Bernardes, Nova Floresta 1.9] Antes morrer que desonrar-se. ■Antes a morte que a desonra. ■Antes morte que vergonha. ●Potius mori quam maculari. ●Potius mori milies quam semel foedari. Antes morrer mil vezes que praticar um único ato vil. VIDE: ●Bene mori praestat quam turpiter vivere. ●Candorem praefero vitae. ●Malo mori quam foedari. ●Malo mori quam maculari. ●Mavult mori quam maculari vir probus. ●Melius mori quam foedari. ●Mori melius est quam peccare. ●Mori satius est, quam turpiter vivere. ●Mors servituti turpitudinique anteponenda. ●Mors turpitudini anteponenda. ●Praestat mori quam peccare. ●Prius mori quam foedari.
1584. Potius mori quam fidem fallere. [Divisa do Conde de Nioac / Rezende 5122] Antes morrer do que faltar à palavra.
1585. Potius patriae opes augeri, quam regis, maluit. [Cornélio Nepos, Conon 5] Quis antes aumentar a riqueza de sua pátria que a do rei.
1586. Potius quaelibet mala tolerare quam malo consentire. [S.Agostinho, De Civitate Dei 1.18] Antes suportar quaisquer males do que concordar com o mal. VIDE: ●Mala omnia pati melius quam malo consentire. ●Melius est omnia mala pati quam malo consentire.
1587. Potius sero quam nunquam. [Tito Lívio, Ab Urbe Condita 4.2.14] ■Antes tarde do que nunca. ●Potius tarde quam nunquam. VIDE: ●Praestat aliquando quam nunquam. ●Praestat sero quam nunquam. ●Utilius tarde quam nunquam.
1588. Potum meum cum fletu miscebam. [Vulgata, Salmos 101.10] Misturava a minha bebida com o pranto.
1589. Potus furtivus dulcis est. [Bebel, Adagia Germanica] A água furtada é doce. ■Não há melhor bocado do que o furtado. VIDE: ●Aquae furtivae dulciores sunt, et panis absconditus suavior. ●Aquae furtivae suaves sunt. ●Furtivus potus plenus dulcidine totus.
1589a. Potus hominibus est vinum; aqua pecudibus. [M.A.Mureti, Opera Omnia 831] Para os homens, a bebida é o vinho; para os animais, é a água.
1590. Potus non frangit ieiunium. [Rezende 5125] Beber não quebra o jejum.
1591. Prae dolio doctrinae malo guttam opum. [S.Gregório Nazianzeno / Grynaeus 85] A um barril de ciência prefiro uma gota de ajuda. VIDE: ●Est fortunatior quam prudentior. ●Gutta fortunae prae dolio sapientiae.
1592. Prae manibus. Entre as mãos.
1593. Praebe, fili mi, cor tuum mihi. [Vulgata, Provérbios 23.26] Dá-me teu coração, meu filho.
1594. Praebet candoris lac nigri vacca coloris. [DAPR 318] A vaca preta dá leite branco. ■Galinha preta põe ovo branco. ■Diz o rifão: terra negra dá bom pão. VIDE: ●Agri fusci optimas dant fruges. ●Etiam atra gallina candida ova excludit. ●Nigrae vaccae album lac praebent.
1595. Praecaveat lapsum qui fratri suffodit antrum. [Walther 22131.1 / Tosi 269] Quem cavou fossa para seu irmão, trate de não escorregar. ■Quem laço me armou, nele caiu. ■Quem faz trelas, cai nelas. ■Quem arma a esparrela, às vezes cai nela. VIDE: ●Captantes capti sumus. ●Fallitur interdum qui fallere solet. ●Incidit in foveam qui primus fecerat illam.
1596. Praecedenti spectatur mantica tergo. [Pérsio, Satirae 4.24] Só se olha a mochila às costas de quem nos precede. ■O macaco vê o rabo da cutia, mas não vê o seu. VIDE: ●Alterius vitium acute cernis, et tua non vides. ●In alienis vitiis lyncei sumus, in nostris caeci. ●Non videmus manticae quod in tergo est.
1597. Praeceps ad risum, praeceps quoque fertur ad iram. [Beda, Proverbiorum Liber 297] Que é apressado no riso, também é apressado na ira. VIDE: ●Stultus nunc ridet, nunc flet.
1598. Praeceps amor cito frigescit. O amor apressado logo esfria.
1599. Praecepta canam, celabitur auctor. [Horácio, Sermones 2.4.11] As idéias eu vou-te revelar, mas o autor ficará oculto. VIDE: ●Celabitur auctor.
1600. Praecepta ducunt, exempla trahunt. [Henderson 335] Os ensinamentos conduzem, os exemplos arrastam. ■Exemplos farão mais que doutrina. ■Frei exemplo é o melhor pregador. ●Praecepta docent, exempla movent. VIDE: ●Exempla, magis quam verba, movent. ●Longum iter per praecepta, breve et efficax per exempla. ●Magis movent exempla quam verba. ●Verba docent, exempla trahunt. ●Verba movent, exempla trahunt.