DICIONÁRIO DE EXPRESSÕES E FRASES LATINAS
Compilado por HENERIK KOCHER
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Q8: 1401-1600
1401. Quicumque usu rationis habitu caret, censetur non sui compos et infantibus assimilatur. [CIC 99] Todo aquele que habitualmente não tem o uso da razão, considera-se não cônscio de si, e é equiparado às crianças.
1402. Quicumvis depugno multo facilius, quam cum fame. [Plauto, Stichus 626] Luto mais facilmente com qualquer adversário do que com a fome.
1403. Quid. O quê. O ponto difícil.
1404. Quid Achivos a turre iudicatis? [Erasmo, Adagia 3.2.93] Por que julgais os gregos da torre? (=Julgais de longe, sem conhecer a questão). ●Quid Achivos iudicatis ex moenibus? Por que julgais os gregos das muralhas? VIDE: ●Achivos e turre iudica.
1405. Quid actum est? Que aconteceu?
1406. Quid ad aeternum? Que (significa isso) diante da eternidade?
1407. Quid ad farinas? [Erasmo, Adagia 3.6.31] Que é que isso tem a ver com a farinha? ■Que é que tem uma coisa com a outra? ■E eu com isso? ●Quid ad Mercurium? [Henderson 370] Que tem isso a ver com Mercúrio? VIDE: ●Quid nobis ad farinam?
1408. Quid ad nos? Tu videris. [Vulgata, Mateus 27.4] Que nos importa? Isso é contigo. (=Resposta dos fariseus a Judas).
1409. Quid adhuc tibi esse conaris inimicus? [S.Agostinho, Epistulae 173.6] Por que procuras ser teu inimico?
1410. Quid agas ad me pertinet nihil. [Marcial, Epigrammata 10.16] O que fazes não me diz respeito. VIDE: ●Nihil attinet ad me quid facias.
1411. Quid agendum? Que se deve fazer? Que fazer?
1412. Quid agis? Quid fit? [Plauto, Mercator 283] Como vais? Como vão as coisas? ●Quid agites? Como passais?
1413. Quid aliud est vir senex, quam vox et umbra? [Eurípides / Bernardes, Nova Floresta 3.44] Que é um homem velho, senão uma voz e uma sombra? VIDE: ●Quid praeter istaec vox et umbra vir senex?
1414. Quid aperto pectore in hostem mittor? [Ovídio, Ars Amatoria 3.667] Por que avanço contra o inimigo de peito aberto? VIDE: ●Aperto pectore.
1415. Quid arenae semina mandas? [Ovídio, Heroides 5.117] Por que semeias na areia? VIDE: ●Quid in ventum verba fundis?
1416. Quid arma possint regis irati scies. [Sêneca, Oedipus 519] Saberás o que podem as armas de um rei irado.
1417. Quid autem est amare, nisi velle bonis aliquem affici quam maximis, etiamsi ad se ex iis nihil redeat? [Cícero, De Finibus 2.78] Que é amar, senão querermos que alguém receba os maiores bens, mesmo que deles não tiremos nada para nós?
1418. Quid autem stultius homine verba metuente? [Sêneca, Epistulae Morales 91.19] Que é mais néscio do que um homem que tem medo de palavras?
1419. Quid autem tentare nocebit? [Nathan Bailey, Divers Proverbs 75] Que mal fará tentar? ■Quem não arrisca, não petisca. VIDE: ●Aude aliquid, si vis aliquid esse. ●Conando Graeci Troia potiti sunt. ●Sed quid tentare nocebit?
1420. Quid autem turpius quam illudi? [Cícero, De Amicitia 99] O que há de mais vergonhoso do que ser escarnecido?
1421. Quid autem vides festucam in oculo fratris tui, et trabem in oculo tuo non vides? [Vulgata, Mateus 7.3] Por que vês tu a aresta no olho do teu irmão, e não vês a trave no teu olho? ■Fala o roto do esfarrapado, e o sujo do mal lavado. ●Quid autem vides festucam in oculo fratris tui, trabem autem, quae in oculo tuo est, non consideras? [Vulgata, Lucas 6.41] Por que vês tu uma aresta no olho de teu irmão, e não reparas na trave que tens no teu olho? VIDE: ●Alterius vitium acute cernis, et tua non vides. ●Cernere festucam mos est in fratris ocello, in propriis oculis non videt ipse trabem. ●Festucam in oculo fratris cernimus; at in proprio ne trabem quidem animadvertimus. ●Festucam in alterius oculo vides, in tuo trabem non vides.
1422. Quid boni sanitas habeat, languor ostendit. [Medina 590] A doença mostra o que a saúde tem de bom. ■O bem não é conhecido até que é perdido.
1422. Quid bonae leges sine moribus proficiunt? De que servem boas leis sem bons costumes? VIDE: ●Brevis via per exempla, longa per praecepta.
1423. Quid bove firmius? [Ovídio, Ex Ponto 1.4.11] O que é mais forte do que um boi?
1424. Quid brevi fortes iaculamus aevo multa? [Horácio, Carmina 2.16.17] Por que nós, corajosos, para um tempo tão curto, projetamos tanta coisa?
1425. Quid caeco cum speculo? [Erasmo, Adagia 3.7.54] Que tem o cego a ver com o espelho? ■Cego não precisa de espelho. ■Para quê cego com espelho? ■Para quê pobre com baú? ■Ao cego não dão cuidado os espelhos. ■Cágado, para quê botas, se tens as pernas tortas? ●Quid caeco cum speculo et surdo cum lyra? [Dumaine 243] Que faz o cego com o espelho e o surdo com a lira? VIDE: ●Calvus pectinem poscit. ●Quid namque caeco cum speculo est commercii? ●Speculum caecus poscit. ●Speculum caecus.
1426. Quid canis in balneo? [Schottus, Adagia 550] Que faz o cão na sala de banhos? ■Que há de comum entre o asno e a lira? ●Quid cani et balneo? [Erasmo, Adagia 1.4.39] VIDE: ●Nihil cum fidibus graculo, nihil cum amaracino sui. ●Quid commune cani cum balneo?
1427. Quid cautus caveas aliena exempla docebunt. [Dionísio Catão, Monosticha, Appendix 38] Os exemplos alheios ensinarão o que deves cautelosamente evitar. ■O mal alheio dá conselho. ■Quando o sandeu se perdeu, o sisudo aviso colheu. VIDE: ●Aliena pericula, cautiones nostrae.
1428. Quid cessas? an tibi Mavors ventosa in lingua pedibusque fugacibus istis semper erit? [Virgílio, Eneida 11.390] Por que paras? Será que Marte para ti estará sempre na língua ventosa e nesses teus pés fugazes? VIDE: ●Re secunda fortis est, dubia fugax. ●Ventosa lingua, pedes fugaces.
1429. Quid clarius astris? [Divisa / Thomas Robson, The British Herald / Sweet 148] O que há mais brilhante do que as estrelas? VIDE: ●Nil clarius astris.
1430. Quid commune cani cum balneo? [Apostólio 18.81] Que tem o cão com a sala de banhos? ■Que há de comum entre o asno e a lira? VIDE: ●Nihil cum fidibus graculo, nihil cum amaracino sui. ●Quid cani et balneo? ●Quid canis in balneo?
1431. Quid commune habent opifex et doctus? [Schrevelius 1172] Que têm de comum o operário e o sábio?
1432. Quid communicabit cacabus ad ollam? Quando enim se colliserint, confringetur. [Vulgata, Eclesiástico 13.3] Como se juntará uma panela de barro a uma panela de ferro? Quando se chocarem, aquela se quebrará.
1433. Quid congregare cum leonibus vulpes? [Marcial, Epigrammata 10.100] Por que juntar raposas com leões? VIDE: ●Congregantur cum leonibus vulpes. ●Congregare cum leonibus vulpes.
1434. Quid crastina volvere aetas scire nefas homini. [Estácio, Thebais 3.562] É proibido ao homem saber o que o dia de amanhã lhe trará. ■O dia de amanhã ainda ninguém o viu. VIDE: ●Omnia quae ventura sunt in incerto iacent. ●Postera in dubio est fortuna quam vehat aetas.
1435. Quid curo stellas, si mihi, Phoebe, faves? [Gaal 1409; DAPR 611] Por que me preocupo com as estrelas, ó Sol, se tu me favoreces? ■O sol me luza, que do lume não hei cura.
1436. Quid datur a divis felici optatius hora? [Catulo, Carmina 75.30] O que é dado pelos deuses mais desejável do que uma hora feliz?
1437. Quid de pusillis magna prooemia? [Erasmo, Adagia 3.3.96] Por que uma longa introdução para coisas pequenas? VIDE: ●Quid in re parva longa exordia facis? ●Quid magna fari rebus in parvis opus?
1438. Quid, de quoque viro et cui dicas, saepe videto. [Horácio, Epistulae 1.18.18] Considera com freqüência o quê, de quem e a quem falas. ■Língua ajuizada é sempre moderada. VIDE: ●Audi multa, loquere pauca et non errabis. ●Non unquam tacuisse nocet, nocet esset locutum.
1439. Quid deceat, quid non. [Horácio, Ars Poetica 308] O que convém e o que não convém.
1440. Quid deceat vos, non quantum liceat vobis, spectare debetis. [Cícero, Pro Rabirio Postumo 5] Deveis considerar o que é do vosso dever, não o que vos é permitido.
1441. Quid deformius quam scaenam in vitam transferre? [Bacon, Advancement of Learning 2.23.3] O que será mais inadequado que transportar o teatro para a vida real?
1442. Quid delphini et bovi commune? [Schottus, Adagia 550] Que têm o golfinho e o boi em comum? ■O que tem Judas com a alma dos pobres?
1443. Quid dem? Quid non dem? [Horácio, Epistulae 2.2.63] O que devo dar? O que não devo?
1444. Quid Deus intendat, noli perquirere sorte; quid statuat de te, sine te deliberat ille. [Dionísio Catão, Disticha 2.12] Não consultes oráculos para saber a intenção de Deus; o que Ele reserva para ti, Ele decide sem te consultar.
1445. Quid Deus? Quod initio et fine caret. [Diógenes Laércio / Rezende 5464] Que coisa é Deus? O que não tem princípio nem fim.
1446. Quid distent aera lupinis! [Erasmo, Adagia 1.3.79] Quanto diferem as moedas dos tremoços! (=No teatro, usavam-se tremoços para fazer as vezes do dinheiro). ■Muito vai de alhos a bugalhos. VIDE: ●Aera lupinis distant. ●Nec tamen ignorat quid distent aera lupinis.
1447. Quid divinum. Um quê de divino.
1448. Quid domini faciant, audent cum talia fures? [Virgílio, Eclogae 3.16] Que devem fazer os donos, quando os ladrões ousam tais coisas?
1449. Quid dulcius hominum generi ab natura datum est quam sui cuique liberi? [Cícero, Ad Quirites 2.2] O que de mais doce foi dado pela natureza à raça humana do que os filhos de cada um?
1450. Quid dulcius melle, et quid fortius leone? [Vulgata, Juízes 14.18] Que coisa há mais doce do que o mel, e que coisa há mais forte do que o leão?
1451. Quid dulcius, quam habere, quocum omnia audeas sic loqui, ut tecum? [Cícero, De Amicitia 6] Que é mais agradável do que ter com quem ouses falar tudo como a ti próprio? ●Quid dulcius quam habere amicum, cum quo audeas ut tecum omnia sic loqui? [DM 20] Que é mais agradável do que ter um amigo com quem se ousa tudo dizer como a si próprio?
1452. Quid egisti? [Terêncio, Phormio 682] Que fizeste? VIDE: ●Stulte, quid egisti?
1453. Quid enim aliud est natura quam Deus et Divina Ratio toti mundo partibusque eius inserta? [Sêneca, De Beneficiis 4.7.1] Que outra coisa é a natureza senão Deus e a Razão Divina inserida no mundo e em todas as suas partes?
1454. Quid enim cane adulantius? At rursum quid fidelius? [Erasmo, Moriae Encomium 44] O que há mais adulador que o cão? E o que há mais fiel que ele?
1455. Quid enim contendat hirundo cycnis? [Lucrécio, De Rerum Natura 3.6] Por que uma andorinha brigaria com cisnes?
1456. Quid enim est oraculum? Nempe voluntas divina hominis ore enuntiata. [Sêneca Retórico, Controversiae 1.9] O que é um oráculo? Sem dúvida, a vontade divina enunciada pela voz do homem.
1457. Quid enim est quod contra vim sine vi fieri possit? [Cícero, Ad Familiares 12.3] Que se pode fazer contra a força sem usar da força? ■Contra força de vilão, ferro na mão. VIDE: ●Nihil magis naturale quam vim vi repellere. ●Vim vi repellere licet.
1458. Quid enim foedius avaritia dici potest? [Cícero, De Legibus 1.19] Que coisa pode ser considerada mais torpe do que a avareza?
1459. Quid enim iniquius, quam ut oderint homines quod ignorant, etiam si res meretur odium? [Tertuliano, Apologeticus 1.3] O que poderia ser mais injusto do que odiarem os homens aquilo que não conhecem, mesmo que a coisa mereça ódio?
1460. Quid enim maius aut fortius quam malam fortunam retundere? [Sêneca, De Clementia 1.5.3] O que é mais glorioso e de mais coragem do que rebater a má sorte? ■Peito forte zomba da má sorte. VIDE: ●Non novit virtus calamitati cedere.
1461. Quid enim prodest foris esse strenuum, si domi male vivitur? [Valério Máximo, Facta et Dicta Memorabilia 2.9] De que serve ser valoroso fora, se em casa não se vive bem?
1462. Quid enim prodest homini, si mundum universum lucretur, animae vero suae detrimentum patiatur? [Vulgata, Mateus 16.26] De que aproveita o homem ganhar todo o mundo, se vier a perder a sua alma? ●Quid enim proderit homini, si lucretur mundum totum et detrimentum animae suae faciat? [Vulgata, Marcos 8.36]
1463. Quid enim promittere laedit? Pollicitis dives quilibet esse potest. [Ovídio, Ars Amatoria 1.443] Em que prejudica prometer? Qualquer um pode ser rico em promessas. ■Muito prometer é uma maneira de enganar. ■Quem muito promete pouco dá. VIDE: ●Dum aureos montes pollicetur, nec aereum nummum producit. ●Pollicitis dives quilibet esse potest. ●Promissis dives quilibet esse potest.
1464. Quid enim refert quantum habeas? Multo illud plus est, quod non habes. [Publílio Siro] Que importa quanto tens? Muito mais é o que não tens. VIDE: ●Quid quantum habeas refert? Multo illud plus est, quod non habes.
1465. Quid enim salvis infamia nummis? [Juvenal, Satirae 1.48] Que importa a vergonha, se o dinheiro está seguro? ■Ande eu quente, ria-se a gente. VIDE: ●Frigora dum vitem, populi nil sibila curo. ●Populus me sibilat, at mihi plaudo. ●Populus me sibilat, at mihi plaudo ipse domi, simul ac nummus contemplor in arca.
1466. Quid enim stultius est, quam via deficiente viaticum augere? [DM 18] O que há de mais tolo que aumentar o farnel de viagem, quando não há mais viagem? VIDE: ●Exacta via, viaticum quaeris. ●Potest enim quicquam esse absurdius quam, quo viae minus restet, eo plus viatici quaerere?
1467. Quid enim stultius quam incerta pro certis habere, falsa pro veris? [Cícero, De Senectute 68] Que é mais insensato do que preferir o incerto ao certo, o falso ao verdadeiro?
1468. Quid enim sum servus tuus canis? [Vulgata, 4Reis 8.13] Então eu, teu servo, sou um cão?
1469. Quid enim sunt terrena omnia, nisi quaedam corporis indumenta? [S.Gregório / Bernardes, Luz e Calor 1.212] Que são as coisas do mundo, senão vestiduras do corpo? VIDE: ●Quae enim sunt terrena omnia, nisi quaedam corporis indumenta?
1470. Quid enim sunt verba, nisi verba? [Tomás de Kempis, De Imitatione Christi 4.46.2] O que são as palavras, senão palavras?
1471. Quid enim tam contrarium est servituti quam libertas? [Digesta 4.5.21] Que é tão oposto à servidão quanto a liberdade?
1472. Quid enim videant qui solem non vident? [Lactâncio, Divinae Institutiones 5.20 / Tosi 451] O que veriam os que não vêem o sol?
1473. Quid eo dementius, qui ea miratur, quae ad alium transferri protinus possint? [Sêneca, Epistulae Morales 41] Que cousa mais insensata há do que admirar coisas que logo depois poderão ser transferidas a outrem?
1474. Quid ergo? E daí? ●Quid enim? VIDE: ●Quid inde?
1475. Quid ergo opponitur clementiae? Crudelitas. [Sêneca, De Clementia 2.4.1] Qual é o contrário da clemência? A crueldade.
1476. Quid ergo philosophia praestabit? Scilicet ut sine metu deorum hominumque vivas. [Sêneca, Epistulae Morales 29.12, adaptado] Para quê, pois, servirá a filosofia? Para que se viva sem medo dos deuses e dos homens.
1477. Quid est autem misericordia nisi alienae miseriae quaedam in nostro corde compassio, qua utique si possumus subvenire compellimur? [S.Agostinho, De Civitate Dei 9.5] Que é, pois, a misericórdia, senão a compaixão em nosso coração da desgraça alheia, pela qual, se podemos, somos compelidos a socorrer?
1478. Quid est autem tam secundum naturam, quam senibus emori? [Cícero, De Senectute 19] O que há de mais conforme com a natureza que morrerem os velhos?
1478a. Quid est beata vita? Securitas et perpetua tranquillitas. [Sêneca, Epistulae Morales 92.3] Que é uma vida feliz? Segurança e tranqüilidade permanente.
1479. Quid est beneficium dare? Deum imitari. [DM 47] O que é fazer o bem? É imitar a Deus.
1480. Quid est caritas? Est pallium monachi. Quid sic? Quia operit multitudinem peccatorum. [Erasmo, Responsio ad Albertum Pium] Que é amor? É o manto do monge. Por quê? Porque cobre a multidão dos pecados. VIDE: ●Caritas operit multitudinem peccatorum.
1480a. Quid est dignitas indigno, nisi circulus aureus in naribus suis? [Henderson 372] Que é a homenagem a que não a merece, senão um anel de ouro no nariz de um porco? ●Quid est dignitas in indigno, nisi ornamentum in luto? [John Hales, Golden Remains 200] Que é a glória a quem não a merece, senão uma medalha no lodo?
1481. Quid est enim dulcius otio litterato? [Cícero, Tusculanae Disputationes 5.105] O que é mais agradável do que o descanso com cultura?
1482. Quid est enim fides nisi credere quod non vides? [S.Agostinho, In Ioannis Evangelium 40.9] O que é a fé, senão crer-se no que não se vê?
1483. Quid est enim libertas? Potestas vivendi ut velis. [Cícero, Paradoxa 34] Que é, pois, a liberdade? O poder de alguém viver como quiser.
1484. Quid est ergo ratio? Naturae imitatio. [Sêneca, Epistulae Morales 66.39] Que é a razão? A imitação da natureza.
1485. Quid est ergo tempus? Si nemo ex me quaerat, scio; si quaerenti explicare velim, nescio. [S.Agostinho, Confessiones 11.14] Que é o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei; se eu quiser explicar a quem perguntou, não sei.
1486. Quid est fides? Quod non vides. Quid est spes? Magna res. Quid est caritas? Magna raritas. [John Farmer, Collections, Historical and Miscellaneous 28] Que é a fé? O que não se vê. Que é a esperança? Uma grande coisa. Que é o amor? Coisa muito rara. ●Quid est fides? Quod non vides. Quid est spes? Quod non habes. Quid est caritas? Maxima raritas. [Daniel Sandford, Remains 232] Que é a fé? O que não vês. Que é a esperança? O que não tens. Que é o amor? Coisa extremamente rara.
1487. Quid est gloriosius quam iram amicitia mutare? [Sêneca, De Ira 2.34.4] O que há de mais honroso do que mudar a ira em amizade?
1488. Quid est homini inimicissimum? Alter homo. [DM 5] Qual é o maior inimigo do homem? Outro homem.
1489. Quid est homo? Animal rationale mortale. O que é o homem? Um animal racional mortal.
1490. Quid est homo? Prius lutum, statim puer, repente vir, cito senex, brevi cinis, dehinc nihil, merum nihil. Que é o ser humano? Primeiro lodo, pouco depois criança, logo homem, depressa velho, em breve cinza, depois nada, não mais que nada.
1491. Quid est in homine ratione divinius? [Cícero, De Legibus 1.22] Que há no homem mais divino do que a razão?
1492. Quid est in hominis vita diu? [Cícero, De Senectute 4.10] Que significa longo tempo na vida do homem?
1493. Quid est iniquius quam secreto credere, palam irasci? [Sêneca, De Ira 2.4.29] Que é mais iníquo do que sem testemunhas acreditar, em público reprovar?
1494. Quid est ius, et in quo consistit iniuria, legis est definire. [Jur / Black 1483] Cabe à lei definir o que constitui o direito e em que consiste o crime.
1495. Quid est otiosius verme? [Sêneca, Epistulae Morales 87.19] O que é tem mais tempo do que o verme?
1496. Quid est pietas, nisi voluntas grata in parentes? [Cícero, Pro Cneo Plancio 33] Que é o amor filial, senão o reconhecimento para com o pai e a mãe?
1497. Quid est regi resistere nisi propriam vitam contemnere et omnia bona pariter amittere? [VES 74] O que é resistir ao rei, senão desprezar a própria vida e ao mesmo tempo perder todos os bens?
1498. Quid est sanctius, quid omni religione munitius quam domus uniuscuiusque civium? [Cícero, Pro Domo Sua 109] O que é mais sagrado e mais seguro do que a casa de cada cidadão?
1499. Quid est sapientia? Semper idem velle atque idem nolle. [Sêneca, Epistulae Morales 20.4] Que é sabedoria? É sempre querer o mesmo e não querer o mesmo.
1500. Quid est somnus, gelidae nisi mortis imago! [Ovídio, Amores 2.9,41] Que é o sono, senão a imagem da fria morte!
1501. Quid est stultius, quam in homine aliena laudare? [Sêneca, Epistulae Morales 41] Que haverá de mais tolo do que elogiar num homem qualidades que ele não possui?
1502. Quid est tam futile, quam quicquam approbare non cognitum? [Cícero, Academicae Questiones 2] O que é tão frívolo quanto aprovar alguma coisa que não se conhece?
1503. Quid est tam iucundum cognitu atque auditu quam sapientibus sententiis, gravibus verbis ornata oratio? [Cícero, De Oratore 1.31] O que dá tanto prazer de se conhecer e de se ouvir quanto o discurso ornado de frases inteligentes, de palavras significativas?
1503a. Quid est verecundia? Ne facias in occulto, cuius te pudeat in propatulo. [Florilegium Hebraicum 369] Que é decoro? Não fazer em segredo o que se tem vergonha de fazer em público.
1504. Quid est veritas? [Vulgata, João 18.38] Que coisa é a verdade?
1505. Quid existis in desertum videre? Harundinem vento agitatam? [Vulgata, Mateus 11.7] Que saístes vós a ver no deserto? Uma cana agitada do vento?
1506. Quid faciant leges, ubi sola pecunia regnat, aut ubi paupertas vincere nulla potest? [Petrônio, Satiricon 14.2] Que valem as leis onde só manda o dinheiro, ou onde nenhum pobre pode vencer?
1507. Quid faciemus, viri fratres? [Vulgata, Atos 2.37] Irmãos, o que havemos de fazer?
1508. Quid faciendum? Que se deve fazer? VIDE: ●Quid nobis faciendum est?
1509. Quid faciendum sit, a faciente discendum est. [Sêneca, Epistulae Morales 98.17] O que deve ser feito, deve ser aprendido com quem faz.
1510. Quid facies odio, sic ubi amore noces? [Ovídio, Heroides 21.58] Que farás com o ódio, quando com o amor és tão cruel?
1511. Quid faciet is homo in tenebris qui nihil timet nisi testem et iudicem? [Cícero, De Legibus 1.41] Que faria no escuro aquele homem que só tem medo de testemunha e de juiz?
1512. Quid faciunt pauci contra tot milia fortes? [Ovídio, Fasti 2.229] Que valem uns poucos contra tantos milhares de valentes?
1513. Quid fata possunt! [Sêneca, Agamemnon 512] Que força tem o destino!
1514. Quid fecisti? Que fizeste?
1515. Quid festinas? Por que te apressas?
1515a. Quid fit contra legem, nullum est. [Francisco de Assis do Rego, Curso de Direito Processual Penal 4.121] O que se faz contra a lei, é invalido. VIDE: ●Quidquid fit contra legem, nullum est.
1516. Quid fit ut nemo contentus sit sua sorte? Por que será que ninguém está contente com sua sorte? ●Quid fit ut nemo contentus vivat? Por que será que ninguém vive satisfeito? VIDE: ●Nemo contentus sua sorte.
1517. Quid flere iubes, nulla surgens dolor ex causa? [Sêneca, Thyestes 942] Por que me mandas chorar, ó dor sem causa?
1518. Quid fletis, pueri? [Sêneca Retórico, Controversiae 4.6] Por que chorais, meus filhos?
1519. Quid folia arboribus, quid pleno sidera caelo, in freta collectas alta quid addis aquas? [Ovídio, Amores 2.10.13] Por que acrescentas folhas às árvores, astros ao rico céu, águas ao mar profundo?
1520. Quid forma est, nempe cuticula bene colorata? [Ludovicus Vives, Introductio ad Sapientiam 66 / Stevenson 140] O que é a beleza, senão uma pele bem colorida?
1521. Quid habes? Que tens?
1522. Quid hic sic loquitur? [Vulgata, Marcos 2.7] Por que este fala assim?
1523. Quid hic stantibus spei est? [Tito Lívio, Ab Urbe Condita 4.28] Que esperais, ficando aqui parados?
1524. Quid hic statis tota die otiosi? [Vulgata, Mateus 20.6] Por que estais aqui o dia todo ociosos?
1525. Quid hoc pertinet ad eam quaestionem? O que isso tem a ver com esta questão?
1526. Quid hoc pertinet ad me? O que isso tem a ver comigo? ■Que é que eu tenho com isso? VIDE: ●Quid istud ad me attinet?
1527. Quid hoc sibi vult? Que quer dizer isso? VIDE: ●Quid sibi vult? ●Quid significat? ●Quidnam vult hoc esse?
1528. Quid, homo nihili, non pudet te? [Plauto, Trinummus 982] Isso não te envergonha, palerma? VIDE: ●Etiam tu, homo nihili? ●Homo nihili.
1529. Quid homo nitatur loqui quod non potest eloqui? [S.Agostinho, Epistulae 191.1] Por que o homem tenta falar aquilo que não pode exprimir?
1530. Quid id ad nos attinet? [Aulo Gélio, Noctes Atticae 6.3.49] Que me toca isso? ■Que é que eu tenho com isso? VIDE: ●Quid istud ad me attinet?
1531. Quid igitur erit verum? Fortassis hoc unum, nihil esse certi. [Descartes, Meditationes 2.2] O que, então, será verdadeiro? Talvez somente isto: não existe nada certo. VIDE: ●Hoc unum certum est, nihil esse certi.
1532. Quid igitur lex? [Vulgata, Gálatas 3.19] Para quê, então, a lei?
1533. Quid igitur, o mortales, extra petitis intra vos posita felicitatem? [Boécio, De Consolatione Philosophiae 2.4.22] Por quê, ó mortais, buscais lá fora a felicidade que está dentro de vós?
1534. Quid ille gannit? quid vult? [Terêncio, Adolphoe 556] Que é que ele está resmungando? Que é que ele quer?
1535. Quid in lingua Latina excellentius Cicerone inveniri potest? [S.Agostinho, De Magistro 5.16] Que se pode encontrar na língua latina mais excelente do que Cícero?
1536. Quid in re parva longa exordia facis? [Apostólio 18.82] Por que fazes uma longa introdução para coisa pequena? VIDE: ●Quid de pusillis magna prooemia? ●Quid magna fari rebus in parvis opus?
1537. Quid in tragoedia comici? [Binder, Thesaurus 2831] Que fazem os cômicos nessa tragédia?
1538. Quid in ventum verba fundis? Por que espalhas palavras ao vento? VIDE: ●Dat verba in ventos. ●In ventum verba profertis. ●Quid arenae semina mandas?
1539. Quid inde? E daí? Que resultou disso? VIDE: ●Quid ergo? ●Quid enim?
1540. Quid interest inter periurum et mendacem? [Cícero, Pro Roscio Comodeo 46] Que diferença há entre o perjuro e o mentiroso? VIDE: ●Nihil interest inter periurum et mendacem.
1541. Quid interest inter suasorem facti et probatorem? [Cícero, Philippica 2.29] Que diferença há entre o incentivador da ação e quem a aprova?
1542. Quid interest inter tyrannum ac regem? [Sêneca, De Clementia 1.11.4] Qual é a diferença entre o tirano e o rei?
1543. Quid ipse sis, non quid habearis, interest. [Publílio Siro] O que interessa é o que tu és, não o que tens. ■Vale mais crédito que dinheiro. VIDE: ●Quid sis interest, non quid habearis.
1544. Quid iste argutat molestus? [Petrônio, Satiricon 46.1] Que é que está dizendo esse chato?
1545. Quid istud ad me attinet? [Plauto, Poenulus 635] Que isso me diz respeito? ■Que é que eu tenho com isso? VIDE: ●Quid id ad nos attinet?
1546. Quid iuris? [Jur] Quê de direito? (=Que solução dá a isso a jurisprudência?).
1546b. Quid iuvat amisso claudere septa grege? Depois de perdido o rebanho, de que adianta fechar o redil? ■Recebido o dano, tapa o buraco. ■Casa roubada, trancas à porta. VIDE: ●Accepto claudenda est ianua damno. ●Grege amisso, septa claudere.
1547. Quid iuvat aspectus, si non conceditur usus? [Ludvig Holberg, Moralske Tanker 320] De que serve olhar, se não se pode usar?
1548. Quid iuvat deferre quae sunt tamen post facienda? De que serve adiar aquilo que, de qualquer maneira, depois deverá ser feito?
1549. Quid iuvat dolori suo occurrere? [Sêneca, Epistulae Morales 13.10] De que adianta correr em direção ao próprio sofrimento? ■Não procures sarna para te coçar. ■Não mexas em casa de marimbondos. VIDE: ●Canem sopitum ne excita.
1550. Quid iuvat errorem, mersa iam puppe, fateri? [Claudiano, In Eutropium 2.7] De que serve reconhecer o erro, quando o barco já está naufragado?
1551. Quid iuvat insanis lucem consumere verbis? [Loeb Classical Library, Minor Latin Poets, p.326] De que adianta gastar o dia com palavras loucas?
1552. Quid iuvat mala gravare questu? [Sêneca, Oedipus 81] De que adianta agravar os próprios males com lamentações?
1553. Quid iuvat et nullo ponere verba loco? [Propércio, Elegiae 2.22.44] De que adianta falar ao vento?
1554. Quid lacrimae delicta levant? [Claudiano, In Eutropium 2.8] Em quê as lágrimas aliviam os crimes?
1555. Quid laedit, si totus populus in te sibilet, modo tute tibi plaudas? [Erasmo, Moriae Encomium 31] Que mal faz se o povo todo te vaia, se tu mesmo te aplaudes? ■Ande eu quente, e ria-se a gente. VIDE: ●Frigora dum vitem, populi nil sibila curo. ●Populus me sibilat, at mihi plaudo ipse domi, simul ac nummus contemplor in arca. ●Quid enim salvis infamia nummis? ●Sine me vocari pessimum, ut simul dives vocer.
1556. Quid laetius quam clarissimos iuvenes nomen et famam ex studiis petere? [Plínio Moço, Epistulae 6.11.3] Que há de mais satisfatório do que jovens de famílias nobres buscarem o renome e a glória nas letras?
1557. Quid leges sine moribus? De que servem as leis sem a moral? ●Quid leges sine moribus vanae proficiunt? [Horácio, Carmina 3.24.35] De que servem as ineficazes leis, se a moral está ausente? ■Os homens fazem as leis; as mulheres, os costumes.
1558. Quid leo cum mure? [Wander 239] Que é que o leão tem a ver com o rato? ■A águia não se entretém catando moscas. ■Homem grande não desce a coisas baixas. VIDE: ●Aquila non captat muscas.
1559. Quid levius fumo? Flamen. Quid flamine? Ventus. Quid vento? Mulier. Quid muliere? Nihil. [Bernardes, Nova Floresta 1.220] Que é mais volúvel do que a fumaça? A brisa. Do que a brisa? O vento. Do que o vento? A mulher. Do que a mulher? Nada. ■A mulher é um cata-vento: vai ao vento que soprar. ●Quid levius flamma? Fulmen. Quid fulmine? Ventus. Quid vento? Mulier. Quid muliere? Nihil. [Sweet 124] O que é mais volúvel do que a chama? O raio. Do que o raio? O vento. Do que o vento? A mulher. Do que a mulher? Nada. ●Quid levius vento? Fulmen. Quid fulmine? Fama. Quid fama? Mulier. Quid muliere? Nihil. Que é mais volúvel que o vento? O raio. Do que o raio? A fama. Do que a fama? A mulher. Do que a mulher? Nada. VIDE: ●Quid pluma levius? Pulvis. Quid pulvere? Ventus. Quid vento? Mulier. Quid muliere? Nihil. ●Vento quid levius? Fulmen. Quid fulmine? Fama. Fama quid? Mulier. Quid muliere? Nihil.
1560. Quid libertate pretiosius? [Plínio Moço, Epistulae 8.24] Que há de mais valioso do que a liberdade?
1561. Quid luci cum tenebris? [Tertuliano, De Spectaculis 26.1] Que tem que ver a luz com as trevas?
1562. Quid lucidius sole? [Vulgata, Eclesiástico 17.30] Que é mais brilhante do que o sol?
1563. Quid magis est saxo durum? quid mollius unda? Dura tamen molli saxa cavantur aqua. [Ovídio, Ars Amatoria 1.473] Que é mais duro do que a pedra? Que é mais mole do que a água? No entanto as duras pedras são furadas pela água mole. ■A água mole em pedra dura tanto dá até que fura. VIDE: ●Assidua stilla saxum excavat. ●Gutta cavat lapidem. ●Gutta cavat lapidem, consumitur anulus usu. ●Decidens scabrum cavat unda tophum. ●Dura tamen molli saxa cavantur aqua. ●Longa dies molli saxa peredit aqua.
1564. Quid magna fari rebus in parvis opus? [Schottus, Adagia 619] Por que é preciso dizer palavras eloqüentes nos pequenos acontecimentos? VIDE: ●Quid de pusillis magna prooemia? ●Quid in re parva longa exordia facis?
1565. Quid me alta silentia cogis rumpere? [Virgílio, Eneida 10.63] Por que me obrigas a romper o meu profundo silêncio?
1566. Quid me caedis? [Vulgata, João 18.23] Por que me bates? VIDE: ●Cur me verberas? ●Cur percutis me?
1567. Quid me interrogas? [Vulgata, João 18.21] Por que me fazes perguntas?
1568. Quid me laetius est beatiusve? [Catulo, Carmina 9.11] O que é mais alegre ou mais feliz do que eu? VIDE: ●Quis me laetior? beatiorve?
1569. Quid melius auro? Iaspis. Quid iaspide? Sensus. Quid sensu? Mulier. Quid muliere? Nihil. [Albertano da Brescia, Liber Consolationis 5] Que é melhor do que o ouro? A ágata. E do que a ágata? O juízo. E do que o juízo? A mulher. E do que a mulher? Nada.
1570. Quid meritum dicas, cui sua terra parum est? [Propércio, Elegiae 3.7.56] Que valor dirás ter o homem a quem sua pátria não lhe basta?
1571. Quid messes uris, acerba, tuas? [Tibulo, Elegiae 1.2.100] Por que queimas a tua seara, ó cruel?
1572. Quid mihi opus est tua amicitia, si quod rogo non facis? [Valério Máximo, Facta et Dicta Memorabilia 6.4] De que me serve tua amizade, se não fazes o que te peço?
1573. Quid mihi prodest scire agellum in partes dividere, si nescio cum fratre dividere? [Sêneca, Epistulae Morales 10.88] De que me adianta saber dividir um cordeiro em partes, se não sei dividi-lo com meu irmão?
1574. Quid minus utibile fuit quam hoc ulcus tangere? [Terêncio, Phormio 690] Que poderia ser menos útil do que tocar essa ferida? ■Não fales de corda em casa de enforcado.
1575. Quid mirum est, fortunatos semper parem quaerere? [Quinto Cúrcio, Historiae 5.5] O que há de espantoso em que os homens afortunados sempre procurem seus iguais?
1576. Quid multa? Para que mais palavras?
1577. Quid namque caeco cum speculo est commercii? [Apostólio 18.69] Qual é a relação entre o cego e o espelho? ■Que há de comum entre o asno e a lira? ■Ao cego não dão cuidado os espelhos. VIDE: ●Nihil cum fidibus graculo, nihil cum amaracino sui. ●Quid caeco cum speculo? ●Quid caeco cum speculo et surdo cum lyra? ●Speculum caecus poscit. ●Speculum caecus.
1578. Quid nobis ad farinam? Que é que eu tenho a ver com a farinha? ■Que é que eu tenho com isso? ■Lá se haja Marta com seus doilos. VIDE: ●Quid ad farinas?
1579. Quid nobis certius ipsis sensibus esse potest, qui vera ac falsa notemus? [Lucrécio, De Rerum Natura 1.699] Que podemos ter mais seguro do que nossos sentidos para distinguirmos o verdadeiro e o falso?
1580. Quid nobis faciendum est? Que devo fazer? ●Quid nobis faciendum est ignoro. [Cícero, Ad Atticum 14.1] Não sei o que fazer. VIDE: ●Quid faciendum?
1581. Quid nocet latratus canis, si non mordeat? [Bebel, Adagia Germanica] Que mal faz o latido do cão, se não morde? ■Os cães ladram, mas a caravana passa. VIDE: ●Si non morderis, cane quid latrante vereris.
1582. Quid non argento, quid non corrumpitur auro? [Medina 588] O que não se corrompe com prata, o que não se corrompe com ouro? ■Não há cerradura, se de ouro é a gazua. ■Dádivas quebrantam penhas. ■O dinheiro é a medida de todas as coisas. VIDE: ●Auro clausa patent. ●Cum divis flectunt venerandos munera reges. ●Munera capiunt hominesque deosque. ●Manus ferens munera pium facit impium. ●Placatur donis Iuppiter ipse datis.
1583. Quid non ebrietas designat? [Pereira 121] O que não revela a embriaguez? ■Cachaceiro não tem segredo. ■Segredos queres saber, busca-os no pesar e no prazer. ●Quid non ebrietas designat? Operta recludit, spes iubet esse ratas, ad proelia trudit inertem, sollicitis animis onus eximit, addocet artes. [Horácio, Epistulae 1.5.16] O que é que a embriaguez não faz? Ela descobre os segredos, ela faz a esperança parecer realidade, ela empurra o covarde à luta, tira o peso das preocupações dos espíritos, ensina as artes. VIDE: ●Arcanum demens detegit ebrietas. ●Aperit praecordia Liber. ●Calices quem non fecere disertum? ●In vino veritas. ●Quod est in corde sobrii, est in lingua ebrii.
1584. Quid non mortalia pectora cogis, auri sacra fames? [Virgílio, Eneida 3.56] A que não obrigas os corações humanos, ó maldita fome de ouro? VIDE: ●Auri imperiosa fames. ●Auri sacra fames.
1584a. Quid non possit amor? [Henderson 373] Que é que o amor não consegue? VIDE: ●Nihil difficile amanti.
1585. Quid novi? Que há de novo? ●Quid novum? ●Quid novum evenit? Que ocorreu de novo? VIDE: ●Quid portas novi?
1586. Quid novi ex Africa? [Rezende 5491] Que novidades vêm da África? VIDE: ●Ex Africa semper aliquid novi.
1587. Quid numeras annos? Vixi maturior annis; acta senem faciunt, haec numeranda tibi. [Bernardes, Nova Floresta 1.286] Por que contas os anos? Vivi anos produtivos; as obras fazem a idade: essas é que devem ser contadas por ti.
1588. Quid nunc? Que há agora?
1589. Quid nunc te, asine, litteras doceam? [Cícero, In Calpurnium Pisonem 30] Por que agora deveria ensinar-te a ler, ó asno?
1590. Quid obmutuistis? quid tacetis? [Apuleio, Apologia 102] Por que ficastes mudos? Por que vos calais?
1591. Quid observatis auribus fundis preces? [Horácio, Epodon 17.53] Por que dirigis pedidos a ouvidos fechados?
1592. Quid opus est plura? [Cícero, De Senecture 1] Para quê é preciso dizer mais?
1593. Quid opus est tibi? De que necessitas?
1594. Quid opus est verbis? [Plauto, Curculio 79] De que nos servem palavras? ●Quid opus verbis est, ubi facta vides? [John Owen, Epigrammata 3.110] De que servem as palavras, quando vês fatos? VIDE: ●Nihil opus verbis.
1595. Quid opus nota noscere? [Plauto, Miles Gloriosus 635] De que vale aprender o que já se sabe?
1595a. Quid parare iuvat, si nescis parata tueri? De que adianta conseguires uma coisa, se não sabes conservar o que conseguiste?
1596. Quid paterna carius esset viro tellure? [Eurípides / Rezende 7063] O que seria mais caro ao homem do que a sua pátria?
1597. Quid pectunt, qui non habent capillos? [Bebel, Proverbia Germanica 27; Eiselein 267; Mota 64] O que penteiam os que não têm cabelos? ■Careca não gasta pente. ■Mal haja quem calvo penteia. ●Quid pectunt illi, quibus absunt fronte capilli? [Eiselein 356] Que penteiam aqueles a quem faltam cabelos na cabeça? VIDE: ●Calvus pectinem poscit. ●Difficile est calvum evellere.
1598. Quid peius domo ubi femina habet imperium super virum? [S.Agostinho, Tractatus 2.14] Que há de pior que a casa onde a mulher tem domínio sobre o homem? ■Triste da casa onde a galinha canta, e o galo cala. VIDE: ●Ibi nihil, parumve pacis, ubi mulier viri partes sibi arrogat.
1598a. Quid perstrepit anser inter olores?Por que o ganso faz tanto barulho entre os cisnes?
1599. Quid pluma levius? Pulvis. Quid pulvere? Ventus. Quid vento? Mulier. Quid muliere? Nihil. [Rezende 5482] Que é mais volúvel que a pluma? O pó. Do que o pó? O vento. Do que o vento? A mulher. Do que a mulher? Nada. VIDE: ●Quid levius fumo? Flamen. Quid flamine? Ventus. Quid vento? Mulier. Quid muliere? Nihil. ●Quid levius flamma? Fulmen. Quid fulmine? Ventus. Quid vento? Mulier. Quid muliere? Nihil. ●Quid levius vento? Fulmen. Quid fulmine? Fama. Quid fama? Mulier. Quid muliere? Nihil. ●Vento quid levius? Fulmen. Quid fulmine? Fama. Fama quid? Mulier. Quid muliere? Nihil.
1600. Quid plura dicam? Que mais posso dizer? Para que dizer mais? ●Quid plus dicere? ●Quid plura?