Máximas, Pensamentos e Reflexões
do
Marquês de Maricá

Introdução
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Página dos Provérbios

 

V

Vai-se aos mesmos fins por diversos meios segundo as circunstâncias: uns são cínicos por ambição, outros magníficos e ostentosos. [2948]

Vale mais ser invejado que lastimado. [1983]

Variamos com as idades de instintos, gostos, paixões, opiniões, até mesmo de moléstias. [2846]

Variedade e reprodução parecem ser os dous principais objetos que ocupam a Natureza neste mundo, tão numerosas ou inumeráveis são as providências observadas para que elas não faleçam em tempo algum. [2529]

Variedade infinita em um espaço muito limitado é o quadro e a história deste mundo sublunar. [2992]

Velho que não tem juízo nunca o teve. [1773]

Velhos há que bem merecem ser comparados aos vulcões extintos. [406]

Vemos a Deus nas cidades na admirável variedade das produções da indústria humana, vemo-lo nos campos nas obras maravilhosas e assombrosas da Natureza, vemo-lo finalmente em nós mesmos, que o estudamos, admiramos, amamos e adoramos em conseqüência das faculdades e inteligências com que nos enriqueceram a sua divina bondade e beneficência. [2671]

Vemos nas cidades geralmente as obras dos homens, fora delas diretamente as de Deus: respiramos no campo a Divindade. [2418]

Vemos os objetos pela luz, e conhecemos a existência da luz pelos objetos que a refletem. [1442]

Vestimos a natureza dos nossos afetos e paixões, ela nos parece bela e aprazível quando estamos contentes, triste e lutuosa se o pesar ou dor nos atormenta. [1627]

Vestir e formular dignamente um pensamento é muito mais difícil que concebê-lo. [2061]

Virtude é observância e satisfação do que devemos a Deus, aos homens e a nós mesmos. [3003]

Vive de maneira que ao morrer não te lastimes de haver vivido. [1569]

Vivemos com loucos e entre loucos; é feliz ou muito hábil quem pode tratar com eles sem os ofender nem ser ofendido. [1769]

Vivemos e morremos envolvidos em um turbilhão de dúvidas, enigmas, arcanos e mistérios que não podemos resolver, decifrar, nem compreender. [2663]

Vivemos em Deus, com Deus, por Deus e para Deus. [1660]

Vivemos em tantas vidas e pessoas, que nos sentimos despedaçar quando perece alguma delas. [1725]

Vivemos em um mundo encantado que se renova e remoça envelhecendo. [887]

Vivemos entre dois infinitos, no tempo e no espaço; ocupamos um ponto da imensidade e duramos um instante da eternidade. [965]

Vivemos entre duas eternidades que limitam a nossa existência, e nos constituem mortais neste intervalo. [1281]

Vivemos no seio de Deus que, sendo imenso, nos compreende a todos. [867]

Vivemos simultaneamente em dois mundos, um real, outro fantástico ou ideal: este nos ocupa mais do que o primeiro, e ocasiona como por encanto muitos dos mais notáveis acontecimentos que observamos. [2042]

Vivemos, como andamos, querendo guardar equilíbrio e escorregando freqüentes vezes. [959]

Viver é doce, viver é agro: nesta alternativa se passa a vida. [585]

Viver é gozar e sofrer, resistir e baralhar com os homens, as cousas, os eventos e elementos. [1097]

Viver é gozar: o simples exercício das faculdades do corpo e potências da alma confere fruição e felicidade. [2465]

Viver em tudo com referência a Deus é viver racional e religiosamente. [2593]

Vivificamos e racionalizamos o mundo externo e material com a nossa própria inteligência e vitalidade. [1367]


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