DICIONÁRIO DE EXPRESSÕES E FRASES LATINAS

Compilado por HENERIK KOCHER

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C12: 2201-2302

2201. Cur moriatur homo cui salvia crescit in horto? [Regimen Sanitatis Salerni, De Salvia 1] Por que morrer um homem em cujo jardim cresce a sálvia?

2202. Cur mundus militat sub vana gloria, cuius prosperitas est transitoria? [Bernardes, Nova Floresta 5.505] Por que batalha o mundo sob a glória vã, cuja ventura é transitória?

2203. Cur neque deformem adulescentem quisquam amat, neque formosum senem? [Cícero, Tusculanae Disputationes 4.70] Por que ninguém gosta de jovem feio, nem de velho bonito?

2204. Cur nimium appetimus? Nemini nimium bene est. [Afrânio, Fragmenta] Por que sempre desejamos o excesso? O excesso não é bom para ninguém. VIDE: Nemini nimium bene est.

2205. Cur non mitto meos tibi, Pontiliane, libellos? Ne mihi tu mittas, Pontiliane, tuos. [Marcial, Epigrammata 7.3] Por que eu não te mando meus livrinhos, Pontiliano? Ora, Pontiliano, para que tu não me mandes os teus.

2206. Cur non suspendis te? [Erasmo, Adagia 2.8.15] Por que não te enforcas?

2207. Cur non, ut plenus vitae conviva, recedis, aequo animoque capis securam, stulte, quietem? [Lucrécio, De Rerum Natura 3.936] Por que, ó tolo, como um convidado satisfeito da vida, não vais embora contente e ficas em descanso tranqüilo?

2208. Cur nulla futura canitis, si vates estis? [S.Agostinho, Epistulae 17.4. Se vós sois videntes, por que não cantais os acontecimentos futuros?

2209. Cur omnium fit culpa paucorum scelus? [Sêneca, Hippollytus 565] Por que todos pagam pelo crime de uns poucos?

2210. Cur percutis me? [Vulgata, Números 22.28] Por que me feres? VIDE: Cur me verberas? Quid me caedis?

2211. Cur quaeris quietem, cum natus sis ad laborem? [Tomás de Kempis, De Imitatione Christi 2.10.1] Por que procuras descanso, quando nasceste para o trabalho? VIDE: Homo nascitur ad laborem et avis ad volatum.

2212. Cur quaeris quod nosse debebas? [Plínio Moço, Epistulae 8.14.2] Por que me perguntas o que tinhas obrigação de saber?

2212a. Cur tibi tam levis est, cum tam iucunda senectus? Libera quod vitiis tota iuventa fuit. Por que tua velhice é tão leve, tão alegre? Porque toda minha juventude foi livre de vícios.

2213. Cur sontes duos distinguis? [Sêneca, Medea 275] Por que fazes essa distinção entre dois culpados?

2214. Cur timeam dubitemve locum defendere? [Juvenal, Satirae 1.103] Por que eu temeria ou hesitaria em defender minha posição?

2215. Cur vestra oratio rebus flaccet, strepitu viget? [Apuleio, Apologia 25] Por que vosso discurso é frouxo em fatos e vigoroso em ruídos?

2216. Cur veteranus dux, fortissimus bello, compressis manibus sedeas? [Tito Lívio, Ab Urbe Condita 7.13.7] Por que tu, que és um comandante experiente, tão valente na luta, permaneces de braços cruzados? VIDE: Compressis manibus sedere.

2217. Cura angit animum. A preocupação atormenta o espírito. Cura angit hominem. A preocupação atormenta o homem.

2218. Cura aures tuas patere querelis omnium. Trata de abrir teus ouvidos para as queixas de todos. O bom juiz ouve o que cada um diz. VIDE: Magistratum gerens, audi et iusta et iniusta. Omnibus iura poscentibus faciles auditus pandite. Si non vis audire, nec regnes. Si praees, audi et iuste et iniuste dicta.

2219. Cura curam trahit. Uma preocupação puxa outra. Um trabalho é véspera de outro. Cura curam trahit, dolor ex dolore nascitur. [Erasmo, Contra Malum Ignorantiae 8.3.3] Uma preocupação nos traz outra, uma dor nasce de outra.

2220. Cura diluitur mero. A preocupação se dissolve com o vinho. VIDE: Cura fugit multo diluiturque mero. Curas Bacchus exonerat graves.

2221. Cura esse quod audis. [Horácio, Epistulae 1.16.17] Procura ser o que ouves (dizerem de ti).

2222. Cura facit canos. Preocupação faz cabelos brancos. Cuidados alheios matam o asno. Cura facit canos, quamvis homo non habeat annos. [Binder, Thesaurus 668] A preocupação faz os cabelos brancos, ainda que o homem não tenha muitos anos. VIDE: Cito enim in malo homines consenescunt. Curae canitiem inducunt. Rebus in adversis venit accelerata senectus.

2223. Cura facit dubium, vel spes incerta fatigat. [Martianus Capella, De Nuptiis Philologiae et Mercurii] A preocupação gera dúvida; até a esperança incerta cansa.

2224. Cura fugit multo diluiturque mero. [Ovídio, Ars Amatoria 1.238] As preocupações fogem e se apagam com o vinho abundante. VIDE: VIDE: Cura diluitur mero. Curas Bacchus exonerat graves.

2225. Cura nihil aliud nisi ut valeas. [Cícero, Ad Familiares 16.5] Cuida exclusivamente da tua saúde. VIDE: Cura ut valeas.

2226. Cura omnia potest. [Grynaeus 75] A dedicação tudo pode. O trabalho tudo vence. A perseverança sempre alcança. VIDE: Curae nihil impossibile est. Graeci conando Troia potiti sunt. Industriae nil impossibile. Labor improbus omnia vincit. Labor omnia vincit. Labor omnia vicit improbus. Omnia vincit labor.

2227. Cura pecuniarum est animi morbus. [Medina 643] A preocupação com o dinheiro é uma doença do espírito.

2228. Cura pii diis sunt, et qui coluere coluntur. [Ovídio, Metamorphoses 8.725] Os homens piedosos são protegidos pelos deuses, e aqueles que os honraram, são também honrados.

2228b. Cura populatur artus. [Vincenzo Scarcella, Adagi 150] As preocupações destroem o corpo. VIDE: Exedunt animos maerores. Sollicitudines exedunt animos.

2229. Cura quid expediat prius est quam quid sit honestum. [Ovídio, Ex Ponto 2.3.9] A preocupação com o que é útil vem antes da preocupação com o que é justo.

2230. Cura, quidquid agis, te bene nosse magis! [Walther 4737a / Tosi 347] Seja lá o que fizeres, trata de te conhecer melhor! VIDE: Nosce teipsum.

2231. Cura quoque interdum nulla est medicabilis arte. [Ovídio, Ex Ponto 1.1.25] A preocupação não pode ser curada por nenhuma ciência.

2232. Cura ut aditus ad te diurni nocturnique pateant, neque solum foribus aedium tuarum sed etiam vultu ac fronte, quae est animi ianua; quae, si significat voluntatem abditam esse ac retrusam, parvi refert patere ostium. [Cícero, Commentariolum Petitionis 11] Cuida para que o acesso a ti esteja aberto, tanto de dia como de noite, e que não só a porta da tua casa, mas também do teu rosto, que é a porta do espírito, a qual, se indica que a vontade está oculta ou voltada para trás, de pouco vale estar aberta a porta. VIDE: Nil interest habere ostium apertum, vultum clausum.

2233. Cura ut exacte scribas, potius quam multa. [Erasmo, Colloquia, Philodoxus] Preocupa-te mais em escrever com exatidão do que em escrever muito.

2233a. Cura ut talis sis qualis haberi cupis. [Emmanuel Alvarus, Grammatica 122] Procura ser tal como desejas ser considerado. VIDE: Talem te praesta, qualem te poscis haberi. Talis esto, qualis haberi cupis.

2234. Cura ut valeas. Cuida de tua saúde. (=Fórmula de encerramento de cartas). Cura ut valeas ne in morbum incidas. Cuida de tua saúde, para não ficares doente. VIDE: Cura nihil aliud nisi ut valeas.

2235. Curae acuunt mortalia corda. [Rezende 1079] As preocupações estimulam os corações dos mortais.`VIDE: Curis acuens mortalia corda.

2236. Curae canitiem inducunt. [Tosi 1627] As preocupações trazem cabelos brancos. Curae canitiem ante tempus adducunt. [Friderich Jacob, Epigrammata Anthologiae Graecae 3.189] Preocupações trazem cabelos brancos antes do tempo. VIDE: Cito enim in malo homines consenescunt. Cura facit canos. Cura facit canos, quamvis homo non habet annos.

2237. Curae est sua cuique voluptas. [Ovídio, Ars Amatoria 1.749] Cada um se preocupa com o seu próprio prazer.

2238. Curae leves loquuntur, ingentes stupent. [Sêneca, Hippolytus 607] As preocupações leves se manifestam, as grandes calam-se. As grandes dores são mudas. VIDE: Iactantius maerent qui minus dolent. Leves curae loquuntur, ingentes stupent. Parvae curae loquuntur, ingentes stupent.

2239. Curae nihil impossibile est. [Schrevelius 1175] Para a dedicação nada é impossível. Quem trabalha, tudo alcança. VIDE: Amat victoria curam. Cura omnia potest. Industriae nil impossibile.

2240. Curae pretium est. A dedicação tem sua recompensa. Vale a pena. VIDE: Operae pretium est.

2241. Curam habe de bono nomine; hoc enim magis permanebit tibi quam mille thesauri pretiosi et magni. [Vulgata, Eclesiástico 41.15] Preocupa-te com tua reputação, pois ela será para ti um bem mais estável do que mil tesouros preciosos e grandes. Mais vale boa fama que dourada cama.

2241a. Curando fieri quaedam maiora videmus vulnera, quae melius non tetigisse fuit. [Ovídio, Ex Ponto 3.7.25] Tratando, vemos ficarem maiores certas feridas que seria melhor não tocar.

2242. Curandum in primis ne magna iniuria fiat fortibus et miseris. [Juvenal, Satirae 8.121] Em primeiro lugar, é preciso que não se faça ofensa aos fortes e aos miseráveis.

2243. Curare cutem. [Juvenal, Satirae 2.105] Cuidar da própria pele.

2244. Curarum domitor somnus. O sono é o vencedor das preocupações. VIDE: Non curarum somnus domitor pectora solvit. Tu, o domitor, Somne, laborum, requies anime, pars humanae melior vitae.

2245. Curarum me pondera multa fatigant. O grande peso das preocupações me cansa.

2246. Curarum maxima nutrix nox. [Ovídio, Metamorphoses 8.80] A noite alimenta as preocupações. VIDE: Nutrix curarum nox. Nox nutrix curarum.

2247. Curas Bacchus exonerat graves. [Sêneca, Hippolytus 445] O vinho faz esquecer as maiores preocupações. VIDE: Cura diluitur mero. Cura fugit multo diluiturque mero.

2248. Curas cithara tollit. [Inscrição em cítara / Schrevelius 1177] A cítara afasta as preocupações.

2249. Curat honestatem iustitiamque Deus. Deus vela pela honra e pela justiça.

2250. Curat peremptum nemo, quem incolumem timet. [Sêneca, Oedipus 243] Ninguém se preocupa com o morto a quem teme quando está vivo.

2251. Curatio funeris, condicio sepulturae, pompa exsequiarum magis sunt vivorum solacia quam subsidia mortuorum. [S.Agostinho, De Civitate Dei 1.12] O cuidado com a cerimônia fúnebre, a condição da sepultura, a pompa das exéquias são mais consolo dos vivos do que auxílio aos mortos.

2252. Curato currum, asini nihil ad nos. [Schottus, Adagia 368] Cuida da carroça; os burros não nos dizem respeito. O que não te queima, não o apagues. Não tenho nada com o sabão, e sim com a roupa lavada. VIDE: De ea re quae te non molestat ne certeris. Desine percontari, quod tua non refert scire. Propria cures. Quod me non tangit, non angit. Quod te non tangit hoc te nullatenus angit. Quod te non tangit, cur te tam fortiter angit? Tua quod nihil refert, ne cures. Utere curru, de asinis nihil laborans. Utere plaustris tuis, asinosque ne curaveris.

2253. Curator ad hoc. [Jur / Black 490] Curador para isto. (=Curador para finalidade específica).

2253a. Curator adultis non solet dari. Não se costuma dar curador a adultos.

2253a. Curatore opus est. Ele precisa de um tutor. (=Está louco).

2254. Curentur dubii medicis maioribus aegri. [Juvenal, 12.24] Sejam os doentes em perigo tratados pelos melhores médicos.

2255. Curia pauperibus clausa est. A corte está fechada aos pobres. Pobreza não é vileza, mas é melhor ocultá-la. Curia pauperibus clausa est: dat census honores, census amicitias; pauper ubique iacet. [Ovídio, Amores 3.8.55] A corte está fechada aos pobres: é o patrimônio que dá dignidade, é o patrimônio que dá amizades; o pobre em qualquer lugar está abandonado. VIDE: Clauditur oranti, sed panditur aula ferenti. Ianua pauperibus clausa est, dat census honores, audet divitibus claudere nemo fores.

2256. Curios simulant, et Bacchanalia vivunt. [Binder, Thesaurus 675] Fingem-se virtuosos, e vivem em orgias. Unhas de gato e hábitos de beato. Contas na mão e o demo no coração. VIDE: Qui Curios simulant, et Bacchanalia vivunt.

2256a. Curiosi in alienis, desidiosi in suis. Curiosos nas coisas alheias, negligentes nas próprias.

2257. Curiositas nihil recusat. [Historia Augusta, Vita Aureliani 1] A curiosidade não rejeita nada.

2258. Curiosum in alienis oderis. [Quílon / Rezende 1085] Odiarás aquele que tem curiosidade nas coisas alheias.

2259. Curiosum nobis natura ingenium dedit. [Sêneca, De Otio 5.3] A natureza nos deu um temperamento inquisidor.

2260. Curiosus nemo est, quin sit malevolus. [Plauto, Stichus 208] Não há curioso que não seja mal intencionado. Quem tudo quer saber, mexerico quer fazer. VIDE: Multa interrogans fit ingratus. Percontatorem fugito, nam garrulus idem est.

2261. Curiosus non curanda curat, necessaria neglegit. [S.Boaventura / Bernardes, Nova Floresta 1.376] O curioso cuida do que não deve ser cuidado, mas descuida do necessário.

2262. Curiosus spectator excutit singula et quaerit. [Sêneca, Quaestiones Naturales 11] O observador curioso examina e pesquisa cada pormenor.

2263. Curis acuens mortalia corda. [Virgílio, Georgica 1.123] Estimulando os corações dos mortais com preocupações. VIDE: Curae acuunt mortalia corda.

2264. Curis gaudia misce. [Grynaeus 443] Mistura prazeres às tuas preocupações.

2264a. Curis vacabis, mortuus per somnium. Quando estiveres morto de sono, não terás preocupações.

2265. Curis tabescimus omnes. [Whitney, A Choice of Emblemes] Todos nós nos desgastamos com as preocupações.

2266. Currant verba licet, manus est velocior illis: nondum lingua suum, dextra peregit opus. [Marcial, Epigrammata 14.208] Embora as palavras corram, a mão (do notário) é mais veloz do que elas: a língua ainda não terminou sua tarefa, mas a mão já.

2267. Currente calamo. Ao correr da pena. Currente stilo. VIDE: Calamo currente.

2268. Currere vetulam compellit egestas. [Rabelais, Gargantua 3.41] A necessidade faz a velha correr. A necessidade põe a velha a caminho. VIDE: Egestas compellit vetulam currere.

2269. Curriculum vitae. O curso da vida. (=Curriculum vitae, ou simplemente currículo, é uma breve resenha da carreira profissional de uma pessoa; folha de serviços). VIDE: Vitae curriculum nobis natura circumscripsit.

2270. Currit enim ferox aetas. [Horácio, Carmina 2.5.13] Corre pois o tempo implacável.

2271. Currit quattuor pedibus. [Jur / Black 492] Corre sobre os quatro pés. (=Diz-se do argumento que se aplica adequadamente a determinada questão).

2272. Currit tempus contra desides et sui iuris contemptores. [Jur / Black 492] O tempo corre contra os preguiçosos e os que desprezam os seus direitos. VIDE: Tempus currit contra desides et sui iuris contemptores.

2273. Currus bovem trahit. [Grynaeus 13; Apostólio 2.86] O carro puxa o boi. Vai o carro à frente dos bois. Anda o mundo às avessas. Currus boves trahit. [Rezende 1090] O carro puxa os bois. Currus bovem trahit praepostere. Absurdamente, é o carro que puxa o boi. Currus bovem ducit. VIDE: Bos currum trahit, non bovem currus. Plaustrum bovem trahit.

2274. Cursu laborat imperitus irrito. [Menandro / Schottus, Adagialia Sacra 125] O ignorante sofre em corrida inútil.

2275. Cursu lampada trado. [Erasmo, Adagia 1.2.38] Passo-te a tocha no meio da corrida. Cursu lampada tibi trado. [Varrão, De Re Rustica 3.16] VIDE: Lampada cursu tibi trado.

2276. Cursum consumavi, fidem servavi. [Vulgata, 2Timóteo 4.7] Acabei a carreira, mantive a fé.

2277. Cursus fatorum nescit mens ulla virorum; solius est proprium scire futura Dei. Nenhuma cabeça humana conhece a marcha do destino; só a Deus pertence conhecer o futuro. O futuro a Deus pertence. O futuro é segredo de Deus. VIDE: Est certum praesens, sed sunt incerta futura. Fruere praesentibus; futura diis committe! Futura nemo prospicit. Futura nemo videt. Latent futura. Nemo cuncta, quae futura sunt, conspicit. Praesentia scire fas homini; solique Deo praescire futura. Prudens futuri temporis exitum caliginosa nocte premit Deus. Quae post vitam futura sunt, incerta. Quod praeteriit, certum est, futurum vero obscurum. Saepe ne utile quidem est scire quid futurum sit. Solius est proprium scire futura Dei. Solus Deus futura novit. Tu praesens cura, Domino permitte futura.

2278. Cursus in fine velocior. A corrida, na etapa final, se torna mais veloz. VIDE: Motus in fine velocior.

2279. Curvo dignoscere rectum. [Horácio, Epistulae 2.2.44] Distinguir o reto do torto.

2280. Curvo sine hamo piscem non capies. [Schrevelius 1186] Sem o anzol torto não apanharás o peixe. O direito do anzol é ser torto.

2281. Curvum lignum nunquam rectum. [Apostólio 19.1] Pau torto nunca fica reto. Pau que nasce torto nunca se endireita. Pau que nasce torto, até a cinza é torta. O que o berço dá, só a cova o tira. VIDE: Cancri nunquam recte ingrediuntur. Lignum curvum nunquam rectum. Lignum curvum nunquam fit rectum. Lignum incurvum nunquam rectum. Lignum quod tortum haud unquam vidimus rectum. Lignum tortum nunquam fiet rectum. Lignum tortum haud unquam rectum. Nunquam rectum tortile lignum. Pravum lignum nunquam rectum. Rectum haud fit tortile lignum.

2282. Custodes pacis. Os guardiães da paz.

2283. Custodes regni censentur amorque timorque. [Pereira 97] As guardas do reino são amor e medo. Mais guarda a vinha o medo que o vinhateiro. VIDE: Metus improbos compescit, non clementia. Plus a malo prohibet timor quam lex. Pudor est ubicumque pavor stat. Regna custodit metus. Timor custodit vineam, non ille qui vindemiat eam. Timor optimus custos. Ubi metus, ibi et pudor. Ubi timor, ibi pudor.

2284. Custodi civitatem, Domine. [Divisa] Guarda esta cidade, ó Senhor.

2285. Custodia legis. [Jur / Black 493] Sob a custódia da lei.

2286. Custodia praevertit infortunia. [Gaal 1641] A prevenção repele os infortúnios.

2286a. Custodienti recte nil disperit. Para quem toma conta com cuidado nada se perde.

2287. Custodit vitam qui custodit sanitatem. [Regimen Sanitatis Salernitanum / Rezende 1092] Quem guarda a saúde guarda a vida. Saúde cuidada, vida conservada.

2288. Custoditur periculo quod placet multis. [Binder, Thesaurus 683] Com perigo se vigia o que agrada a muitos. Quem tem mulher formosa, castelo na fronteira e vinha na carreira, nunca lhe falta canseira. Coisa muito desejada, não há como guardá-la. VIDE: Difficile custoditur quod plures amant. Difficile custoditur quod a multis dilligitur. Difficile est custodire quod multis placet. Foedera servasset, si non formosa fuisset. Magno cum periculo custoditur, quod multis placet. Maximo periculo custoditur quod multis placet. Non facile solus serves quod multis placet. Quod a multis petitur, difficulter custoditur.

2289. Custos animae suae servat viam suam. [Vulgata, Provérbios 16.17] O que guarda a sua alma conserva o seu caminho. VIDE: Diligens vitam suam parcit ori suo. Qui custodit os suum et linguam suam, custodit ab angustiis animam suam. Qui custodit os suum, custodit animam suam.

2290. Custos legis. [Jur] O guardião da lei. Custos legum. O guardião das leis.

2291. Custos morum. [Jur / Black 496] O guardião dos costumes.

2292. Custos, quid de nocte? Dixit custos: Venit mane et nox. [Vulgata, Isaías 21.11-12] Guarda, que houve de noite? Disse o guarda: Vem a manhã e também a noite.

2293. Custos ubi deest, dulce pomum est scilicet. [Schottus, Adagia 607; Manúcio, Adagia 1082] É doce a fruta, quando o vigia está longe. Não há melhor bocado que o furtado. VIDE: Absente custode, dulce pomum est. Dulce pomum, cum abest custos. Dulcia poma custode absente. Dulcia poma sunt, absente custode. Iucunda poma, si procul custodia. Pomum suave est, tunc ubi custos abest.

2294. Custos vigilat. [Divisa de Bauru, SP] A sentinela está alerta.

2295. Custos virtutum verecundia. [Magyar Példabeszédek 386] O pudor é o guardião das virtudes.

2296. Custos vitae hominum temperantia est. [Medina 645] A temperança é a segurança da vida dos homens.

2297. Cute sub agnina latet mens saepe lupina. [Samuel Singer, Thesaurus Proverbiorum Medii Aevi 72] Sob uma pele de cordeiro, esconde-se, muitas vezes, uma alma de lobo. Quem vê cara, não vê coração. Cara de mel, coração de fel. VIDE: Cucullus non facit monachum. Dicta lingua dulcia datis, corde amara facitis. Ore probus, animo inverecundus. Pelle sub agnina latitat mens saepe lupina. Sub ovium pellibus lupos tegunt. Sub ovium pellibus lupi. Sub vestimentis ovium sunt crimina mentis.

2298. Cutem cura! Cuida da tua pele! Cuidado! Olho vivo!

2299. Cutem gerit saepius laceratam canis mordax. [Schrevelius 1178] Cão mordedor geralmente traz o seu couro machucado. O homem brigão tem sempre um arranhão. VIDE: Canis qui mordet, mordetur.

2300. Cycnea cantio. [Erasmo, Adagia 1.2.55] O canto do cisne. Cycnea cantilena. [Manúcio, Adagia 102] Cycnea vox. [Cícero, De Oratore 3.2.6] VIDE: Cantator cycnus funeris ipse sui.

2301. Cycni cantus melius quam gruum. [Grynaeus 178] O canto do cisne é melhor do que o dos grous.

2302. Cycnus niger, aut corvus albus, minus rarus sit avis, quam fidelis amicus. [Robert Bland, Proverbs 3] Cisne negro, ou corvo branco, tal ave é menos rara que o amigo fiel.

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