DICIONÁRIO DE EXPRESSÕES E FRASES LATINAS

Compilado por HENERIK KOCHER

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I10: 1801-2000

1801. Inter volentes. [Jur] Entre pessoas que querem. Entre pessoas que concordam.

1802. Intercus aqua. [Medicina] Água intercutânea. (=Hidropisia. Acumulação de serosidades no tecido celular ou em uma cavidade do corpo. Novo Dicionário Aurélio).

1803. Interdicere aqua et igni. [Rezende 2796] Privar alguém de água e fogo. (=Condenar ao desterro). VIDE: Aqua et igne interdictus. Aquae et ignis interdictio.

1804. Interdum audaces efficit ipse timor. [Sweet 173] Às vezes, o próprio medo cria os valentes. VIDE: Audacem fecerat ipse timor.

1805. Interdum docta plus valet arte malum. [Ovídio, Ex Ponto 1.3.17] Algumas vezes, o mal é mais forte que a ciência. VIDE: Non est in medico semper, relevetur ut aeger: interdum docta plus valet arte malum.

1806. Interdum etiam bonus dormitat Homerus. [Tosi 461] Às vezes até o bom Homero cochila. Até o sábio se engana. VIDE: Aliquando bonus dormitat Homerus. Aliquando dormitat et Homerus. Dormitat et Homerus. Indignor quandoque bonus dormitat Homerus. Quandoque bonus dormitat Homerus. Qui enim nimium invigilat, interdum dormitat.

1807. Interdum evenit ut exceptio quae prima facie iusta videatur, inique noceat. [Institutiones 4.14.1.2] Algumas vezes acontece que um pleito que à primeira vista parece justo é injusto e iníquo.

1808. Interdum exiguo rex maximus occidit ictu. [Pereira 117] Às vezes o maior rei morre de um pequeno golpe. Pequeno machado derruba grande sobreiro. VIDE: A cane non magno saepe tenetur aper. Ictibus it parvi quercus ad ima viri.

1809. Interdum habet stultitiae partem facilitas. [Publílio Siro] Às vezes a bondade tem um pouco de tolice.

1810. Interdum ipsa cura furem facit. Às vezes, a própria vigilância faz o ladrão. O proibido aguça o dente. VIDE: Cupiditas nihil amat magis quam quod non licet. Cupiditas nihil amat nisi quod non licet. Illicita amantur. Ipsa furem cura vocat.

1811. Interdum lacrimae pondera vocis habent. [Ovídio, Ex Ponto 3.1.158] Às vezes as lágrimas têm o peso da voz. VIDE: Et lacrimae pondera vocis habent.

1811a. Interdum magis afficiunt non dicta quam dicta. [Bacon, De Dignitate et Augmentis Scientiarum 8.1] Muitas vezes, tem mais força o que não se disse do que o que se disse. VIDE: Aliquando magis movent non dicta quam dicta.

1811b. Interdum perimit qui tantum caedere quaerit. Às vezes, quem apenas quer ferir, mata.

1812. Interdum quies inquieta est. [Sêneca, Epistulae Morales 56.8] Às vezes a tranqüilidade é agitada.

1812a. Interdum relaxandus est animus. [Seybold 165] De vez em quando é preciso relaxar o espírito.

1813. Interdum requiescendum. De vez em quando é preciso descansar.

1814. Interdum stabulum reparatur post grave damnum. [Tosi 1593] Às vezes só se conserta o estábulo depois de grave prejuízo. Casa arrombada, trancas na porta. VIDE: Accepto claudenda est ianua damno. Aegroto mortuo, sero venit medicus. Sero paras stabulum taurum iam fure trahente. Sero seram ponis stabulo post furta latronis.

1815. Interdum stultus bene loquitur. [Henderson 183] Às vezes, o tolo fala coisa certa. Do néscio às vezes bom conselho. Às vezes vem o remédio de quem não se espera. VIDE: A stulto homine prudens verbum nonnumquam profertur. Saepe etiam est stultus valde opportuna locutus. Saepe etiam stultus fuit opportuna locutus. Saepe etiam est olitor valde opportuna locutus.

1816. Interdum veram portendunt somnia causam. [Binder, Medulla 784] Muitas vezes, os sonhos prognosticam um acontecimento verdadeiro.

1817. Interdum vulgus rectum videt; est ubi peccat. [Horácio, Epistulae 2.1.63] Às vezes, o povo acerta; há ocasiões em que ele erra.

1818. Interea multum aquae in flumine praeterfluit. Enquanto isso muita água correu no rio.

1819. Interest etiam inter valens corpus et obesum, inter tenue et infirmum. [Celso, De Medicina 2.10.5] Há diferença entre o corpo sadio e o obeso, entre o magro e o doente.

1820. Interest reipublicae ne maleficia remaneant impunita. [Jur / Black 997] É de interesse do estado que os crimes não fiquem impunes.

1821. Interest reipublicae ne sua quis male utatur. [Jur / Black 997] É de interesse do estado que ninguém faça mau uso de seus bens.

1822. Interest reipublicae ut carceres sint in tuto. [Jur / Black 997] É de interesse do estado que as prisões sejam seguras.

1823. Interest reipublicae ut sit finis litium. [Jur / Broom 267] Interessa ao estado que ocorra o fim das lides.

1824. Intereunt feles, celebrant convivia mures. [Pereira 111] Morrem os gatos, banqueteiam-se os ratos.

1825. Interficite errores, diligite homines. [S.Agostinho / Peña 394] Combatei os erros, amai os homens. Interficite errores, diligite errantes. Combatei os erros, amai os que erram. VIDE: Parcere personis, dicere de vitiis.

1826. Interim fiet aliquid. [Terêncio, Andria 314] Nesse meio tempo, acontecerá algo.

1827. Interim ille hamum vorat. [Plauto, Truculentus 42] Está engolindo o anzol. Mordeu a isca. Está no papo. VIDE: Hamum vorat. Meus hic est: hamum vorat.

1828. Interim mores mali, quasi herba irrigua succrevere uberrime. [Plauto, Trinummus 30] Enquanto isso os maus costumes cresceram luxuriantes como a relva molhada.

1829. Interim optimum misericordiae genus est occidere. [Sêneca, De Ira 1.16.3] Às vezes a melhor forma de piedade é matar.

1830. Interim poena est mori, sed saepe donum, in pluribus veniae fuit. [Sêneca, Hercules Oetaeus 930] Às vezes morrer é um castigo, mas muitas vezes é uma dádiva, e para muitos um favor.

1831. Interim scelus est fides. [Sêneca, Hercules Oetoeus 481] Algumas vezes a fidelidade é um crime.

1832. Interit ira mora. [Ovídio, Ars Amatoria 1.374] A ira passa com o tempo.

1833. Interna corporis. [Jur] No âmbito do próprio corpo. Internamente. No âmbito da própria instituição.

1834. Interna pax et tranquillitas. A paz e a tranqüilidade interiores.

1834b. Interpellator molestus venter. [Gaal 155] O ventre é um reclamante incômodo. Quem está com fome não escuta conselhos. VIDE: Caecus venter verba non curat. Difficile est vacuo verbis imponere ventri. Inanis venter non audit verba libenter.

1835. Interpone tuis interdum gaudia curis, ut possis animo quemvis sufferre laborem. [Dionísio Catão, Disticha 3.6] Mescla de tempos a tempos o prazer às tuas preocupações, para que possas surportar com coragem qualquer trabalho.

1836. Interposita persona. [Jur] Por intermediário.

1837. Interpretare vocabulum monachi. Quid facis in turba, qui solus est? [S.Jerônimo / Abelardo, Epistulae 8] Compreende o significado da palavra monge. Que fazes na multidão, tu que és solitário? (=Monachus, do grego, significa solitário).

1838. Interpretari eius est, cuius est condere legem. [Jur] A interpretação da lei cabe a quem cabe instituí-la.

1839. Interpretatio aequior et benignior sumenda est. [Jur] Deve-se adotar a interpretação mais justa e mais benigna.

1840. Interpretatio cessat in claris. [Jur] Nas coisas claras, não há necessidade de interpretação.

1841. Interpretatio facienda est secundum naturam negotii. [Jur] A interpretação deve ser feita segundo a natureza do negócio.

1842. Interpretatio facienda est, ut ne sequatur absurdum. [Jur] A interpretação deve ser feita de modo que não resulte absurdo.

1842a. Interpretatio facienda in meliorem et benigniorem partem. [Jur] A interpretação deve ser feita visando à parte melhor e mais benigna.

1843. Interpretatio illa sumenda qua absurdum evitetur. [Spalding 60] Deve ser escolhida aquela interpretação pela qual se evite o absurdo.

1844. Interpretatio in dubio capienda ut semper actus et dispositio valeat quam pereat. [Jur] Na dúvida segue-se a interpretação segundo a qual sempre o ato e a disposição mais valham que pereçam.

1845. Interpretatio restricta. [Black 1000] Interpretação restrita.

1846. Interpretatio servanda est, cui verba respondeant. [Jur] Deve-se adotar a interpretação a que correspondam as palavras.

1847. Interpretatione legum poenae molliendae sunt potius quam asperandae. [Digesta 48.19.42] Na interpretação das leis as penas devem antes ser abrandadas do que agravadas.

1848. Interrogabo te, et responde mihi. [Vulgata, Jó 42.4] Perguntar-te-ei e responde-me.

1848a. Interrogare liberum est. Perguntar é livre. Perguntar não ofende.

1848b. Interrogatus de alliis, respondet de caepis. Interrogado a respeito dos alhos, responde sobre cebolas. Falo-lhe em alhos, responde-me com bugalhos. VIDE: De alliis loquenti respondet de caepis.

1849. Interrogatus non respondens pro confesso habetur. [Jur] O interrogado que não responde é tido como réu confesso.

1850. Intersecta musica est. [Pereira 109] Sua canção foi interrompida. Lançou-lhe água na fervura. Interrumpta musica est. [Manúcio, Adagia 849]

1851. Intestatus est non tantum qui testamentum non fecit, sed etiam cuius ex testamento hereditas adita non est. [Digesta 50.16.64] Intestado não é apenas quem não fez testamento, mas também aquele cuja herança do testamento não foi recebida.

1852. Intestina canem semel adgustasse periculum est. [Gaal 1140] É um perigo o cão ter provado intestinos uma vez. Quem uma vez furta, fiel nunca. VIDE: Aliquando qui lusit, iterum ludet. Cave illum semper, qui tibi imposuit semel. Periculosum est canem intestina gustasse.

1853. Intima mentis. Os segredos do coração. VIDE: Tu latebras animi rimaris, et intima mentis.

1854. Intima per mores cognosces exteriores. [Eiselein 490] Pelos costumes exteriores se conhece o interior. Pelos olhos se conhece quem tem lombriga. VIDE: Ab occursu faciei cognoscitur sensatus.

1855. Intolerabilis in malo ingenio felicitas est. [Sêneca Retórico, Suasoriae 7.1] É intolerável o sucesso de uma alma depravada.

1855a. Intolerabilius nihil est quam dives avarus et stultus locuples. Nada há mais intolerável que o rico cobiçoso e o tolo rico.

1856. Intolerabilius nihil est quam femina dives. [Juvenal, Satirae 6.466] Nada mais insuportável que uma mulher rica.

1857. Intra anni spatium. [Codex Iustiniani 5.9.2] Dentro do espaço de um ano. Intra annale tempus. [Codex Iustiniani 6.30.19]

1858. Intra domus saevus est; foris mitis. [Sêneca, De Ira 3.10.4] Em casa ele é um selvagem; fora é um delicado. VIDE: Domi leones, foris vulpes. Domi leones, proelio vulpeculae. In otio tumultuosi, in bello segnes. In pace leones, in proelio cervi. In praetoriis leones, in castris lepores.

1859. Intra fortunam debet quisque manere suam. [Ovídio, Tristia 3.4.25] Cada um deve ficar dentro de sua condição. Não estendas as pernas além do cobertor. Intra fortunam quisque maneto suam. VIDE: Ad modum redituum vive. In pelle propria esse. In pellicula se tenere sua. In propria pelle quiesce. Intra tuam pelliculam te contine. Sumptus censum ne superet.

1860. Intra legem. [Jur] Dentro da lei. Previsto na lei.

1861. Intra me maneo. [Gabriele d’Annunzio. Alusão ao mito da tartaruga, em frase gravada em placa doada a Mussoline em 1935] Permaneço dentro de mim mesma.

1862. Intra muros. Dentro dos muros. Dentro da cidade. Dentro de casa. Internamente. Intra moenia. [Black 1004]

1863. Intra muros peccatur et extra. [Horácio, Epistulae 1.2.16] Peca-se tanto dentro de casa como fora. Cá e lá más fadas há. VIDE: Extra Troiam et intra peccatur. Iliacos intra muros peccatur et extra. Regnant qualibet urbe lupi.

1864. Intra parietes. [Black 1004] Entre paredes. Dentro de casa. Entre amigos. Intra privatos parietes. VIDE: Inter parietes. Inter quattuor parietes.

1865. Intra parietes experiendum. [Albertatius 641] É dentro de casa que se deve examinar a questão. Roupa suja se lava em casa. VIDE: Aedibus in nostris quae prava aut recta geruntur.

1866. Intra vires. [Jur / Black 1004] Dentro dos poderes. Nos limites da autoridade. VIDE: Ultra vires.

1867. Intra tuam pelliculam te contine. [Erasmo, Adagia 1.6.92] Mantém-te dentro de tua própria pele. (=Contenta-te com tua sorte. Fica no lugar que te compete. Conhece teu lugar. Vive de acordo com teus recursos). Não estendas as pernas além do cobertor. VIDE: Ad modum redituum vive. In pelle propria esse. In pellicula se tenere sua. In propria pelle quiesce. Intra fortunam debet quisque manere suam. Sumptus censum ne superet.

1868. Intrandum est in rerum naturam, et penitus quid ea postulat, pervidendum. [Cícero, De Finibus 5.16] É preciso penetrar na natureza das coisas e ver exatamente o que ela exige.

1869. Intrantis crebro minuet praesentia famam. [Pereira 95] A presença de quem entra com freqüência diminuirá seu prestígio. Onde te querem muito, não vás amiúde. VIDE: Minuit praesentia famam.

1870. Intrasti urbem; ambula iuxta ritum eius. Entraste na cidade; anda de acordo com seus costumes. Na terra onde fores ter, faze como vires fazer. Em França, como francês; em Roma, como romano. VIDE: Ad terrae morem vitae decet esse tenorem. Inter simios oportet esse simium.

1871. Intrat amicitiae nomine tectus amor. [Ovídio, Ars Amatoria 1.718] O amor se insinua disfarçado sob o nome de amizade.

1872. Intrat amor mentes usu; dediscitur usu. [Ovídio, Remedium Amoris 503] O amor entra nos corações pela convivência; pela convivência se extingue.

1873. Intrate per angustam portam. [Vulgata, Mateus 7.13] Entrai pela porta estreita.

1874. Intrinsecus et extrinsecus. [Columela, De Re Rustica 8.3.6] Por dentro e por fora.

1875. Intrivisti, exedendum tibi. [Pereira 106] Moeste, tens de comer. Fizeste-o, paga-o. Quem fez seu angu que o coma. Quem pariu Mateus, que o embale. VIDE: Colo quod aptasti, ipsi tibi nendum est. Compedes quas ipse fecit, ipsus ut gestet faber. Faber compedes, quas fecit ipse, gestet. Illi exedendum est, qui intrivit. Qui prendidistis iidem edite testudines. Tibi, quod intristi, exedendum. Tute hoc intristi, tibi omne est exedendum.

1876. Introibo ad altarem Dei. [Vulgata, Salmos 42.4] Entrarei ao altar de Deus.

1877. Introite in domum meam, et manete. [Vulgata, Atos 16.15] Entrai em minha casa e ficai nela.

1878. Introrsus turpis, speciosus pelle decora. [Medina 612] Por dentro feio, mas formoso por causa do elegante manto. Unhas de gato, e o vestido de beato. Introrsum turpem, speciosum pelle decora. [Horácio, Epistulae 1.16.45] VIDE: Colorem habent, substantiam vero nullam. Intus Nero, foris Cato. Non est aurum totum quod lucet ut aurum. Res modo formosae foris, intus erunt maculosae.

1879. Intueri non licet, quod non licet concupiscere. [S.Gregório / Bernardes, Nova Floresta 1.210] Não é permitido contemplar o objeto que não se pode desejar. Entre santa e santo, parede de cal e canto. VIDE: Occasio causa scelerum.

1880. Intuitu familiae. [Jur] Visando à família.

1881. Intuitu personae. [Jur] Visando à pessoa.

1881a. Intus est ut extra. Por dentro ele é como é por fora.

1882. Intus et exterius ornat sapientia corpus. [Werner] A sabedoria ornamenta o corpo por dentro e por fora.

1883. Intus et in cute. [Erasmo, Adagia 1.9.89] Por dentro e na pele. De dentro e de fora. Por dentro e por fora. VIDE: Ego te intus et in cute novi.

1884. Intus habet quod poscit. [DAPR 119] Já tem consigo o que reclama. Busca o asno e está montado em cima. VIDE: Accensa candela, candelabrum quaerebamus. Frondem in silvis non cernit. Quaerit aquas in aquis.

1885. Intus insidiae sunt; intus inclusum periculum est; intus est hostis. [Cícero, In Catilinam 2.11] As ciladas estão aqui dentro; aqui dentro está o perigo; o inimigo está aqui dentro.

1886. Intus, intus, inquam, est equus Troianus. [Cícero, Pro Murena 78] O cavalo de Tróia está dentro dos nossos muros, é verdade, dentro dos nossos muros. VIDE: Equus Troianus est hoc.

1887. Intus Nero, foris Cato. [S.Jerônimo, Epistulae 125.18] Por dentro um Nero, por fora um Catão. Cara de mel, coração de fel. Cara de beato, unhas de gato. Rosário ao pescoço, o diabo no corpo. VIDE: Extra aurati, interius lutei. Extra hypocritae aurati, interius lutei. Leonis exuvium super asinum. Leonis exuvium super crocoton. Res modo formosae foris, intus erunt maculosae. Sub ovium pellibus lupos tegunt.

1887a. Intus quam exterius formosior. [J.L.Vives] É mais formoso por dentro do que por fora.

1888. Intuta quae indecora. [Tácito, Historiae 1.33] O que é indecoroso é perigoso.

1889. Inutilem servum eicite in tenebras exteriores. [Vulgata, Mateus 25.30] E ao servo inútil, lançai-o nas trevas exteriores.

1890. Inutiles curas omittendas esse. As preocupações inúteis devem ser esquecidas.

1890b. Inutilis quaestio solvitur silentio. [K.W.Wojcicki, Biblioteka 101] Pergunta inútil se responde com o silêncio. A pergunta tola não dês resposta. Silêncio também é resposta. VIDE: Aliquando pro facundia silentium est. Non est omnium rerum reddenda ratio. Saepe carent multa responsis verbula stulta.

1891. Inutilis rebus pudor nempe in malis. [Apostólio 1.89] Na adversidade a vergonha certamente é prejudicial. Quem tem vergonha, morre de fome. Inutilis viro egenti verecundia. Ao necessitado a vergonha prejudica. VIDE: Apud mensam verecundari neminem decet. Verecundia inutilis viro egenti.

1892. Invalida pugna est unicae tantum manus. [Heráclides / Grynaeus 92] É ineficaz a luta com apenas uma das mãos.

1893. Invendibili merci oportet ultro emptorem adducere; proba merx facile emptorem reperit. [Plauto, Poenulus 337] Para a mercadoria de venda difícil é preciso que se atraia o comprador; mercadoria boa facilmente encontra comprador. VIDE: Laudato vino non opus est hedera. Merce proba emptor adest ultro. Proba merx facile emptorem reperit. Vino vendibili non est opus hedera appensa. Vino vendibili suspensa hedera nihil opus. Vino vendibili suspensa non opus est hedera.

1894. Inveni portum; Spes et Fortuna, valete. Nil mihi vobiscum. Sat me lusistis, ludite nunc alios. [Rezende 2846] Encontrei o porto; Esperança e Sorte, adeus. Nada mais tenho convosco. Zombastes de mim bastante; agora zombai de outros.

1895. Inveniam gratiam in conspectu tuo. [Vulgata, Gênesis 30.27] Ache eu graça diante de teus olhos. VIDE: In conspectu tuo.

1896. Inveniet viam, aut faciet. [Sêneca, Hercules Furens 276] Ele encontrará o caminho, ou construirá um. VIDE: Aut inveniam viam, aut faciam. Viam inveniam aut faciam.

1897. Invenimus qui curva corrigeret. [Plínio Moço, Epistulae 5.9.6] Encontramos alguém que corrigisse o que estava torto.

1898. Invenit Deus maleficum. [Epígrafe de Fábula de Fedro 4.11] Deus descobre o malfeitor. A Deus nada se esconde. Deus paga a quem em maus passos anda.

1899. Invenit interdum caeca columba pisum. [DAPR 317] De vez em quando a pomba cega encontra um grão. Invenit interdum caeca gallina granum. Galinha cega de vez em quando acha um grão. VIDE: Quis est enim, qui totum diem iaculans non aliquando colliniet?

1900. Invenit patella operculum. O prato encontra a sua tampa. Não há panela feia que não ache seu cobertouro. Tais alfaces para tais beiços. A cada santo a sua lâmpada. VIDE: Accessit huic patellae dignum operculum. Dignum patella operculum. Nacta est suum patella operculum. Reperit patella operculum.

1901. Inventa lege, inventa fraude. [A.Arthaber, Dizionario Comparato di Proverbi 345] Criada a lei, é criada a fraude. Feita a lei, cuidada a malícia. Inventa lege, inventa et fraus. Inventa lege, inventa est fraus legis. VIDE: Facta lege, inventa fraus. Lege inventa, fraus inventa est. Nova lex, nova fraus.

1902. Inventa necessitatis antiquiora sunt quam voluptatis. As invenções produzidas pela necessidade são mais antigas do que as produzidas pelo prazer. VIDE: Necessitatis inventa antiquiora sunt quam voluptatis.

1903. Inventa perficere non inglorium. [Epígrafe de Fábula de Fedro 4.18 / Rezende 2847] Não é sem mérito aperfeiçoar o que outrem inventou.

1904. Inventa sunt specula, ut homo ipse se nosset. [Sêneca, Quaestiones Naturales 1.17.4] Os espelhos foram inventados para que o homem conhecesse a si próprio.

1905. Inventi multi sunt, qui non modo pecuniam, sed etiam vitam profundere pro patria parati essent. [Cícero, De Officiis 1.84] Foram encontrados muitos que estavam preparados para dar pela pátria não só o dinheiro, mas até a vida.

1906. Invento urso vestigia insequeris. Procuras as pegadas do urso que já foi encontrado. Busca o asno e está montado em cima. VIDE: Cum adsit ursus, vestigia quaeris. Praesente urso, vestigia ne quaere. Praesentis ursi quaeritas vestigia. Ursi praesentis vestigia quaeris. Ursa praesente, vestigia quaeris. Ursus cum adsit, vestigia quaeris.

1907. Inventrix nimirum est rationum necessitas. Sem dúvida a necessidade é a inventora das soluções. A necessidade espicaça o engenho. VIDE: Efficacior est omni arte necessitas. Necessitas rationum inventrix.

1908. Inventum simul et perfectum nihil est. Nada é imaginado e realizado ao mesmo tempo. VIDE: Nihil est simul et inventum et perfectum.

1909. Inverso ordine. [Broom 75] Em ordem inversa. VIDE: Ordine retrogrado.

1910. Inveterata consuetudo pro lege non immerito custoditur. [Digesta 1.3.32.1] Não é sem razão que um costume inveterado se guarda como se fosse uma lei.

1911. Inveterata vitia non facile corriguntur. [Seybold 167] Os vícios inveterados não se corrigem com facilidade. Inveterata vitia aegrius depelluntur. Os vícios inveterados se eliminam com mais dificuldade.

1912. Inveterescens ira fit odium. A ira que se torna inveterada, passa a ser ódio. VIDE: Odium est ira inveterata.

1913. Invia amanti nulla est via. Para o homem enamorado nenhum caminho está fechado.

1914. Invia nulla via est auro. Nenhum caminho está fechado para o ouro. Chave de ouro abre qualquer porta. VIDE: Auro clausa patent.

1915. Invia virtuti nulla est via. [Ovídio, Metamorphoses 14.113] Nenhum caminho está fechado para a coragem. A quem quer, não lhe faltam meios. VIDE: Nulla tenaci invia via est. Nullus difficilis cupienti labor.

1916. Invicem onera nostra portemus. [S.Agostinho, De Diversis Quaestionibus 71.1] Carreguemos as cargas uns dos outros. VIDE: Alter alterius onera portate.

1917. Invicta gerit tela Cupido. [Sêneca, Octavia 807] São invencíveis as armas que Cupido porta.

1918. Invictum virum vicit dolor. [Ovídio, Metamorphoses 13.386] A dor venceu o homem invicto.

1919. Invidentiam esse aegritudinem susceptam propter alterius res secundas. [Cícero, Tusculanae Disputationes 4.8] A inveja é a amargura que se sofre por causa da felicidade alheia. Invidia est aegritudo ex alterius rebus secundis.

1920. Invidere didicit ipsa affinitas. O próprio parentesco aprendeu a invejar. Não se tem inveja a defuntos e apartados, senão a vizinhos e a chegados. VIDE: Affinitas et invidere sunt simul.

1921. Invidere querentis et maesti est, gratias agere gaudentis. [Sêneca, De Beneficiis 3.3.3] Invejar é do queixoso e do doente; agradecer é do que está satisfeito.

1922. Invidet et cantor cantori, et egenus egeno. Cantor inveja cantor, até pobre inveja pobre. Invejoso e inimigo é o oficial do teu ofício. Não se tem inveja a defuntos e apartados, senão a vizinhos e a chegados. Invidet figulus figulo, vel egenus egeno. Oleiro inveja oleiro, até pobre inveja pobre. VIDE: Affinitas et invidere sunt simul. Cognatio movet invidiam. Faber fabro invidet. Figulus figulum odit. Figulus figulo invidet, faber fabro. Figulus figulo invidet, lignarius lignario. Invidia inter pares.

1923. Invidia comes fortunae. A inveja é companheira do sucesso. A inveja sempre atina lugares altos. Invidia comes gloriae. A inveja é companheira da glória. VIDE: Allatrat victorem invidia. Honori comes invidia est. Invidia gloriae comes.

1924. Invidia est odium alienae felicitatis, vel dolor animi ex alienis commodis. [Albertano da Brescia, Liber de Amore 4.5] Inveja é o ódio da felicidade alheia, ou dor que se sente no coração por causa do sucesso alheio. VIDE: Scis quid est invidia? Dolor animi est ex alienis commodis.

1925. Invidia est radix malorum omnium. A inveja é a raiz de todos os males.

1926. Invidia ex opulentia orta est. [Salústio, Catilina 6.2] A inveja nasceu da riqueza.

1927. Invidia fera est domestica. A inveja é uma fera doméstica. Não se tem inveja a defuntos e apartados, senão a vizinhos e a chegados. VIDE: Affinitas et invidere sunt simul.

1928. Invidia gloriae comes. [Cornélio Nepos, Chabrias 3.3] A inveja é companheira da glória. Não há glória sem inveja. VIDE: Est hoc commune vitium magnis liberisque civitatibus, ut invidia gloriae comes sit. Gloriae et virtutis invidia est comes. Invidia virtutum comes. Post gloriam invidia sequitur.

1929. Invidia inter pares. [DAPR 276] Há inveja entre iguais. O homem do teu ofício teu inimigo é. VIDE: Faber fabro invidet. Invidet et cantor cantori, et egenus egeno.

1930. Invidia iusta est nimis, namque invidentem morsicat. [Schottus, Adagia 641] A inveja é bastante justa, pois rói o invejoso. O invejoso emagrece de ver a gordura alheia. VIDE: Aemulantis angi alieno bono quod ipse non habet. Obtrectantis est angi alieno bono.

1931. Invidia quod monstruosius monstrum? [Alanus de Insulis, De invidia] Que monstro mais monstruoso há do que a inveja?

1932. Invidia tacite, sed inimice, irascitur. [Publílio Siro] A inveja se irrita em segredo, mas como inimiga. A inveja está sempre em jejum.

1933. Invidia vipera. [J.M.Sailer, Die Weischeit auf der Gasse 62] A inveja é uma cobra.

1934. Invidia, tamquam ignis, summa petit. [Tito Lívio, Ab Urbe Condita 8.31] A inveja, como o fogo, busca lugares altos. A inveja sempre atina lugares altos. VIDE: Allatrat victorem invidia. Livor velut ignis alta petit. Subiecta semper invidiae felicitas. Summa petit livor.

1935. Invidia virtutum comes. [Epígrafe de Fábula de Fedro 2.9 / Rezende 2856] A inveja é companheira da virtude. A inveja segue e persegue a virtude. Invidia virtutis comes. [Gaal 1209] VIDE: Est hoc commune vitium magnis liberisque civitatibus, ut invidia gloriae comes sit. Gloriae et virtutis invidia est comes. Invidia gloriae comes. Post gloriam invidia sequitur.

1936. Invidiae maculat famam mala pestis honestam. [Columbano] A peste ruim da inveja macula o nome ilibado.

1937. Invidiae motus, alienae felicitatis excubiae. [Rezende 2853] O impulso da inveja é a sentinela da felicidade alheia. A felicidade e a riqueza despertam a inveja. VIDE: Felicitas incitat inimicitias.

1938. Invidiam ferre aut fortis aut felix potest. [Publílio Siro] Só o homem corajoso ou o bem sucedido pode suportar a inveja.

1938a. Invidiam, tamquam ignem, summa petere. [Títo Lívio, Ab Urbe Condita 8.31] A inveja, do mesmo modo que o fogo, busca coisas elevadas.

1939. Invidiosum esse praestat quam miserabilem. Antes invejado que lastimado. Este conselho só: causa inveja, não causes dó. VIDE: Fac ne, declinans invidiam, miserabilis fias. Melior est commiseratione invidentia. Melius invideri quam misereri. Praestat invidiosum esse quam miserabilem. Praestat invidiosum esse quam miserandum. Praestat invidos habere quam misericordiam. Praestat invidos habere quam misericordes.

1940. Invidiosus ego, non invidus esse laboro. [Albertano da Brescia, Liber de Amore 4.5] Eu me esforço para ser invejado, não para ser invejoso.

1941. Invidus a propria roditur invidia. [DAPR 282] O invejoso é corroído pela própria inveja. Os invejosos sentem mais os bens alheios que os males próprios.

1942. Invidus acer obit, sed livor morte carebit. [DAPR 283] O cruel invejoso morre, mas a inveja será imortal. A inveja não morre.

1943. Invidus alterius macrescit rebus opimis. [Horácio, Epistulae 1.2.57] O invejoso emagrece com a abundância do outro. O invejoso emagrace de ver a gordura alheia. Invidus alienis rebus macrescit opimis. [Schottus, Adagia 641] VIDE: Aemulantis angi alieno bono quod ipse non habet. Invidia iusta est nimis, namque invidentem morsicat. Obtrectantis est angi alieno bono.

1944. Invidus haud eadem semper quatit ostia daemon. [Seybold 167] O invejoso demônio não bate sempre na mesma porta.

1945. Invidus invidia comburitur intus et extra. [Albertano da Brescia, Liber de Amore 4.5] O invejoso se queima por dentro e por fora pela própria inveja. Invidus invidia consumitur intus et extra.

1946. Invidus vicini oculus. [Erasmo, Adagia 4.8.20] O olho do vizinho é invejoso. Invidus vicinorum oculus est. O olho dos vizinhos é invejoso. VIDE: Inimicus et invidus vicinorum oculus. Inimicus oculus esse vicini solet. Vicinus invidet vicino.

1947. Invisa nunquam imperia retinentur diu. [Sêneca, Phoenissae 660] Os governos detestados nunca duram muito. Mais se tira com amor que com dor. VIDE: Beneficiis magis quam metu impera. Imperia crudelia magis acerba quam diuturna. Iniqua nunquam regna perpetuo manent. Iniqua nunquam imperia retinentur diu.

1948. Invisa primo desidia postremo amatur. [Tácito, Agricola 3] A princípio odiosa, a inação posteriormente é apreciada.

1949. Invisa regibus veritas. [Erasmo, Moriae Encomium 36] Para os reis a verdade é detestável.

1950. Inviso semel principi seu bene seu male facta premunt. [Tácito, Historiae 1.7] Uma vez odiado o chefe, suas ações, sejam boas, sejam más, o perseguem.

1951. Invita Minerva. Contra a vontade de Minerva. VIDE: Minerva invita. Nihil decet invita Minerva, id est, adversante et repugnante natura. Nihil invita Minerva facies. Tu nihil invita dices faciesve Minerva.

1952. Invitat ad magna qui gratanter suscipit modica. [Cassiodoro, Epistula 4 / Rezende 2862] Torna-se merecedor dos grandes favores aquele que recebeu agradecido os pequenos.

1953. Invitat culpam qui peccatum praeterit. [Publílio Siro] Quem deixa passar em silêncio uma falta, estimula a má ação. Perdoar ao mau é animá-lo a ser. VIDE: Bonis nocet qui malis parcet. Criminis indultu secura audacia crescit.

1954. Invitat stomachos esca parata bonos. [Pereira 114] A comida preparada convida os bons estômagos. O bem guisado abre a vontade de comer.

1955. Invite data non sunt grata. [Gaal 572; DAPR 316] Coisas dadas contra a vontade não são agradáveis. Amor adquirido a pau nunca é bom, sempre é mau. VIDE: Amare inepte nil ab odio discrepat. Beneficia imperata non habent gratiam. Beneficium invito non datur. Invito non datur beneficium. Non quantum dederis, sed quanta mente dedisti, pensandum est. Officium ne collocaris in invitum. Omnis coacta res molesta est. Servitia coacta non habent meritum.

1956. Invitis bobus nunquam trahitur bene currus. [Walther 12810 / Tosi 888] Quando os bois não querem, o carro nunca é bem puxado. Quando os bois não querem, empurram.

1957. Invitis canibus venari. [Erasmo, Adagia 1.7.65] Levar à caça cães que não querem ir. Fazer tudo às pancadas. Nadar contra a corrente. Invitis canibus non est venandum. Não se deve caçar com cães que não querem. Invitis canibus venari haud facile est. [DAPR 157] Não é fácil levar à caça cães que não querem ir. VIDE: Invitos canes venatum ducere. Stultitia est venatum ducere invitas canes.

1958. Invitis canibus venator nil capit ullus. [Binder, Thesaurus 1159] Se os cães não tiverem vontade, nenhum caçador caça nada. VIDE: Malum est venari cum canibus invitis.

1959. Invitis et superis et inferis. Contra a vontade dos deuses superiores e dos deuses infernais.

1960. Invito beneficium non datur. [Digesta 50.17.69] Não se dá benefício a quem não quer receber. Invito non datur beneficium. VIDE: Beneficia imperata non habent gratiam. Beneficium invito non datur. Invite data non sunt grata. Officium ne collocaris in invitum. Omnis coacta res molesta est. Servitia coacta non habent meritum.

1961. Invito debitore. [Jur / Black 1008] Contra a vontade do devedor.

1962. Invito domino. [Jur / Black 1008] Contra a vontade do dono.

1963. Invitos boves plaustro inducere. [Erasmo, Adagia 1.7.66] Meter os bois na carroça à força. Fazer tudo às pancadas. Remar contra a maré. Invitos boves contra plaustro inducere. [Pereira 121]

1964. Invitos canes venatum ducere. Levar à caça cães que não querem ir. VIDE: Invitis canibus venari.

1965. Invitum cum retineas, exire incitas. [Publílio Siro] Reter alguém contra sua vontade é estimulá-lo a ir-se embora.

1966. Invitum qui servat, idem facit occidenti. [Horácio, Ars Poetica 466] Quem salva alguém contra sua vontade faz o mesmo que quem o mata.

1967. Invitum sequitur honor. [Divisa] A glória segue quem não a deseja. VIDE: Gloria fugientes magis sequitur.

1968. Invitus agere vel accusare nemo cogitur. [Codex Iustiniani 3.7.1] Ninguém é obrigado acionar ou acusar contra a sua vontade.

1969. Invitus nemo, nemo coactus amat. [Albertano da Brescia, Liber Consolationis 21] Ninguém ama sem querer, ninguém ama obrigado. Amor adquirido a pau nunca é bom, sempre é mau. VIDE: Facile perit amicitia coacta.

1970. Invitus nemo rem cogitur defendere. [Digesta 9.4.33] Ninguém é obrigado a defender o seu direito contra a vontade.

1971. Invitus procurationem suscipere nemo cogitur. [Codex Iustiniani 2.12.17] Ninguém é obrigado a aceitar uma procuração contra sua vontade.

1972. Invitus procurator non solet dari. [Digesta 3.3.8.1] Ninguém pode ser constituído procurador contra a vontade.

1973. Invocati comessatum ad amicos veniunt amici. [Schottus, Adagia 346] Os amigos vão aos banquetes dos amigos sem serem convidados. VIDE: Boni ad bonorum convivia invocati accedunt. Bonorum ultro ad convivia accedunt boni. Conviva amico amicus ultro etiam venit. Convivae non vocati ad amicos eunt. Mos miseri ultro convivia adire bonorum. Non vocati amici amicorum mensam accedunt. Sponte boni ad parium laeti convivia tendunt. Sponte bonis mos est convivia adire bonorum. Ultro adeunt hominis timidi convivia fortes.

1974. Invocatis nullus est locus. [Binder, Thesaurus 1560] Não há lugar para quem não foi convidado. Quem vai sem ser chamado, volta sem ser mandado. VIDE: Assideat ianuae non invitatus honeste.

1975. Io, euhoe Bacche! Viva! Salve Baco!

1976. Ioannes est nomen eius. [Vulgata, Lucas 1.63] João é seu nome. (=Divisa de Porto Rico).

1977. Iocandi causa. Por brincadeira.

1978. Iocari mihi non multum vacat. [S.Agostinho, Sermones 17.2] Não posso cuidar de gracejos.

1979. Ioci causa. De brincadeira. Por gracejo.

1980. Ioci instar ovium, non instar canium mordere debent. [DAPR 117] Os gracejos devem morder como as ovelhas, não como os cães. Das burlas vêm as veras. VIDE: Ludendo ludendum est.

1981. Ioco remoto. Fora de brincadeira. A sério. Falando sério. VIDE: Amoto ludo. Extra iocum. Omissis iocis. Remoto ioco.

1982. Ioco vir verum fert aliquando. Na brincadeira, às vezes o homem diz a verdade. Brincando, brincando, vão-se dizendo as verdades. VIDE: Ludicra per verba res saepe notatur acerba. Ludo sive ioco vir verum fert aliquando. Multi nugando vera dicunt aliquando.

1983. Iocos et dii amant. [Platão / Stevenson 1268] Até os deuses gostam de divertimentos.

1984. Iocus dum optimus, cessandum. [DAPR 117] Quando uma brincadeira está boa, é hora de parar. Jogo fogoso, jogo perigoso. Burla com dano não acaba o ano. Iocus cum optimus est, cessandum. VIDE: Cum iocus est verus, iocus est severus. Dum ludus bonus est, ipsum dimittere fas est. Ludus bonus non sit nimius. Nunquam sunt grati qui nocuere sales.

1985. Iove propitio minutos deos flocci facio. Estando Júpiter a meu favor, não dou importância a deuses pequenos.

1986. Iovem nec pluvium, nec serenum, placere omnibus. [Erasmo, Colloquia Familiaria, Philodoxus] Júpiter nem chovendo nem serenando agrada a todos. Ninguém pode agradar a todos. Ninguém consegue agradar a todo o mundo e a seu pai. VIDE: Ipse Iuppiter, neque pluens omnibus placet, neque abstinens. Iuppiter neque pluens neque abstinens omnibus placet. Ne Iuppiter quidem omnibus placet. Neque Iuppiter ipse, sive pluat, seu non, unicuique placet. Non etenim cunctis placeat vel Iuppiter ipse, seu mittens pluviam, seu cohibens pluviam.

1987. Iovi fulmen eripere. Tomar o raio a Júpiter. (=Fazer coisa muito difícil). Meter uma lança em África. VIDE: Clavam extorquere Herculi.

1988. Iovi omnia cura. [Dumaine 243] É de Júpiter todo cuidado.

1989. Iovis omnia plena. [Virgílio, Eclogae 3.60] Tudo está repleto de Júpiter. VIDE: Iuppiter est quodcumque vides quocumque moveris.

1990. Ipsa deducit via, ut saepe puppes aestus invitas rapit. [Sêneca, Hercules Furens 675] O próprio caminho vos conduz, do mesmo modo que, muitas vezes, as correntes arrastam os navios contra a vontade deles.

1991. Ipsa dies quandoque parens, quandoque noverca. [Hesíodo / Grynaeus 261] O mesmo dia uma hora é mãe, outra hora é madrasta. Nem todo dia há carne gorda. Os dias não são sempre os mesmos. A seu tempo se colhem as peras. Ipsa dies modo parens, modo noverca. Ipsa dies quandoque parens, quandoque noverca, nunc pluit, et claro nunc Iuppiter aetheri fulget. [Suidas / Albertatius 654] O mesmo dia ora é mãe, ora é madrasta: agora chove e agora Júpiter relampeja no céu claro. VIDE: Dies quandoque noverca, quandoque est parens. Dies noverca et parens. Fluvius non semper fert secures. Non semper erit aestas. Saeva noverca dies nunc est, nunc mater amica.

1992. Ipsa dissimulatione famae famam auxit. [Tácito, Agricola 18] Pelo próprio desinteresse pela fama, ele aumentou a sua fama.

1993. Ipsa furem cura vocat. [Ovídio, Amores 3.4.25] A própria vigilância chama o ladrão. O proibido aguça o dente. VIDE: Furem signata sollicitant. Interdum ipsa cura furem facit. Vile videtur quidquid patet; aperta effractarius praeterit.

1994. Ipsa illos velocitas implicat. [Sêneca, Epistulae Morales 44.7] A própria pressa os embaraça. A pressa mais atrasa do que adianta. VIDE: Festinatio nimia hominem retardat.

1995. Ipsa natura profundit adulescentiae cupiditates. [Cícero, Pro Caelio 28] A própria natureza prodigaliza as paixões à juventude.

1996. Ipsa olera olla legit. [Catulo, Carmina 94] É a própria panela que está procurando os legumes.

1997. Ipsa peccandi voluntas peccatum est. A própria vontade de pecar já é um pecado. A vontade faz o pecado.

1998. Ipsa per se virtus amara atque aspera est. [Salústio, Bellum Iugurthinum 85] A virtude por si mesma é amarga e áspera.

1999. Ipsa quidem virtus pretium sibi. [Claudiano, Panegyricus Manlio Theodoro Consuli 1] O prêmio da virtude é ela mesma. Ipsa quidem virtus sibimet pulcherrima merces. [Sílio Itálico, De Bello Punico 2] A virtude é um belíssimo prêmio para si mesma. VIDE: Coronat virtus cultores suos. Ipsa sui pretium virtus sibi. Ipsa virtus pretium suum.

2000. Ipsa res hoc ostendet. [Grynaeus 226] O próprio fato demonstrará isso. Ipsa res dicet tibi. [Plauto, Epidicus 712]

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