DICIONÁRIO DE EXPRESSÕES E FRASES LATINAS
Compilado por HENERIK KOCHER
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A9
[1601-1800]
1601. Aliquid haeret. Alguma coisa está pegando. VIDE: ●Audacter calumniare, semper aliquid haeret. ●Calumniare fortiter, et aliquid adhaerebit.
1602. Aliquid in tali prato spinosum. [Codex Iustiniani 1.17.1.9] (Nasce) algo espinhoso nesse campo. ■Não há rosa sem espinhos, nem bela sem senão. VIDE: ●Spinosum aliquid in prato.
1603. Aliquid mali esse propter vicinum malum. [Plauto, Mercator 764] Por causa de um mau vizinho (sempre nos) acontece algo de mau. ■Quem com mau vizinho vizinhar com um olho há de dormir e com o outro vigiar. ■Má vizinha à porta é pior que lagarta na horta. VIDE: ●Nihil molestius esse potest, quam in vicinum malum incidere. ●Semper aliquid mali propter vicinum malum.
1604. Aliquid mali est vicinum malum habere. É mau ter um vizinho mau. ■Mau vizinho à porta é pior que lagarta na horta. VIDE: ●Vicinum habere malum magnum est malum. ●Vicinus bonus, ingens bonum; vicinus malus, ingens malum.
1605. Aliquid novi. Algo de novo. Alguma novidade.
1606. Aliquid silentio melius loquere, aut tace. [Apostólio 9.76] Fala alguma coisa que valha mais que o silêncio, ou cala. ■Antes calar que mal falar. VIDE: ●Aut opportunum silentium, aut sermonem utilem habe. ●Aut tace, aut loquere meliora silentio. ●Malo tacere mihi quam mala verba loqui. ●Melius tacere quam mala verba loqui. ●Melius tacere quam falsa proferre. ●Praestat silere quam stulte loqui. ●Praestat tacere quam stulte loqui. ●Praestat silere quam male loqui. ●Tacere oportet, aut silentio potiora loqui. ●Vel taceas, vel meliora dic silentio.
1607. Aliquis in omnibus, nullus in singulis. Alguém em tudo, ninguém em cada coisa. (=Superficial em tudo, profundo em nada). ■Aprendiz de muitos ofícios não chega a mestre em nenhum deles. VIDE: ●Multa novit, sed male novit omnia. ●Multa sciebat opera, sed male sciebat omnia. ●Petrus in cunctis, nihil in omnibus.
1608. Aliquis latet error. [Virgílio, Eneida 2.48] Nisso há alguma armadilha escondida.
1608b. Aliquis malo sit usus ab illo. [Moore 16] Tire-se algum proveito desse mal.
1609. Aliquis non debet esse iudex in propria causa. Ninguém deve ser juiz em causa própria. ■Ninguém pode ser juiz em causa própria. ●Aliquis non debet esse iudex in propria causa, quia non potest esse iudex et pars. [Jur / Broom 95] Ninguém deve ser juiz em causa própria, porque não pode ser juiz e parte. VIDE: ●In propria causa nemo iudex. ●Iniquum est aliquem rei suae esse iudicem. ●Iniquum est aliquem suae rei iudicem fieri. ●Iudex in causa propria nemo esse potest. ●Ne quis in sua causa iudicet. ●Nemo esse iudex in sua causa potest. ●Nemo iudex in sua causa. ●Nemo potest esse simul actor et iudex. ●Nullus in sua causa iudex sit.
1610. Alis luporum catulos. [Dumaine 245] Estás alimentando filhotes de lobos. ■Acalenta a serpente, que ela te dará o pago. ■Criai o corvo, tirar-vos-á os olhos. ●Alis catulos lupi. Alimentas filhotes de lobo. VIDE: ●Ale luporum catulos.
1611. Alis nil grave. [Divisa] Para (quem tem) as asas, nada é difícil.
1612. Alis volat propriis. [Divisa de Oregon, EUA] Voa com as próprias asas.
1613. Alit aemulatio ingenia. [Veleio Patérculo, Historia Romana 1.17.6] A emulação alimenta o talento. VIDE: ●Aemulatio alit ingenia. ●Aluntur aemulatione ingenia.
1614. Alit lectio ingenium. [Sêneca, Epistulae Morales 84.1] A leitura nutre a inteligência.
1615. Aliter catuli longe olent, aliter sues. [Plauto, Epidicus 580] Os cães cheiram de um modo, os porcos de outro. ■Cada passarinho canta a sua canção. ●Aliter catuli longe olent quam sues. [Seybold 22] Os cães têm um cheiro muito diferente do cheiro dos porcos.
1616. Aliter cum aliis agendum. [Erasmo, Adagia 3.5.8] Com pessoas diferentes deve-se agir de maneira diferente. VIDE: ●Aliter enim cum alio agendum.
1617. Aliter cum tyranno, aliter cum amico vivitur. [Cícero, De Amicitia 3.89] De uma maneira se vive com o rei, de outra, com o amigo.
1618. Aliter de illis ac de nobis iudicamus. [Cícero, De Officiis 1.9] Julgamos de maneira diferente a nós e aos outros.
1619. Aliter enim audita, aliter visa narrantur. [S.Jerônimo, Praefatio ad Pentateucum] O que se ouviu conta-se de um modo e o que se viu conta-se de outro. ■Uma coisa é ver, outra ouvir.
1620. Aliter enim cum alio agendum. [Sêneca, Ad Marciam 2.1] Com cada um se deve agir de maneira diferente. VIDE: ●Aliter cum aliis agendum.
1621. Aliter in scholis disputamus, aliter vivimus. [Schottus, Adagialia Sacra 54] De um modo discutimos nas academias, de outro vivemos.
1622. Alit lectio ingenium. [Sêneca, Epistulae Morales 84.1] A leitura alimenta a inteligência.
1622a. Aliter loqueris, aliter sentis. Falas de um modo, sentes de outro. VIDE: ●Aliud dicis, aliud sentis.
1623. Aliter loqueris, aliter vivis. [Sêneca, De Vita Beata 18.1] Falas de um modo, vives de outro. ■Uma coisa é dizer, outra fazer.
1624. Aliter loquitur, aliter sentit. Fala de um modo, sente de outro. ■Uma coisa a dizer, outra a sentir. ■O coração sente, a boca mente. ●Aliter loquitur ac sentit. Fala coisa diferente do que sente. VIDE: ●Aliud in ore, aliud in corde.
1625. Alitur malo publico. [Branco 885] Vive às custas dos males públicos. ■Pesca em águas turvas. VIDE: ●In rem suam publica incommoda convertit.
1626. Alitur vitium vivitque tegendo. [Virgílio, Georgica 3.454] Escondendo, o vício se alimenta e persiste.
1627. Aliud agendi tempus, aliud quiescendi. [Cícero, De Natura Deorum 2.132] É uma a hora de agir, outra a de descansar.
1628. Aliud alii natura iter ostendit. [Salústio, Catilina 2.3] A natureza oferece um caminho diferente a cada um.
1629. Aliud aliis annis magis convenit. [Quintiliano, Institutio Oratoria 5.25] A idades diferentes convêm coisas diferentes.
1630. Aliud aliis videtur optimum. [Cícero, Orator 36] Para pessoas diferentes coisas diferentes parecem melhores.
1631. Aliud aliis vitii est. [Terêncio, Hecyra 270] Outras pessoas, outros defeitos. ■Cada sujeito com seu defeito.
1632. Aliud alios decere. [Quintiliano, Institutio Oratoria 11.3.177] A pessoas diferentes convém coisa diferente. ■A cada santo, a sua lâmpada.
1633. Aliud appetitus, aliud sapientia suadet. O desejo aconselha uma coisa, a sabedoria, outra.
1634. Aliud autem est meminisse, aliud scire. [Sêneca, Epistulae Morales 33.8] Uma coisa é lembrar-se, outra coisa é saber.
1635. Aliud ceteros, aliud Laconas decet. [Sêneca Retórico, Suasoriae 2.7] Uma coisa serve para os outros, outra para os lacedemônios. ■Cada terra com seu uso. ■O que é bom para um pode não ser para outro.
1636. Aliud clausum in pectore, aliud in lingua promptum habere. [Salústio, Catilina 10] Ter um pensamento trancado no peito e outro pronto na língua. ■Mel nos beiços, fel no coração. ●Aliud conditum habere in pectore, aliud sermone fingere. [Erasmo, Moriae Encomium 36] Ter uma coisa guardada no peito, construir outra com a palavra. ●Aliud corde premunt; aliud ore promunt. Uma coisa escondem no coração, outra mostram na boca. VIDE: ●Aurea verba, cor ferreum. ●Quod clausum in pectore, hoc in lingua promptum habeo.
1637. Aliud cornix, et noctua cantat. [Schottus, Adagia 589] Uma coisa canta a gralha, outra a coruja. ■Cada passarinho canta sua canção. ■Cada louco com sua mania. VIDE: ●Alia noctuae, alia vox coturnicis. ●Alia voce psittacus, alia voce coturnix loquitur. ●Aliud cornix, et noctua cantat. ●Aliud noctua sonat, aliud cornix. ●Aliud noctua, aliud cornix sonat. ●Alium noctua, cornix alium sonum edit. ●Canit avis quaevis sicut rostrum sibi crevit.
1638. Aliud Cupido, mens aliud suadet. [Ovídio, Metamorphoses 7.19] O amor me instiga em uma direção, a razão em outra.
1638a. Aliud dicis, aliud sentis. Uma coisa dizes, outra sentes. VIDE: ●Aliter loqueris, aliter sentis.
1639. Aliud est audiri, aliud intellegi. Uma coisa é ser ouvido, outra, ser entendido.
1640. Aliud est celare, aliud est tacere. [Diógenes / Cícero, De Officiis 3.12] Uma coisa é ocultar, outra coisa é calar. (=Distinção entre um ato intencional e uma omissão).
1641. Aliud est dare, aliud promittere. [Jur] Uma coisa é dar, outra prometer. ■Prometer não é dar, mas a néscios contentar. VIDE: ●Dare aliud est, et aliud dare promittere. ●Demulcet multum dulcis promissio stultum. ●Dum aureos montes pollicetur, nec aereum nummum producit. ●Laetificat stultum nil dare, promittere multum. ●Laetificat stultum grandis promissio multum. ●Promissis nonnisi pueri et stulti deleniri solent. ●Promittit, iurat, nil dat, non solvere curat. ●Qui pendet alienis promissis saepe decipitur. ●Regia, crede mihi, res est promittere multum, sed servare fidem rusticitatis opus.
1642. Aliud est distinctio, aliud separatio. [Jur / Black 93] Distinção é uma coisaç separação é outra.
1643. Aliud est enim credere, aliud deponere. [Digesta 42.5.24.2] Uma coisa é dar em empréstimo, outra coisa dar em depósito.
1644. Aliud est enim epistulam, aliud historiam, aliud amico, aliud omnibus scribere. [Plínio Moço, Epistulae 6.16.22] Uma coisa é escrever uma carta, outra escrever história, uma coisa é escrever a um amigo, outra escrever para o público.
1645. Aliud est enim possidere, longe aliud in possessione esse. [Digesta 41.2.10.1] Sem dúvida, uma coisa é possuir e coisa bem diversa estar de posse. VIDE: ●Aliud est possidere, aliud in possessione esse.
1646. Aliud est facere, aliud est dicere. [DAPR 556] Uma coisa é fazer, outra coisa é dizer. ■Uma coisa é dizer, outra fazer. ■Do dizer ao fazer vai muita diferença. VIDE: ●Dicere et facere non semper eiusdem. ●Dicere perfacile est, opus exercere molestum. ●Minari et caedere non semper eiusdem.
1647. Aliud est falsum, aliud simulatum. [Jur] Uma coisa é a falsidade, outra, a simulação.
1647a. Aliud est falsum dicere, aliud est verum tacere. Uma coisa é dizer uma mentira, outra coisa é calar a verdade.
1648. Aliud est laborare, aliud dolere. [Cícero, Tusculanae Disputationes 2.36] Uma coisa é sofrer, outra coisa sentir dor.
1649. Aliud est male dicere, aliud accusare. [Cícero, Pro Coelio 1.6] Uma coisa é injuriar, outra coisa é acusar.
1650. Aliud est possidere, aliud esse in possessione. [Jur / Black 93] Uma coisa é ser proprietátio, outra ter a posse.
1651. Aliud est velle, aliud est posse. Uma coisa é querer, outra é poder. ●Aliud est velle, aliud posse.
1651a. Aliud est ventilare, aliud pugnare. [Henderson 16] Uma coisa é exercitar-se, outra, lutar.
1652. Aliud est virtutem habere, aliud virtutis similitudinem; aliud est umbram sequi, aliud veritatem. [S.Jerônimo / Bernardes, Luz e Calor 1.57] Uma coisa é ter virtude, outra ter uma imitação de virtude; uma coisa é perseguir uma sombra, outra perseguir a verdade.
1653. Aliud ex alio incidit. [Terêncio, Heauton Timorumenos 598] Uma coisa vem de outra. ■Uma coisa puxa outra.
1654. Aliud ex alio malum gignitur. [DAPR 423] Um mal nasce de outro. ■Uma desgraça nunca vem só. ■Desgraça pouca é bobagem. ●Aliud ex alio malum nascitur. ●Aliud ex alio malum! [Terêncio, Eunuchus 987] VIDE: ●Abyssus abyssum invocat. ●Nulla calamitas sola.
1655. Aliud ex alio nectitur. [Cícero, De Finibus 3.74] Uma coisa está ligada a outra.
1655a. Aliud in alio malum remedio. [Seybold 22] Para outro mal, outro remédio.
1656. Aliud in ore, aliud in corde. [Rezende 242] Uma coisa na boca, outra no coração. ■Uma coisa a dizer, outra a sentir. ■Mel nos beiços, fel no coração. ■O coração sente, a boca mente. VIDE: ●Aliter loquitur, aliter sentit. ●Aurea verba, cor ferreum. ●Turpe est aliud cogitare, aliud declarare.
1656a. Aliud in titulo, aliud in pyxide. [Erasmo, Epitomes Adagiorum Omnium 196] Uma coisa no rótulo, outra coisa dentro da caixa. ■Bainha de ouro e faca de chumbo. ■Por cima, muita farofa; por baixo, molambo só. VIDE: ●In eburnea vagina plumbeus gladius.
1657. Aliud mihi est agendum. Tenho outra coisa para fazer. ■Não tenho tempo para perder. ■Tenho outros abacaxis para descascar.
1658. Aliud more, aliud in corde. [Pereira 108] Uma coisa na ação, outra no coração. ■Um por dentro, outro por fora.
1659. Aliud noctua sonat, aliud cornix. [Erasmo, Adagia 3.2.74] Uma coisa canta a coruja, outra a gralha. ■Cada passarinho canta sua canção. ■Cada louco com sua mania. ●Aliud noctua, aliud cornix sonat. [Apostólio 2.60] VIDE: ●Alia voce psittacus, alia voce coturnix loquitur. ●Aliud cornix, et noctua cantat. ●Aliud noctua sonat, aliud cornix. ●Aliud noctua, aliud cornix sonat. ●Alium noctua, cornix alium sonum edit. ●Canit avis quaevis sicut rostrum sibi crevit.
1660. Aliud pro alio, invito creditore, dari non potest. [Jur] Não se pode dar uma coisa por outra contra a vontade do credor. ●Aliud pro alio invito creditori solvi non potest. [Digesta 12.1.2.1] Contra a vontade do credor, não se pode pagar uma coisa por outra. VIDE: ●Debitor aliud pro alio, invito creditore, solvere non potest.
1661. Aliud regnum alios mores postulat. Outra terra exige outros costumes. ■Cada terra com seu uso, cada roca com seu fuso. VIDE: ●Alia terra alios mores postulat.
1662. Aliud sceptrum, aliud plectrum. [Erasmo, Chiliades 34] Uma coisa é o cetro, outra o plectro. VIDE: ●Alia res sceptrum, alia plectrum.
1663. Aliud stans, aliud sedens (loquitur). [Erasmo, Adagia 3.3.56] De pé, diz uma coisa, sentado, outra. ■Não diz coisa com coisa. VIDE: ●Alter Ianus est.
1664. Aliud vinum, aliud ebrietas. [Robert Burton, The Anatomy of Melancholy 89] Uma coisa é o vinho, outra coisa é a embriaguez.
1665. Alium domi esse caeli haustum, alium lucis aspectum. [Quinto Cúrcio, Historiae 5.5] Na pátria, o ar que se respira é outro; a luz do dia é diferente.
1666. Alium noctua, cornix alium sonum edit. [Suidas / Albertatius 77] A coruja emite um som, a gralha, outro. ■Cada passarinho canta sua canção. ■Cada louco com sua mania. VIDE: ●Alia noctuae, alia vox coturnicis. ●Alia voce psittacus, alia voce coturnix loquitur. ●Aliud cornix, et noctua cantat. ●Aliud noctua, aliud cornix sonat. ●Aliud noctua sonat, aliud cornix. ●Canit avis quaevis sicut rostrum sibi crevit.
1667. Alium silere quod voles, primus sile. [Sêneca, Hippolytus 876] O que quiseres que outrem cale, cala-o tu primeiro. ■O segredo mais bem guardado é o que a ninguém é revelado. VIDE: ●Quae tecta tacitaque esse cupis, tu primus ne enuncia. ●Quod reticere voles alios, prius ipse taceto. ●Quod tacitum esse velis, nemini dixeris, quia non poteris ab alio exigere silentium, si tibi ipse non praestas. ●Quod vis taceri, cave ne cuiquam dixeris. ●Quod tacitum velis esse, nemini dixeris: si tibi ipse non imperasti, quomodo ab aliis silentium speras? ●Quod tribus est notum, non est a plebe remotum. ●Quod tribus est notum, nunquam debet esse secretum. ●Quod tribus est notum, raro solet esse secretum.
1668. Alium spoliat, ut alium ditet. [Binder, Thesaurus 131] Rouba um para enriquecer outro. ■Descobre um santo para cobrir outro. VIDE: ●Ab aliis eripit, quod aliis largiatur. ●Altare spoliat ut aliud operiat. ●Non est spoliandus Petrus ut vestiatur Paulus. ●Nudato Petro Paulum tegere.
1669. Aliunde pendere. Depender de outras coisas. Depender de outras pessoas.
1670. Alius alibi proiectus. [Vulgata, Sabedoria 18.18] Um atirado para um lado, outro atirado para o outro lado.
1670a. Alius aliis in rebus praestantior. [Seybold 22] Cada um se destaca em coisas diferentes. ■Cada qual em seu ofício. VIDE: ●Alius in aliis rebus praestantior.
1671. Alius aliis rebus afficitur. [Grynaeus 32] Cada um gosta de coisas diferentes. ■O que é bom para um pode não ser para outro. ■Por isso se come toda a vaca, por querer um da perna, outro da espalda. VIDE: ●Non omnes eadem mirantur amantque.
1672. Alius aliis vir operibus delectatur. [Homero / Schottus, Adagialia Sacra 109] Cada homem tem prazer em atividades diferentes.
1673. Alius alio nequior. Um é pior que o outro.
1674. Alius alio plura invenire potest, nemo omnia. [Ausonio] Um pode saber mais que outro, mas ninguém pode saber tudo.
1675. Alius alium adiuvat. Um ajuda o outro. ■Uma mão lava a outra. VIDE: ●Abluit manus manum.
1676. Alius alium beatissimum existimat. Cada qual imagina que o outro é muito feliz.
1677. Alius est Amor, alius Cupido. Amor é uma coisa, desejo é outra.
1678. Alius est atque erat olim. Ele está diferente do que era.
1678a. Alius est clamor graculi, alius lisciniae cantus. [Harleben, Dictionarium Paroemiarum 13] Uma coisa é o clamor do gralho e outra o canto do rouxinol.
1679. Alius est qui seminat, et alius est qui metit. [Vulgata, João 4.37] Um é o que semeia, e outro é o que colhe. ■Um semeia, outro colhe. ■O bocado não é para quem o faz. VIDE: ●Alii laborarunt, alii fructum ceperunt. ●Alii laborarunt, lucrum alii reportarunt. ●Alii sementem faciunt, alii metunt. ●Alii seminant, metent alii. ●Ego seram, et alius comedat. ●Hic consevit agrum, sed fruges demetit alter.
1680. Alius in aliis rebus praestantior. [Grynaeus 189] Cada um se destaca em coisas diferentes. ■Cada qual em seu ofício. VIDE: ●Alius aliis in rebus praestantior. ●Caprae haud iunguntur aratro.
1681. Alius libidini servit, alius avaritiae, alius ambitioni, omnes spei, omnes timori. [Sêneca, Epistulae Morales 47.17] Um é escravo da sua luxúria, outro da sua avareza, um terceiro de sua ambição, todos da esperança, todos do medo.
1682. Alius peccat, alius plectitur. [Alciato, Emblema 174; Medina 621] Um comete o erro, outro é punido. ■Paga o justo pelo pecador. ■Papagaio come milho, periquito leva a fama. VIDE: ●Canis peccatum sus dependit. ●Etiam innocentem poena quandoque obruit. ●Faber cadit cum ferias fullonem. ●Fabrum caedere cum ferias fullonem. ●Innocentes pro nocentibus poenas pendunt. ●Ob textoris peccatum coquus vapulavit. ●Quicquid coquus peccaverit, tibicen accipere solet plagas. ●Quod peccant sontes, insontes saepe luerunt. ●Quod peccant sontes, insontes saepe tulerunt. ●Quod sus peccavit, succula saepe luit. ●Saepe luit populus poenas unius iniqui. ●Saepe luit poenas qui nihil peccavit. ●Tibicen vapulat, coquo peccante. ●Transgreditur opulentus, et plectitur inops. ●Unius peccata tota civitas luit.
1683. Allatrat victorem invidia. [Branco 566] A inveja ladra contra o vencedor. ■A inveja sempre atina lugares altos. VIDE: ●Alta ventos semper excipiunt iuga. ●Assidua eminentis fortunae comes invidia. ●Eminentis fortunae comes invidia. ●Honori comes invidia est. ●Ima tenent pacem; perflant altissima venti. ●Intacta invidia media sunt. ●Invidia comes fortunae. ●Invidia, tamquam ignis, summa petit. ●Livor summa petit; perflant altissima venti. ●Livor velut ignis alta petit. ●Male cum eo agitur, qui caret invidis. ●Nemo est qui miseros invideat. ●Nunquam eminentiae invidia carent. ●Nunquam virtutem deserit invidia. ●Perflant altissima venti. ●Quo maior gloria, eo propior invidiae. ●Quo plures hostes, tanto maior honor. ●Subiecta semper invidiae felicitas. ●Summa petit livor.
1684. Allegans casum fortuitum, illum probare tenetur. [J.P.Molitor, Les Obligations en Droit Romain 2.209] Quem alega o caso fortuito é obrigado a prová-lo.
1685. Allegans contraria non est audiendus. [Jur / Broom 135] Quem apresenta alegações contraditórias não deve ser ouvido.
1686. Alleganti probatio incumbit. [Jur] A prova cabe a quem alega. VIDE: ●Affirmanti, non neganti, incumbit probatio. ●Affirmanti incumbit probatio. ●Ei incumbit probatio, qui dicit, non qui negat. ●Factum asseverans onus subit probationis. ●Probatio incumbit asserenti.
1687. Allegare nihil, et allegatum non probare, paria sunt. [Jur / Cahier 515] Nada alegar e não comprovar o alegado se equivalem.
1688. Allegari non debuit quod probatum non relevat. [Jur / Black 94] Não devia ser alegado o que, ao ser comprovado, não é relevante.
1689. Allegata et probata. [Jur / Black 94] Coisas alegadas e comprovadas.
1690. Allegatio contra factum non est admittenda. [Jur / Black 94] Uma alegação que contraria o fato não é admissível.
1691. Allegatio et non probatio, quasi non allegatio. [Jur] Alegação sem prova é como não haver alegação.
1692. Allegatio partis non facit ius. [Jur] Alegação da parte não faz direito.
1693. Allegatio sine probatione veluti campana sine pistillo. [Jur] Alegação sem prova é como sino sem badalo.
1694. Allia petra sapit, quae illa capit. A pedra que mói alhos, sabe a alhos. ■Quem azeite mede, as mãos se unta. ■Cada cuba cheira ao vinho que tem. ●Allia petra sapit, quae semel illa capit. [Samuel Singer, Thesaurus Proverbiorum Medii Aevi 249] A mó que mói alhos uma vez, sabe a alhos. ●Allia quando terunt, retinent mortaria gustum. [Pereira 118] Os almofarizes, quando pisam o alho, retêm-lhe o sabor. VIDE: ●Dat foetorem per nares mola foetida semper. ●Quilibet admenso digitos sordescit olivo.
1695. Alligem fugitivam canem agninis lactibus. [Plauto, Pseudolus 318] Vou amarrar o cão fujão com tripas de carneiro. VIDE: ●Agninis lactibus alligare canem.
1696. Alma dies noctem sequitur, somnosque labores. [Columbano 38] O dia propício sucede à noite, e o trabalho sucede ao sono.
1697. Alma mater. A mãe criadora. (=A pátria. A universidade). ●Alma parens. [Virgílio, Eneida 2.591; 10.252]
1698. Alme sol, possis nihil urbe Roma visere maius. [Horácio, Carmen Saeculare 9] Ó sol criador, que não possas contemplar nada maior que a cidade de Roma.
1699. Alpha et omega. Alfa e ômega. (=Alfa é a primeira letra do alfabeto grego; ômega, a última. A expressão alfa e ômega significa o começo e o fim). VIDE: ●Ego sum alpha et omega, primus et novissimus, principium et finis.
1700. Alpibus ille perit qui plus se diligit ullum. [VES 113] Morre na montanha quem ama a outrem mais do que a si mesmo.
1701. Alta a longe cognoscuntur. [J.P.Migne, Scripturae Sacrae Cursus Completus 22.553] As coisas altas de longe se vêem.
1702. Alta cadunt odiis, parva extolluntur amore. [Dionísio Catão, Monosticha, Appendix 21] Coisas elevadas caem pelo ódio, coisas pequenas se elevam pelo amor.
1703. Alta cadunt vitiis, virtutibus infima surgunt. [G.P.V.Bolzani, Hyerogliphica 100] As coisas elevadas desmoronam pelos vícios; as pequenas crescem pelas virtudes.
1704. Alta die solo non est exstructa Corinthus. [Binder, Thesaurus 134] A insigne Corinto não foi construída num único dia. ■Roma não se fez num dia. ■É preciso dar tempo ao tempo. ■Calma no Brasil! VIDE: ●Die solo non est exstructa Corinthus. ●Haud facta est una Martia Roma die. ●Ne doleas si non contingant cuncta repente: Martia non uno condita Roma die est. ●Non fuit in solo Roma peracta die. ●Non stilla una cavat marmor, nec protinus uno est condita Roma die. ●Non uno est condita Roma die. ●Non uno die stet Corinthus. ●Roma non fuit una die condita. ●Roma non uno condebatur die.
1705. Alta extimesco sceptra. [Sêneca, Medea 529] Tenho medo dos cetros poderosos. ■À voz de el-rei não há coisa forte.
1706. Alta fecundi soli silva est. [Sêneca, De Ira 2.15.1] Floresta alta é sinal de solo fértil.
1707. Alta pax gentes alat. [Sêneca, Hercules Furens 929] Que uma paz profunda fortifique as nações.
1708. Alta pete ut media adsint. [Schottus, Adagia 593] ■Pede o máximo para ter o que baste. VIDE: ●Ad summa quisque contendat, sic enim futurum medium ut teneat. ●Iniquum petas, ut aequum feras. ●Summa cape, et medio potieris. ●Summum cape, et medium habebis. ●Summum cape et medium tenebis. ●Ut obtineas medium, summum cape.
1708a. Alta qui quaerit, quaerit praecipitia. Quem busca lugares altos, busca precipícios. ■Quem muito alto vai, de muito alto cai. VIDE: ●Qui quaerit alta, is malum videtur quaerere.
1709. Alta ventos semper excipiunt iuga. [Sêneca, Oedipus 8] Picos elevados sempre sofrem com os ventos. ■Raio não cai em pau deitado. VIDE: ●Eminentia feriunt procellae. ●Ex mediocritate fortunae, pauciora pericula sunt. ●Excelsis multo facilius casus nocet. ●Feriunt summos fulgura montes. ●Feriunt summos fulmina montes. ●Feriunt celsos fulmina montes. ●Feriunt celsos fulmina colles. ●Humilis nec alte cadere, nec graviter potest. ●Ima tenent pacem; perflant altissima venti. ●Imbres et venti, tonitrus et fulmina turres flatibus evertunt, stare sed ima sinunt. ●Non capit unquam magnos motus humilis tecti plebeia domus, circa regna tonant. ●Perflant altissima venti. ●Qui tulerit per plana gradus, is tutior ibit. ●Summa petit livor. ●Summa petunt dextra fulmina missa Iovis. ●Umida vallis raro patitur fulminis ictus.
1710. Altare spoliat ut aliud operiat. [DAPR 234] Despoja um altar para cobrir outro. ■Descobre um santo para cobrir outro. VIDE: ●Ab aliis eripit, quod aliis largiatur. ●Alium spoliat, ut alium ditet. ●Non est spoliandus Petrus ut vestiatur Paulus. ●Nudato Petro Paulum tegere.
1710a. Altari serviens de altari vivere debet. [Leopold Volkmar, Paroemia et Regulae Juris 29] Quem serve ao altar, deve viver do altar. ■Quem serve o altar, dele deve comer. ■O abade onde canta, daí janta. VIDE: ●Dei donis ornamur, cui servimus. ●Legitimus propria quaestus ab arte venit. ●Qui altari deserviunt, cum altari participant. ●Qui altari servit, de altari manducat. ●Qui altari serviunt, ab altari vivant. ●Qui in sacrario operantur, quae de sacrario sunt, edunt. ●Qui servit altari, de altari vivat.
1711. Alter alterius auxilio eget. [DAPR 707] Um precisa do auxílio do outro. ■Não há rainha sem sua vizinha. ■Não há quarenta sem zero. VIDE: ●Hominis interest beneficium hominum affici. ●Mons absque valle nullus. ●Nemo tam dives, qui alterius auxilio non indigeat. ●Non est rex sine clientibus. ●Serius aut citius paupere dives eget. ●Summum non stat sine infimo.
1712. Alter alterius onera portate. [Vulgata, Gálatas 6.2] Levai as cargas uns dos outros. VIDE: ●Invicem onera nostra portemus.
1713. Alter ego. [Ovídio, Amores 1.7.32] Um segundo eu. (=Alter ego. Um amigo íntimo em quem se confia como em si mesmo. Um confidente). ■Um amigo do peito.
1714. Alter ego est amicus. [Stone 106] Um amigo é um segundo eu. ●Alter ego est amicus, cuncta mecum habet omnia. Um amigo é um segundo eu: ele tem tudo em comum comigo. VIDE: ●Alter ipse amicus. ●Alter se. ●Amicum esse alterum se. ●Amicus alter ego. ●Amicus alter ipse. ●Amicus est tamquam alter idem. ●Est amicus tamquam alter idem. ●Verus amicus est is qui est tamquam alter idem.
1715. Alter ego nisi sis, non es mihi verus amicus; ni mihi sis ut ego, non eris alter ego. Se não forem um outro eu, não és meu verdadeiro amigo; se para mim não fores como eu, não serás um outro eu.
1716. Alter frenis eget, alter calcaribus. [Cícero, Ad Atticum 6.12] Um precisa de freio, outro, de esporas.
1717. Alter Hercules. É um segundo Hércules.
1718. Alter hircum mulgere videtur, alter cribum supponere. [Erasmo, Opera Omnia 2.132] Um parece ordenhar o bode, o outro colocar uma peneira debaixo. (=Diz-se de quem tenta coisas impossíveis). ■Buscam água em fonte seca. Alter hircum mulget, alter cribum supponit. VIDE: ●Quis stultior: qui hircum mulget, an qui cribrum supponit?
1719. Alter Ianus (est). [Erasmo, Adagia 4.2.93] É um segundo Jano. (=É um homem de duas caras). VIDE: ●Aliud stans, aliud sedens (loquitur).
1720. Alter idem [Cícero, De Amicitia 80] Outro igual. Outro eu.
1721. Alter ipse amicus. [Henderson 17] Um amigo é um segundo eu. VIDE: ●Alter se. ●Amicum esse alterum se. ●Amicus alter ego. ●Amicus alter ipse. ●Amicus est tamquam alter idem. ●Est amicus tamquam alter idem. ●Verus amicus est is qui est tamquam alter idem.
1722. Alter lucrum tantum, alter damnum sentiret. [Digesta 17.2.29.2] Um sentiria somente a vantagem, o outro somente o prejuízo. ■Um semeia, outro colhe. VIDE: ● Alii laborarunt, alii fructum ceperunt. ●Alii laborarunt, lucrum alii reportarunt. ●Alii laborabant, alii autem fruebantur. ●Alii sementem faciunt, alii metent. ●Alii seminant, metent alii. ●Alii serunt, alii metunt. ●Alius est qui seminat, et alius est qui metit. ●Ego seram, et alius comedat. ●Hic consevit agrum, sed fruges demetit alter. ●Leonina societas.
1723. Alter occidit apros, alter pulpamento fruitur. [Binder, Thesaurus 137] Um mata os javalis, outro aproveita a carne. ■Nem sempre dança quem paga a música. ■O bocado não é para quem o faz. VIDE: ●Ego semper apros occido, sed alter semper utitur pulpamento. ●Ego apros occido, sed alter fruitur pulpamento.
1724. Alter parens. [Cícero, In Verrem 2.5.110] Um segundo pai. (=Um protetor).
1725. Alter remus aquas, alter tibi radat arenas; tutus eris. [Propércio, Elegiae 3.3.23] Dos teus remos, que um toque as águas, que o outro toque a terra; ficarás em segurança. ■Nem tanto ao mar, nem tanto à terra.
1726. Alter rixatur de lana saepe caprina. [Horácio, Epistulae 1.18.15] Um deles, muitas vezes, discute a propósito da lã das cabras. ■Discute o sexo dos anjos.
1727. Alter se. Um outro eu. VIDE: ●Alter ipse amicus. ●Amicum esse alterum se. ●Amicus alter ego. ●Amicus alter ipse. ●Amicus est tamquam alter idem. ●Est amicus tamquam alter idem. ●Verus amicus est is qui est tamquam alter idem.
1728. Alter sementem facit, alter metit. Um semeia, outro colhe. ■Nem sempre dança quem paga a música. VIDE: ●Alter occidit apros, alter pulpamento fruitur.
1729. Alter statim oblivisci debet dati, alter accepti nunquam. [Sêneca, De Beneficiis 2.10] Um deve logo esquecer-se do que deu, o outro nunca deve esquecer-se do que recebeu. ■Cale quem deu, e fale quem recebeu. VIDE: ●Accepti nunquam, cito dati obliviscere.
1730. Altera die. [Vulgata, João 1.29] No dia seguinte. No outro dia. VIDE: ●Crastino die. ●In crastino. ●Die altera.
1731. Altera manu do, et accipio altera. [Grynaeus 179] Com uma das mãos eu dou, com a outra recebo. ●Altera manu trado, recipio ast altera. [Schottus, Adagia 623]
1732. Altera manu fert aquam, altera ignem. [Erasmo, Adagia 4.4.74] Com uma das mãos traz água, com a outra, fogo. (=Pede com palavras gentis, mas, ao mesmo tempo, faz ameaças). ●Altera manu fert lapidem, panem ostentat altera. [Plauto, Aulularia 152] Com uma das mãos leva uma pedra, com a outra oferece pão. ●Altera manu panem ostentat, altera fert lapidem. [Polydorus, Adagia] ●Altera manu hastam, altera caduceum praeferens. [Manúcio, Adagia 1248] Com uma das mãos traz a lança, com a outra o caduceu. VIDE: ●Aquas gestat dextra, flammasque sinistra. ●Calidum et frigidum ex eodem ore flat.
1733. Altera manu scabit caput, altera malam ferit. [Pereira 94] Com uma das mãos faz cafuné, com a outra fere o rosto. ■Agora dá pão e mel, depois dará pau e fel. ●Altera manu scabit, altera ferit. [Henderson 17] Com uma das mãos acaricia, com a outra fere. ●Altera manu caput mulcet, altera ferit. Uma das mãos afaga minha cabeça, a outra fere.
1734. Altera mens asini, mens altera qui regit illum. Um é o pensamento do burro, outro o de quem o dirige. ■Burro e carroceiro nunca estão de acordo.
1735. Altera natura est habitus; quam iunior artem perdisces, tollet nulla senecta tibi. [Owen, Monosticha 12.103] O hábito é uma segunda natureza; o procedimento que aprendes na juventude, a velhice não tirará de ti. ■O que se aprende na mocidade, toda a vida dura.
1736. Altera pars otio, pars ista labori. [Inscrição em relógio solar] A outra parte do dia é para o descanso, mas esta é para o trabalho.
1737. Altera pars revocat quidquid pars altera fecit. [Rezende 255] Uma parte desfaz o que a outra fez. ■Desmancha com os pés o que fez com as mãos.
1738. Altera ridicula est, altera putidula. [Marcial, Epigrammata 20.4] Esta é ridícula, a outra é pretensiosa. ●Altera rancidula est, altera putidula. Esta é desagradável, a outra é pretensiosa.
1739. Altera vice. Pela segunda vez. VIDE: ●Vice altera.
1740. Alteri enim nec prodest nec nocet iusiurandum inter alios factum. [Digesta 25.6.1] Juramento feito entre uns não aproveita nem prejudica a outro. VIDE: ●Iusiurandum alteri neque prodest neque nocet. ●Iusiurandum inter alios factum nec nocere nec prodesse debet.
1741. Alteri loquaces, alteri voraces. Uns são loquazes, outros vorazes. VIDE: ●Alii linguam, alii molares. ●Aliis lingua, aliis dentes. ●Aliis lingua, aliis vero molares. ●Est lingua quibusdam, molares at aliis. ●Illi enim loquaces, hi voraces.
1742. Alteri ne facias quod tibi fieri non vis. [Rezende 257] Não faças a outrem o que não queres que te seja feito. ■Não faças aos outros o que não queres que te façam. VIDE: ●Aliis ne feceris, quod tibi fieri non vis. ●Facere non debet quis alteri, quod sibi fieri nolit. ●Ne alteri feceris quod tibi non vis fieri. ●Quod ab alio oderis fieri tibi, vide ne tu aliquando alteri facias. ●Quod tibi fieri non vis, alteri ne feceris. ●Quod tibi non optes, alii ne feceris ulli. ●Quod tibi non vis fieri, alii ne feceris. ●Quod tibi non vis fieri, alteri ne feceris. ●Quod tibi non vis, alteri ne facies. ●Quod tibi fieri non vis, alteri ne facias. ●Quod tibi non vis, utinam alteri ne facias. ●Quod sibi quis fieri non vult, alii ne faciat.
1743. Alteri semper ignoscito, tibi ipsi nunquam. [DM 111] Aos outros perdoa sempre, a ti nunca. ■Perdoai tudo a todos, e a vós, nada.
1743a. Alteri stipulari nemo potest. [Justiniano 3.19.19] A ninguém é lícito estipular por outrem. VIDE: ●Nemo alteri stipulari potest. (=Estipular. Ajustar ou convencionar por meio de contrato ou promessa jurídica).
1744. Alteri sic tibi age! Faze ao outro como fazes a ti! ●Alteri sic tibi.
1745. Alteri vivas oportet, si tibi vis vivere. [Sêneca, Epistulae Morales 48.2] É preciso que vivas para teu próximo, se queres viver para ti. ■Não se pode viver sem amigos. VIDE: ●Miserum est carere consuetudine amicorum. ●Quae potest esse iucunditas vitae, sublatis amicitiis? ●Sine amico non potes bene vivere. ●Tanti homo est sine amico, quanti corpus absque spiritu est. ●Tolerabilius vivere sine pecuniis, quam sine amicis.
1746. Alterius alter est sensus. [Grynaeus 178] A percepção de cada um é diferente. ■Cada um vê mal ou bem conforme os olhos que tem. ■Quantas cabeças, tantas opiniões. VIDE: ●Tot capita, tot sensus.
1747. Alterius circumventio alii non praebet actionem. [Digesta 50.17.49] O ato doloso de um não proporciona ação contra o outro (que dele não participou).
1748. Alterius damnum gaudium haud facias tuum. [Publílio Siro] Não faças da desgraça alheia tua satisfação. ■Não te alegres do meu luto; quando ele for velho, o teu será novo.
1749. Alterius dictum aut factum ne carpseris unquam, exemplo simili ne te derideat alter. [Dionísio Catão, Disticha 3.7] Nunca critiques o que outrem diga ou faça, para que, em situação igual, outrem não te ridicularize.
1750. Alterius festum solum invitatus adibis. [Pereira 120] A festa alheia só irás convidado. ■A boda ou batizado não vás ser sem convidado. ■Quem não te roga, não lhe vás à boda. VIDE: ●Ad consilium ne accesseris, antequam voceris. ●Antequam voceris, ad consilium ne accesseris. ●Antequam voceris, ne accesseris. ●Consilium ne adeas invocatus. ●Haud advocatus ne ad consilium accesseris. ●Invocatis nullus est locus. ●Non invitatus hospes minime est gratus.
1751. Alterius hic messem metis. [Schottus, Adagia 637] Aqui tu segas a seara alheia. ■Metei-vos onde não vos chamam. ■Metes o nariz onde não te compete. VIDE: ●Alienam metis messem. ●Messem metis alienam. ●Metis ubi non seminasti, et congregas ubi non sparsisti. ●Sub aliena arbore fructum legis.
1752. Alterius litteras, crumenam et abacum ne inspicito. [Bebel / Eiselein 95] Não metas o nariz em carta, nem em bolsa, nem em contas dos outros.
1753. Alterius mora alteri non nocet. [Digesta 22.1.32.4] A mora de um (devedor) não prejudica o outro.
1754. Alterius neglegentia aut cupiditas huic qui diligens fuit, nocere non debet. [Digesta 42.5.6.2, adaptado] A negligência ou a cobiça de um não deve prejudicar a quem foi diligente.
1755. Alterius non sit, qui suus esse potest. [Gualterius Anglicus, Fabulae Aesopicae 21b.22; Pereira 120] Quem pode ser seu, não seja de outrem. ■Quem pode ser livre, não se cative. ■Quem pode ser seu, sendo de outro, é sandeu. ●Alterius non sit, qui potest esse sui. ●Alterius ne sit, qui suus esse potest. VIDE: ●Cum tuus es, noli servire nisi tibi soli. ●Est foculus proprius multo pretiosior auro. ●Libertas fulvo pretiosior auro. ●Non bene pro toto libertas venditur auro.
1756. Alterius potius quam tua laus tibi sit. [Petrus Abelardus, Carmen ad Astralabium 340] É melhor que o elogio venha de outrem que de ti.
1757. Alterius pulsa fores. Vai bater em outra porta. ■Bater a outra porta, que esta não se abre. ■Quem não te conhece, que te compre. VIDE: ●Aliam quercum excute! ●Non mihi fucum facies. ●Os rosum rodere non possum. ●Tollat te qui non novit.
1757a. Alterius sic altera poscit opem res, et coniurat amice. [Horácio, Ars Poetica 410] Assim uma coisa reclama o auxílio da outra, e conspiram amigavelmente. VIDE: ●Gratia gratiam parit.
1757b. Alterius solutio totam obligationem interemit. [Digesta 44.7.44.3] O pagamento de um desfaz toda a obrigação.
1758. Alterius sub nutu degere vitam. Viver a vida sob o arbítrio de outrem. ●Alterius sub nutu degitur aetas. [Lucrécio, De Rerum Natura 4.1125] A vida passa sob o arbítrio de outrem. VIDE: ●Alieno arbitrio. ●Alieno arbitrio vivere. ●Alieno arbitratu vivere. ●Alieno more vivere. ●Alieno nutu vivere. ●Non ex alieno arbitrio pendet. ●Suis stat viribus.
1759. Alterius vitium acute cernis, et tua non vides. [Schottus, Adagialia Sacra 17] Percebes com clareza o vício alheio, mas os teus não vês. ■O macaco vê o rabo da cutia, mas não vê o seu. ■Ri-se o roto do esfarrapado, e o sujo do mal lavado. ●Alterius vitia acute cernis, et tua non vides. Os vícios alheios vês claramente, mas os teus não vês. VIDE: ●Cernere festucam mos est in fratris ocello, in propriis oculis non videt ipse trabem. ●Crimina qui cernunt aliorum, non sua cernunt. ●Domi talpa, foris lynx. ●Ebrietatem patri obicis ebrius. ●Festucam in oculo fratris cernimus; at in proprio ne trabem quidem animadvertimus. ●Festucam in alterius oculo vides, in tuo trabem non vides. ●Foris Argus, domi talpa. ●Foris oculatus, caecus domi. Homines aliena melius vident et diiudicant quam sua. ●Homines plus in alienis negotiis vident quam in suo. ●In admonendum sapimus omnes; verum ubi peccamus ipsi, non videmus propria. ●In alienis vitiis lyncei sumus, in nostris caeci. ●In propriis vitiis talpae, in alienis lynces sumus. ●In se tentat descendere nemo. ●Lynx foris, talpa domi. ●Manticam in tergo habet. ●Nemo in sese tentat descendere! ●Nemo videt oculum suum. ●Non videmus manticae quod in tergo est. ●O miserum bellum, dum tundit asellus asellum! ●Oculus videns alia, seipsum non videt. ●Parva aliorum vitia ridetis, sed maiora, quae vos ipsos dedecorant, non videtis. ●Parva in aliis reprehendimus, et nostra maiora pertransimus. ●Plus in alieno, quam in suo videt. ●Plus in alieno quam in suo negotio vident homines. ●Praecedenti spectatur mantica tergo. ●Qui morus omnia cernit, haud sese videt. ●Quid autem vides festucam in oculo fratris tui, et trabem in oculo tuo non vides? ●Stultitiae est aliorum vitia cernere, oblivisci suorum. ●Vitia sua nemo videt.
1760. Alternando boni nos dona manemus amici. [DAPR 488] Trocando presentes, nós permanecemos bons amigos. ■É dando que se recebe. ■Os pequenos presentes fortalecem a amizade. ■Os pequenos obséquios mantêm a amizade.
1761. Alternant spesque timorque fidem. [Ovídio, Heroides 6.40] A esperança e o medo se alternam com a confiança.
1762. Alternis dicetis; amant alterna Camenae. [Virgílio, Eclogae 3.59] Vós cantareis um de cada vez: as Camenas apreciam os cantos alternados. ●Alternis cantemus; amant alterna Camenae. [Victor Hugo / Pierre Larousse 34] Cantemos um de cada vez: as Camenas apreciam cantos alternados. VIDE: ●Amant alterna Camenae.
1763. Alternis diebus. Em dias alternados.
1764. Alternis horis. Em horas alternadas.
1765. Alternatim. Alternadamente. ●Alternis vicibus. [Jur / Black 100]
1766. Alterum illud ignorari non oportet, quod non omnibus aegris eadem auxilia conveniunt. [Celso, De Medicina 3.5] Há outra coisa que não convém ser ignorada: que os mesmos remédios não servem para todos os doentes.
1767. Alterum intuere, ne laedaris, alterum, ne laedas. [Sêneca, Epistulae Morales 103.3] Observa um, para não seres lesado, o outro, para não lesares.
1768. Alterum non laedere. Não se deve prejudicar a outrem. VIDE: ●Honeste vivere, alterum non laedere, suum cuique tribuere.
1769. Alterum pedem in cymba Charontis habet. [Erasmo, Adagia 2.1.52] Já tem um pé na barca de Caronte. (=Está próximo da morte. Caronte era o barqueiro dos infernos). ■Tem um pé no caixão. ■Está com o pé na cova. ●Alterum pedem in cumba Charontis habet. ●Alterum pedem in tumulo habet. Está com um pé no túmulo. ●Alterum pedem in sepulcro habet. [Erasmo] VIDE: ●Pedem alterum in cymba Charontis habet.
1770. Alterutra clarescere fama. [Rezende 262] Tornar-se célebre por qualquer meio.
1770b. Altior ascensus, gravior plerumque ruina est. [Samuel Singer, Thesaurus Proverbiorum Medii Aevi 144] Quando a subida é mais alta, geralmente a queda é mais violenta. ■De grande subida, grande caída. ■Quanto mais alto se vai, de mais alto se cai. ■Quanto mais alto o coqueiro, maior é o tombo. ●Altior ascensus casu graviora laborat. [Juan de Yriarte, Obras Sueltas 2.63] Subida mais alta sofre queda mais violenta. VIDE: ●De alto peior est ruina. ●De excelso graviors casus est. ●Ex alto casus gravior. ●Excelsis multo facilius casus nocet. ●Periculosior casus ab alto. ●Quanto altior est ascensus, tanto durior descensus. ●Quanto altior gradus, tanto profundior casus. ●Quanto altius ascendit homo, lapsus, tanto altius cadet. ●Quanto gradus altior, tanto casus gravior. ●Quanto in loco superiore, tanto in periculo maiore. ●Qui petit alta nimis, retro lapsus ponitur imis. ●Qui petit excelsa debet vitare ruinam. ●Qui scandunt in altum, lapsu graviore ruunt. ●Quo altior gradus, tanto profundior casus. ●Ruina quae de alto est, semper magna est. ●Ruina quae de alto fit, graviori casu colliditur. ●Scansores colum frangunt meliores. ●Semper ex alto periculosior casus est. ●Tolluntur in altum, ut lapsu graviore ruant.
1771. Altiora in votis. [Divisa] Coisas mais elevadas estão nos meus desejos.
1772. Altiora peto. [DAPR 698] Aspiro a coisas mais elevadas.
1773. Altiora semper petens. [Divisa de Petrópolis, RJ] Buscando sempre coisas mais elevadas.
1774. Altiora te ne quaesieris, et fortiora te ne scrutatus fueris. [Vulgata, Eclesiástico 3.22] Não procurarás saber o que excede a tua capacidade e não especularás o que ultrapassa as tuas forças. VIDE: ●Quae supra nos nihil ad nos. ●Quod supra nos, nihil ad nos.
1775. Altis plerumque adiacent abrupta. [DAPR 693] Quase sempre os abismos são vizinhos dos cumes. ■Quem muito alto vai de muito alto cai. ■Quanto mais alta a berlinda, maior o trambolhão. VIDE: ●Plerumque altis et excelsis adiacent abrupta.
1776. Altissima quaeque flumina minimo labuntur sono. [Quinto Cúrcio, Historiae 7.4.13] Os rios mais profundos correm com menor ruído. ■Águas tranqüilas, águas profundas. ■Água silenciosa, a mais perigosa. ■Cuidado com o homem que não fala e com o cão que não ladra. ●Altissima flumina minimo sono labuntur. VIDE: ●A cane muto et aqua silente cave tibi. ●Ab homine et flumine taciturno cave. ●Amnis qua spumas non agit, ibi altissimus. ●Aqua profunda est quieta. ●Cave tibi a cane muto et aqua silenti. ●Consistenti aquae et silentioso homini non multum fidendum. ●Flumina tranquillissima saepe sunt altissima. ●Gurgite sub leni fallit metuenda vorago. ●Minimo sono labuntur alta flumina. ●Ne credas undam placidam non esse profundam. ●Non credas undam placidam non esse profundam. ●Qua flumen placidum est, forsan latet altius unda. ●Quamvis sint lenta, sint credulla nulla fluenta. ●Qui fuerit lenis, tamen haud bene creditur amni. ●Quietae aquae non credere. ●Quo flumen placidum est, forsan latet altius unda. ●Quo minus est murmur, plerumque est altior unda.
1777. Altissimus enim est patiens redditor. [Vulgata, Eclesiástico 5.4] O Altíssimo é um pagador paciente. ■O castigo demora, mas não falha.
1778. Altius ibunt qui ad summa nituntur. [Divisa] Mais alto subirão os que buscam o cume.
1779. Altius praecepta descendunt, quae teneris imprimuntur aetatibus. [Sêneca, Ad Helviam 18.18] Chegam a maiores profundidades os ensinamentos gravados em tenra idade. ■O que se aprende no berço dura até a sepultura. VIDE: ●A teneris consuescere, multum est. ●Cui puer assuescit, maior dimittere nescit. ●Dediscit animus sero quod didicit diu. ●Demere nemo potest vasi cuicumque saporem primum sive bonum teneat sive deteriorem. ●Difficile corrigitur nequitia quam concipit quis in pueritia. ●Difficulter eraditur quod rudes animi perbiberunt. ●In teneris consuescere multum est. ●Natura tenacissimi sumus eorum, quae rudibus annis percepimus. ●Qui non assuescit virtuti, dum iuvenescit, a vitiis nescit desistere, quando senescit. ●Quo semel imbuta est recens, servabit odorem testa diu. ●Quod iuvenis assuescit, senex dimittere nescit. ●Quod nova testa capit, inveterata sapit. ●Quod puer assuescit, facile dimittere nescit. ●Quod puer assuescit, leviter dimittere nescit. ●Quos pueri mores didicere, tenent seniores. ●Sapiunt vasa, quicquid primum acceperunt. ●Sapor quo nova imbuas vasa, durat. ●Stulti qui crescunt, stulti sunt quando senescunt. ●Surculus est qualis, talis et arbor erit.
1780. Altivolans volucris victum sibi quaerit in imis. [Binder, Thesaurus 142] Ave que voa alto procura sua comida no chão.
1781. Altum silentium. [Virgílio, Eneida 10.63] Um silêncio profundo.
1782. Alucinari in meridie. Sonhar ao meio-dia. ■Ver estrelas ao meio-dia.
1783. Alumni. Os alunos. Os estudantes. Os estudantes de uma universidade.
1784. Alumnus sapientis sapiens. [Manúcio, Adagia 12] O aluno do sábio é sábio. ■De bom mestre, bom discípulo.
1785. Ama, et fac quod vis. Ama e faze o que quiseres. VIDE: ●Dilige, et quod vis fac.
1786. Ama nesciri et pro nihilo reputari. [Tomás de Kempis, De Imitatione Christi 1.2.15] Ama permanecer desconhecido e ser contado como nada.
1787. Ama proximum. [Tales de Mileto / Rezende 271] Ama teu próximo.
1788. Ama tamquam osurus, oderis tamquam amaturus. [Bias / Erasmo, Adagia 2.1.72] Ama como se houvesses de odiar, odiarás como se houvesses de amar. VIDE: ●Amare oportet tamquam osuros, et odisse tamquam amaturos. ●Amicum ita habeas posse ut fieri hunc inimicum scias. ●Et ama tamquam inimicus futurus, et odi tamquam amaturus. ●Ex inimico cogita posse fieri amicum. ●Ita amare oportere, ut si aliquando esset osurus. ●Ita amicum habeas, posse ut facile fieri hunc inimicum putes. ●Sicut osurus adama, oderis velut amaturus.
1789. Amabilis increpatio non est damnatio. Uma admoestação gentil não é uma acusação.
1790. Amabilis insania. Gentil loucura. Doce ilusão. ●Amabilis insania, et mentis gratissimus error. [Horácio, Carmina 3.4.5] Uma doce ilusão, e um agradável erro da mente.
1791. Amabit sapiens, cupient ceteri. [Afrânio / Apuleio, Apologia 12] O sábio amará, os demais apenas terão desejo.
1792. Amandi nec multi nec nulli. [Rezende 266] Nem devem ser amados muitos, nem nenhum. ■Amigos, nem muitos nem nenhum. ■Muitos amigos em geral, e um em especial. VIDE: ●Amici nec multi, nec nulli. ●Amici nec multi, nec nullus. ●Nec multis, ac nec nulli dicaris amicus. ●Nec nulli sis amicus, nec omnibus. ●Neque nulli sis amicus, neque multis.
1793. Amandus est generator, sed creator praeponendus est. O pai deve ser amado, mas o Criador deve ser colocado à frente.
1794. Amans amanti medico. Um namorado é médico do outro.
1795. Amans, amens. Homem apaixonado não tem juízo. ■Homem com amores é odre de vento. VIDE: ●Amantes, amentes. ●Omnis amans amens.
1795a. Amans et amens, non nisi una littera discrepant. As palavras "amans" (amante, apaixonado) e "amens" (louco, desatinado) só se diferenciam por uma única letra.
1796. Amans iratus multa mentitur sibi. [Publílio Siro] O homem apaixonado, quando está zangado, imagina muitas coisas falsas.
1797. Amans, ita ut fax, agitando ardescit magis. [Publílio Siro] O homem enamorado, como a tocha, quando se agita, mais se inflama. ■Homem apaixonado e pássaro com visgo, quanto mais se debatem, mais se prendem. VIDE: ●Amans, sicut fax, agitando ardescit magis.
1798. Amans quae non oportent, minime adamabis quae oportent. [S.Nilo / Bernardes, Nova Floresta 1.376] Amando o que não deves amar, de modo algum amarás o que deves. ●Amans quae non oportet, non amabis quae oportet. [Apostólio 20.22]
1799. Amans quid cupiat scit, quid sapiat non videt. [Publílio Siro] O homem enamorado sabe o que deseja, mas não vê o que precisa saber.
1800. Amans quod suspicatur, vigilans somniat. [Publílio Siro] O homem apaixonado sonha acordado com o que suspeita.