DICIONÁRIO DE EXPRESSÕES E FRASES LATINAS
Compilado por HENERIK KOCHER
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A15
[2801-3000]
2801. Argumentum ad rem. Um argumento que trata da questão que se está discutindo.
2802. Argumentum ad scribendum. [Cícero, Ad Atticum 9.7] Matéria para escrever. Assunto para escrevere.
2803. Argumentum ad terrorem. Um apelo ao sentimento de medo.
2804. Argumentum ad verecundiam. [Rezende 410] Um apelo ao pudor, à consciência.
2805. Argumentum baculinum. [Rezende 411] Um argumento de bastão. (=Convencimento pela força). VIDE: ●Argumentum a baculo. ●Baculatoria argumenta. ●Nolens volens.
2806. Argumentum est deformitatis pudicitia. [Sêneca, De Beneficiis 3.16.3] Castidade é prova de feiúra.
2807. Argumentum est ratio quae dubiae rei fidem faciat. [Cícero, De Partitione 5, adaptado] Um argumento é um raciocínio que dá credibilidade a uma coisa duvidosa.
2808. Argumentum ex concesso. Um argumento baseado nos pontos com que o adversário já concordou.
2809. Argumentum ex silentio. Uma comprovação originada do silêncio.
2810. Argumentum in contrario. Um argumento em contrário.
2811. Argumentum maioris ponderis. Um argumento do maior peso.
2812. Argumentum pari. Um argumento baseado em semelhança.
2813. Argumentum pessimi turba est. [Sêneca, De Vita Beata 2] A multidão é exemplo do pior.
2814. Argutos inter strepere anser olores. [Virgílio, Eclogae 9.35] Grasnar como um pato entre melodiosos cisnes. VIDE: ●Anser inter olores. ●Anseres inter olores strepunt. ●Graculus inter musas.
2814a. Arida nubila. [Virgílio, Georgica 3.197] Nuvens sem chuva. VIDE: ●Nubes sine pluvia.
2815. Arida sarmenta recreant incendia lenta. [DAPR 77] Galhos secos dão novo alento a incêndios quase extintos. ■Quanto mais seca a madeira, mais arde.
2816. Aries nutricationis mercedem persolvit. [Menandro / Erasmo, Adagia 2.5.92] O carneiro paga assim a comida que lhe deste. ■Cria corvos, tirar-te-ão os olhos. ■Por bem fazer, mal haver. VIDE: ●Pro beneficio maleficium accipio. ●Sic mercedem nutricationis aries solvit.
2817. Arma accipere. Receber as armas. (=Ser feito cavalheiro). VIDE: ●Arma dare.
2818. Arma antiqua manus, ungues dentesque fuerunt, et lapides, et item silvarum fragmina rami, et flammae atque ignes. [Lucrécio, De Rerum Natura 5.1284] As armas antigas eram as mãos, as unhas e os dentes, bem como as pedras, pedaços de galhos das árvores, chamas e brasas.
2819. Arma armis propulsantur. Armas repelem-se com armas.
2820. Arma armis repellere licet. [Digesta 43.16.1.27] É permitido repelir as armas usando armas. VIDE: ●Nihil magis naturale quam vim vi repellere. ●Vim vi repellere licet. ●Vim vi repellere lege permititur. ●Vim vi repellere omnia iura clamant. ●Vim vi repellere omnes leges omniaque iura proclamant.
2821. Arma dare. [Jur / Black 138] Dar as armas. (=Fazer cavalheiro). VIDE: ●Arma accipere.
2821a. Arma dedere neci multos, sed crapula plures. As armas levaram muita gente à morte, mas os copos levaram mais. ■Mais homens se afogam no copo que no mar. VIDE: ●Ancipiti plus ferit ense gula. ●Crapula et gula plures moriuntur quam gladio.
2822. Arma deponimus. [Petrônio, Satiricon 109] Estamos depondo as armas.
2823. Arma ferunt pacem. As armas trazem a paz.
2824. Arma in armatos sumere iura sinunt. [Ovídio, Ars Amatoria 3.492] As leis autorizam tomar armas contra inimigos armados.
2825. Arma magis quam iura milites nosse debent. [Seybold 34] Soldados devem conhecer mais as armas que as leis.
2826. Arma nesciunt leges. As armas não conhecem leis.
2827. Arma non servant modum. [Sêneca, Hercules Furens 403] As armas não conhecem limites.
2828. Arma pacis fulcra. [Divisa da The Honorable Artillery Company, Grã-Bretanha] As armas são os sustentáculos da paz.
2829. Arma placent miseris. [Petrônio, Satiricon 119] Aos desesperados agrada tomar armas.
2829a. Arma tenenti omnia dat, qui iusta negat. [Lucano, Bellum Civile 1.347] Quem nega o que é justo, entrega tudo a quem tem armas nas mãos. (=O combatente bem sucedido não se contenta com o justo, mas exige até o injusto).
2830. Arma tuentur pacem. [Divisa] As armas guardam a paz.
2831. Arma virumque cano. [Virgílio, Eneida 1.1] Eu canto as armas e o varão. (=Camões, em Os Lusíadas, diz: As armas e os barões ... eu canto).
2832. Armat spina rosas, mella tegunt apes. [Claudiano, De Nuptiis Honorii 4.10] O espinho defende as rosas, as abelhas escondem o mel. ■Não há rosa sem espinhos, nem mel sem abelhas.
2833. Armata vis. [Digesta 43.16.3] A força armada. VIDE: ●Vis armata.
2833a. Armati terram exercent semperque recentis convectare iuvuat praedas et vivere rapto. [Virgílio, Eneida 7.748] Armados, lavram a terra, e apraz-lhes transportar sempre recentes presas, e viver do roubo. (Tradução de Nicolau Firmino).
2834. Armatus intentusque sis; neque occasioni tuae desis, neque tuam occasionem hosti des. [Tito Lívio, Ab Urbe Condita 22.39] Fica armado e atento; nem percas tua oportunidade, nem a dês ao inimigo.
2835. Armis et castris. [Cícero, De Officiis 2.84] Com armas e bagagens. (=Com todos os recursos disponíveis).
2836. Armis vicit, vitiis victus est. [Sêneca, Epistulae Morales 51.5] Venceu pelas armas; foi vencido pelos vícios.
2837. Armorum appellatione, non solum scuta et gladii et galeae, sed et fustes et lapides continentur. [Jur / Black 139] Sob o nome de armas estão incluídos não somente os escudos e as espadas, mas também os bastões e as pedras.
2838. Armorum exitus semper incerti, et timendi. [Cícero, Ad Atticum 7.3.5, adaptado] Os resultados das armas são sempre incertos e temíveis. ■A guerra, sabe-se como começa, não se sabe como termina. VIDE: ●Anceps belli casus. ●Belli exitus incertus. ●Bellorum exitus incerti. ●Dubius armorum exitus. ●Eventus belli varii. ●Fortuna belli fluxa. ●Mars dubius. ●Nusquam minus quam in bello eventus respondet. ●Varius et dubius est belli eventus.
2839. Arrectis auribus. [Virgílio, Eneida 1.152; 2.303] Com os ouvidos atentos. ■De orelhas em pé.
2840. Arrepta candela candelabrum quaeris. [Binder, Thesaurus 238] Primeiro pegas a vela, depois procuras o candelabro. ■Fazes as coisas às avessas. ■Pões o carro à frente dos bois.
2841. Arridemus ridentibus et contristat nos turba maerentium. [Sêneca, De Ira 2.5] Nós sorrimos para quem sorri, e nos entristece a multidão de aflitos. VIDE: ●Gaudere cum gaudentibus, flere cum flentibus. ●Iniustum est gaudere velle cum gaudentibus et flere non velle cum flentibus. ●Ridentibus arride. ●Ut ridentibus arrident, ita flentibus adsunt humani vultus. ●Ut ridentibus arrident, ita flentibus afflent.
2842. Arridens, umbra vita fugit citius. [Inscrição em relógio solar] Sorrindo, a vida passa mais rápido que uma sombra.
2843. Arripe ansam. Agarra a alça. ■Aproveita a ocasião.
2844. Arripe horam, ultimamque pertimeas. [Inscrição em relógio solar] Aproveita cada hora, e teme a última. ●Arripe horam, ultimam timeas.
2845. Arripias paleas, si non vult solvere nequam debitor; accipias, si miser est, paleas. [Pereira 102] Tomarás dele palhas, se o mau devedor não quer pagar; receberás em palhas, se é miserável. ■De ruim pagador, em farelos. VIDE: ●Ab improbo debitore quidvis accipe. ●Accipias paleam, si non vult solvere nequam. ●Debitor, accipias, si miser est, paleas. ●Pro veteri debito accipimus stramen avenae.
2846. Arripienda quae offeruntur. [Erasmo, Adagia 3.9.76] Deve-se pegar o que é oferecido. ■Quando te derem o bezerro, corre logo com a corda. ■Quando te derem o porquinho, corre logo com o baracinho. VIDE: ●Accipe quam primum, brevis est occasio lucri. ●Noli oblatam occasionem praetermittere. ●Quae dantur necesse est accipere. ●Statim arripienda oblata occasio lucri.
2847. Arripis quae offeruntur. [Pereira 96] Colhes o que te é oferecido.
2848. Arripiunt aurae quidquid stolidi sonat aure. [DAPR 494] Levam os ventos a bobagem que soa no ouvido. ■Entra por um ouvido e sai pelo outro.
2849. Arroganter faciunt ii qui quod ipsi nesciunt, id docent ceteros. [Lodeiro 138] Agem com arrogância os que aos outros ensinam aquilo que eles próprios desconhecem. ■Quem não sabe para si, não ponha escola. VIDE: ●Alios docere volentes, quae et ipsi nesciunt et ignorant. ●Doceat qui didicit. ●Frustra sapit qui sibi non sapit. ●Habenas ignarus non tractet. ●Quod enim ipsi experti non sunt, id docent ceteros. ●Sapiens sibi sapiat. ●Tenere qui remum nequit, navem haud regat.
2850. Arrogantia non ferenda. [Erasmo, Adagia 3.10.37] Não se deve suportar a arrogância.
2851. Arrogantia odium parit. A arrogância gera ódio. VIDE: ●Ex arrogantia odium, ex insolentia arrogantia.
2852. Ars adeo latet arte sua. [Ovídio, Metamorphoses 10.252] Sua arte esconde seu artifício.
2853. Ars adulandi. A arte de adular.
2854. Ars aemula naturae. [Apuleio, Metamorphoses 2.4] A arte é imitadora da natureza.
2855. Ars amatoria. A arte de amar. ●Ars amandi.
2856. Ars artem amat, fortuna fortem diligit. [Schottus, Adagia 623] A astúcia ama a astúcia, a sorte ama o corajoso.
2857. Ars artium. A arte das artes. (=A lógica).
2858. Ars artium et scientia scientiarum est hominem regere. [S.Gregório Nazianzeno] Governar o homem é a arte das artes e a ciência das ciências. ●Ars artium et disciplina disciplinarum est homines regere. [Gerber 11].
2859. Ars artium omnium conservatrix. A arte conservadora de todas as artes. (=A imprensa). ●Typographia ars artium omnium conservatrix.
2860. Ars artium, regimen animarum. [S.Gregório Magno, Líber Regulae Pastoralis] O governo das almas é a arte das artes.
2861. Ars casum simulet. [Ovídio, Ars Amatoria 3.155] Que a arte simule casualidade.
2862. Ars cogitandi. A arte de pensar. (=Lógica).
2863. Ars compensabit, quod vis tibi magna negabit. [Trench, Proverbs 150] A habilidade compensará o que a força bruta te negar. ■Mais vale jeito que força. ■Se não basta a pele de leão, põe uma de raposa. VIDE: ●Dolo pugnandum dum quis par non est armis. ●Ingenium superat vires. ●Longe antecellit viribus sollertia. ●Si aperto vincere Marte nequeas, fraude utendum. ●Si in leonina sat haud sit pelle, vulpinam adhibe. ●Pellem indue vulpis, ubi leonis deficit. ●Quo non pervenit leonis pellis, vulpina assuenda est. ●Quod nequis Marte, utere arte. ●Si leonina non sufficit, vulpina assuenda. ●Si leonina pellis non satis est, assuenda est vulpina. ●Si leonina pellis non satis est, vulpina addenda. ●Si leonina pellis non sufficerit, etiam vulpinam assuito. ●Si leonina pellis non sufficit, vulpinam adhibe. ●Si leonina pellis non sufficit, vulpinam assume. ●Si negotium obiectum superare nequeas, dolo utendum. ●Si robore adversarium vincere nequeas, dolo et arte reliquias persequere. ●Sollertia capiuntur quae alioqui capi nequeant. ●Ubi deficiunt vires, astu utendum. ●Ubi leonina pellis non pertingit, assumenda est et vulpina. ●Ubi leonis pellis deficit, vulpina induenda est. ●Ubi leonis pellis deficit, vulpina insuenda est. ●Ubi leonis pellis deficit, vulpinam induendam esse. ●Virtute quod non possis, blanditia auferas. ●Vulpina pellis assuenda, si leonina non sufficit.
2864. Ars deluditur arte. [Dionísio Catão, Disticha 1.26] Um artifício se vence com outro. ■A ruim, ruim e meio. VIDE: ●Arte deluditur ars. ●Contra vulpem vulpinandum. ●Cum vulpe vulpinandum, cum Cretense, cretizandum. ●Cum vulpe vulpinari tu quoque invicem.
2865. Ars dicendi. A arte de dizer. A retórica.
2866. Ars difficilis recte rempublicam regere. [Cícero, Ad Atticum 7.25] (Era) uma arte difícil governar corretamente o país. VIDE: ●Recte rempublicam gerere.
2867. Ars discendi. A arte de aprender.
2868. Ars divitiis potior. O saber é preferível às riquezas. ■Mais vale o saber que dinheiro haver.
2869. Ars docendi. A arte de ensinar.
2870. Ars est celare artem. [Rezende 418] A arte está em ocultar a arte. (=A citação é freqüentemente atribuída a Ovídio). VIDE: ●Si latet ars, prodest; affert deprensa pudorem.
2871. Ars est ministra naturae. A arte é auxiliar da natureza.
2872. Ars est simia et imitatrix naturae. [Signoriello 223] A arte é uma copiadora e imitadora da natureza. ●Ars est simia naturae. VIDE: ●Ars imitatur naturam. ●Naturam imitatur ars.
2872a. Ars est sine arte, cuius principium est mentiri, medium laborare et finis mendicare. [E.H.Michelsen, A Manual of Quotations 24] (A alquimia) é uma arte sem arte, cujo princípio é a mentira, o meio é a canseira, e o fim, a pobreza.
2873. Ars et naturam frangere potest. [Grynaeus 370] O trabalho pode vencer até a natureza.
2874. Ars exercitio quae caret, illa perit. A arte que não se pratica, se perde. ■Batendo ferro é que se fica ferreiro. VIDE: ●Canendo musicam disces. ●Citharizando fit citharoedus. ●Dicendo dicere discunt. ●Dicere dicendo discunt. ●Fabricando fit faber. ●Fabricando fabricam disces, canendo musicam, militando militarem artem, scribendo disces scribere. ●Fit fabricando faber. ●Ire docetur eundo. ●Ne agricolam quidem aut gubernatorem disputatione sed usu fieri. ●Per varios usus artem experientia facit. ●Scribendo disces scribere. ●Scribere scribendo, dicendo dicere disces. ●Usus efficacissimus rerum omnium magister.
2875. Ars faciem dissimulata iuvat. [Ovídio, Ars Amatoria 3] O artifício disfarçado auxilia a beleza.
2876. Ars fallendi homines. A arte de enganar os homens. ●Ars fallendi potius quam regendi. [Louis-Antoine Caraccioli, De la Politique] (A política é) mais arte de enganar que de dirigir.VIDE: ●Fallendi ars.
2877. Ars fit, ubi a teneris crimen condiscitur annis. [Ovídio, Heroides 4] O crime torna-se uma arte, quando é aprendido desde a infância. VIDE: ●A teneris crimen condiscitur annis.
2878. Ars gratia artis. [Divisa da Metro-Goldwyn-Mayer] A arte pela arte.
2878a. Ars hominem format, nec sinit esse malum. [Samuel Singer, Thesaurus Proverbiorum Medii Aevi 145] O ofício forma o homem, e não deixa que ele seja mau. ■A ociosidade é a mãe de todos os vícios. ■Quem tem ofício, tem benefício. VIDE: ●Ars infortunii portus est mortalibus. ●Ars optimum viaticum. ●Diuturna quies vitiis alimenta ministrat.
2879. Ars imitatur naturam. A arte imita a natureza. ●Ars imitatio naturae. A arte é imitação da natureza. VIDE: ●Ars est simia et imitatrix naturae. ●Ars est simia naturae. ●Naturam imitatur ars. ●Omnis ars naturae imitatio est.
2880. Ars impressoria. A arte de imprimir. A tipografia. A imprensa. ●Ars imprimendi. VIDE: ●Typographia ars artium omnium conservatrix.
2881. Ars imprimendi, pulvis tormentarium, et acus nautica rerum faciem et statum in orbe terrarum mutaverunt. A imprensa, a pólvora e a bússola mudaram a face e o estado das coisas no mundo. VIDE: ●Vim et virtutem et consequentias rerum inventarum notare iuvat; quae non in aliis manifestius occurrunt, quam in illis tribus quae antiquis incognitae, et quarum primordia, licet recentia, obscura et ingloria sunt: artis nimirum imprimendi, pulveris tormentarii, et acus nauticae. Haec enim tria rerum faciem et statum in orbe terrarum mutaverunt.
2882. Ars infortunii portus est mortalibus. O ofício é, para os mortais, um abrigo contra o infortúnio. ■Quem tem ofício tem benefício. ■Quem tem ofício não morre de fome. ■A fome chega à porta do oficial, mas não ousa entrar. VIDE: ●Ars ipsa inopiae portus est mortalibus. ●Ars manet, ars durat; fortuna recedere curat. ●Ars optimum viaticum. ●Ars portus infelicitatis hominibus. ●Ars portus inopiae. ●Ars portus miseriae. ●Artem quaevis alit terra. ●Artifex fructu artis suae fruitur. ●Disce aliquid, nam cum subito Fortuna recessit, ars remanet vitamque hominis non deserit unquam. ●Fac sapias et liber eris. ●Omnis terra alit peritum. ●Portus infelicitatis ars est mortalibus. ●Portus miseriae ars. ●Quaevis regio alit artem. ●Quaevis terra alit artes. ●Quaevis terra alit artem. ●Quaevis terra alit artificem. ●Res valet, ars praestat; si res perit, ars mihi restat. ●Sapiens non eget. ●Sapienti quaevis terra patria. ●Sua cuique ars pro viatico est. ●Unicum confugium in egestate ars est. ●Viro sapienti omnis terra est calcabilis.
2883. Ars inveniendi adolescit cum inventis. [Bacon, Advancement of Learning 2.14.3] A arte de inventar se desenvolve com os próprios inventos.
2884. Ars ipsa inopiae portus est mortalibus. [Grynaeus 368] O ofício é para os mortais o abrigo contra a pobreza. ■Quem tem ofício tem benefício. ■Quem tem ofício não morre de fome. ■Quem sabe ofício não morre de fome. VIDE: ●Ars infortunii portus est mortalibus.
2885. Ars litigandi. A arte de pleitear em juízo.
2886. Ars longa, vita brevis. [Hipócrates, Aforismos 1.1 / Rezende 420] A arte (da medicina) é vasta, mas a vida (do paciente e do médico) é breve. (=Emprega-se a expressão com o significado de que sempre há algo que precisamos aprender) ■Aprende-se até morrer. VIDE: ●Discenti assidue multa, senecta venit. ●Vita brevis, ars longa, occasio praeceps, experimentum periculosum, iudicium difficile. ●Vitam brevem esse, longam artem.
2887. Ars manet, ars durat; fortuna recedere curat. [Gaal 1312] O saber é permanente, o saber é duradouro; a sorte procura ir embora. ■Quem tem ofício tem benefício. ■Quem tem ofício não morre de fome. VIDE: ●Ars infortunii portus est mortalibus. ●Ars optimum viaticum.
2888. Ars moriendi. A arte de morrer.
2889. Ars neminem gravat. ■O saber não pesa na cabeça.
2890. Ars non ea est, quae casu ad effectum venit. [Publílio Siro] Não é arte o que resulta do acaso.
2890a. Ars non est maior quam bene posse mori. Não há sabedoria maior do que poder morrer bem.
2891. Ars non est veste cognoscenda. A profissão não pode ser reconhecida pela roupa. ■O hábito não faz o monge. ■Pelas obras, e não pelo vestido, é o homem conhecido. ■As aparências enganam. VIDE: ●Barba non facit philosophum. ●Barba non facit philosophum, neque vile gerere pallium. ●Cucullus non facit monachum. ●Cuculla non facit monachum. ●Cute sub agnina latet mens saepe lupina. ●Habitu similes, virtute impares. ●Habitus non facit monachum. ●In barba non iacet sapientia. ●In vestimentis non est sapientia mentis. ●Lupus cucullo indutus nihilominus ovibus insidiatur. ●Monachum non faciat habitus, sed professio regularis. ●Non coquus semper, cui longus culter adhaeret. ●Non habitus monachum reddit. ●Non omnes qui habent citharam sunt citharoedi. ●Non omnes sancti qui calcant limina templi. ●Non tonsura facit monachum. ●Non tonsura facit monachum, nec horrida vestis. ●Numquid cucullus et rasura faciunt monachum? ●Philosophum non facit barba. ●Saepe tegit nequam lata cuculla caput. ●Si philosophum oporteat ex barba metiri, hircos primam laudem ablaturos. ●Vestimenta pium non faciunt monachum. ●Video barbam et pallium; philosophum nondum video.
2892. Ars non habet inimicum nisi ignorantem. Só o ignorante é inimigo do saber. ■Quem não sabe arte não na estima. [Camões, Os Lusíadas, Canto 5] ●Ars neminem habet inimicum, praeter ignorantem. ●Ars non habet osorem nisi ignorantem. [Pensées du Comte d'Oxenstirn 213] VIDE: ●Artem non odit nisi ignarus. ●Doctrinae cultus nemo spernit nisi stultus. ●Nisi ignorantes, ars osorem non habet. ●Nulla ars habet osorem nisi ignorantem. ●Scientia non habet inimicum praeter ignorantem.
2893. Ars optimum viaticum. [Binder, Thesaurus 243] O ofício é a melhor provisão de viagem. ■Quem tem arte, vai para toda parte. ■Quem tem ofício, tem benefício. ■Quem tem ofício, não morre de fome. ■O oficial tem ofício e al. VIDE: ●Ars hominem format, nec sinit esse malum. ●Ars portus inopiae. ●Ars portus miseriae. ●Ars portus infelicitatis hominibus. ●Ars sua cuique pro viatico est. ●Artem quaevis alit terra. ●Unicum confugium in egestate ars est.
2893a. Ars perficit Naturam. [Seybold 35] A arte completa a natureza.
2894. Ars pictoris, aut sculptoris, externa tantum pingit, exprimit: de corde nihil curat; sic hypocrisis, blanditur oculis. [Ivo Parisino / Bernardes, Nova Floresta 1.14] A pintura, como a escultura, representa e exprime apenas o exterior: não se preocupa com o coração; assim também a hipocrisia, que seduz os olhos.
2895. Ars portus inopiae. [Grynaeus 369] O ofício é o abrigo contra a pobreza. ■Quem tem ofício, tem benefício. ■Quem tem ofício, não morre de fome. ●Ars portus miseriae. [Pereira 120] ●Ars portus infelicitatis hominibus. [Schottus, Adagia 615] O ofício, para os homens, é o abrigo contra a infelicidade. VIDE: ●Ars ipsa inopiae portus est mortalibus. ●Ars optimum viaticum. ●Ars sua cuique pro viatico est. ●Artem qui sequitur, raro pauper reperitur. ●Artem scruteris, quamvis opulentus haberis. ●Artes optimum viaticum. ●Disce aliquid, nam cum subito Fortuna recessit, ars remanet vitamque hominis non deserit unquam. ●Portus miseriae ars. ●Unicum confugium in egestate ars est.
2896. Ars praedicandi. A arte de pregar (o Evangelho).
2897. Ars prima regni est posse invidiam pati. [Sêneca, Hercules Furens 353] A principal habilidade do governar é poder suportar a inveja. ●Ars prima regni posse invidiam pati. [Seybold 35].
2898. Ars quippe ipsa bene recteque vivendi virtus a veteribus definita est. [Varrão / Agostinho, De Civitate Dei 4.21.1] A virtude foi definida pelos antigos como a própria arte de viver bem e corretamente.
2899. Ars, scientia, veritas. [Divisa] Arte, conhecimento, verdade. VIDE: ●Artes, scientiae, veritas.
2900. Ars scribendi, legendi, numerandi. Escrever, ler e contar.
2901. Ars sine scientia esse non potest. A prática sem o conhecimento não pode existir. ●Ars sine scientia nihil. A arte sem a ciência não é nada.
2902. Ars sterilis. [Binder, Thesaurus 244] O conhecimento inútil.
2903. Ars sua cuique pro viatico est. [Ballagi Mór, Magyar Példabeszédek 5256] O ofício vale uma provisão de viagem. ■A fome chega à porta do oficial, mas não ousa entrar. ■Quem tem arte, vai para toda parte. ■Quem tem ofício, não morre de fome. ■Quem tem ofício, tem benefício. VIDE: ●Ars optimum viaticum. ●Ars portus infelicitatis hominibus. ●Ars portus inopiae. ●Ars portus miseriae. ●Artem quaevis alit regio. ●Artem quaevis alit terra. ●Artes quaevis alit regio. ●Quaevis terra alit artificem. ●Res valet, ars praestat; si res perit, ars mihi restat. ●Sapiens non eget. ●Unicum confugium in egestate ars est.
2904. Ars varia vulpi, ast una echino maxima. [Arquíloco / Manúcio, Adagia 197] A raposa tem várias artes, mas o ouriço tem uma única, que é a maior de todas. (=Enquanto a raposa usa de muitos artifícios para fugir ao inimigo, o ouriço se fecha e expõe os espinhos). ■Muitas coisas sabe a raposa, e o ouriço-cacheiro uma só. VIDE: ●Multa novit vulpes, verum echinus unum magnum. ●Multa novit vulpes, sed erinaceus unum magnum. ●Scit multa vulpes, magnum echinus unicum.
2905. Ars vincit naturam. A arte vence a natureza.
2906. Arte cadunt turres, arte levatur onus. [Medina 611] Pelo esforço caem as torres, pelo esforço se levanta o fardo. ■O trabalho tudo vence.
2907. Arte deluditur ars. [DAPR 587] Um artifício se vence com outro. ■A ruim, ruim e meio. VIDE: ●Ars deluditur arte. ●Cum vulpe vulpinandum, cum Cretense, cretizandum. ●Vulpinari cum vulpibus.
2908. Arte et marte. [Divisa] Com habilidade e luta.
2909. Arte etenim faber lignarius longe praestantior, quam viribus. [Homero, Ilíada 23.315] O lenhador se distingue muito mais pela sua habilidade do que pela sua força.
2910. Arte magistra. [Virgílio, Eneida 8.442] Com a arte como mestra.
2911. Arte mira mortalium temperat horas. [Inscrição em relógio solar] Por um artifício maravilhoso, (o relógio) organiza as horas dos mortais.
2912. Arte, non vi. [Divisa] Usando arte, não força. VIDE: ●Non vi, sed ingenio et arte.
2913. Arte perennat amor. [Ovídio, Ars Amatoria 3.42] Com arte o amor se torna duradouro.
2914. Arte periit sua. Morreu por sua própria ação. ■Caiu no laço que armou. VIDE: ●Faber compedes, quas fecit, ipse gerit. ●In auctorem mali saepe recidit malum. ●Incidit in foveam quam fecit. ●Nemo laeditur nisi a seipso. ●Nostris ipsorum alis capimur. ●Proprio baculo se percutit. ●Sibi quisque peccat.
2915. Arte pugnandum est, et adhibenda quae prosunt. [Quintiliano, Institutio Oratoria 2.29] Deve-se lutar com cautela e devem ser aproveitadas as oportunidades.
2916. Artem arte ludere. [Medina 611] Vencer um artifício usando outro artifício. ■A cautelas, cautelas maiores. VIDE: ●Clavum clavo, paxillum paxillo pepulisti. ●Fallacia alia aliam trudit. ●Fallite fallentes. ●Fidem violanti fidem non servanda. ●Malo nodo, malus quaerendus cuneus.
2917. Artem magnificant, artificem notant. [Tertuliano, De Spectaculis 22.3] Enaltecem a arte, mas condenam o artista.
2918. Artem non odit nisi ignarus. Só o ignorante odeia o saber. ■Quem não sabe arte não na estima. [Camões, Os Lusíadas, Canto V] VIDE: ●Ars non habet inimicum nisi ignorantem. ●Doctrinae cultus nemo spernit nisi stultus. ●Nisi ignorantes, ars osorem non habet. ●Scientia non habet inimicum praeter ignorantem. ●Scientia non habet inimicum nisi ignorantem.
2919. Artem quae Graecos latuit latuitque Latinos, Germani sollers extudit ingenium. Nunc quidquid veteres sapiunt, sapiuntque recentes, non sibi, sed populis omnibus id sapiunt. [Inscrição na estátua de Gutenberg, em Mogúncia / Rezende 423] A inteligência engenhosa de um alemão produziu uma arte que era desconhecida dos gregos e dos latinos. Agora, tudo que os antigos sabiam e que sabem os contemporânos, sabem, não só para si, mas para todos os povos.
2920. Artem quaevis alit terra. [Erasmo, Adagia 1.7.33] Qualquer terra alimenta o artesão. ■Quem tem ofício, não morre de fome. ■Quem tem arte, vai para toda parte. ■A fome chega à porta do oficial, mas não ousa entrar. ●Artem quaevis alit regio. [Pereira 120] VIDE: ●Ars optimum viaticum. ●Artes quaevis alit regio. ●Quaevis terra alit artificem. ●Res valet, ars praestat; si res perit, ars mihi restat. ●Sapiens non eget. ●Unicum confugium in egestate ars est.
2920a. Artem quam quisque novit, exerceat. Cada um exerça a profissão que conhece.
2921. Artem qui sequitur, raro pauper reperitur. [Eiselein 403; DAPR 494] Quem segue um ofício, raramente se encontra pobre. ■Quem tem ofício tem benefício. ■Quem tem arte vive em toda parte. ■Quem tem ofício, não morre de fome. VIDE: ●Ars portus inopiae ●Ars portus miseriae. ●Artem quaevis alit terra. ●Honos alit artes.
2922. Artem scruteris, quamvis opulentus haberis. [Binder, Thesaurus 246] Procurarás um ofício, por mais opulento que te consideres. ■Quem tem ofício tem benefício. ■Quem tem ofício não morre de fome. ■Quem tem arte vai para toda parte. VIDE: ●Ars portus inopiae. ●Ars portus miseriae. ●Ars portus infelicitatis hominibus.
2923. Artes aliis aliae. [Grynaeus 190] Pessoas diferentes têm habilidades diferentes. ■Cada um tem seu modo de catar pulgas.
2923a. Artes bonorum fontes. [Seybold 35] Os ofícios são fontes de riqueza.
2924. Artes discere vult pecuniosas. [Marcial, Epigrammata 5.56.8] Ele quer aprender um ofício lucrativo.
2925. Artes discuntur peccando. [Binder, Thesaurus 247] É errando que se adquire o conhecimento. ■Errando, aprende-se.
2926. Artes honorabit. [Divisa] Ele engrandecerá as artes.
2927. Artes ingenuae. As artes liberais. (=Os conhecimentos que convêm ao homem livre).
2927a. Artes optimum viaticum. [Seybold 35] O ofício é a melhor provisão de viagem. ■Quem tem arte, vai para toda parte.
2928. Artes quaevis alit regio. [Grynaeus 368] Qualquer terra alimenta o artesão. ■Quem tem ofício, não morre de fome. ■Quem tem arte, vai para toda parte. ■A fome chega à porta do oficial, mas não ousa entrar. VIDE: ●Artem quaevis alit terra. ●Artem quaevis alit regio.
2929. Artes, scientiae, veritas. [Divisa] Artes, Ciências, Verdade. ●Artes. Scientia. Veritas. [Divisa da Universidade de Michigan, USA] Artes, Conhecimento, Verdade. VIDE: ●Ars, scientia, veritas.
2930. Artes serviunt vitae, sapientia imperat. [Sêneca, Epistulae Morales 85.32] As artes servem à vida, a sabedoria a governa.
2931. Artes virtutis sunt magistrae. [Rezende 425] As artes são as mestras da virtude.
2932. Artibus immensis urbs fulget Massiliensis. [Divisa da cidade de Marselha, França] A cidade de Marselha resplandece por suas imensas indústrias.
2933. Artibus ingenuis quaesita est gloria multis. [Ovídio, Ex Ponto 2.7.47] Muita gente procurou a glória nas artes liberais.
2934. Articulo mortis. [Jur / Black 146] No instante da morte. VIDE: ●In articulo mortis.
2935. Artifex enim agit propter indigentiam suam, sicut domificator facit domum, ut in ipsa quiescat. [S.Tomás de Aquino, Super Epistolam ad Hebraeos 4.1] O artesão trabalha para atender à sua necessidade, do mesmo modo que o pedreiro faz a casa para morar nela.
2936. Artifex fructu artis suae fruitur. [Sêneca, Epitulae 1.9.7] O artesão desfruta do produto de sua arte. ■Quem tem ofício não morre de fome. ■Quem tem ofício tem benefício. VIDE: ●Sua cuique ars pro viatico est.
2937. Artifex mundi. O construtor do mundo. ●Artifex mundi Deus. Deus é o criador do mundo. VIDE: ● Non quaeram quis sit istius artifex mundi?
2938. Artificem commendat opus. [Binder, Thesaurus 250] A obra recomenda o artista. ■Pela obra se conhece o obreiro. ●Artificem commendat opus, non grandia verba. É a obra que recomenda o artista, não palavras pomposas. ●Artificem commendat opus, non propria lingua; sola loquatur in hoc, ore tacente, manus. [Petrus Abelardus, Carmen ad Astralabium 341] É a obra que gaba o artista, não a própria língua; fale a mão, cale-se a língua. VIDE: ●Opus comendat artificem.
2939. Artifices qui facit usus adest. [Ovídio, Ars Amatoria 2.676] É a experiência que faz os artistas.
2940. Artificia docet fames. A fome ensina artes. ■Não há melhor mestra do que a necessidade e a pobreza. ■A necessidade é mestra. ●Artificia docuit fames. [Sêneca, Epistulae Morales 15.7] A fome ensinou artimanhas. VIDE: ●Etiam stultis acuit ingenium fames. ●Fames artium magistra. ●Fames magistra. ●Res plurimas magister edocet fames.
2941. Artificia forensia. Artifícios usados nas lides forenses. VIDE: ●Doli forenses. ●Stratagemata forensia.
2942. Artificis naturae ingens opus aspice. [Virgílio, Aetna 601] Observa a imensa obra da artista Natureza.
2943. Artis magistra necessitas. [Riley 27] A necessidade é a mestra da arte. ■A necessidade é mãe da invenção. ●Artis et ingenii brevis est solersque magistra necessitas. A necessitade é uma professora rápida e engenhosa da arte e do telento. VIDE: ●Cuncta docet necessitas. ●Cuncta docuit necessitas. ●Durum flagellum est paedagogus ingenii. ●Durum flagellum est paedagogus ingens. ●Egestas artes docet. ●Egestas docet artes et fames artium magistra. ●Ingenium mala saepe movent. ●Mater artium est necessitas. ●Multa docet urgens in rebus egestas. ●Necessitas artis magistra. ●Necessitas magistra. ●Nullus praestantior doctor est necessitate. ●Paupertas artes omnes perdocet. ●Paupertas omnes artes perdocet, ubi quem attingit. ●Repertrix omnium artium paupertas. ●Vexatio dat intellectum.
2944. Artium baccalaureus. Bacharel em artes.
2945. Artium magister. Mestre em artes.
2946. Arx omnium gentium urbs Roma. A cidade de Roma é o refúgio de todos os povos. VIDE: ●Videor enim mihi videre hanc urbem, lucem orbis terrarum atque arcem omnium gentium, subito uno incendio concidentem,
2947. Ascendit mors per fenestram. [Vulgata, Jeremias 9.21] A morte entra pela janela.
2948. Ascensio Domini. [Do calendário católico] A Ascensão do Senhor.
2949. Ascensus ad dignitates arduus est, et per labores pervenitur ad labores maiores. [Bacon, De magistratibus et dignitatibus] A ascensão aos cargos públicos é árdua, e pelos trabalhos chega-se a trabalhos maiores.
2950. Asello fabulam narrare. [Pereira 107] Contar uma história a um asno. ■Perder o latim. VIDE: ●Asino fabulam narrabat quispiam, et ille movebat aures. ●Asino quis fabulam narrabat: ille autem aures movebat. ●Asino quis fabulam narrabat: at ille movebat aures. ●Asino fabulam. ●Canis surdo. ●Cantas surdo. ●Cum mortuo verba facit. ●Dat verba in ventos. ●Frustra canis. ●In ventum verba profertis. ●Mortuis verba das. ●Mortuo fabellam ad aures narras. ●Mortuo verba facis. ●Narrat fabellam asello surdo. ●Oleribus verba facere. ●Praecepta vana surdis auribus canere. ●Profundere verba ventis. ●Quid in ventum verba fundis? ●Surdo asello narrata est fabella. ●Tu fac ne ventis verba profundam. ●Vana surdis auribus canere. ●Ventis loqueris. ●Ventis verba das. ●Vento loqueris. ●Ventis verba profundis. ●Verba dat in ventos. ●Verba facit emortuo. ●Verba fiunt mortuo.
2951. Asini auriculas habet. Tem orelhas de burro. (=Diz-se de pessoa ridícula). VIDE: ●Auriculas asini quis non habet?
2952. Asini caput ne laves nitro. [Apostólio 14.56] Não laves a cabeça do burro com sabão. ■Quem lava focinho a burro preto, perde sabão e tempo. ●Asini caput non laves sapone. VIDE: ●Caput asini ne laves nitro. ●Nitro caput asini ne laves. ●Qui lavat asinum, perdit aquam et saponem.
2953. Asini lanam quaeris. [Manúcio, Adagia 183; DAPR 395] Buscas lã no burro. ■Buscas água em fonte seca. ■Procuras asas no burro. ●Asini vellera quaeris. [Henderson 28] VIDE: ●Ab asino lanam quaeris. ●Ab asino lanam petis. ●Ab asino lanam.
2954. Asinis pabulum auro iucundius. Aos burros, agrada mais a comida que o ouro. VIDE: ●Asinus stramen mavult quam aurum. ●Iucundius est asinis pabulum quam aurum.
2955. Asino fabulam narrabat quispiam, et ille movebat aures. Certa pessoa contava uma história ao burro, e este balançava as orelhas. ●Asino quis fabulam narrabat: ille autem aures movebat. [Apostólio 14.52] ●Asino quis fabulam narrabat: at ille movebat aures. [Schottus, Adagia 131] ●Asino fabulas narras surdo. Estás contando histórias a burro surdo. ●Asino fabulam. [Erasmo, Adagia 4.7.36] VIDE: ●Asello fabulam narrare. ●Narrat fabellam asello surdo. ●Surdo asello narrata est fabella.
2956. Asino gramen et baculus. [Manúcio, Adagia 1368] Para o burro, capim e vara. ●Asino faenum et baculus, servo panis et scutica. [Manúcio, Adagia 1368] Para o burro, feno e vara; para o servo, pão e açoite.
2957. Asino non opus est verbis, sed fustibus. [Cícero, In Calpurnium Pisonem 30] O burro não precisa de palavras, mas de varas.
2958. Asino ossa das, cani paleas. [Seybold 36] Ao asno dás ossos, ao cão, capim. ■Fazes as coisas às avessas.
2959. Asinos non curo. [Erasmo, Adagia 4.3.43] Eu não me preocupo com os burros. ■Isso nem me aquenta, nem me arrefenta. ■Não me empacho com tais frioleiras.
2960. Asino pigrior. Mais lento que um asno.
2961. Asinum asellus culpat. [DAPR 83] O burrinho critica o burro. ■Diz o asno ao mulo: tira-te daqui, orelhudo.
2962. Asinum esurientem haud flagra movent. [Schottus, Adagia 603] Açoites não assustam burro faminto. ■Estômago vazio não tem ouvidos. ■Ventre em jejum não ouve a nenhum. VIDE: ●Asinus esuriens fascem neglegit. ●Asinus esuriens fustem neglegit. ●Caecus venter verba non curat. ●Difficile est vacuo verbis imponere ventri. ●Dum satur est venter, gaudet caput inde libenter. ●Esurienti ne occurras. ●Famelico ne occurras. ●Fames et mora bilem in nasum conciunt. ●Fames non exsatiatur verbis. ●Ieiunus venter blanditiis non pascitur. ●Ieiunus venter non audit verba libenter. ●Inanis venter non audit verba libenter. ●Interpellator molestus venter. ●Latrante stomacho omnis mora bilem movet. ●Mentiri ventri nemo valet esurienti. ●Non interpellandus famelicus. ●Nulli famem expugnare cum verbis licet. ●Qui dedit consilium, ferat auxilium. ●Rore non pascitur. ●Ubi de pastu agitur, non attenditur rectae rationi. ●Venter caecus verba non curat. ●Venter famelicus auriculis caret. ●Venter aures non habet. ●Venter auribus caret. ●Venter caret auribus.
2963. Asinum sub freno currere doces. [Erasmo, Adagia 1.4.40] Ensinas o asno a correr sob freio. (=Fazes trabalho inútil). VIDE: ●Infelix, operam perdas, ut si quis asellum in campo doceat parentem currere frenis.
2964. Asinum tondes. [Erasmo, Adagia 1.4.80] Tosquias um burro. ■Malhas em ferro frio.
2965. Asinus ad lapidem non bis offendit eumdem. [Julius Wegeler, Philosophia Patrum 70] Burro não tropeça duas vezes na mesma pedra. ■Só o tolo cai duas vezes no mesmo buraco. VIDE: ●Bis peccare in eodem haud sapientis est viri. ●Citharoedus ridetur, chorda qui semper oberrat eadem. ●Error hesternus sit tibi doctor hodiernus. ●Improbe Neptunum accusat, qui iterum naufragium facit. ●Lapsus ubi semel sis, sit tua culpa, si iterum cecideris. ●Neque me patiar iterum ad unum scopulum offendere. ●Non bis ad eumdem lapidem offendere. ●Non iterum vulpes laqueis capitur. ●Perpende lapsum, ut evites relapsum. ●Qui sapit, non iterum ad eumdem offendit lapidem. ●Quisquis bis naufragium faciet, frustra Neptunum accusat. ●Sapientis haud est bis in eodem lapide labi. ●Semel vulpes in laqueum, at non denuo vulpes in laqueum. ●Tua culpa ad eumdem lapidem bis offenderes. ●Turpe est eumdem bis ad lapidem impingere. ●Turpe est idem saxum ferire saepius. ●Vulpecula denuo non capitur laqueo. ●Vulpes quae semel effugerit laqueos, non capitur iterum.
2966. Asinus ad lyram. [Aulo Gélio, Noctes Atticae 3.16] Um asno diante da lira. (=Diz-se pessoa ignorante). ■Está como o burro diante do palácio. ■Burro não entende música. ●Asinus ad tibiam. [Erasmo, Adagia 4.1.47] Um asno diante da flauta. VIDE: ●Asinus es ad lyram, aures motitans. ●Asinus lyrae auscultator. VIDE: ●Sus ad Minervam.
2967. Asinus ad tegulas. Um burro no telhado. (=Um indivíduo ignorante numa posição elevada. Uma coisa espantosa). VIDE: ●Asinus in tegulis. ●Cum asinus in tegulis ascenderit. ●Si ascenderit asinus per scalas.
2968. Asinus asellum culpat. [Bebel, Adagia Germanica] O burro repreende o burrinho. (=Um ignorante difama outro).
2969. Asinus asino, et sus sui pulcher. [Erasmo, Adagia 4.10.64] Um burro é bonito para outro burro, e um porco para outro porco. ■Quem ama o feio, bonito lhe parece. ■Coruja não acha os filhos feios. ●Asinus asino pulcherrimus. [DAPR 84] Para um burro outro burro é muito bonito. ●Asinus asino pulcher. ●Asinus asino, sus sui pulcher, et suum cuique pulchrum. Um burro é bonito para outro burro, um porco para outro porco, e cada um acha bonito o que é seu. VIDE: ●Nemo non formosus filius matri. ●Noctuae pullus suus pulcherrimus. ●Omnis cornix amat suos pullos. ●Quaelibet vulpes caudam suam laudat. ●Sus sui pulcher.
2970. Asinus asinum fricat. [DAPR 85] ■Um burro coça outro. (=Diz-se de pessoas que se elogiam mutuamente). VIDE: ●Muli mutuum scabunt. ●Mulus mulum scabit. ●Mutuum muli scabunt. ●Tonsor tonsorem radit.
2971. Asinus asinum non prehendit. [Grynaeus 651] Um burro não agarra outro.
2972. Asinus aurem movens. [Suidas] O burro está balançando a orelha. (=Diz-se da pessoa estupefata).
2973. Asinus balneatoris. [Grynaeus 333] O asno do balneário. (=É o asno que leva lenha para aquecer a água dos banhos: trabalha, mas não participa do prazer). ■Asno de Arcádia, cheio de ouro e come palha. ■O sino chama para a missa, mas não vai a ela. VIDE: ●Balneatoris asinus.
2974. Asinus es ad lyram, aures motitans. [Luciano / Schottus, Adagia 131] És como um burro diante de uma lira, sacudindo as orelhas. ■Estás como o burro diante do palácio. VIDE: ●Asinus ad lyram. ●Asinus ad tibiam. ●Asinus lyrae auscultator.
2975. Asinus esuriens fustem neglegit. [Erasmo, Adagia 2.7.48] Burro faminto ignora a vara. ■Estômago vazio não tem ouvidos. ■Ventre em jejum não ouve a nenhum. ●Asinus esuriens fascem neglegit. [Medina 620] VIDE: ●Asinum esurientem haud flagra movent.
2976. Asinus gestat mysteria. [Apostólio 14.50] O burro carrega os objetos sagrados. (=Um homem rude possuidor de objetos valiosos). ●Asinus ferens mysteria. VIDE: ●Asinus portans mysteria.
2977. Asinus in cathedra. É um burro na cátedra. (=Um indivíduo ignorante que quer ensinar aos outros). ●Asinus in scamno se vult similare magistro. Um burro na cátedra quer passar por mestre.
2978. Asinus in pelle leonis. [Luciano / Binder, Thesaurus 259] É um asno em pele de leão. (=Diz-se de pessoa que afeta mais poder do que realmente tem). ■Muita fumaça, pouco fogo. ■Por fora, casquete de veludo; por dentro, miolos de burro.
2979. Asinus in tegulis. [Petrônio, Satiricon 63.2] Um burro no telhado. (=Uma coisa espantosa. Uma mágica). VIDE: ●Asinus ad tegulas. ●Cum asinus in tegulis ascenderit. ●Si ascenderit asinus per scalas.
2980. Asinus inter simias. [Erasmo, Adagia 1.5.41] Um burro entre macacos. (=Diz-se de pessoa ingênua entre pessoas expertas). ■Um estranho no ninho. ■Um cordeiro entre lobos. ●Asinus inter apes. [Erasmo, Adagia 1.5.42] Um burro entre abelhas. VIDE: ●Noctua inter cornices.
2981. Asinus lyrae auscultator. [Manúcio, Adagia 172] (É como) um burro que ouve a lira. ■Está como o burro diante do palácio. ■Burro não entende música. VIDE: ●Asinus ad lyram. ●Asinus ad tibiam. ●Asinus es ad lyram, aures motitans.
2982. Asinus lyrae cantum audit, non intellegit. [Rezende 438] O burro ouve o canto da lira, mas não compreende.
2983. Asinus portans mysteria. [Erasmo, Adagia 2.2.4] O burro carregando os objetos sagrados. VIDE: ●Asinus ferens mysteria. ●Asinus gestat mysteria.
2983a. Asinus rudit, bos mugit, canis latrat, equus hinnit, haedus vagit, leo rugit, porcus grunnit. [B.H.Kennedy, Palaestra Latina 55] O burro zurra, o boi muge, o cão ladra, o cavalo relincha, o cabrito bale, o leão ruge, o porco grunhe.
2984. Asinus stramenta mavult quam aurum. [Erasmo, Adagia 4.8.38] O burro prefere o feno ao ouro. ●Asinus stramen mavult quam aurum. ●Asinus stramina magis optat quam divitias. [Albertatius 141] ●Asinus magis stramina vult quam aurum. [Polydorus, Adagia] VIDE: ●Asinis pabulum auro iucundius.
2985. Asinus volans. É um burro voando. (=É um absurdo). ■Isso não existe!
2985a. Aspectu nascitur amor. O amor nasce do olhar. ■O amor entra pelos olhos. ■Olhos que vêem, coração que deseja. VIDE: ●Ex aspectu nascitur amor.
2986. Asper equus duris contunditur ora lupatis. [Ovídio, Amores 1.2.15] O cavalo rebelde se fere com o duro freio dourado.
2987. Aspera ad virtutem via multos territat. [Schrevelius 1170] O difícil caminho que leva à virtude assusta a muitos.
2988. Aspera perpessu fiunt iucunda relatu. [Dionísio Catão, Monostica, Anexo 32] As coisas duras de suportar são agradáveis de contar. ■Aflições passadas são fáceis de contar. ■O que foi duro de passar é doce de lembrar.
2989. Aspera portet apum qui dulcia sugat earum. Que agüente as picadas das abelhas quem suga o mel delas. ■Quem chuchou a carne, que roa o osso.
2990. Aspera quidem primum ad eruditionem via est, sed postea fit plana. [Schrevelius 1171] No início, o caminho que leva ao saber é acidentado, mas depois fica plano.
2991. Aspera vita, sed salubris. [Erasmo, Adagia 3.10.27] Uma vida dura, mas sadia.
2992. Aspera vox 'ite', sed vox est blanda 'venite'. [Trench, Proverbs 150] ‘Ide’ é palavra dura, mas ‘vinde’ é palavra suave.
2992a. Asperae facetiae, ubi nimis ex vero traxerunt, acre sui memoriam relinquunt. [Tácito, Annales 15.68, adaptado] Chistes ásperos, quando copiam muito da realidade, deixam atrás de si ressentimento.
2993. Asperitas odium movet. [Binder, Thesaurus 264] Grosseria provoca ódio. ■Mais fere a má palavra que a espada afiada. ●Asperitas odium saevaque bella movet. [Ovídio, Ars Amatoria 2.146] A grosseria provoca ódio e brigas terríveis. VIDE: ●Iniuriae plus in maledicto est quam in manu.
2994. Asperius nihil est humili, cum surgit in altum. [Claudiano, In Eutropium 1.181] Nada há mais intratável que o humilde elevado a alta posição. ■Quando o vilão vai de mulo, não conhece a Deus nem o mundo. ■Viu-se o demo em socos, e quis pisar os outros. ■Queres conhecer o vilão? Dá-lhe o bastão. ■Quem nunca comeu melado, quando come, se lambuza. VIDE: ●Corde stat inflato, pauper honore dato. ●Cum surgunt miseri, nolunt miseris misereri. ●Deterius nihil est humili, cum surgit in altum. ●Fiunt Nerones miseri facti locupletes. ●Honores mutant mores. ●Nec quicquam insipiente fortunato intolerabilius fieri potest. ●Nihil humili peius, cum se sors ampliat eius. ●Nihil superbius paupere, dum surgit in altum. ●Nulla novacula tam duriter radit, quam cum vir sordidus consequitur sublime ministerium. ●Paupere ditato nil acrius esse putato. ●Principatus virum ostendit. ●Purpura indutus pauper, sui ipsius saepe immemor est. ●Quo plus superstat fatuus, eo stultior exstat.
2995. Aspersis gaudet Amor lacrimis. [Propércio, Elegiae 1.12.13] O deus Amor sente prazer ao ver lágrimas derramadas.
2996. Aspice caelum! Olha o céu! VIDE: ●Suspice caelum, et numera stellas, si potes.
2997. Aspice et abi! [Inscrição em relógio solar] Olha-me e vai embora!
2998. Aspice me. [Inscrição em relógio solar] Olha para mim.
2999. Aspice me, cui parva domi fortuna relicta est. [Juvenal, Elegiae 2.34.55] Vê minha situação: foi-me deixada apenas uma pequena herança.
3000. Aspice quid faciant commercia! [Juvenal, Satirae 2.166] Vê o que fazem as companhias!