DICIONÁRIO DE EXPRESSÕES E FRASES LATINAS

Compilado por HENERIK KOCHER

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N7: 1201-1400

1201. Neque vetustate minui mala, nec fieri praemeditata leviora. [Cícero, Tusculanae Disputationes 3.15] Os males não são diminuídos pelo tempo, nem se tornam mais suaves por terem sido previstos.

1202. Neque vitiatur utilis (stipulatio) per hanc inutilem. [Digesta 45.1.1.5] E a cláusula útil não deve ser viciada pela inútil. VIDE: Utile per inutile non vitiatur. Utile non debet per inutile vitiari.

1203. Nequeo quin fleam. [Plauto, Miles Gloriosus 1341] Não posso conter as lágrimas.

1204. Nequicquam, mare, subterfugi a tuis tempestatibus. [Plauto, Mercator 195] Em vão, ó mar, escapei a tuas tempestades.

1205. Nequicquam sapere sapientem, qui ipse sibi prodesse non quiret. [Ênio / Cícero, De Officiis 3.63] Em vão saberá o sábio que não puder ser útil a si mesmo. VIDE: Qui ipse sibi sapiens prodesse non quit, nequidquam sapit.

1206. Nequicquam sapit qui sibi non sapit. [Erasmo, Adagia 1.6.20] Em vão sabe quem não sabe para si. Nequicquam sapit qui sibi nihil sapit. VIDE: Frustra sapit qui sibi non sapit. Frustra sapiens qui sibi non sapit. Non est sapiens qui sibi non est.

1207. Nequitia est quae te non sinit esse senem. [Ovídio, Fasti 1.430] É a tua maldade que não te deixa ficar velho.

1208. Nequitia poena maxima ipsamet sui est. [Publílio Siro] A maldade é a maior punição de si mesma. O castigo do vício é o próprio vício. Nequitia ipsa est poena sui. [DM 64] A maldade é sua própria punição. VIDE: Maxima est enim factae iniuriae poena, fecisse.

1209. Nequitiam in sinu condit. Esconde maldade no coração. Cara de beato, unhas de gato. VIDE: Blandissimi adulatores et mordacissimi detractores. Sub pelle ovina vulpes latet.

1210. Nervi et artus sapientiae sunt non temere credere. [Rezende 3936] Os nervos e as articulações da sabedoria estão em não acreditar sem reflexão. Nervos atque artus sapientiae esse non temere credere. [Cícero, Commentariolum Petitionis 10]

1211. Nervis omnibus. Com todas as forças.

1212. Nervos belli pecuniam infinitam. [Cícero, Phillipicae 5.5] O dinheiro infinito são os nervos da guerra. O dinheiro é o nervo da guerra. Sem dinheiro de contado não há soldado. Nervus belli pecunia. Nervi bellorum pecunia. [DAPR 328] Nervi belli argentum est. [Schrevelius 1184] VIDE: Pecunia nervus belli. Pecuniae belli civilis sunt nervi.

1213. Nervus gerendarum rerum pecunia. [Rezende 3935] O dinheiro é o nervo dos negócios. Nervi gerendarum rerum pecunia. Sem dinheiro, nada se alcança. VIDE: Pecunia est nervus rerum gerendarum. O dinheiro é a força propulsora das ações a serem realizadas

1214. Nervus probandi. [Jur] O nervo da comprovação. (=O ponto decisivo da prova).

1215. Nervus rerum. O nervo das coisas. (=O dinheiro). Nervus rerum gerendarum. O nervo dos negócios.

1216. Nescia mens hominum fati sortisque futurae. [Virgílio, Eneida 10.501] Ignora a mente humana o destino e a sorte futura. Ninguém sabe o que há de vir. VIDE: Mens hominum ignara, caeca futuri. Nemini, dum vivit, dicere licet: hoc non patiar.

1217. Nescias quid optes, aut quid fugias: ita ludit dies. [Publílio Siro] Não se sabe o que buscar ou o que evitar: a vida brinca assim.

1218. Nesciat sinistra tua quid faciat dextera tua. [Vulgata, Mateus 6.3] Não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita. Nesciat sinistra quod faciat dextera tua. [Mota 133] Nesciat manus dextra quid faciat sinistra. [Henderson 257] Não saiba a mão direita o que faz a esquerda. VIDE: Dextera quid faciat, fas est nescire sinistram. Te autem faciente eleemosynam, nesciat sinistra tua quod faciat dextera tua.

1219. Nesciebamus semel unum singulum esse. [Varrão, Satirae Menippeae] Eu não sabia nem que uma vez um dava um. VIDE: Semel unum singulum est.

1220. Nescimus quid serus vesper vehat. [Seybold 218] Não sabemos o que trará o cair da noite. Ninguém sabe do porvir. Ainda não se acabou o dia de hoje. VIDE: Nescis quid serus vesper vehat. Nescis quod serus vesper vehat. Nescis quid vesper serus trahat. Quid vesper ferat incertum est. Quid vesper vehat incertum est.

1221. Nescio an vincere possimus; vinci non possumus. [Sêneca Retórico, Suasoriae 2.2] Não sei se podemos vencer; não podemos ser vencidos.

1222. Nescio, dolendum an erubescendum sit. [Tertuliano, De Fuga in Persecusione 13.5] Não sei se se deve lastimar-se, ou envergonhar-se. Nescio an dolendum an erubescendum sit. [Rezende 3938]

1223. Nescio, nec me pudet, ut istos, fateri nescire, quod nesciam. [Cícero, Tusculanae Disputationes 1.15] Não sei, e não me envergonho, como eles, de confessar que não sei o que não sei.

1224. Nescio qua depravatione naturae aures divitum delicatae gratius acceptant mendacis linguae blanditias quam aperte testimonium veritatis. [VES 31] Não sei por que defeito da natureza os ouvidos delicados dos ricos recebem com mais satisfação as lisonjas da língua mentirosa do que o sincero testemunho da verdade.

1225. Nescio qua natale solum dulcedine cunctos ducit, et immemores non sinit esse sui. [Ovídio, Ex Ponto 1.3.35] Não sei com que doçura a terra natal nos prende a todos e não deixa que nos esqueçamos dela. Passarinho que n’água se cria sempre por ela pia. VIDE: Caespite natali quilibet optat ali. Patriae fumus igni alieno luculentior. Sua cuique patria iucundissima.

1226. Nescio quid agitat, cum bonum imitatur malus. [Publílio Siro] Não sei que intenção tem o mau, quando imita o bom. Nescio quid cogitat, cum bonum imitatur malus. Não sei o que pensa o mau, quando imita o bom.

1227. Nescio quid crocites. [Schottus, Adagia 506] Não sei o que estás grasnando.

1228. Nescio quid maius nascitur Iliade. [Propércio, Elegiae 2.34b,42] Está nascendo algo maior que a Ilíada. (=Refere-se à Eneida).

1229. Nescio quo modo bonae mentis soror est paupertas. [Petrônio, Satiricon 84.4] Não sei por que a pobreza é irmã da inteligência.

1230. Nescio quo pacto magis in studiis homines timor quam fiducia decet. [Plínio Moço, Epistulae 5.17.3] Não sei por que razão, em seus desejos, aos homens convém melhor a timidez do que a ousadia.

1231. Nescio vos. [Vulgata, Mateus 25.12] Não vos conheço.

1232. Nescire autem quid ante quam natus sis acciderit, id est semper esse puerum. [Cícero, Ad Brutum 34.120] Não saber uma pessoa o que aconteceu antes de ela ter nascido, isto é conservar-se sempre criança.

1233. Nescire quaedam magna pars sapientiae est. [Hugo Grócio / Rezende 3942] Uma grande parte da sabedoria é ignorar certas coisas.

1234. Nescire, vel non posse paria sunt. [Cahier 1649] Não saber ou não poder se equivalem. Nescire et dubitare paria sunt. [Idem 1690] Não saber e ter dúvidas se equivalem. Nescire, vel non posse, vel dubitare, paria sunt. Não saber, ou não poder, ou ter dúvidas se equivalem.

1235. Nescis, fili mi, quantilla sapientia regitur mundus. [Papa Júlio III / Stevenson 1016] Não sabes, meu filho, com quão pouco saber se governa o mundo. Nescis, fili, quam parva sapientia hic noster mundus regitur. VIDE: An nescis quantilla prudentia mundus regatur? Quam parva sapientia regitur mundus! Quam pauca sapientia mundus regitur! Videbis, fili mi, quam parva sapientia regitur mundus.

1236. Nescis quam meticulosa res sit ire ad iudicem. [Plauto, Mostellaria 1100] Não sabes que coisa assustadora é ir ao juiz.

1237. Nescis quantis fortuna procellis disturbet omnia? [Sêneca, Ad Marciam 26.2] Não sabes com que grandes tempestades a sorte destrói tudo?

1238. Nescis quid mali praeterieris, qui nunquam es ingressus mare. [Terêncio, Hecyra 418] Tu, que nunca entraste no mar, não sabes que sofrimentos evitaste.

1239. Nescis quid vesper serus vehat. [Varrão / Aulo Gélio, Noctes Atticae 13.11.1] Não se sabe o que trará o cair da noite. Ninguém sabe do porvir. Ainda não se acabou o dia de hoje. Nescis quid serus vesper vehat. [Erasmo, Adagia 1.7.5] Nescis quod serus vesper vehat. [Pereira 94] Nescis quid serus vesper advehat. Nescis quid vesper serus trahat. [DAPR 779] Nescis, quidnam homini noxve, diesve ferat. [Teógnis / Manúcio, Adagia 503] Não sabes o que a noite ou o dia trará para o homem. VIDE: Fortuna nunquam perpetuo est bona. Nescimus quid vesper serus vehat. Quid vesper ferat incertum est. Quid vesper vehat incertum est.

1240. Nescit amor fines. [Divisa] O amor não conhece fim.

1241. Nescit amor habere modum. [Divisa] O amor não conhece limite. Quem ama, pisa na lama. VIDE: Verus amor nullum novit habere modum.

1242. Nescit Amor magnis cedere divitiis. [Propércio, Elegiae, 1.15.8] O deus Amor não se deixa vencer pelas grandes riquezas.

1243. Nescit capitis et inguinis discrimen. [Erasmo, Adagia 2.7.6; Albertatius 856] Não sabe a diferença entre cabeça e barriga. Não sabe nem qual é a sua mão direita. VIDE: Et equidem si scis tute, quot habeas hodie digitos in manu? Nescit quot digitos habeat in manu.

1244. Nescit dulcedinem epularum, qui famem non est expertus. [Titelmano / Bernardes, Nova Floresta 5.180] Não percebe o sabor da comida quem não sentiu fome. A fome é o melhor tempero.

1245. Nescit enim semel incitata liberalitas stare, cuius pulchritudinem usus ipse commendat. [Plínio Moço, Epistulae 5.11.3] Uma vez iniciada, a liberalidade não consegue deter-se; a sua prática a torna mais bela.

1245a. Nescit etiam expurgare nasum. Não sabe nem assoar o nariz. (=É um ignorante).

1246. Nescit habere bonos patris indulgentia natos, nescit habere bonos domini indulgentia servos. [Pereira 105] A indulgência do pai não consegue ter bons filhos, nem a indulgência do senhor consegue ter bons criados. Filhos e criados não deves amimar, se os queres lograr. Nescit habere bonas patris indulgentia natas. [Pereira 122] A indulgência do pai não logra boas filhas. Se muito as pintas e regalas, das boas filhas farás más. VIDE: Pater nimia indulgentia filios depravat.

1247. Nescit homo finem suum. [Vulgata, Eclesiástico 9.12] O homem não conhece o seu fim. Ninguém sabe do porvir. VIDE: Nemo tam divos habuit faventes, crastinum ut posset sibi polliceri. Omne futurum incertum.

1248. Nescit homo vere quod habet, nisi cesset habere. [Gaal 263] O homem só sabe o que tem, quando deixa de ter. Só se conhece o bem pelas costas. Só se sabe quanto vale a água, quando a fonte seca. VIDE: Bona a tergo formosissima. Bonum magis carendo quam fruendo sentitur. Nihil magis placet quam quod amissum est.

1249. Nescit is nocere, qui nocere velle prodidit. [Publílio Siro] Não sabe fazer mal quem revelou que queria fazer mal.

1250. Nescit otiari virtus. [Rezende 3948] A virtude não sabe descansar.

1251. Nescit plebs ieiuna timere. [Lucano, Bellum Civile 3.68] A multidão esfomeada não conhece medo. Ventre em jejum não ouve a nenhum. A necessidade não tem lei. VIDE: Venter famelicus auriculis caret.

1252. Nescit quam medium toto praestantior, amens. [Schottus, Adagia 298] O louco não sabe que a metade é melhor do que o todo. Quem tudo quer, tudo perde.

1253. Nescit quid sit inter dextram et sinistram suam. [Grynaeus 671] Ele não sabe o que há entre a mão direita e a esquerda. Não sabe sua mão direita o que faz a esquerda.

1254. Nescit quo tendat qui multas sequitur semitas. [Varronis Saturarum Menippearum Reliquiae 269] Não sabe para onde se dirige quem segue muitos caminhos. Quem não sabe aonde quer chegar, qualquer caminho serve.

1255. Nescit quot digitos habeat in manu. [Rezende 3949] Não sabe nem quantos dedos tem na mão. Não sabe nem qual é a sua mão direita. VIDE: Et equidem si scis tute, quot habeas hodie digitos in manu? Nescit capitis et inguinis discrimen.

1256. Nescit regnare, qui nescit dissimulare. [Eiselein 619] Quem não sabe fingir, não sabe reinar. Bem dissimular para bem governar. VIDE: Fallere qui nescit, vastae sit cultor eremi. Qui nescit dissimulare, nescit regnare.

1257. Nescit se ipsum. [Grynaeus 67] Não conhece a si mesmo. (=Diz-se de pessoa soberba ou arrogante). Ele não se enxerga! VIDE: Talpa caecior.

1258. Nescit servire virtus. [Edward Forsett, Pedantius 1.112] A virtude não sabe ser servil.

1258a. Nescit ubi tenat manus. Não sabe onde ponha as mãos. Não sabe para onde se virar.

1259. Nescit unde victum quaerat. Não sabe onde buscar comida. Não sabe o mato em que há de ir fazer lenha. VIDE: Quo se vertat nescit.

1260. Nescit vox missa reverti. [Horácio, Ars Poetica 390] A palavra emitida não consegue voltar. Palavra e pedra solta, atrás não volta. VIDE: Dicta semel nullum patiuntur verba recursum. Semel emissum volat irrevocabile verbum.

1261. Nescitis diem neque horam. [Vulgata, Mateus 25.13] Não sabeis o dia nem a hora. Não sabe o homem a hora em que morre. A morte é certa, a hora é incerta. VIDE: Certa mihi mors, incerta est funeris hora. Vigilate itaque, quia nescitis diem, neque horam.

1262. Nescitis quia amicitia huius mundi inimicitia est Dei? [Vulgata, Tiago 4.4] Não sabeis que a amizade deste mundo é inimiga de Deus?

1263. Nescitis quia modicum fermentum totam massam corrumpit? [Vulgata, 1Coríntios 5.6] Não sabeis que um pouco de fermento corrompe toda a massa? VIDE: Modicum fermentum totam massam corrumpit.

1264. Nescitis quod ii qui in stadio currunt, omnes quidem currunt, sed unus accipit bravium? [Vulgata, 1Coríntios 9.24] Não sabeis que os que correm no estádio, correm todos, mas um só é que alcança o prêmio? VIDE: Omnes currunt in stadio, sed unus accipit brabeum.

1265. Nesciunt quid faciunt. [Vulgata, Lucas 23.34] Não sabem o que fazem.

1266. Neutram in partem propensiores sumus. [Cícero, de Finibus 5.10] Eu não estou favorável a nenhuma das partes.

1267. Neve putes alium sapiente bonoque beatum. [Horácio, Epistulae 1.16.20] Não podes imaginar que seja feliz alguém que não seja sábio e bom.

1268. Ni bene defendas, nil prodest pectori thorax. [Pereira 93] Se não te defenderes bem, de nada servirá ao peito a couraça. A espada e o anel segundo a mão onde estiver.

1269. Ni gradus servetur, nulli tutus est summus locus. [Publílio Siro] Se o caminho não estiver guardado, a posição suprema não é segura para ninguém.

1270. Ni molas, non comedes. Se não moeres, não comerás. Quem quiser comer, depene. VIDE: Devitat quicumque molam, fugit ille farinam. E nuce nucleum qui esse vult, frangit nucem. Farinam fugit quicumque molam vitat. Molam qui vitat, farinam vitat. Ni purges et molas, non comedes. Ni purgaris et molas, non comedes. Nisi repurges et molas haud unquam edes. Purges nisi molasque, non edes piger. Qui fugit molam, farinam non invenit. Qui fugit molam, fugit farinam. Qui vitat molam, vitat farinam. Quicumque molam fugit, ille farinam.

1271. Ni parva servabis, peribit amplius. [Schottus, Adagia 609] Se não cuidares do pequeno, perder-se-á o maior. Quem não poupa reais não junta cabedais. VIDE: Maiora perdes, parva ni servaveris. Neglexeris si parva, perdas maxima.

1272. Ni pecus enutriat, semper domus ingemit ingens. [Pereira 99] Se não cria um rebanho, a casa grande sempre geme. Casa que não cria, sempre pia.

1273. Ni purges et molas, non comedes. [Erasmo, Adagia 2.9.88] Se não limpares e moeres, não comerás. Quem quiser comer, depene. Ni purgaris et molas, non comedes. [Schottus, Adagia 220] Ni molas, non comedes. VIDE: Bos hic non comedat, qui iam iuga ferre recusat. Nisi repurges et molas haud unquam edes. Purges nisi molasque, non edes piger. Qui non laborat, non manducat.

1274. Ni qui scit facere, insidias nescit metuere. [Publílio Siro] Só quem sabe fazer armadilhas, sabe não temê-las.

1275. Ni satur est ursus, facile haud saltare videbis. [Binder, Thesaurus 2069] Se o urso não estiver farto, não será fácil vê-lo dançar.

1276. Ni sit nota fides, ignoto non bene fides. [Binder, Thesaurus 2070] Se não é conhecida a sua honestidade, não é bom confiares em desconhecido.

1277. Ni velitis ossa mea violare. [Inscrição em túmulo] Não perturbeis meus ossos.

1278. Nidos commaculans immundus habebitur ales. [CODP 143] A ave que suja o próprio ninho será tida por imunda. É má a ave que em seu ninho caga. Aquela ave é má, que em seu ninho suja. Roupa suja se lava em casa. VIDE: Est avis ingrata, quae defoedat sua strata. Pessima est avis quae proprium nidum defoedat. Turpis avis proprium qui foedat stercore nidum.

1279. Nidos succisa in arbore non locant aves. [H.J.P.Von Bayer, Poematum Libellus 2.145] Os passarinhos não fazem ninhos em árvores caídas.

1280. Nidus testatur ibi qualis avis dominatur. [DAPR 478] O ninho mostra que ave mora ali. A pequeno passarinho, pequeno ninho. Pela casa se conhece o dono. VIDE: Ex nido avem iudicamus. Exiguum exiguae nidum decet esse volucri. Parva avis, parvus nidus.

1281. Niger cycnus. Um cisne negro. (=Um prodígio). VIDE: Cycnus niger, aut corvus albus, rarus sit avis quam fidelis amicus.

1282. Niger, ergo sapiens. Negro, portanto sábio.

1283. Niger, sed sapiens. [Sérgio Cabral, Uma Biografia: Grande Otelo 46] Negro, mas sábio.

1284. Niger tamquam corvus. [Petrônio, Satiricon 43.7] Negro como o corvo.

1285. Nigra sum, sed formosa. [Vulgata, Cântico 1.4] Sou negra, mas formosa.

1286. Nigrae vaccae album lac praebent. [Eiselein 401] As vacas pretas dão leite branco. A vaca preta dá leite branco. Galinha preta põe ovo branco. Negro é o carvoeiro, branco é o seu dinheiro. Nigrae vaccae album lac praebebunt. [A.Gartner, Proverbialia Dicteria] As vacas pretas darão leite branco VIDE: Etiam atra gallina candida ova excludit. Praebet candoris lac nigri vacca coloris.

1287. Nigro notanda lapillo dies. Um dia que deve ser marcado com uma pedra negra. (=Um dia infausto). VIDE: Albo lapillo notare diem. Dies atro signanda lapillo. Dies ater. Dies infaustus.

1288. Nigrum in candida vertunt. [Juvenal, Satirae 3.30] Mudam o preto em branco. (=Enganam).

1289. Nihil ab elephante differs. [Diogeniano / Erasmo, Adagia 2.9.90] Em nada diferes de um elefante. VIDE: Ab elephanto nihil differs.

1290. Nihil abiectum et humile cogitant. [Cícero, De Finibus 5.57] Não cogitam nada abjeto e pouco elevado.

1291. Nihil absque labore paratur. Nada se consegue sem trabalho. Sem trabalho, só a pobreza. Nihil absque labore. [Divisa]. VIDE: Absque labore gravi non possunt magna parari. Absque labore nihil. Labor paupertatem vincit.

1292. Nihil accidere bono viro mali potest. [Sêneca, De Providentia 2.1] Ao homem de bem nada de mal pode acontecer.

1293. Nihil ad carmen. [Manúcio, Adagia 501] Nada a ver com o poema. (=Nada a ver com o que estamos tratando). VIDE: Extra cantionem. Nihil ad verbum. Praeter cantilenam.

1294. Nihil ad profectum aetas prodest. [Gaal 46] A idade em nada melhora a pessoa. Cabelo branco não é juízo. VIDE: Canitiei non semper virtus comes. Vetulus cantherius novello non melior.

1295. Nihil ad rem pertinet. Nada tem a ver com a coisa. (=A questão é irrelevante). Nihil ad rem. VIDE: Neque caelum, neque terram attingit.

1296. Nihil ad rhombum. [Binder, Medulla 1112] Isto não tem nada com o rodovalho. (=Isso nada tem a ver com a questão em pauta). Isso já é outra história.

1297. Nihil ad verbum. [Manúcio, Adagia 501] Nada a ver com o que estamos falando. VIDE: Nihil ad carmen.

1298. Nihil adeo arduum est, quod non virtute consequi possit. [Rezende 3969] Nada é tão difícil que não se possa conseguir com a coragem. A coragem é que vence a guerra, e não armas boas. Nihil adeo arduum sibi esse existimaverunt quod non virtute consequi possent. [César, De Bello Gallico 7.47] Não julgavam nada tão difícil que não pudessem conseguir com a coragem.

1299. Nihil adeo divinum habet homo, quam benefacere. [S.Gregório Nazianzeno] Nada mais divino tem o homem do que fazer o bem. Fazer o bem é parecer-se com Deus.

1300. Nihil adeo tacitum quod non palam fiat. Não há nada secreto que não se torne público. Não há segredo que tarde ou cedo não seja descoberto. VIDE: Diu non latent scelera. Nihil est tectum quod non aetate patescat.

1301. Nihil admirari. Não te espantes com nada. VIDE: Nil admirari. Nil admirari prope re est una solaque quae possit facere et servare beatum.

1302. Nihil aeque amorem incitet et accendat quam carendi metus. [Plínio Moço, Epistulae 5.19.5] Nada aviva e inflama o amor como o medo de perdê-lo.

1303. Nihil aeque magnam apud nos admirationem occupet quam homo fortiter miser. [Sêneca, Ad Helviam 13.6] Nada provocará em nós admiração tão grande quanto um homem corajoso na adversidade.

1304. Nihil aeque sanitatem impedit, quam remediorum crebra mutatio. [Sêneca, Epistulae Morales 2.3] Nada dificulta tanto a cura como a freqüente mudança de remédios.

1305. Nihil agendo, homines male agere discunt. [Columela, De Re Rustica 11.1.26] Não fazendo nada, os homens aprendem a fazer o mal. Não fazer é fazer mal. Cabeça de vadio, hospedaria do diabo. VIDE: Daemon nunquam te otiosum inveniat. Diuturna quies vitiis alimenta ministrat. Homines nihil agendo agere consuescunt male. Multam enim malitiam docuit otiositas.

1306. Nihil agere delectat. [Cícero, De Oratore 2.24] É agradável não fazer nada. (=Os italianos têm a expressão Dolce far niente).

1307. Nihil agere quod non prosit. [Fedro, Fabulae 3.17.13] Não se faça nada que não seja útil.

1308. Nihil agere semper infelici est optimum. [Publílio Siro] Para o homem azarado, não tomar iniciativa é sempre o melhor.

1309. Nihil agis, dolor! quamvis sis molestus, nunquam te esse confitebor malum. [Cícero, Tusculanae Disputationes 2.25] Não adianta, dor! Por mais que me sejas penosa, jamais confessarei que és um mal.

1310. Nihil agit, qui diffidentem verbis solatur suis. [Plauto, Epidicus 116] Nada faz quem consola o homem desesperado só com palavras.

1311. Nihil alienum appeto. [Divisa] Nada quero que não seja meu. VIDE: Non alienam mihi laudem appeto.

1312. Nihil aliud esse ebrietatem quam voluntariam insaniam. [Sêneca, Epistulae Morales 10.83.18] A embriaguez não é senão uma loucura voluntária. VIDE: Ebrietatem furoris voluntariam speciem esse.

1313. Nihil aliud est actio quam ius quod sibi debeatur, iudicio persequendi. [Celso, Digesta 44.7.51] Ação nada mais é que o direito de perseguir em juízo o que lhe é devido. VIDE: Actio est ius persequendi in iudicio quod sibi debeatur. Actio est remedium ius suum persequendi in iudicio. Actio nihil aliud est quam ius persequendi in iudicio quod sibi debeatur.

1314. Nihil aliud potest rex quam quod de iure potest. [Jur / Coke / Black 1243] O rei não pode fazer nada senão o que pode fazer de acordo com a lei.

1315. Nihil aliud scit necessitas quam vincere. [Publílio Siro] A necessidade só sabe vencer.

1316. Nihil amabilius quam morum similitudo. [Seybold 219] Não há nada mais agradável que a semelhança de costumes.

1317. Nihil amabilius virtute. [Lodeiro 699] Nada mais desejável que a virtude. VIDE: Nihil est virtute amabilius. Nihil est enim virtute amabilius, nihil quod magis adliciat ad diligendum.

1318. Nihil amantibus durum est. Nada é difícil para quem ama. Quem ama, do longe faz perto. Nihil amantibus durum est, nullus difficilis cupienti labor est. [S.Jerônimo, Ad Eustochium 40] Nada é difícil para quem ama; não há trabalho difícil para quem quer. VIDE: Amanti nihil difficile. Nihil difficile amanti.

1319. Nihil amarius quam diu pendere. [Sêneca, De Beneficiis 2.5] Nada há mais penoso do que hesitar por muito tempo.

1320. Nihil amas, cum ingratum amas. [Plauto, Persa 231] Nada se ama, quando se ama um ingrato. Amar sem ser amado é ser desventurado. Quem afaga a mula, receberá coices. VIDE: Est amor ingratus, si non sit amator amatus.

1321. Nihil amatum nisi cognitum. Só se ama o que se conhece. Não se deseja o que o olhar não veja. VIDE: Ignoti nulla cupido. Nihil volitum quin praecognitum.

1322. Nihil annis velocius. [Ovídio, Metamorphoses 10.519] Nada mais veloz do que o tempo. Tempo não se ata com a soga. VIDE: Cito pede labitur aetas. Fugit irreparabile tempus. Nihil est velocius annis.

1323. Nihil ante quam evenerit, non evenire posse arbitrari. [Cícero, Tusculanae Disputationes 3.30] Não considerar nada como impossível, antes que aconteça. Tudo pode ser, sem ser milagre. VIDE: Nihil est quod haud sperare liceat. Omnia eveniunt, ut sunt humana.

1324. Nihil arbitrio virium feceris. [Dionísio Catão, Monosticha 48] Não faças nada sob o arbítrio da força.

1325. Nihil asperum tetrumque palpanti est. [Sêneca, De Ira 3.8] Nada é penoso nem difícil para o bajulador.

1326. Nihil attinet ad me quid facias. O que fazes não me diz respeito. VIDE: Quid agas ad me pertinet nihil.

1327. Nihil audentibus arduum. Nada é penoso para os que ousam. Nada é difícil para quem quer. VIDE: Nil difficile volenti. Nil volentibus arduum. Volenti nihil difficile. Volenti nihil impossibile. Volenti nil insuperabile.

1328. Nihil audentibus inexpugnabile, nihil satis munitum contra animosos. [Plutarco, Vida de Alexandre 58.1 / Rezende 3975] Para os audaciosos, nada é inexpugnável; contra os persistentes nada está suficientemente seguro. Quem porfia sempre alcança.

1329. Nihil audio, quod audisse, nihil dico, quod dixisse paeniteat. [Plínio Moço, Epistulae 1.9.5] Não ouço nada que me arrependa de ter ouvido, nem digo nada que me arrependa de ter dito.

1330. Nihil autem est molestum quod non desideres. [Cícero, De Senectute 47] Nada que não desejes te faz mal.

1331. Nihil autem mundo melius. [Cícero, De Natura Deorum 3.9] Nada melhor do que este mundo.

1332. Nihil autem opertum est, quod non reveletur, neque absconditum, quod non sciatur. [Vulgata, Lucas 12.2] Nenhuma coisa há oculta que não venha a descobrir-se; e nenhuma há escondida que não venha a saber-se. Nada há tão encoberto, que tarde ou cedo não seja descoberto. A verdade não sofre estar por muito tempo encoberta. VIDE: Diu non latent scelera. Nihil diu occultum. Nihil enim est opertum, quod non revelabitur, et occultum, quod non scietur. Nihil ita occultum est quod non reveletur. Nihil occultum quod non reveletur. Nihil opertum quod non reveletur. Nil est occultum, quod non revelabitur. Nil occultum est quod non reveletur. Non est enim occultum, quod non manifestetur. Quidquid nix celat, solis calor omne revelat.

1333. Nihil autem potest esse diuturnum, cui non subest ratio. [Quinto Cúrcio, Historiae 4.14] Não pode ser duradouro nada que a razão não sustente.

1334. Nihil beatum, si absit libertas. [Rezende 3976] Não há felicidade, se falta liberdade.

1335. Nihil bonum, nisi vacuitatem doloris. [Cícero, Tusculanae Disputationes 5.30] Nada é bom, senão a ausência da dor.

1336. Nihil carius aestimamus, quam beneficium quamdiu petimus; nihil vilius, cum accepimus. [Sêneca, Epistulae Morales 81] Nada estimamos mais valioso do que o benefício, enquanto o pedimos; nada mais sem valor depois que o obtivemos.

1337. Nihil caute simul ac celeriter geri potest. [Binder, Thesaurus 2076] Nada pode ser feito ao mesmo tempo com cuidado e rápido. Depressa e bem não faz ninguém. VIDE: Nil est quod caute simul agas et celeriter. Quod cito fit, cito perit. Quod cito fit, male fit. Vix bene et cito.

1338. Nihil citius arescit quam lacrimă. Nada seca mais depressa do que as lágrimas. Nihil citius arescit lacrimā. VIDE: Cito arescit lacrima. Cito enim exarescit lacrima, praesertim in alienis malis. Lacrima nihil citius arescit. Lacrima nihil citius arescit, praesertim in alienis malis. Nihil enim lacrima citius arescit. Nihil facilius quam lacrimas inarescere.

1339. Nihil citius pervertit hominem, quam alter homo. [Oleastro / Bernardes, Luz e Calor 1.219.23] Nada mais depressa dana a um homem como outro homem.

1340. Nihil clarior. Não há nada mais claro.

1341. Nihil clausum constat, quod auro argentoque non pateat. [S.Valeriano, Homilia 20, De Avaritia / Bernardes, Nova Floresta 4.294] Nada há fechado que não se abra ao ouro e à prata. Chave de ouro abre qualquer porta. Não há fechadura, se de ouro é a gazua. VIDE: Auro clausa patent. Auro quaeque ianua panditur. Auro solent adamantinae etiam perfringi fores. Invia nulla via est auro.

1342. Nihil cognoscitur, nisi secundum quod est in actu. [Jur] Só se toma conhecimento do que está no processo.

1343. Nihil commune habet proprietas cum possessione. [Digesta 41.2.12.1] Nada tem de comum o domínio com a posse. VIDE: Nec possessio et proprietas misceri debent. Proprietas cum possessione nihil commune habet. Separata debet esse possessio a proprietate.

1344. Nihil conatur unquam, cuncta qui timet. [A.Arthaber, Dizionario Comparato di Proverbi 511] Nunca arrisca nada quem tem medo de tudo. Quem não arrisca, não petisca. VIDE: Commoditas sequitur metuentem incommoda nunquam. Folia qui timet, silvas non adeat.

1345. Nihil consensui tam contrarium est quam vis atque metus. [Digesta 50.17.116] Nada é tão contrário à concordância quanto a violência e o medo. VIDE: Nihil tam contrarium consensui quam vis et metus.

1346. Nihil consuetudine maius. [Rezende 3979] Nada é mais forte do que o costume. VIDE: Nil assuetudine maius.

1347. Nihil contemnit esuriens. [Sêneca, Epistulae Morales 119.4] Quem tem fome, não despreza nada. Quem tem fome, cardos come. À fome não há pão duro. VIDE: Accipe quale datur, si cupis esse satur. Anima esuriens et amarum pro dulci sumet. Ieiunus raro stomachus vulgaria temnit.

1348. Nihil corde fugacius. [S.Agostinho / Bernardes, Luz e Calor 1.189.16] Nada mais fugaz que o coração.

1349. Nihil credam, et omnia cavebo. [Stevenson 2124] Não confiarei em nada e tomarei cuidado com tudo. O seguro morreu de velho. VIDE: Cavendi nulla est dimittenda occasio.

1350. Nihil credo auguribus, qui aures verbis divitant alienas, suas auro locupletent domus. [Aulo Gélio, Noctes Atticae 14.1] Não confio nos áugures que enriquecem de palavras os ouvidos alheios e enchem de ouro suas próprias casas.

1351. Nihil cum fidibus graculo, nihil cum amaracino sui. [Aulo Gélio, Noctes Atticae, Praefatio 19] O gralho nada tem com a lira, nem o porco com a mangerona. Que há de comum entre o asno e a lira? VIDE: Nihil graculo cum fidibus. Quid caeco cum speculo? Quid caeco cum speculo et surdo cum lyra? Quid canis in balneo? Quid cani et balneo? Quid commune cani cum balneo? Quid namque caeco cum speculo est commercii? Speculum caecus poscit. Speculum caecus. Vox asini quid ad philomelam?

1352. Nihil cum umbra, sine umbra nihil. [Inscrição em relógio solar] Com sombra, nada; sem sombra, nada.

1353. Nihil cupiditati exceptum. [Tácito, Agricola 15] Nada escapa à ambição.

1354. Nihil dat qui non habet. [Jur / Black 1243] Quem não tem, nada dá. VIDE: Non dat qui non habet.

1355. Nihil de mortuis nisi bonum. [DAPR 774] Dos mortos só digas coisa boa. Ninguém sabe onde fica o cemitério dos ruins. Enterrado, perdoado. VIDE: De mortuis nil nisi bene. De mortuis nil nisi bonum. Mortuis non convinciandum. Parce sepulto. Parce sepultis.

1356. Nihil de principe, parum de Deo. [Rezende 3981] (Não se diga) nada do príncipe, pouco de Deus. Não digas mal de el-rei nem entre dentes, porque em toda parte tem parentes. VIDE: De Deo parum, de principe nihil. Parum de principe, nihil de Deo.

1357. Nihil decet invita Minerva, id est, adversante et repugnante natura. [Cícero, De Officiis 1.31] Não convém fazer nada contra a vontade de Minerva, isto é, quando a natureza se opõe e repele. VIDE: Invita Minerva. Nihil invita Minerva facies. Tu nihil invita dices faciesve Minerva.

1358. Nihil Deo clausum est. [Sêneca, Epistulae Morales 83.1] A Deus nada está fechado. VIDE: Deo nihil clausum est.

1359. Nihil desperare, nulli rei fidere. [Plínio Moço, Epistulae 4.24.6] Não perder a esperança de nada, não ter confiança em nada.

1360. Nihil Deo placet, nihil diabolo displicet nisi voluntas bona. [S.Pedro Venerável / Bernardes, Luz e Calor 1.45] Nada agrada a Deus, nada desagrada ao diabo, senão a boa-vontade.

1361. Nihil Deum roges, nisi quod rogare possis palam. [Sêneca, Epistulae Morales 10.5] Nada peças a Deus, senão o que possas pedir na frente dos outros.

1362. Nihil dictu foedum visuque haec limina tangat, intra quae puer est. [Juvenal, Satirae 14.44] Nada que seja indigno de ser dito ou de ser visto chegue à casa em que haja uma criança.

1363. Nihil dictum quod non dictum sit prius. [Black 1243] Nada se disse que não tenha sido dito antes. VIDE: Nullum est iam dictum quod non dictum sit prius.

1364. Nihil difficile amanti. [Cícero, De Oratore 10.33] Para quem ama, nada é difícil. Quem ama, do longe faz perto. VIDE: Amanti nihil difficile. Nihil amantibus durum est. Quid non possit amor?

1365. Nihil difficilius quam amicitiam usque ad extremum vitae permanere. [Cícero, De Amicitia 33] Nada é mais difícil do que prolongar-se uma amizade até o fim da vida.

1366. Nihil difficilius quam bene imperare. Não há nada mais difícil do que governar bem.

1367. Nihil dignum dictu actum his consulibus. [Tito Lívio, Ab Urbe Condita 4.30] No consulado deles nada ocorreu digno de comentário.

1368. Nihil discit qui cito discit. Quem aprende depressa, nada aprende. Nihil discit qui sine ordine discit. Nada aprende quem aprende sem ordem. Nihil discitur repente. [Bernolák 299] Depressa não se aprende nada.

1369. Nihil diu occultum. [Epígrafe de Fábula de Fedro] Nada fica oculto por muito tempo. Nada há tão encoberto que tarde ou cedo não seja descoberto. Não há segredo que cedo ou tarde não seja descoberto. VIDE: Diu non latent scelera. Nihil autem opertum est, quod non reveletur, neque absconditum, quod non sciatur. Nihil enim est opertum, quod non revelabitur, et occultum, quod non scietur. Nihil ita occultum est quod non reveletur. Nihil occultum quod non reveletur. Nil est occultum, quod non revelabitur. Nil occultum est quod non reveletur. Non est enim occultum, quod non manifestetur.

1370. Nihil dolo creditor facit qui suum recipit. [Digesta 50.17.129] Não age com dolo o credor que recebe o que é seu.

1371. Nihil dulcius quam omnia scire. [Erasmo, Adagia 5.1.42] Nada mais agradável do que saber tudo. VIDE: Nil dulcius quam scire prorsus omnia.

1372. Nihil dulcius veritatis luce. Nada é mais doce do que a luz da verdade. VIDE: Nihil est veritatis luce dulcius.

1373. Nihil ei regium deesse praeter regnum videretur. [Justino, Epítome Historiarum Philippicarum 23.4] Parecia que das características dos reis só lhe faltava um reino. VIDE: Nihil illi deerat ad regnandum praeter regnum.

1374. Nihil emi carius, quam quod roganti datur. [Manúcio, Adagia 127] Nada se compra mais caro do que o que se dá a quem pede. Melhor é comprar do que rogar. O que se roga sai caro. VIDE: Malo emere quam rogare.

1375. Nihil enim aeque facit fortunam, ac occasio. [Gaspar Caldera / Rezende 3987] Nada conduz melhor à boa-sorte do que a ocasião.

1376. Nihil enim aeque gratum est adeptis quam concupiscentibus. [Plínio Moço, Epistulae 2.15.1] Nada agrada igualmente a quem o possui e a quem o deseja.

1377. Nihil enim efficacius operibus ipsis ad persuadendum est. [Garcia de Meneses / Ramalho 10] Nada é mais eficaz para persuadir do que as próprias obras. Obras são amores, que não boas razões. Obras falam, palavras calam.

1378. Nihil enim est opertum, quod non revelabitur, et occultum, quod non scietur. [Vulgata, Mateus 10.26] Nada há encoberto, que se não venha a descobrir, nem oculto, que se não venha a saber. Nada há tão encoberto que tarde ou cedo não seja descoberto. VIDE: Nihil autem opertum est quod non reveletur, neque absconditum, quod non sciatur. Nihil diu occultum. Nihil ita occultum est quod non reveletur. Nihil occultum quod non reveletur. Nil est occultum, quod non revelabitur. Nil occultum est quod non reveletur. Non est enim occultum, quod non manifestetur.

1379. Nihil enim ex omni parte perfectum in humanis inventionibus esse posse credo. [Prisciano] Acredito que nada pode ser completamente realizado nas criações humanas.

1380. Nihil enim facilius quam amor recrudescit. [Sêneca, Epistulae Morales 69.3] Nada recrudesce com mais facilidade do que o amor.

1381. Nihil enim honestum esse potest, quod iustitia vacat. [Cícero, De Officiis 1.19] Nada a que falte a justiça, pode ser respeitável.

1382. Nihil enim intulimus in hunc mundum; haud dubium quod nec auferre quid possumus. [Vulgata, 1Timóteo 6.7] Nada trouxemos para este mundo; é sem dúvida que não podemos levar nada dele. VIDE: Nudus egressus sum de utero matris meae et nudus revertar illuc. Nudus ut in terram veni, sic nudus abibo.

1383. Nihil enim lacrima citius arescit. [RH 2.50] Nada seca mais depressa do que as lágrimas. VIDE: Cito arescit lacrima. Cito enim exarescit lacrima, praesertim in alienis malis. Lacrima nihil citius arescit, praesertim in alienis malis. Lacrima nihil citius arescit. Nihil citius arescit quam lacrima. Nihil facilius quam lacrimas inarescere.

1384. Nihil enim laudabilius, nihil magno et praeclaro viro dignius placabilitate atque clementia. [Cícero, De Officiis 1.25] Nada é mais louvável, nada mais digno de um homem nobre e ilustre do que a moderação e a clemência.

1385. Nihil enim potest esse aequabile, quod non a certa ratione proficiscatur. [Cícero, Tusculanae Disputationes 2.65] Nada que não parta de um princípio firme pode ser estável.

1386. Nihil enim, quod intra mundum est, alienum homini est. [Sêneca, Ad Helviam 8.5] Nada que existe dentro do mundo é estranho ao homem.

1387. Nihil enim tam mortiferum ingeniis quam luxuria est. [Sêneca Retórico, Controversiae 1.7] Nada é tão prejudicial às inteligências quanto o luxo.

1388. Nihil eripit fortuna, nisi quod et dedit. [Sêneca, De Constantia 5.4] A sorte só nos tira o que ela mesma nos deu.

1389. Nihil esse grato animo honestius. [Sêneca, Epistulae Morales 81.30] Nada é mais nobre do que um coração reconhecido.

1390. Nihil esse in rebus humanis difficilius quam bene imperare. [Petrus Crinitus, De Honesta Disciplina 13.8] Nas coisas humanas, não há nada mais difícil que governar bem. VIDE: Nihil est difficilius quam bene imperare.

1391. Nihil esse in vita proprium mortali datum. [Lucílio, Saturae 27.701] Nada nesta vida é dado ao mortal como sua propriedade. VIDE: Cum sciam nihil esse in vita proprium mortali datum.

1392. Nihil esse melius quam laetari hominem in opere suo. [Vulgata, Eclesiastes 3.22] Nada melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras.

1393. Nihil esse miseris mortalibus spiritu carius. [Quinto Cúrcio, Historiae 6.4] Para os infelizes mortais, nada vale mais que a vida.

1394. Nihil esse praecipue cuiquam dolendum in eo, quod accidat universis. [Cícero, Ad Familiares 6.2.2] A ninguém deve afligir aquilo que acontece a todos.

1395. Nihil esse pulchrius in omni ratione vitae, dispositione atque ordine. [Columela, De Re Rustica 12.2.4] Nada é mais belo em todas as relações da vida do que o método e a ordem. VIDE: Quis enim dubitet nihil esse pulchrius in omni ratione vitae, dispositione atque ordine.

1396. Nihil esse utilius sale et sole. [Plínio Antigo, Naturalis Historia 31.102] Nada mais útil do que o sal e o sol. Sol e sal livram a gente de muito mal. VIDE: Nihil utilius sale et sole. Nil sole et sale utilius. Sale nihil utilius. Totis corporibus nihil esse utilius sale et sole.

1397. Nihil est ab omni parte beatum. [Horácio, Carmina 2.16.27] Não há nada totalmente perfeito. Nada há perfeito neste mundo. Não há rosa sem espinho. Nesta vida não há felicidade completa. VIDE: Haud vivit ullus omnibus felix modis. Medio de fonte leporum surgit amari aliquid. Nihil ex omni parte beatum. Nil ab omni parte beatum. Omnis commoditas sua fert incommoda secum.

1398. Nihil est agricultura melius, nihil uberius nihil dulcius, nihil homini libero dignius. [Cícero, De Officiis 1.42] Nada é melhor do que a agricultura, nada mais fecundo, nada mais agradável, nada mais digno do homem livre.

1399. Nihil est aliud bene et beate vivere nisi honeste et recte vivere. [Cícero, Paradoxa 1.15] Viver bem e feliz não é senão viver com nobreza e honestidade. VIDE: Beate vivere honeste, id est, cum virtute vivere.

1400. Nihil est aliud falsitas nisi veritatis imitatio. [Rezende 3999] A mentira não passa de uma imitação da verdade. VIDE: Falsitas est veritatis dolosa mutatio et in alterius praeiudicium facta. Falsitas est veritatis imitatio in alterius praeiudicium facta.

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