DICIONÁRIO DE EXPRESSÕES E FRASES LATINAS
Compilado por HENERIK KOCHER
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N7: 1201-1400
1201. Neque vetustate minui mala, nec fieri praemeditata leviora. [Cícero, Tusculanae Disputationes 3.15] Os males não são diminuídos pelo tempo, nem se tornam mais suaves por terem sido previstos.
1202. Neque vitiatur utilis (stipulatio) per hanc inutilem. [Digesta 45.1.1.5] E a cláusula útil não deve ser viciada pela inútil. VIDE: ●Utile per inutile non vitiatur. ●Utile non debet per inutile vitiari.
1203. Nequeo quin fleam. [Plauto, Miles Gloriosus 1341] Não posso conter as lágrimas.
1204. Nequicquam, mare, subterfugi a tuis tempestatibus. [Plauto, Mercator 195] Em vão, ó mar, escapei a tuas tempestades.
1205. Nequicquam sapere sapientem, qui ipse sibi prodesse non quiret. [Ênio / Cícero, De Officiis 3.63] Em vão saberá o sábio que não puder ser útil a si mesmo. VIDE: ●Qui ipse sibi sapiens prodesse non quit, nequidquam sapit.
1206. Nequicquam sapit qui sibi non sapit. [Erasmo, Adagia 1.6.20] ■Em vão sabe quem não sabe para si. ●Nequicquam sapit qui sibi nihil sapit. VIDE: ●Frustra sapit qui sibi non sapit. ●Frustra sapiens qui sibi non sapit. ●Non est sapiens qui sibi non est.
1207. Nequitia est quae te non sinit esse senem. [Ovídio, Fasti 1.430] É a tua maldade que não te deixa ficar velho.
1208. Nequitia poena maxima ipsamet sui est. [Publílio Siro] A maldade é a maior punição de si mesma. ■O castigo do vício é o próprio vício. ●Nequitia ipsa est poena sui. [DM 64] A maldade é sua própria punição. VIDE: ●Maxima est enim factae iniuriae poena, fecisse.
1209. Nequitiam in sinu condit. Esconde maldade no coração. ■Cara de beato, unhas de gato. VIDE: ●Blandissimi adulatores et mordacissimi detractores. ●Sub pelle ovina vulpes latet.
1210. Nervi et artus sapientiae sunt non temere credere. [Rezende 3936] Os nervos e as articulações da sabedoria estão em não acreditar sem reflexão. ●Nervos atque artus sapientiae esse non temere credere. [Cícero, Commentariolum Petitionis 10]
1211. Nervis omnibus. Com todas as forças.
1212. Nervos belli pecuniam infinitam. [Cícero, Phillipicae 5.5] O dinheiro infinito são os nervos da guerra. ■O dinheiro é o nervo da guerra. ■Sem dinheiro de contado não há soldado. ●Nervus belli pecunia. ●Nervi bellorum pecunia. [DAPR 328] ●Nervi belli argentum est. [Schrevelius 1184] VIDE: ●Pecunia nervus belli. ●Pecuniae belli civilis sunt nervi.
1213. Nervus gerendarum rerum pecunia. [Rezende 3935] O dinheiro é o nervo dos negócios. ●Nervi gerendarum rerum pecunia. ■Sem dinheiro, nada se alcança. VIDE: ●Pecunia est nervus rerum gerendarum. O dinheiro é a força propulsora das ações a serem realizadas
1214. Nervus probandi. [Jur] O nervo da comprovação. (=O ponto decisivo da prova).
1215. Nervus rerum. O nervo das coisas. (=O dinheiro). ●Nervus rerum gerendarum. O nervo dos negócios.
1216. Nescia mens hominum fati sortisque futurae. [Virgílio, Eneida 10.501] Ignora a mente humana o destino e a sorte futura. ■Ninguém sabe o que há de vir. VIDE: ●Mens hominum ignara, caeca futuri. ●Nemini, dum vivit, dicere licet: hoc non patiar.
1217. Nescias quid optes, aut quid fugias: ita ludit dies. [Publílio Siro] Não se sabe o que buscar ou o que evitar: a vida brinca assim.
1218. Nesciat sinistra tua quid faciat dextera tua. [Vulgata, Mateus 6.3] Não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita. ●Nesciat sinistra quod faciat dextera tua. [Mota 133] ●Nesciat manus dextra quid faciat sinistra. [Henderson 257] Não saiba a mão direita o que faz a esquerda. VIDE: ●Dextera quid faciat, fas est nescire sinistram. ●Te autem faciente eleemosynam, nesciat sinistra tua quod faciat dextera tua.
1219. Nesciebamus semel unum singulum esse. [Varrão, Satirae Menippeae] Eu não sabia nem que uma vez um dava um. VIDE: ●Semel unum singulum est.
1220. Nescimus quid serus vesper vehat. [Seybold 218] Não sabemos o que trará o cair da noite. ■Ninguém sabe do porvir. ■Ainda não se acabou o dia de hoje. VIDE: ●Nescis quid serus vesper vehat. ●Nescis quod serus vesper vehat. ●Nescis quid vesper serus trahat. ●Quid vesper ferat incertum est. ●Quid vesper vehat incertum est.
1221. Nescio an vincere possimus; vinci non possumus. [Sêneca Retórico, Suasoriae 2.2] Não sei se podemos vencer; não podemos ser vencidos.
1222. Nescio, dolendum an erubescendum sit. [Tertuliano, De Fuga in Persecusione 13.5] Não sei se se deve lastimar-se, ou envergonhar-se. ●Nescio an dolendum an erubescendum sit. [Rezende 3938]
1223. Nescio, nec me pudet, ut istos, fateri nescire, quod nesciam. [Cícero, Tusculanae Disputationes 1.15] Não sei, e não me envergonho, como eles, de confessar que não sei o que não sei.
1224. Nescio qua depravatione naturae aures divitum delicatae gratius acceptant mendacis linguae blanditias quam aperte testimonium veritatis. [VES 31] Não sei por que defeito da natureza os ouvidos delicados dos ricos recebem com mais satisfação as lisonjas da língua mentirosa do que o sincero testemunho da verdade.
1225. Nescio qua natale solum dulcedine cunctos ducit, et immemores non sinit esse sui. [Ovídio, Ex Ponto 1.3.35] Não sei com que doçura a terra natal nos prende a todos e não deixa que nos esqueçamos dela. ■Passarinho que n’água se cria sempre por ela pia. VIDE: ●Caespite natali quilibet optat ali. ●Patriae fumus igni alieno luculentior. ●Sua cuique patria iucundissima.
1226. Nescio quid agitat, cum bonum imitatur malus. [Publílio Siro] Não sei que intenção tem o mau, quando imita o bom. ●Nescio quid cogitat, cum bonum imitatur malus. Não sei o que pensa o mau, quando imita o bom.
1227. Nescio quid crocites. [Schottus, Adagia 506] Não sei o que estás grasnando.
1228. Nescio quid maius nascitur Iliade. [Propércio, Elegiae 2.34b,42] Está nascendo algo maior que a Ilíada. (=Refere-se à Eneida).
1229. Nescio quo modo bonae mentis soror est paupertas. [Petrônio, Satiricon 84.4] Não sei por que a pobreza é irmã da inteligência.
1230. Nescio quo pacto magis in studiis homines timor quam fiducia decet. [Plínio Moço, Epistulae 5.17.3] Não sei por que razão, em seus desejos, aos homens convém melhor a timidez do que a ousadia.
1231. Nescio vos. [Vulgata, Mateus 25.12] Não vos conheço.
1232. Nescire autem quid ante quam natus sis acciderit, id est semper esse puerum. [Cícero, Ad Brutum 34.120] Não saber uma pessoa o que aconteceu antes de ela ter nascido, isto é conservar-se sempre criança.
1233. Nescire quaedam magna pars sapientiae est. [Hugo Grócio / Rezende 3942] Uma grande parte da sabedoria é ignorar certas coisas.
1234. Nescire, vel non posse paria sunt. [Cahier 1649] Não saber ou não poder se equivalem. ●Nescire et dubitare paria sunt. [Idem 1690] Não saber e ter dúvidas se equivalem. ●Nescire, vel non posse, vel dubitare, paria sunt. Não saber, ou não poder, ou ter dúvidas se equivalem.
1235. Nescis, fili mi, quantilla sapientia regitur mundus. [Papa Júlio III / Stevenson 1016] Não sabes, meu filho, com quão pouco saber se governa o mundo. ●Nescis, fili, quam parva sapientia hic noster mundus regitur. VIDE: ●An nescis quantilla prudentia mundus regatur? ●Quam parva sapientia regitur mundus! ●Quam pauca sapientia mundus regitur! ●Videbis, fili mi, quam parva sapientia regitur mundus.
1236. Nescis quam meticulosa res sit ire ad iudicem. [Plauto, Mostellaria 1100] Não sabes que coisa assustadora é ir ao juiz.
1237. Nescis quantis fortuna procellis disturbet omnia? [Sêneca, Ad Marciam 26.2] Não sabes com que grandes tempestades a sorte destrói tudo?
1238. Nescis quid mali praeterieris, qui nunquam es ingressus mare. [Terêncio, Hecyra 418] Tu, que nunca entraste no mar, não sabes que sofrimentos evitaste.
1239. Nescis quid vesper serus vehat. [Varrão / Aulo Gélio, Noctes Atticae 13.11.1] Não se sabe o que trará o cair da noite. ■Ninguém sabe do porvir. ■Ainda não se acabou o dia de hoje. ●Nescis quid serus vesper vehat. [Erasmo, Adagia 1.7.5] ●Nescis quod serus vesper vehat. [Pereira 94] ●Nescis quid serus vesper advehat. ●Nescis quid vesper serus trahat. [DAPR 779] ●Nescis, quidnam homini noxve, diesve ferat. [Teógnis / Manúcio, Adagia 503] Não sabes o que a noite ou o dia trará para o homem. VIDE: ●Fortuna nunquam perpetuo est bona. ●Nescimus quid vesper serus vehat. ●Quid vesper ferat incertum est. ●Quid vesper vehat incertum est.
1240. Nescit amor fines. [Divisa] O amor não conhece fim.
1241. Nescit amor habere modum. [Divisa] O amor não conhece limite. ■Quem ama, pisa na lama. VIDE: ●Verus amor nullum novit habere modum.
1242. Nescit Amor magnis cedere divitiis. [Propércio, Elegiae, 1.15.8] O deus Amor não se deixa vencer pelas grandes riquezas.
1243. Nescit capitis et inguinis discrimen. [Erasmo, Adagia 2.7.6; Albertatius 856] Não sabe a diferença entre cabeça e barriga. ■Não sabe nem qual é a sua mão direita. VIDE: ●Et equidem si scis tute, quot habeas hodie digitos in manu? ●Nescit quot digitos habeat in manu.
1244. Nescit dulcedinem epularum, qui famem non est expertus. [Titelmano / Bernardes, Nova Floresta 5.180] Não percebe o sabor da comida quem não sentiu fome. ■A fome é o melhor tempero.
1245. Nescit enim semel incitata liberalitas stare, cuius pulchritudinem usus ipse commendat. [Plínio Moço, Epistulae 5.11.3] Uma vez iniciada, a liberalidade não consegue deter-se; a sua prática a torna mais bela.
1245a. Nescit etiam expurgare nasum. Não sabe nem assoar o nariz. (=É um ignorante).
1246. Nescit habere bonos patris indulgentia natos, nescit habere bonos domini indulgentia servos. [Pereira 105] A indulgência do pai não consegue ter bons filhos, nem a indulgência do senhor consegue ter bons criados. ■Filhos e criados não deves amimar, se os queres lograr. ●Nescit habere bonas patris indulgentia natas. [Pereira 122] A indulgência do pai não logra boas filhas. ■Se muito as pintas e regalas, das boas filhas farás más. VIDE: ●Pater nimia indulgentia filios depravat.
1247. Nescit homo finem suum. [Vulgata, Eclesiástico 9.12] O homem não conhece o seu fim. ■Ninguém sabe do porvir. VIDE: ●Nemo tam divos habuit faventes, crastinum ut posset sibi polliceri. ●Omne futurum incertum.
1248. Nescit homo vere quod habet, nisi cesset habere. [Gaal 263] O homem só sabe o que tem, quando deixa de ter. ●Só se conhece o bem pelas costas. ●Só se sabe quanto vale a água, quando a fonte seca. VIDE: ●Bona a tergo formosissima. ●Bonum magis carendo quam fruendo sentitur. ●Nihil magis placet quam quod amissum est.
1249. Nescit is nocere, qui nocere velle prodidit. [Publílio Siro] Não sabe fazer mal quem revelou que queria fazer mal.
1250. Nescit otiari virtus. [Rezende 3948] A virtude não sabe descansar.
1251. Nescit plebs ieiuna timere. [Lucano, Bellum Civile 3.68] A multidão esfomeada não conhece medo. ■Ventre em jejum não ouve a nenhum. ■A necessidade não tem lei. VIDE: ●Venter famelicus auriculis caret.
1252. Nescit quam medium toto praestantior, amens. [Schottus, Adagia 298] O louco não sabe que a metade é melhor do que o todo. ■Quem tudo quer, tudo perde.
1253. Nescit quid sit inter dextram et sinistram suam. [Grynaeus 671] Ele não sabe o que há entre a mão direita e a esquerda. ■Não sabe sua mão direita o que faz a esquerda.
1254. Nescit quo tendat qui multas sequitur semitas. [Varronis Saturarum Menippearum Reliquiae 269] Não sabe para onde se dirige quem segue muitos caminhos. ■Quem não sabe aonde quer chegar, qualquer caminho serve.
1255. Nescit quot digitos habeat in manu. [Rezende 3949] Não sabe nem quantos dedos tem na mão. ■Não sabe nem qual é a sua mão direita. VIDE: ●Et equidem si scis tute, quot habeas hodie digitos in manu? ●Nescit capitis et inguinis discrimen.
1256. Nescit regnare, qui nescit dissimulare. [Eiselein 619] ■Quem não sabe fingir, não sabe reinar. ■Bem dissimular para bem governar. VIDE: ●Fallere qui nescit, vastae sit cultor eremi. ●Qui nescit dissimulare, nescit regnare.
1257. Nescit se ipsum. [Grynaeus 67] Não conhece a si mesmo. (=Diz-se de pessoa soberba ou arrogante). ■Ele não se enxerga! VIDE: ●Talpa caecior.
1258. Nescit servire virtus. [Edward Forsett, Pedantius 1.112] A virtude não sabe ser servil.
1258a. Nescit ubi tenat manus. Não sabe onde ponha as mãos. ■Não sabe para onde se virar.
1259. Nescit unde victum quaerat. Não sabe onde buscar comida. ■Não sabe o mato em que há de ir fazer lenha. VIDE: ●Quo se vertat nescit.
1260. Nescit vox missa reverti. [Horácio, Ars Poetica 390] A palavra emitida não consegue voltar. ■Palavra e pedra solta, atrás não volta. VIDE: ●Dicta semel nullum patiuntur verba recursum. ●Semel emissum volat irrevocabile verbum.
1261. Nescitis diem neque horam. [Vulgata, Mateus 25.13] Não sabeis o dia nem a hora. ■Não sabe o homem a hora em que morre. ■A morte é certa, a hora é incerta. VIDE: ●Certa mihi mors, incerta est funeris hora. ●Vigilate itaque, quia nescitis diem, neque horam.
1262. Nescitis quia amicitia huius mundi inimicitia est Dei? [Vulgata, Tiago 4.4] Não sabeis que a amizade deste mundo é inimiga de Deus?
1263. Nescitis quia modicum fermentum totam massam corrumpit? [Vulgata, 1Coríntios 5.6] Não sabeis que um pouco de fermento corrompe toda a massa? VIDE: ●Modicum fermentum totam massam corrumpit.
1264. Nescitis quod ii qui in stadio currunt, omnes quidem currunt, sed unus accipit bravium? [Vulgata, 1Coríntios 9.24] Não sabeis que os que correm no estádio, correm todos, mas um só é que alcança o prêmio? VIDE: ●Omnes currunt in stadio, sed unus accipit brabeum.
1265. Nesciunt quid faciunt. [Vulgata, Lucas 23.34] Não sabem o que fazem.
1266. Neutram in partem propensiores sumus. [Cícero, de Finibus 5.10] Eu não estou favorável a nenhuma das partes.
1267. Neve putes alium sapiente bonoque beatum. [Horácio, Epistulae 1.16.20] Não podes imaginar que seja feliz alguém que não seja sábio e bom.
1268. Ni bene defendas, nil prodest pectori thorax. [Pereira 93] Se não te defenderes bem, de nada servirá ao peito a couraça. ■A espada e o anel segundo a mão onde estiver.
1269. Ni gradus servetur, nulli tutus est summus locus. [Publílio Siro] Se o caminho não estiver guardado, a posição suprema não é segura para ninguém.
1270. Ni molas, non comedes. Se não moeres, não comerás. ■Quem quiser comer, depene. VIDE: ●Devitat quicumque molam, fugit ille farinam. ●E nuce nucleum qui esse vult, frangit nucem. ●Farinam fugit quicumque molam vitat. ●Molam qui vitat, farinam vitat. ●Ni purges et molas, non comedes. ●Ni purgaris et molas, non comedes. ●Nisi repurges et molas haud unquam edes. ●Purges nisi molasque, non edes piger. ●Qui fugit molam, farinam non invenit. ●Qui fugit molam, fugit farinam. ●Qui vitat molam, vitat farinam. ●Quicumque molam fugit, ille farinam.
1271. Ni parva servabis, peribit amplius. [Schottus, Adagia 609] Se não cuidares do pequeno, perder-se-á o maior. ■Quem não poupa reais não junta cabedais. VIDE: ●Maiora perdes, parva ni servaveris. ●Neglexeris si parva, perdas maxima.
1272. Ni pecus enutriat, semper domus ingemit ingens. [Pereira 99] Se não cria um rebanho, a casa grande sempre geme. ■Casa que não cria, sempre pia.
1273. Ni purges et molas, non comedes. [Erasmo, Adagia 2.9.88] Se não limpares e moeres, não comerás. ■Quem quiser comer, depene. ●Ni purgaris et molas, non comedes. [Schottus, Adagia 220] ●Ni molas, non comedes. VIDE: ●Bos hic non comedat, qui iam iuga ferre recusat. ●Nisi repurges et molas haud unquam edes. ●Purges nisi molasque, non edes piger. ●Qui non laborat, non manducat.
1274. Ni qui scit facere, insidias nescit metuere. [Publílio Siro] Só quem sabe fazer armadilhas, sabe não temê-las.
1275. Ni satur est ursus, facile haud saltare videbis. [Binder, Thesaurus 2069] Se o urso não estiver farto, não será fácil vê-lo dançar.
1276. Ni sit nota fides, ignoto non bene fides. [Binder, Thesaurus 2070] Se não é conhecida a sua honestidade, não é bom confiares em desconhecido.
1277. Ni velitis ossa mea violare. [Inscrição em túmulo] Não perturbeis meus ossos.
1278. Nidos commaculans immundus habebitur ales. [CODP 143] A ave que suja o próprio ninho será tida por imunda. ■É má a ave que em seu ninho caga. ■Aquela ave é má, que em seu ninho suja. ■Roupa suja se lava em casa. VIDE: ●Est avis ingrata, quae defoedat sua strata. ●Pessima est avis quae proprium nidum defoedat. ●Turpis avis proprium qui foedat stercore nidum.
1279. Nidos succisa in arbore non locant aves. [H.J.P.Von Bayer, Poematum Libellus 2.145] Os passarinhos não fazem ninhos em árvores caídas.
1280. Nidus testatur ibi qualis avis dominatur. [DAPR 478] O ninho mostra que ave mora ali. ■A pequeno passarinho, pequeno ninho. ■Pela casa se conhece o dono. VIDE: ●Ex nido avem iudicamus. ●Exiguum exiguae nidum decet esse volucri. ●Parva avis, parvus nidus.
1281. Niger cycnus. Um cisne negro. (=Um prodígio). VIDE: ●Cycnus niger, aut corvus albus, rarus sit avis quam fidelis amicus.
1282. Niger, ergo sapiens. Negro, portanto sábio.
1283. Niger, sed sapiens. [Sérgio Cabral, Uma Biografia: Grande Otelo 46] Negro, mas sábio.
1284. Niger tamquam corvus. [Petrônio, Satiricon 43.7] Negro como o corvo.
1285. Nigra sum, sed formosa. [Vulgata, Cântico 1.4] Sou negra, mas formosa.
1286. Nigrae vaccae album lac praebent. [Eiselein 401] As vacas pretas dão leite branco. ■A vaca preta dá leite branco. ■Galinha preta põe ovo branco. ■Negro é o carvoeiro, branco é o seu dinheiro. ●Nigrae vaccae album lac praebebunt. [A.Gartner, Proverbialia Dicteria] As vacas pretas darão leite branco VIDE: ●Etiam atra gallina candida ova excludit. ●Praebet candoris lac nigri vacca coloris.
1287. Nigro notanda lapillo dies. Um dia que deve ser marcado com uma pedra negra. (=Um dia infausto). VIDE: ●Albo lapillo notare diem. ●Dies atro signanda lapillo. ●Dies ater. ●Dies infaustus.
1288. Nigrum in candida vertunt. [Juvenal, Satirae 3.30] Mudam o preto em branco. (=Enganam).
1289. Nihil ab elephante differs. [Diogeniano / Erasmo, Adagia 2.9.90] Em nada diferes de um elefante. VIDE: ●Ab elephanto nihil differs.
1290. Nihil abiectum et humile cogitant. [Cícero, De Finibus 5.57] Não cogitam nada abjeto e pouco elevado.
1291. Nihil absque labore paratur. Nada se consegue sem trabalho. ■Sem trabalho, só a pobreza. ●Nihil absque labore. [Divisa]. VIDE: ●Absque labore gravi non possunt magna parari. ●Absque labore nihil. ●Labor paupertatem vincit.
1292. Nihil accidere bono viro mali potest. [Sêneca, De Providentia 2.1] Ao homem de bem nada de mal pode acontecer.
1293. Nihil ad carmen. [Manúcio, Adagia 501] Nada a ver com o poema. (=Nada a ver com o que estamos tratando). VIDE: ●Extra cantionem. ●Nihil ad verbum. ●Praeter cantilenam.
1294. Nihil ad profectum aetas prodest. [Gaal 46] A idade em nada melhora a pessoa. ■Cabelo branco não é juízo. VIDE: ●Canitiei non semper virtus comes. ●Vetulus cantherius novello non melior.
1295. Nihil ad rem pertinet. Nada tem a ver com a coisa. (=A questão é irrelevante). ●Nihil ad rem. VIDE: ●Neque caelum, neque terram attingit.
1296. Nihil ad rhombum. [Binder, Medulla 1112] Isto não tem nada com o rodovalho. (=Isso nada tem a ver com a questão em pauta). ■Isso já é outra história.
1297. Nihil ad verbum. [Manúcio, Adagia 501] Nada a ver com o que estamos falando. VIDE: ●Nihil ad carmen.
1298. Nihil adeo arduum est, quod non virtute consequi possit. [Rezende 3969] Nada é tão difícil que não se possa conseguir com a coragem. ■A coragem é que vence a guerra, e não armas boas. ●Nihil adeo arduum sibi esse existimaverunt quod non virtute consequi possent. [César, De Bello Gallico 7.47] Não julgavam nada tão difícil que não pudessem conseguir com a coragem.
1299. Nihil adeo divinum habet homo, quam benefacere. [S.Gregório Nazianzeno] Nada mais divino tem o homem do que fazer o bem. ■Fazer o bem é parecer-se com Deus.
1300. Nihil adeo tacitum quod non palam fiat. Não há nada secreto que não se torne público. ■Não há segredo que tarde ou cedo não seja descoberto. VIDE: ●Diu non latent scelera. ●Nihil est tectum quod non aetate patescat.
1301. Nihil admirari. Não te espantes com nada. VIDE: ●Nil admirari. ●Nil admirari prope re est una solaque quae possit facere et servare beatum.
1302. Nihil aeque amorem incitet et accendat quam carendi metus. [Plínio Moço, Epistulae 5.19.5] Nada aviva e inflama o amor como o medo de perdê-lo.
1303. Nihil aeque magnam apud nos admirationem occupet quam homo fortiter miser. [Sêneca, Ad Helviam 13.6] Nada provocará em nós admiração tão grande quanto um homem corajoso na adversidade.
1304. Nihil aeque sanitatem impedit, quam remediorum crebra mutatio. [Sêneca, Epistulae Morales 2.3] Nada dificulta tanto a cura como a freqüente mudança de remédios.
1305. Nihil agendo, homines male agere discunt. [Columela, De Re Rustica 11.1.26] Não fazendo nada, os homens aprendem a fazer o mal. ■Não fazer é fazer mal. ■Cabeça de vadio, hospedaria do diabo. VIDE: ●Daemon nunquam te otiosum inveniat. ●Diuturna quies vitiis alimenta ministrat. ●Homines nihil agendo agere consuescunt male. ●Multam enim malitiam docuit otiositas.
1306. Nihil agere delectat. [Cícero, De Oratore 2.24] É agradável não fazer nada. (=Os italianos têm a expressão Dolce far niente).
1307. Nihil agere quod non prosit. [Fedro, Fabulae 3.17.13] Não se faça nada que não seja útil.
1308. Nihil agere semper infelici est optimum. [Publílio Siro] Para o homem azarado, não tomar iniciativa é sempre o melhor.
1309. Nihil agis, dolor! quamvis sis molestus, nunquam te esse confitebor malum. [Cícero, Tusculanae Disputationes 2.25] Não adianta, dor! Por mais que me sejas penosa, jamais confessarei que és um mal.
1310. Nihil agit, qui diffidentem verbis solatur suis. [Plauto, Epidicus 116] Nada faz quem consola o homem desesperado só com palavras.
1311. Nihil alienum appeto. [Divisa] Nada quero que não seja meu. VIDE: ●Non alienam mihi laudem appeto.
1312. Nihil aliud esse ebrietatem quam voluntariam insaniam. [Sêneca, Epistulae Morales 10.83.18] A embriaguez não é senão uma loucura voluntária. VIDE: ●Ebrietatem furoris voluntariam speciem esse.
1313. Nihil aliud est actio quam ius quod sibi debeatur, iudicio persequendi. [Celso, Digesta 44.7.51] Ação nada mais é que o direito de perseguir em juízo o que lhe é devido. VIDE: ●Actio est ius persequendi in iudicio quod sibi debeatur. ●Actio est remedium ius suum persequendi in iudicio. ●Actio nihil aliud est quam ius persequendi in iudicio quod sibi debeatur.
1314. Nihil aliud potest rex quam quod de iure potest. [Jur / Coke / Black 1243] O rei não pode fazer nada senão o que pode fazer de acordo com a lei.
1315. Nihil aliud scit necessitas quam vincere. [Publílio Siro] A necessidade só sabe vencer.
1316. Nihil amabilius quam morum similitudo. [Seybold 219] Não há nada mais agradável que a semelhança de costumes.
1317. Nihil amabilius virtute. [Lodeiro 699] Nada mais desejável que a virtude. VIDE: ●Nihil est virtute amabilius. ●Nihil est enim virtute amabilius, nihil quod magis adliciat ad diligendum.
1318. Nihil amantibus durum est. Nada é difícil para quem ama. ■Quem ama, do longe faz perto. ●Nihil amantibus durum est, nullus difficilis cupienti labor est. [S.Jerônimo, Ad Eustochium 40] Nada é difícil para quem ama; não há trabalho difícil para quem quer. VIDE: ●Amanti nihil difficile. ●Nihil difficile amanti.
1319. Nihil amarius quam diu pendere. [Sêneca, De Beneficiis 2.5] Nada há mais penoso do que hesitar por muito tempo.
1320. Nihil amas, cum ingratum amas. [Plauto, Persa 231] Nada se ama, quando se ama um ingrato. ■Amar sem ser amado é ser desventurado. ■Quem afaga a mula, receberá coices. VIDE: ●Est amor ingratus, si non sit amator amatus.
1321. Nihil amatum nisi cognitum. Só se ama o que se conhece. ■Não se deseja o que o olhar não veja. VIDE: ●Ignoti nulla cupido. ●Nihil volitum quin praecognitum.
1322. Nihil annis velocius. [Ovídio, Metamorphoses 10.519] Nada mais veloz do que o tempo. ■Tempo não se ata com a soga. VIDE: ●Cito pede labitur aetas. ●Fugit irreparabile tempus. ●Nihil est velocius annis.
1323. Nihil ante quam evenerit, non evenire posse arbitrari. [Cícero, Tusculanae Disputationes 3.30] Não considerar nada como impossível, antes que aconteça. ■Tudo pode ser, sem ser milagre. VIDE: ●Nihil est quod haud sperare liceat. ●Omnia eveniunt, ut sunt humana.
1324. Nihil arbitrio virium feceris. [Dionísio Catão, Monosticha 48] Não faças nada sob o arbítrio da força.
1325. Nihil asperum tetrumque palpanti est. [Sêneca, De Ira 3.8] Nada é penoso nem difícil para o bajulador.
1326. Nihil attinet ad me quid facias. O que fazes não me diz respeito. VIDE: ●Quid agas ad me pertinet nihil.
1327. Nihil audentibus arduum. Nada é penoso para os que ousam. ■Nada é difícil para quem quer. VIDE: ●Nil difficile volenti. ●Nil volentibus arduum. ●Volenti nihil difficile. ●Volenti nihil impossibile. ●Volenti nil insuperabile.
1328. Nihil audentibus inexpugnabile, nihil satis munitum contra animosos. [Plutarco, Vida de Alexandre 58.1 / Rezende 3975] Para os audaciosos, nada é inexpugnável; contra os persistentes nada está suficientemente seguro. ■Quem porfia sempre alcança.
1329. Nihil audio, quod audisse, nihil dico, quod dixisse paeniteat. [Plínio Moço, Epistulae 1.9.5] Não ouço nada que me arrependa de ter ouvido, nem digo nada que me arrependa de ter dito.
1330. Nihil autem est molestum quod non desideres. [Cícero, De Senectute 47] Nada que não desejes te faz mal.
1331. Nihil autem mundo melius. [Cícero, De Natura Deorum 3.9] Nada melhor do que este mundo.
1332. Nihil autem opertum est, quod non reveletur, neque absconditum, quod non sciatur. [Vulgata, Lucas 12.2] Nenhuma coisa há oculta que não venha a descobrir-se; e nenhuma há escondida que não venha a saber-se. ■Nada há tão encoberto, que tarde ou cedo não seja descoberto. ■A verdade não sofre estar por muito tempo encoberta. VIDE: ●Diu non latent scelera. ●Nihil diu occultum. ●Nihil enim est opertum, quod non revelabitur, et occultum, quod non scietur. ●Nihil ita occultum est quod non reveletur. ●Nihil occultum quod non reveletur. ●Nihil opertum quod non reveletur. ●Nil est occultum, quod non revelabitur. ●Nil occultum est quod non reveletur. ●Non est enim occultum, quod non manifestetur. ●Quidquid nix celat, solis calor omne revelat.
1333. Nihil autem potest esse diuturnum, cui non subest ratio. [Quinto Cúrcio, Historiae 4.14] Não pode ser duradouro nada que a razão não sustente.
1334. Nihil beatum, si absit libertas. [Rezende 3976] Não há felicidade, se falta liberdade.
1335. Nihil bonum, nisi vacuitatem doloris. [Cícero, Tusculanae Disputationes 5.30] Nada é bom, senão a ausência da dor.
1336. Nihil carius aestimamus, quam beneficium quamdiu petimus; nihil vilius, cum accepimus. [Sêneca, Epistulae Morales 81] Nada estimamos mais valioso do que o benefício, enquanto o pedimos; nada mais sem valor depois que o obtivemos.
1337. Nihil caute simul ac celeriter geri potest. [Binder, Thesaurus 2076] Nada pode ser feito ao mesmo tempo com cuidado e rápido. ■Depressa e bem não faz ninguém. VIDE: ●Nil est quod caute simul agas et celeriter. ●Quod cito fit, cito perit. ●Quod cito fit, male fit. ●Vix bene et cito.
1338. Nihil citius arescit quam lacrimă. ■Nada seca mais depressa do que as lágrimas. ●Nihil citius arescit lacrimā. VIDE: ●Cito arescit lacrima. ●Cito enim exarescit lacrima, praesertim in alienis malis. ●Lacrima nihil citius arescit. ●Lacrima nihil citius arescit, praesertim in alienis malis. ●Nihil enim lacrima citius arescit. ●Nihil facilius quam lacrimas inarescere.
1339. Nihil citius pervertit hominem, quam alter homo. [Oleastro / Bernardes, Luz e Calor 1.219.23] Nada mais depressa dana a um homem como outro homem.
1340. Nihil clarior. Não há nada mais claro.
1341. Nihil clausum constat, quod auro argentoque non pateat. [S.Valeriano, Homilia 20, De Avaritia / Bernardes, Nova Floresta 4.294] Nada há fechado que não se abra ao ouro e à prata. ■Chave de ouro abre qualquer porta. ■Não há fechadura, se de ouro é a gazua. VIDE: ●Auro clausa patent. ●Auro quaeque ianua panditur. ●Auro solent adamantinae etiam perfringi fores. ●Invia nulla via est auro.
1342. Nihil cognoscitur, nisi secundum quod est in actu. [Jur] Só se toma conhecimento do que está no processo.
1343. Nihil commune habet proprietas cum possessione. [Digesta 41.2.12.1] Nada tem de comum o domínio com a posse. VIDE: ●Nec possessio et proprietas misceri debent. ●Proprietas cum possessione nihil commune habet. ●Separata debet esse possessio a proprietate.
1344. Nihil conatur unquam, cuncta qui timet. [A.Arthaber, Dizionario Comparato di Proverbi 511] Nunca arrisca nada quem tem medo de tudo. ■Quem não arrisca, não petisca. VIDE: ●Commoditas sequitur metuentem incommoda nunquam. ●Folia qui timet, silvas non adeat.
1345. Nihil consensui tam contrarium est quam vis atque metus. [Digesta 50.17.116] Nada é tão contrário à concordância quanto a violência e o medo. VIDE: ●Nihil tam contrarium consensui quam vis et metus.
1346. Nihil consuetudine maius. [Rezende 3979] Nada é mais forte do que o costume. VIDE: ●Nil assuetudine maius.
1347. Nihil contemnit esuriens. [Sêneca, Epistulae Morales 119.4] Quem tem fome, não despreza nada. ■Quem tem fome, cardos come. ■À fome não há pão duro. VIDE: ●Accipe quale datur, si cupis esse satur. ●Anima esuriens et amarum pro dulci sumet. ●Ieiunus raro stomachus vulgaria temnit.
1348. Nihil corde fugacius. [S.Agostinho / Bernardes, Luz e Calor 1.189.16] Nada mais fugaz que o coração.
1349. Nihil credam, et omnia cavebo. [Stevenson 2124] Não confiarei em nada e tomarei cuidado com tudo. ■O seguro morreu de velho. VIDE: ●Cavendi nulla est dimittenda occasio.
1350. Nihil credo auguribus, qui aures verbis divitant alienas, suas auro locupletent domus. [Aulo Gélio, Noctes Atticae 14.1] Não confio nos áugures que enriquecem de palavras os ouvidos alheios e enchem de ouro suas próprias casas.
1351. Nihil cum fidibus graculo, nihil cum amaracino sui. [Aulo Gélio, Noctes Atticae, Praefatio 19] O gralho nada tem com a lira, nem o porco com a mangerona. ■Que há de comum entre o asno e a lira? VIDE: ●Nihil graculo cum fidibus. ●Quid caeco cum speculo? ●Quid caeco cum speculo et surdo cum lyra? ●Quid canis in balneo? ●Quid cani et balneo? ●Quid commune cani cum balneo? ●Quid namque caeco cum speculo est commercii? ●Speculum caecus poscit. ●Speculum caecus. ●Vox asini quid ad philomelam?
1352. Nihil cum umbra, sine umbra nihil. [Inscrição em relógio solar] Com sombra, nada; sem sombra, nada.
1353. Nihil cupiditati exceptum. [Tácito, Agricola 15] Nada escapa à ambição.
1354. Nihil dat qui non habet. [Jur / Black 1243] Quem não tem, nada dá. VIDE: ●Non dat qui non habet.
1355. Nihil de mortuis nisi bonum. [DAPR 774] Dos mortos só digas coisa boa. ■Ninguém sabe onde fica o cemitério dos ruins. ■Enterrado, perdoado. VIDE: ●De mortuis nil nisi bene. ●De mortuis nil nisi bonum. ●Mortuis non convinciandum. ●Parce sepulto. ●Parce sepultis.
1356. Nihil de principe, parum de Deo. [Rezende 3981] (Não se diga) nada do príncipe, pouco de Deus. ■Não digas mal de el-rei nem entre dentes, porque em toda parte tem parentes. VIDE: ●De Deo parum, de principe nihil. ●Parum de principe, nihil de Deo.
1357. Nihil decet invita Minerva, id est, adversante et repugnante natura. [Cícero, De Officiis 1.31] Não convém fazer nada contra a vontade de Minerva, isto é, quando a natureza se opõe e repele. VIDE: ●Invita Minerva. ●Nihil invita Minerva facies. ●Tu nihil invita dices faciesve Minerva.
1358. Nihil Deo clausum est. [Sêneca, Epistulae Morales 83.1] A Deus nada está fechado. VIDE: ●Deo nihil clausum est.
1359. Nihil desperare, nulli rei fidere. [Plínio Moço, Epistulae 4.24.6] Não perder a esperança de nada, não ter confiança em nada.
1360. Nihil Deo placet, nihil diabolo displicet nisi voluntas bona. [S.Pedro Venerável / Bernardes, Luz e Calor 1.45] Nada agrada a Deus, nada desagrada ao diabo, senão a boa-vontade.
1361. Nihil Deum roges, nisi quod rogare possis palam. [Sêneca, Epistulae Morales 10.5] Nada peças a Deus, senão o que possas pedir na frente dos outros.
1362. Nihil dictu foedum visuque haec limina tangat, intra quae puer est. [Juvenal, Satirae 14.44] Nada que seja indigno de ser dito ou de ser visto chegue à casa em que haja uma criança.
1363. Nihil dictum quod non dictum sit prius. [Black 1243] Nada se disse que não tenha sido dito antes. VIDE: ●Nullum est iam dictum quod non dictum sit prius.
1364. Nihil difficile amanti. [Cícero, De Oratore 10.33] Para quem ama, nada é difícil. ■Quem ama, do longe faz perto. VIDE: ●Amanti nihil difficile. ●Nihil amantibus durum est. ●Quid non possit amor?
1365. Nihil difficilius quam amicitiam usque ad extremum vitae permanere. [Cícero, De Amicitia 33] Nada é mais difícil do que prolongar-se uma amizade até o fim da vida.
1366. Nihil difficilius quam bene imperare. Não há nada mais difícil do que governar bem.
1367. Nihil dignum dictu actum his consulibus. [Tito Lívio, Ab Urbe Condita 4.30] No consulado deles nada ocorreu digno de comentário.
1368. Nihil discit qui cito discit. Quem aprende depressa, nada aprende. ●Nihil discit qui sine ordine discit. Nada aprende quem aprende sem ordem. ●Nihil discitur repente. [Bernolák 299] Depressa não se aprende nada.
1369. Nihil diu occultum. [Epígrafe de Fábula de Fedro] Nada fica oculto por muito tempo. ■Nada há tão encoberto que tarde ou cedo não seja descoberto. ■Não há segredo que cedo ou tarde não seja descoberto. VIDE: ●Diu non latent scelera. ●Nihil autem opertum est, quod non reveletur, neque absconditum, quod non sciatur. ●Nihil enim est opertum, quod non revelabitur, et occultum, quod non scietur. ●Nihil ita occultum est quod non reveletur. ●Nihil occultum quod non reveletur. ●Nil est occultum, quod non revelabitur. ●Nil occultum est quod non reveletur. ●Non est enim occultum, quod non manifestetur.
1370. Nihil dolo creditor facit qui suum recipit. [Digesta 50.17.129] Não age com dolo o credor que recebe o que é seu.
1371. Nihil dulcius quam omnia scire. [Erasmo, Adagia 5.1.42] Nada mais agradável do que saber tudo. VIDE: ●Nil dulcius quam scire prorsus omnia.
1372. Nihil dulcius veritatis luce. Nada é mais doce do que a luz da verdade. VIDE: ●Nihil est veritatis luce dulcius.
1373. Nihil ei regium deesse praeter regnum videretur. [Justino, Epítome Historiarum Philippicarum 23.4] Parecia que das características dos reis só lhe faltava um reino. VIDE: ●Nihil illi deerat ad regnandum praeter regnum.
1374. Nihil emi carius, quam quod roganti datur. [Manúcio, Adagia 127] Nada se compra mais caro do que o que se dá a quem pede. ■Melhor é comprar do que rogar. ■O que se roga sai caro. VIDE: ●Malo emere quam rogare.
1375. Nihil enim aeque facit fortunam, ac occasio. [Gaspar Caldera / Rezende 3987] Nada conduz melhor à boa-sorte do que a ocasião.
1376. Nihil enim aeque gratum est adeptis quam concupiscentibus. [Plínio Moço, Epistulae 2.15.1] Nada agrada igualmente a quem o possui e a quem o deseja.
1377. Nihil enim efficacius operibus ipsis ad persuadendum est. [Garcia de Meneses / Ramalho 10] Nada é mais eficaz para persuadir do que as próprias obras. ■Obras são amores, que não boas razões. ■Obras falam, palavras calam.
1378. Nihil enim est opertum, quod non revelabitur, et occultum, quod non scietur. [Vulgata, Mateus 10.26] Nada há encoberto, que se não venha a descobrir, nem oculto, que se não venha a saber. ■Nada há tão encoberto que tarde ou cedo não seja descoberto. VIDE: ●Nihil autem opertum est quod non reveletur, neque absconditum, quod non sciatur. ●Nihil diu occultum. ●Nihil ita occultum est quod non reveletur. ●Nihil occultum quod non reveletur. ●Nil est occultum, quod non revelabitur. ●Nil occultum est quod non reveletur. ●Non est enim occultum, quod non manifestetur.
1379. Nihil enim ex omni parte perfectum in humanis inventionibus esse posse credo. [Prisciano] Acredito que nada pode ser completamente realizado nas criações humanas.
1380. Nihil enim facilius quam amor recrudescit. [Sêneca, Epistulae Morales 69.3] Nada recrudesce com mais facilidade do que o amor.
1381. Nihil enim honestum esse potest, quod iustitia vacat. [Cícero, De Officiis 1.19] Nada a que falte a justiça, pode ser respeitável.
1382. Nihil enim intulimus in hunc mundum; haud dubium quod nec auferre quid possumus. [Vulgata, 1Timóteo 6.7] Nada trouxemos para este mundo; é sem dúvida que não podemos levar nada dele. VIDE: ●Nudus egressus sum de utero matris meae et nudus revertar illuc. ●Nudus ut in terram veni, sic nudus abibo.
1383. Nihil enim lacrima citius arescit. [RH 2.50] ■Nada seca mais depressa do que as lágrimas. VIDE: ●Cito arescit lacrima. ●Cito enim exarescit lacrima, praesertim in alienis malis. ●Lacrima nihil citius arescit, praesertim in alienis malis. ●Lacrima nihil citius arescit. ●Nihil citius arescit quam lacrima. ●Nihil facilius quam lacrimas inarescere.
1384. Nihil enim laudabilius, nihil magno et praeclaro viro dignius placabilitate atque clementia. [Cícero, De Officiis 1.25] Nada é mais louvável, nada mais digno de um homem nobre e ilustre do que a moderação e a clemência.
1385. Nihil enim potest esse aequabile, quod non a certa ratione proficiscatur. [Cícero, Tusculanae Disputationes 2.65] Nada que não parta de um princípio firme pode ser estável.
1386. Nihil enim, quod intra mundum est, alienum homini est. [Sêneca, Ad Helviam 8.5] Nada que existe dentro do mundo é estranho ao homem.
1387. Nihil enim tam mortiferum ingeniis quam luxuria est. [Sêneca Retórico, Controversiae 1.7] Nada é tão prejudicial às inteligências quanto o luxo.
1388. Nihil eripit fortuna, nisi quod et dedit. [Sêneca, De Constantia 5.4] A sorte só nos tira o que ela mesma nos deu.
1389. Nihil esse grato animo honestius. [Sêneca, Epistulae Morales 81.30] Nada é mais nobre do que um coração reconhecido.
1390. Nihil esse in rebus humanis difficilius quam bene imperare. [Petrus Crinitus, De Honesta Disciplina 13.8] Nas coisas humanas, não há nada mais difícil que governar bem. VIDE: ●Nihil est difficilius quam bene imperare.
1391. Nihil esse in vita proprium mortali datum. [Lucílio, Saturae 27.701] Nada nesta vida é dado ao mortal como sua propriedade. VIDE: ●Cum sciam nihil esse in vita proprium mortali datum.
1392. Nihil esse melius quam laetari hominem in opere suo. [Vulgata, Eclesiastes 3.22] Nada melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras.
1393. Nihil esse miseris mortalibus spiritu carius. [Quinto Cúrcio, Historiae 6.4] Para os infelizes mortais, nada vale mais que a vida.
1394. Nihil esse praecipue cuiquam dolendum in eo, quod accidat universis. [Cícero, Ad Familiares 6.2.2] A ninguém deve afligir aquilo que acontece a todos.
1395. Nihil esse pulchrius in omni ratione vitae, dispositione atque ordine. [Columela, De Re Rustica 12.2.4] Nada é mais belo em todas as relações da vida do que o método e a ordem. VIDE: ●Quis enim dubitet nihil esse pulchrius in omni ratione vitae, dispositione atque ordine.
1396. Nihil esse utilius sale et sole. [Plínio Antigo, Naturalis Historia 31.102] Nada mais útil do que o sal e o sol. ■Sol e sal livram a gente de muito mal. VIDE: ●Nihil utilius sale et sole. ●Nil sole et sale utilius. ●Sale nihil utilius. ●Totis corporibus nihil esse utilius sale et sole.
1397. Nihil est ab omni parte beatum. [Horácio, Carmina 2.16.27] Não há nada totalmente perfeito. ■Nada há perfeito neste mundo. ■Não há rosa sem espinho. ■Nesta vida não há felicidade completa. VIDE: ●Haud vivit ullus omnibus felix modis. ●Medio de fonte leporum surgit amari aliquid. ●Nihil ex omni parte beatum. ●Nil ab omni parte beatum. ●Omnis commoditas sua fert incommoda secum.
1398. Nihil est agricultura melius, nihil uberius nihil dulcius, nihil homini libero dignius. [Cícero, De Officiis 1.42] Nada é melhor do que a agricultura, nada mais fecundo, nada mais agradável, nada mais digno do homem livre.
1399. Nihil est aliud bene et beate vivere nisi honeste et recte vivere. [Cícero, Paradoxa 1.15] Viver bem e feliz não é senão viver com nobreza e honestidade. VIDE: ●Beate vivere honeste, id est, cum virtute vivere.
1400. Nihil est aliud falsitas nisi veritatis imitatio. [Rezende 3999] A mentira não passa de uma imitação da verdade. VIDE: ●Falsitas est veritatis dolosa mutatio et in alterius praeiudicium facta. ●Falsitas est veritatis imitatio in alterius praeiudicium facta.