DICIONÁRIO DE EXPRESSÕES E FRASES LATINAS
Compilado por HENERIK KOCHER
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N9: 1601-1800
1601. Nihil quod homini accidere possit, recusare debeamus. [Cícero, Ad Atticum 15.1.1] Não devemos recusar nada que possa acontecer ao ser humano.
1602. Nihil quod ortum sit, aeternum esse potest. [Cícero, De Natura Deorum 1.20, adaptado] Nada que tenha nascido, pode ser eterno. ■Tudo passa na terra. ■Nasceu, padeceu, morreu.
1603. Nihil recte existimat qui se ipsum ignorat. [S.Bernardo / Bernardes, Luz e Calor 1.221.61] Nada avalia bem quem não conhece a si mesmo.
1604. Nihil recte sine exemplo docetur aut discitur. [Columela, De Re Rustica 11.1.4] Nada se ensina ou se aprende direito sem o exemplo.
1605. Nihil recusandum, quod donatur. [Grynaeus 526] Nada do que nos é dado deve ser recusado. ■Quando te derem o bezerro, corre logo com a corda. ●Nihil recusandum, quod datur. [Binder, Medulla 1117] VIDE: ●Donum quodcumque dat aliquis, lauda. ●Donum quodcumque dat aliquis, proba. ●Donum quodcumque probato.
1606. Nihil relinquent bella. [Sêneca, Hercules Furens 365] As guerras não deixarão nada.
1607. Nihil rerum humanarum sine deorum numine geri potest. [Cornélio Nepos, Timoleon 4.3] Nada humano pode acontecer sem a vontade dos deuses. ●Nihil rerum humanarum sine deorum numine geritur.
1608. Nihil sacri es. [Erasmo, Adagia 1.8.37] Tu não tens nada de sagrado. ■Não és flor que se cheire.
1609. Nihil sacrum intactumque fortunae. [Sêneca, Ad Polybium 16] Para a sorte nada é sagrado nem intocável.
1610. Nihil satis est, quia tanti, quanti habeas, sis. [Horácio, Sermones 1.1.62] Nada te é suficiente, pois vales tanto quanto tens. ■Tanto tens, tanto vales. ■Vale quem tem. VIDE: ●Quantum habet quisque, tanti sit. ●Quantum habebis, tantus eris. ●Tanti quantum habeas, sis. ●Tanti quisque sit, quantum possidet. ●Tanti revera estis, quantum habetis.
1611. Nihil scire est vita iucundissima. [J. Ray, Englih Proverbs 61] Não saber nada é a vida mais feliz. ■Vida é prazer de quem não tem saber. VIDE: ●Amissum quod nescitur, non amittitur. ●In nihil sapiendo vita est iucundissima. ●In nihil sapiendo iucundissima vita. ●Qui addit scientiam, addit et laborem. ●Suavissima hic est vita, si sapias nihil.
1612. Nihil semper floret: aetas succedit aetati. [Cícero, Philippica 11.39] Nada floresce para sempre: uma época sucede a outra.
1613. Nihil sibi quisquam de futuro debet promittere. [Sêneca, Epistulae Morales 101.5] Ninguém deve prometer a si nada a respeito do futuro.
1614. Nihil sic probat amicum, quemadmodum oneris amici portatio. [S.Agostinho / Bernardes, Nova Floresta 1.138] Nada revela um amigo tanto quanto o fato de ajudar a carregar o fardo do amigo.
1615. Nihil simile est idem. Nada que é parecido é a mesma coisa. ■Parecer não é ser.
1616. Nihil simulatio proficit. Paucis imponit leviter extrinsecus inducta facies. [Sêneca, Epistulae Morales 79] O fingimento não serve para nada. Uma máscara que é facilmente arrancada do rosto engana a poucos.
1617. Nihil simulatum diuturnum. [Wagner 239] Nada fingido é duradouro. VIDE: ●Nec simulatum potest quidquam esse diuturnum. ●Nullum simulatum diuturnum.
1618. Nihil sine causa. [Seybold 220] Nada acontece sem uma causa. VIDE: ●Nihil fit sine causa.
1619. Nihil sine Deo. [Grynaeus 107] Nada (se faz) sem Deus. ■Sem Deus, nem até a porta, e com Deus, através dos mares. VIDE: ●Non sine diis.
1620. Nihil sine duobus tribusve testibus geri potest. [S.Epifânio / Schottus, Adagialia Sacra 48] Nada pode ser decidido sem duas ou três testemunhas. ■Uma testemunha, nenhuma testemunha.
1621. Nihil sine labore paratur. Sem trabalho nada se consegue. ●Nihil sine labore. [Divisa] VIDE: ●Dii labore omnia vendunt.
1622. Nihil sine magno labore vita dedit mortalibus. A vida não deu nada aos mortais sem grande esforço. VIDE: ●Nil sine magno vita labore dedit mortalibus.
1623. Nihil sine pecunia. [Bebel, Adagia Germanica] Nada se faz sem dinheiro. ■Sem dinheiro tudo é vão. VIDE: ●Aurum aperit omnia, et inferni portas. ●Nummus omnia efficit. ●Laudatur nummus, quasi rex super omnia summus.
1624. Nihil sine ratione faciendum est. [Sêneca, De Beneficiis 4.10.2] Nada deve ser feito sem consultar a razão.
1625. Nihil sine voce est. [Vulgata, 1Coríntios 14.10] Nada há sem voz. ■Até o cabelo sutil faz sua sombra.
1626. Nihil sit grave, quod leviter excipias. [Sêneca, Epistulae Morales 123] Nada que suportares com paciência será penoso.
1627. Nihil solliciti sitis. [Vulgata, Filipenses 4.6] Não tenhais cuidado de coisa alguma.
1628. Nihil spei credo, omnes res spissas facit. [Estácio, Palliatae, Fragmentum 25] Não confio na esperança; ela torna tudo penoso.
1629. Nihil splendidius iustitia. [S.Ambrosio, Opera 5.18] Nada é mais magnífico que a justiça.
1630. Nihil suavius est quam ab omnibus diligi. [K.E.Georges, Handwörterbuch 837] Não há nada mais agradável do que ser amado por todos.
1631. Nihil sub sole novum. [Vulgata, Eclesiastes 1.10] ■Não há nada de novo sob o sol. ■Não há que espantar, tudo há no mundo. VIDE: ●Nihil novum sub sole. ●Nil novi sub sole.
1632. Nihil sui cum fidibus. [Binder, Medulla 1118] O porco não tem nada com a lira. ■Não dizes coisa com coisa.
1633. Nihil super malitiam pravae mulieris. [Bebel, Proverbia Germanica 408] Nada supera a maldade da mulher má. VIDE: ●Res mala vir malus est; mala femina pessima res est.
1634. Nihil superbius paupere, dum surgit in altum. [Bebel, Adagia Germanica / DAPR 610] Nada é mais soberbo do que o pobre, quando sobe a uma posição elevada. ■Quando o vilão vai de mulo, não conhece Deus nem o mundo. ■Quando o vilão está rico, não tem parente nem amigo. VIDE: ●Asperius nihil est humili, cum surgit in altum. ●Cum surgunt miseri, nolunt miseris misereri. ●Fiunt Nerones miseri facti locupletes. ●Nihil humili peius, cum se sors ampliat eius.
1635. Nihil suspicari licebit. [Tertuliano, Apologeticus 23.2] Não haverá lugar para suspeitas.
1636. Nihil tam absurde dici potest quod non dicatur ab aliquo philosophorum. [Cícero, De Divinatione 2.58] Nada tão absurdo pode ser dito, que não seja dito por algum filósofo. VIDE: ●Nemo aegrotus quidquam somniat tam infandum, quod non aliquis dicat philosophus.
1637. Nihil tam absurdum dici potest quod non dicatur a quodam doctorum. [Antônio Joaquim Ribas, Curso de Direito Civil Brasileiro 84] Nada tão absurdo pode ser dito que não seja dito por algum doutor.
1638. Nihil tam aeque proderit quam quiescere et minimum cum aliis loqui, plurimum secum. [Sêneca, Epistulae Morales 105.6] Nada é mais útil para nós do que vivermos tranqüilos e falarmos pouco com os outros e muito com nós mesmos.
1639. Nihil tam alte natura constituit, quo virtus non possit eniti. [Quinto Cúrcio, Historiae 7.11] A natureza não colocou nada tão alto, que a coragem não possa alcançar.
1640. Nihil tam cito redditur quam a speculo imago. [Sêneca, Quaestiones Naturales 1.4.2] Nada é devolvido com tal rapidez quanto a imagem pelo espelho.
1641. Nihil tam cognatum sapientiae, quam locis et temporibus aptare sermones personarum. [Macróbio, Saturnalia 7.1] Nada é tão ligado à sabedoria quanto adaptar o discurso das pessoas aos lugares e épocas.
1642. Nihil tam contrarium consensui quam vis et metus. [Jur] Nada é tão contrário à concordância quanto a violência e o medo. VIDE: ●Nihil consensui tam contrarium est quam vis atque metus.
1643. Nihil tam durum et ferreum, quod non Amoris telis perfringatur. [Otto Vaenius, Amorum Emblemata 12] Nada é tão firme e resistente que não seja rompido pelos dardos de Cupido.
1644. Nihil tam egregium, atque proprium regis esse quam iustitiae opus. [Plutarco / Rezende 4044] Nada tão nobre e próprio de um rei quanto o exercício da justiça.
1645. Nihil tam firmum est cui periculum non sit etiam ab invalido. [Quinto Cúrcio, Historiae 7.8] Nada há tão sólido que não tenha a temer algum perigo, mesmo que venha de um ser fraco. VIDE: ●Ne despicias debilem, nam culex fodit oculum leonis. ●Quamvis sublimes, debent humiles metuere, vindicta docili quia patet sollertiae.
1646. Nihil tam firmum est, quod non expugnari pecunia possit. [Henderson 264] Nada é tão forte, que não possa ser vencido pelo dinheiro. ■Não há fechadura tão forte que uma gazua de ouro não possa abrir. VIDE: ●Auro clausa patent. ●Auro nihil inexpugnabile. ●Nihil clausum constat, quod auro argentoque non pateat. ●Nihil tam sanctum, quod non violari, nihil tam munitum, quod non expugnari pecunia possit.
1647. Nihil tam in nostra potestate quam ipsa voluntas est. [S.Anselmo / Bernardes, Luz e Calor 1.45] Nada está tanto no nosso poder como o nosso querer.
1648. Nihil tam inaestimabile est quam animi multitudinis. Não há nada tão imprevisível quanto os julgamentos da multidão. VIDE: ●Nihil est tam incertum, nec tam inaestimabile est quam animi multitudinis.
1649. Nihil tam infestum tranquillitati animi quam nihil pati posse. [Dengg 100] Nada é tão hostil à tranqüilidade do espírito quanto nada poder suportar.
1650. Nihil tam molle quam voluntas. Nada é tão flexível quanto a vontade. VIDE: ●Nihil est tam molle quam voluntas.
1651. Nihil tam naturale est quam eo genere quidque dissolvere, quo colligatum est. Ideo verborum obligatio verbis tollitur. [Ulpiano, Digesta 50.17.35] Nada é tão natural quanto cada espécie de contrato anular-se pelo mesmo recurso com que foi contratado. Assim o contrato verbal se desfaz verbalmente. VIDE: ●Naturale est quidlibet dissolvi eo modo quo ligatur.
1652. Nihil tam sanctum, quod non violari, nihil tam munitum, quod non expugnari pecunia possit. [Cícero, In Verrem 2.5.147] Não há nada tão sagrado que não possa ser violado pelo dinheiro, nem nada tão protegido, que não possa ser vencido pelo dinheiro. ■Não há fechadura tão forte que uma gazua de ouro não possa abrir. VIDE: ●Auro clausa patent. ●Auro nihil inexpugnabile. ●Nihil clausum constat, quod auro argentoque non pateat. ●Nihil tam firmum, quod non expugnari pecunia possit.
1653. Nihil tamen impedit ridentem dicere verum. Nada impede quem ri de dizer a verdade. VIDE: ●Ridentem dicere verum quid vetat?
1654. Nihil temere credideris. [Dionísio Catão, Monosticha] Não confiarás em nada inconsideradamente.
1655. Nihil tetigit quod non ornavit. Ele não tocou nada que não embelezasse. VIDE: ●Nullum quod tetigit non ornavit. ●Qui nullum fere scribendi genus non tetigit, nullum quod tetigit non ornavit.
1656. Nihil timere, nihil neglegere. Nada temer; de nada descuidar.
1657. Nihil timere, nihil verecundari. Nada temer; de nada ter vergonha.
1658. Nihil timet adversi quem servat rector Olympi. [Pereira 106] Não teme a adversidade aquele a quem protege o chefe do Olimpo. ■Guardado é o que Deus guarda.
1659. Nihil turpe ducas pro salutis remedio. [Publílio Siro] Não usarás nada de vergonhoso como meio de salvação.
1660. Nihil turpius est convicio quod in auctorem recidit. [Plutarco / Henderson 264] Nada é mais vergonhoso que a censura que recai sobre seu autor. VIDE: ●Alterius vitium acute cernis, et tua non vides.
1661. Nihil turpius quam cum eo bellum gerere, quocum familiariter vixeris. [Cícero, De Amicitia 21] Nada mais indigno do que guerrear contra aquele com quem se tenha vivido na intimidade.
1662. Nihil turpius quam domi esse peregrinum; nihil magis pudendum quam ignarum esse suae patriae. [Gabriel Harvey, Marginalia] Nada é mais desonroso do que ser um estranho na própria casa; nada mais vergonhoso do que desconhecer a própria pátria.
1663. Nihil turpius est, quam grandis natu, qui nullum aliud habet argumentum, quo se probet diu vixisse, praeter aetatem. [Rezende 4048] Não há coisa mais torpe do que um velho que nenhuma outra prova tem de que viveu muito a não ser idade. VIDE: ●Saepe grandis natu senex nullum aliud habet argumentuum quo se probet diu vixisse, praeter aetatem.
1664. Nihil unquam peccavit, nisi quod mortua est. [Inscrição no túmulo de uma esposa / Rezende 4049] Nunca cometeu qualquer falta, a não ser de ter morrido.
1665. Nihil urget. Não há pressa.
1666. Nihil utilius firma valetudine. Nada mais útil do que uma boa saúde. ■Saúde e paz, dinheiro atrás. ■Saúde é riqueza. VIDE: ●Absque sanitate nemo felix. ●Firma valetudine nihil melius: sani aegris ditiores. ●Homini nihil utilius sanitate. ●Nil sanitate vita habet praestantius. ●Valetudine firma nihil melius.
1667. Nihil utilius sale et sole. Nada mais útil do que o sal e o sol. ■Sol e sal livram a gente de muito mal. VIDE: ●Nihil esse utilius sale et sole. ●Nil sole et sale utilius. ●Sale nihil utilius.
1668. Nihil vehemens durabile. Nada violento dura muito. ■O que é intenso dura pouco. VIDE: ●Ignis, quo clarior fulsit, citius exstinguitur. ●Nil violentum perpetuum. ●Nullum violentum perpetuum. ●Quod est violentum, non est durabile.
1669. Nihil venit sine cura, nisi paupertas. Sem esforço, só vem a pobreza. ■Sem trabalho, só a pobreza. ●Nihil venit sine industria, nisi paupertas. VIDE: ●Absque labore gravi non possunt magna parari. ●Absque labore nihil. ●Labor paupertatem vincit. ●Sine labore non erit panis in ore.
1670. Nihil vincit nisi veritas, nihil salvat nisi caritas. Só a verdade vence, só o amor salva.
1671. Nihil virtuti invium. [Tácito, Agricola 27, adaptado] Para a coragem nada é impossível. ■Nada é difícil para quem quer. VIDE: ●Nihil est difficile volenti.
1672. Nihil volitum quin praecognitum. [Adágio escolástico / Stevenson 2543] Nada é desejado que não seja conhecido. ■Não se deseja o que o olhar não veja. ●Nihil volitum, nisi praecognitum. [Rezende 4050] ●Nihil volitum, nisi cognitum. ●Nihil volitum quod non cognitum. VIDE: ●Ignoti nulla cupido. ●Quae ignoramus, spernuntur. ●Quod latet ignotum est; ignoti nulla cupido. ●Quod quis non novit, hoc non dolet. ●Volitum nihil, nisi cognitum. ●Voluntas non fertur in incognitum.
1673. Nihila gyrina est rana sapientior. [Schottus, Adagia 619] Nenhum girino é mais sabido do que a rã. VIDE: ●Rana gyrino sapientior.
1674. Nihilne te populi veretur? [Pacúvio, Fragmenta] Não tens respeito algum para com o povo?
1675. Nihilque nocere cupientes magis accendit quam prosperae turpitudinis conscientia. [Sêneca Retórico, Suasorie 7.1] Nada excita mais os que desejam fazer mal do que a consciência da indignidade bem sucedida.
1676. Nil ab omni parte beatum. [Juan de Lama 207] Não há nada completamente sem defeito. ■Não há rosa sem espinho. ■Nesta vida não há felicidade completa. VIDE: ●Etiam inter rosas aculei. ●Nihil est ab omni parte beatum. ●Nihil ex omni parte beatum.
1677. Nil actum credens cum quid superesset agendum. [Lucano, Pharsalia 2.657] Julgando que nada foi feito, enquanto algo resta por fazer. ■Não acabar é não fazer. ●Nil actum reputa, si quid superest agendum. Considera como não estando nada feito, se falta fazer alguma coisa. ●Nil actum est cum quid superest agendum. Nada está feito, quando falta fazer algo. VIDE: ●Nihil etenim actum esse credimus, dum aliquid addendum superest. ●Nihil perfectum est dum aliquid restat agendum. ●Nil videtur actum dum aliquid superest agendum.
1678. Nil ad fides dicis. [Pereira 102] Não dizes nada que mereça confiança. ■Dizes uma coisa por outra.
1679. Nil adeo dulce est, quod non videatur amarum et non displiceat, si plus duraverit aequo. [Palingênio, Zodiacus Vitae 33] Não há nada doce que não pareça amargo e que não desagrade, se durar mais que o justo,.
1680. Nil admirari. Não admirar-se de nada. ●Nil admirari prope re est una solaque quae possit facere et servare beatum. [Horácio, Epistulae 1.6.1] Não se perturbar com nada é quase o único meio que pode dar e conservar a felicidade. VIDE: ●Nihil admirari.
1681. Nil agenti dies longus est. [Sweet 189] Para quem nada faz, o dia é longo. ■Para quem trabalha os dias parecem curtos. VIDE: ●Nullus agenti dies longus est.
1682. Nil agit exemplum, litem quod lite resolvit. [Horácio, Satirae 2.3.103] Não adianta de nada um exemplo que esclarece uma disputa levantando outra.
1683. Nil aliud ac umbra atque flatus est homo. [Sófocles / Grynaeus 712] O homem não passa de sombra e vento. ■Hoje somos, amanhã, não. VIDE: ●Homo bulla est. ●Nos non pluris sumus quam bullae.
1684. Nil aliud est actio quam iudicio persequendi quod sibi debetur. [Digesta 44.7.51] Ação não é senão alguém perseguir em juízo aquilo que lhe é devido.
1685. Nil amori iniurium est. [Plauto, Cistellaria 102] No amor, o falso juramento não tem nenhuma importância. ■Juramento de quem ama mulher não é para crer. VIDE: ●Amantis iusiurandum poenam non habet.
1686. Nil amplius oro. [Horácio, Satirae 2.6.1] Nada mais peço.
1687. Nil assuetudine maius. [Ovídio, Ars Amatoria 2.1.345] Não há nada mais forte do que o hábito. VIDE: ●Nihil consuetudine maius.
1688. Nil clarius astris. [Divisa] Nada é mais brilhante que as estrelas. VIDE: ●Quid clarius astris?
1689. Nil conscire sibi, nulla pallescere culpa. [Horácio, Epistulae 1.1.61] Estar consciente de não ter culpa, não se envergonhar de nenhuma falta. ■Não o faças, e não o temas.
1690. Nil contra dicens satis assentire videtur. [Pereira 118] Entende-se que concorda plenamente quem nada declara em contrário. ■Quem cala consente. VIDE: ●Confessionem imitatur taciturnitas. ●Qui tacet, consentire videtur. ●Qui tacet, consentit. ●Taciturnus in iudicio consensum inducit.
1691. Nil corpus magis debilitat quam continuae vigiliae. [Nenter 96] Nada enfraquece o corpo mais do que contínuas vigílias.
1692. Nil desperandum. [Horácio, Carmina 1.7.27] Não há causa para desespero.
1693. Nil difficile est volenti. [Gerson / Bernardes, Nova Floresta 5.484] ■Nada é difícil para quem quer. ■A quem quer nada é difícil. ■Querer é poder. ●Nil difficile volenti. [DAPR 797] ●Nil volentibus arduum. VIDE: ●Nihil est difficile volenti. ●Volenti nihil difficile. ●Volenti nihil impossibile.
1694. Nil dormienti cadit in os unquam cani. Nada cai na boca do cão que dorme. ■Raposa que dorme, não apanha galinha. VIDE: ●Dormienti vulpi cadit intra os nihil. ●Labore constat quidquid amabile est.
1695. Nil dulcius quam scire prorsus omnia. [Schottus, Adagia 619] Nada é mais doce do que saber absolutamente tudo. VIDE: ●Nihil dulcius quam omnia scire.
1696. Nil ego contulerim iucundo sanus amico. [Horácio, Sermones 1.5.44] Em sã consciência eu não compararia nada a um amigo agradável.
1697. Nil est amore veritatis celsius. [Prudêncio, Peristephanon 10.388] Nada é mais sublime que o amor à verdade.
1698. Nil est dictu facilius. [Terêncio, Phormio 300] Nada é mais fácil de dizer.
1699. Nil est miserius quam mali animus conscius. Não há nada mais triste do que um coração consciente do mal. VIDE: ●Nihil est miserius quam animus hominis conscius.
1700. Nil est occultum, quod non revelabitur. Não há nada oculto que não se revelará. ■Nada há tão encoberto, que tarde ou cedo não seja descoberto. ■A verdade sempre vem à tona. VIDE: ●Nihil autem opertum est quod non reveletur, neque absconditum, quod non sciatur. ●Nihil diu occultum. ●Nihil enim est opertum, quod non revelabitur, et occultum, quod non scietur. ●Nihil occultum quod non reveletur. ●Nihil ita occultum est quod non reveletur. ●Nihil opertum est quod non reveletur. ●Nil occultum est quod non reveletur. ●Non enim est occultum quod non manifestetur nec absconditum quod non cognoscatur et in palam veniat. ●Semper veritatis pondus erupit. ●Venit veritas in lucem vel non quaesita.
1701. Nil est quin male narrando possit depravari. [Terêncio, Phormio 696] Não há nada que não se possa desfigurar, se contarmos de maneira desonesta. VIDE: ●Male narrando fabula depravatur.
1702. Nil est quod caute simul agas et celeriter. [Publílio Siro] Não há nada que se possa fazer ao mesmo tempo com cautela e com rapidez. ■Depressa e bem, não faz ninguém. VIDE: ●Nihil caute simul ac celeriter geri potest.
1703. Nil est tam angusti, tamque pravi animi, quam amare divitias. [Cícero, De Officiis 1.68] Nada caracteriza um espírito tão estreito e tão vicioso quanto amar as riquezas.
1704. Nil est tam facile quod non fiat difficile, si invitus facias. [Beda, Proverbiorum Liber] Não há nada tão fácil que não se torne difícil, se o fizeres contra a vontade. VIDE: ●Nulla est tam facilis res, quin difficilis sit, cum invitus facias. ●Nullum opus est tam facille, quin difficile fiat, si invitus id facias.
1705. Nil est tam pravum, quod ad ullum non valeat usum. [Binder, Thesaurus 2089] Não existe nada tão ruim que não tenha alguma utilidade. ■Não há mal sem bem. ●Nil est tam pravum, quin ad quemque valet usum. ●Nil est tam pravum, quod nullum prosit ad usum. VIDE: ●Tam mala res nulla, quin sit quod prosit in illa. ●Tam male nil cusum quod nullum prosit ad usum.
1706. Nil exigenti praestare est pulcherrimum. [Publílio Siro] É maravilhoso beneficiar alguém que nada exige.
1707. Nil dubium est, omnis solito redit ordine mensis. [Jacques-Paul Migne, Encyclopédie Théologique 3.30] Não há dúvida: pela ordem normal todo mês retorna. ■Não há mês que não volte outra vez.
1708. Nil facimus non sponte Dei. [Lucano, Bellum Civile 9.574] Nada fazemos sem a vontade de Deus.
1709. Nil habet aegrotus, sed possidet omnia sanus. [Bebel, Proverbia Germanica 269] O doente não possui nada, mas o sadio possui tudo..
1710. Nil fidei verba timentis habent. [Gualterius Anglicus, Fabulae Aesopicae 31.10] As palavras dos medrosos não merecem nenhuma fé.
1711. Nil habet infelix paupertas durius in se, quam quod ridiculos homines facit. [Juvenal, Satirae 3.152] O que a infeliz pobreza tem de mais duro é que ela torna ridículos os homens. VIDE: ●Paupertas ridiculos homines facit.
1712. Nil hoc verbo veritatis verius. Nada é mais verdadeiro do que esta palavra de verdade.
1713. Nil homini certum est. [Ovídio, Tristia 5.5.27] Para o homem nada é certo.
1714. Nil homine enutrit tellus infirmius alma. [Homero, Ilíada / Manúcio, Adagia 545] A mãe Terra não criou nada mais frágil que o homem. VIDE: ●Homo bulla est.
1715. Nil igitur fieri de nilo posse fatendum est. [Lucrécio, De Rerum Natura 1.205] Devemos confessar, pois, que nada se pode fazer do nada. VIDE: ●De nihilo nihil. ●De nihilo nihilum. ●Ex nihilo nihil fit. ●Ex nihilo nihil. ●Gigni de nihilo nihil, in nihilum nil posse reverti. ●Nihil ex nihilo. ●Nil posse creari de nihilo. ●Nullam rem e nihilo gigni divinitus unquam.
1716. Nil igitur mors est ad nos, neque pertinet hilum. [Lucano, De Rerum Natura 3.830] Para nós a morte não é nada, e de maneira nenhuma nos preocupa.
1717. Nil intemptatum Selius, nil linquit inausum. [Marcial, Epigrammata 2.14.1] Sélio não abandona nada sem experimentar, nada sem ousar. VIDE: ●Nihil intemptatum reliquit.
1718. Nil interest habere ostium apertum, vultum clausum. [Bacon, Advancement of Learning 2.23.3] De nada adianta ter a porta aberta e a cara fechada. VIDE: ●Cura ut aditus ad te diurni nocturnique pateant, neque solum foribus aedium tuarum sed etiam vultu ac fronte, quae est animi ianua; quae si significat voluntatem abditam esse ac retrusam, parvi refert patere ostium.
1719. Nil inultum remanebit. [Tomás de Celano, Dies Irae] Nada ficará sem castigo. ■Não há prazo que não acabe, nem dívida que não se pague. VIDE: ●Nullum malum impunitum. ●Sequitur sua poena nocentem. ●Sequitur sua poena nocentes. ●Tandem sua poena nocentem consequitur. ●Tandem sua poena nocentem insequitur.
1720. Nil iuvat errores, mersa iam puppe, fateri. [Claudiano, In Eutropium 2.2.10] De nada adianta reconhecer os erros, depois que o barco está afundado. ■Depois de fugir o coelho, escusado é tomar conselho. VIDE: ●Praestat mutare consilium in melius, quam in male institutis pergere.
1721. Nil ligatum. Sem obrigação.
1722. Nil magnum nisi bonum. Só o que é bom é grande.
1723. Nil manet aeternum, nihil immutabile. [Alcuíno, Cella Alcuini 25] Nada dura eternamente, nada é imutável.
1724. Nil medium est. [Horácio, Sermones 1.2.28] Não há meio termo. ■Entre um quente e dois fervendo. ■Está no mato sem cachorro. VIDE: ●Nihil medium est.
1725. Nil melius quam cum ratione tacere. [Binder, Medulla 1122] Nada melhor do que calar com razão.
1726. Nil melius sano monitu, nil peius iniquo. [Gualterius Anglicus, Fabulae Aesopicae 26.15] Não há nada melhor que o conselho prudente, nem pior que o conselho iníquo.
1727. Nil mihi rescribas, tu tamen ipse veni! [Ovídio, Heroides 1.2] Não me escrevas nada em resposta, mas vem pessoalmente!
1728. Nil mihi respondes? Aut dic, aut accipe calcem. [Juvenal, Satirae 3.295] Nada me respondes? Fala, ou recebe um ponta-pé.
1729. Nil moderatum vulgo gratum est. [Bacon, Advancement of Learning 6.3] Para a multidão nada que seja moderado é agradável.
1730. Nil moror officium quod me gravat. [Horácio, Epistulae 2.1.264] Não me agrada a gentileza que me pesa. ■Ajuda demais atrapalha. ■Muito ajuda quem não atrapalha. VIDE: ●Amare inepte nil ab odio discrepat. ●Benefacta male locata, malefacta arbitror. ●Beneficus importunus hoste non minus. ●Benevolentia importuna non differt ab odio. ●Benevolentia importuna nihil differt a simultate. ●Importuna benevolentia nihil ab odio differt. ●Importuna benevolentia nihil ab inimicitia distat. ●Intempestiva benevolentia nihil a simultate differt. ●Par odio importuna benevolentia. ●Par odio simulata benevolentia.
1731. Nil mortalibus arduum est. [Pereira 112] Nada é difícil para os mortais. ■Não há coisa dificultosa aos homens. ●Nil mortalibus ardui est; caelum ipsum petimus. [Horácio, Carmina 1.3.37] Nada é difícil para os mortais; até o céu nós queremos.
1732. Nil nimium. Nada em excesso. ■Toda sobra é demasia. ■Tão mau é o sobejo como o minguado. ■Nem tanto amém que se dane a missa. ●Nil nimis. [Terêncio, Heauton Timorumenos 519] ●Nil nimium cupias. [Quilon] Não desejes nada em excesso. VIDE: ●Ne nimium. ●Ne quid nimis. ●Ne quid nimium. ●Nihil nimis.
1733. Nil nimium. Satis hoc, ne sit et hoc nimium. [Ausônio, Septem Sapientum Sententiae, Thales Milesius] Nada em excesso. Isso basta, e espero que isso também não seja excessivo.
1734. Nil nimium studeo tibi velle placere, nec scire utrum sis albus an ater homo. [Catulo, Carmina 93.1] Não faço muita força para te agradar, nem para saber se és branco ou negro.
1735. Nil nisi cruce. [Divisa] Nada senão pela cruz.
1736. Nil non mortale tenemus, pectoris exceptis ingeniique bonis. [Ovídio, Tristia 3.7.43] Tudo que possuímos é efêmero, exceto os bens do coração e do espírito.
1737. Nil non prius acerbum quam maturum fuit. Não há fruta que não tenha sido azeda antes de amadurar. VIDE: ●Nihil non acerbum prius quam maturum fuit.
1738. Nil novi sub caelo. [Pontanus] Nada há de novo sob o céu.
1739. Nil novi sub sole. ■Não há nada de novo sob o sol. ■Debaixo do sol nada é novo. VIDE: ●Nihil sub sole novum. ●Nihil novum sub sole.
1740. Nil oblectaverit animum, quam amicitia fidelis et dulcis. [Sêneca, De Tranquillitate Animi 7] Nada deleita a alma como uma amizade sincera e agradável.
1741. Nil obstet tibi, dum ne sit te ditior alter. [Horácio, Sermones 1.40] Nada será obtáculo para ti, enquanto não haja outro mais rico que tu.
1742. Nil occultum est quod non reveletur. [Epígrafe de Fábula de Fedro] Não há nada oculto que não se revelará. ■Nada há tão encoberto, que tarde ou cedo não seja descoberto. ●Nil opertum quod non reveletur. VIDE: ●Nihil autem opertum est quod non reveletur, neque absconditum, quod non sciatur. ●Nihil diu occultum. ●Nihil enim est opertum, quod non revelabitur, et occultum, quod non scietur. ●Nihil ita occultum est quod non reveletur. ●Nihil occultum quod non reveletur. ●Nil est occultum, quod non revelabitur. ●Non est enim occultum, quod non manifestetur.
1743. Nil operi Dei praeponatur. [RSB 43] Nada se anteponha à obra de Deus.
1744. Nil plus prodest in pugna et in omni arte quam exercitium. [Albertano da Brescia, Liber de Amore 4.2] Nada é mais útil, na guerra e em toda outra atividade, do que a prática.
1745. Nil posse creari de nihilo. [Lucrécio, De Rerum Natura 1.155] Nada pode ser criado do nada. VIDE: ●De nihilo nihil. ●De nihilo nihilum. ●Ex nihilo nihil fit. ●Ex nihilo nihil. ●Gigni de nihilo nihil, in nihilum nil posse reverti. ●Nihil ex nihilo. ●Nil igitur fieri de nilo posse fatendum est. ●Nullam rem e nihilo gigni divinitus unquam.
1746. Nil posse quemquam, mortuum hoc est vivere. [Publílio Siro] Não poder fazer nada é viver como um morto.
1747. Nil potentibus impossibile. Aos poderosos nada é impossível. ■Lá vão as leis onde querem os reis. VIDE: ●A magnis proprio vivitur arbitrio.
1748. Nil potes amico possidere pulchrius. Não podes ter nada mais belo do que um amigo.
1749. Nil prius esse fide. [Propércio, Elegiae 4.1.81] Nada é preferível à fidelidade. VIDE: ●Prius nihil fide.
1750. Nil proderunt thesauri impietatis. [Vulgata, Provérbios 10.2] Os tesouros da impiedade de nada servirão. ■O mal ganhado, leva-o o diabo. ■O que mal se adquire mal se perde. VIDE: ●Bene partum saepe dilabitur, et male partum simul cum domino. ●Daemonium repetit quidquid procedit ab ipso. ●Male parta male dilabuntur.
1751. Nil prodest quod non laedere possit idem. [Ovídio, Tristia 2.1.266] Não há nada que seja útil que também não possa prejudicar. ■Não há coisa tão proveitosa, que não possa ser danosa. VIDE: ●Nihil prodest quod non laedere possit.
1752. Nil rationis est, ubi res semel in affectum venit. [Publílio Siro] Não se escuta mais a razão, quando a questão passou para a paixão.
1753. Nil sanitate vita habet praestantius. [Grynaeus 109] A vida não tem nada mais útil do que a saúde. VIDE: ●Absque sanitate nemo felix. ●Firma valetudine nihil melius: sani aegris ditiores. ●Homini nihil utilius sanitate. ●Nihil utilius firma valetudine. ●Valetudine firma nihil melius.
1754. Nil scio nisi nescio. [Plauto, Bacchides 289] Só sei que não sei. VIDE: ●Hoc solum scio, quod nihil scio. ●Hoc unum scio, me nihil scire. ●Unum scio me nihil scire.
1755. Nil scire si quis putat, id quoque nescit. [Lucrécio, De Rerum Natura 4.472] Se alguém acha que nada sabe, também não sabe isso.
1756. Nil securius malo poëta. [Marcial, Epigrammata 12.63.13] Nada está em maior segurança do que um mau poeta. (=Seus poemas não estão sujeitos a furto).
1757. Nil similius insano quam ebrius. [Macdonnel 176] Nada mais parecido com um louco do que um bêbedo.
1758. Nil sine consilio facias: sic facta probantur. [Columbano] Nada faças sem ponderação; assim as ações dão certo. VIDE: ●Omnia fac cum consilio, et post factum non paenitebis. ●Sine consilio nihil facias, et post factum non paenitebis.
1759. Nil sine labore paratur. [Gaal 1415] Nada se consegue sem trabalho. ■Sem trabalho, só a pobreza. VIDE: ●Absque labore gravi non possunt magna parari. ●Absque labore nihil. ●In sudore vultus tui vesceris pane. ●Labor paupertatem vincit. ●Nihil sine labore paratur.
1760. Nil sine magno vita labore dedit mortalibus. [Horácio, Satirae 1.9.59] A vida não deu aos mortais nada sem grande esforço. ■Dinheiro não cai do céu. ■Quem quer pescar há de se molhar. ■Não se comem trutas a bragas enxutas. ●Nil sine magno labore. [Divisa] Sem grande esforço, nada (se consegue).
1761. Nil sine numine. [Divisa de Colorado, EUA] Nada sem a vontade divina. VIDE: ●Non haec sine numine divum eveniunt.
1762. Nil sis lautis obligatus, nil in tenuis restrictus. [Pereira 96] Não devas obrigação a pessoas importantes, não sejas poupado com os humildes. ■A rico não prometas e a pobre não faleças. ■A rico não devas, e a pobre não prometas.
1763. Nil sole et sale utilius. Nada mais útil do que o sal e o sol. ■Sol e sal livram a gente de muito mal. VIDE: ●Nihil esse utilius sale et sole. ●Nihil utilius sale et sole. ●Sale nihil utilius.
1764. Nil somnia veri. [Schottus, Adagia 591] Os sonhos nada têm de verdade. ■Sonhos são sonhos. VIDE: ●Nocturnae visiones contrarios eventus nonnumquam pronuntiant. ●Omnia somnia mendacia. ●Somnia ne cures, nam fallunt plurima plures. ●Somnia ne cures, nam fallunt somnia plures. ●Somnia ne cures, nam mens humana quod optat, dum vigilat, verum per somnum cernit id ipsum. ●Somnia ne cures, per somnia falluntur quam plures. ●Somniis non confidendum.
1765. Nil spernat auris, nec tamen credas statim. [Fedro, Fabulae 3.10.51] Não despreze nada o teu ouvido, mas não acredites apressadamente.
1766. Nil tam difficile est, quin quaerendo investigari possit. [Terêncio, Heauton Timorumenos 675] Nada é tão difícil que, não se possa descobrir perguntando. ■Quem tem boca, vai a Roma. VIDE: ●Homini non muto, nihil impervium. ●Ignotum facturus iter, si lingua supersit, solus ad Aurorae pergere regna potest. ●Lingua dux pedis.
1767. Nil temere novandum. [Black 1244] Nada deve ser modificado sem reflexão. VIDE: ●Fiat prout fieri consuevit; nil temere novandum.
1768. Nil terra ingrato pectore peius alit. [Santeuil] A terra não alimenta nada pior do que um coração ingrato.
1769. Nil turpius quam vivere incipiens senex. [Publílio Siro] Nada há mais feio que um velho que começa a viver.
1770. Nil tuto in hoste despicitur. [Quinto Cúrcio, Historiae 6.3] No inimigo, não é seguro desprezar nada. ■Não há pequeno inimigo. VIDE: ●A cane non magno saepe tenetur aper. ●Hostis, etiam si vilis, nunquam contemnendus. ●Inimicum, quamvis humilem, docti est metuere. ●Inimicum quamvis minimum non est contemnendum.
1771. Nil unquam longum est quod sine fine placet. [Rutílio Namaciano, De Reditu Suo 1.4] Não há nada diuturno que agrade infinitamente. ■O que é bom dura pouco.
1772. Nil valet ille labor, quem praemia nulla sequuntur. [Werner 54] De nada vale o esforço a que não segue sua recompensa. ■Todo trabalho merece prêmio. VIDE: ●Si labor terret, merces invitet.
1773. Nil valet in bellis vir inermis, et absque libellis clericus est mutus, licet ingenio sit acutus. De nada vale na guerra o homem desarmado; e, sem livros, o clérigo é mudo, ainda que tenha fino talento.
1774. Nil vento, sorte, femina infidius. [DAPR 459] Nada mais volúvel que o vento, a sorte e a mulher. ■Mulher, vento e ventura, asinha se muda. ■Mulher, vento e ventura são de pouca dura. VIDE: ●Nihil est tam mobile quam feminarum voluntas, nihil tam vagum.
1775. Nil videtur actum dum aliquid superest agendum. Nada parece feito enquanto há algo a fazer-se. ■Não acabar é não fazer. VIDE: ●Nihil etenim actum esse credimus, dum aliquid addendum superest. ●Nihil perfectum est dum aliquid restat agendum. ●Nil actum credens cum quid superesset agendum. ●Nil actum reputa, si quid superest agendum. ●Nil actum est cum quid superest agendum.
1776. Nil violentius igne et aqua. [DAPR 314] Nada mais violento do que o fogo e a água. ■O fogo e a água são maus amos e bons criados.
1777. Nil violentum perpetuum. Nada violento é perpétuo. ■O que é intenso, dura pouco. VIDE: ●Ignis, quo clarior fulsit, citius exstinguitur. ●Nullum violentum perpetuum. ●Quod est violentum, non est durabile.
1778. Nil volentibus arduum. ■Nada é difícil para quem quer. VIDE: ●Nil difficile est volenti. ●Nil difficile volenti. ●Volenti nihil difficile. ●Volenti nihil impossibile.
1779. Nili caput quaerere. Procurar as cabeceiras do Nilo. ■Procurar chifre em cabeça de cavalo. ●Nili fontes quaerere. VIDE: ●Facilius sit Nili caput invenire. ●Impossibilia venaris.
1780. Nilum habetis et vinum quaeritis? Erubescite, illi, qui vos vincunt, aquam bibunt. [Aelius Spartianus, Historia Augusta, Pescennius Niger] Tendes o Nilo e exigis vinho? Tende vergonha; aqueles que vos vencem bebem água.
1781. Nimia certitudo certitudinem ipsam destruit. [Jur / Black 1244] Excesso de certeza destrói a própria certeza. ■Quem muito sabe, muito se engana.
1782. Nimia concedendo interdum fit stultitia stultior. [Publílio Siro] Às vezes, quando se concede de mais, a imprudência fica maior. ■Não dês o dedo ao vilão, que te tomará a mão. ■Ao vilão, se deres o pé, tomar-te-á a mão. ●Nimia concedendo interdum stultitia fit. Às vezes, quando se concede em excesso, ocorre a imprudência. VIDE: ●Digitum stulto ne permittas. ●Fatuo digitum ne ostendas, ne et manum tibi deglutiat. ●Nihil permittendum imprudentibus, quantumvis pusillum.
1783. Nimia cura deterit magis quam emendat. [Plínio Moço, Epistulae 9.35] O cuidado excessivo mais debilita do que aperfeiçoa a obra.
1784. Nimia esca omnium malorum est causa. [Busarello 147] Comida em excesso é a causa de todos os males. ■Mais matou a ceia do que curou Avicena. VIDE: ●Est gula totius fons et origo mali. ●Gula plures occidit, quam gladius. ●Nimia gula morborum mater.
1785. Nimia est miseria nimis pulchrum esse hominem. [Plauto, Miles Gloriosus 67] É uma grande infelicidade para um homem ser muito bonito.
1786. Nimia familiaritas licentiam facit. [Collins 16] Muita intimidade produz abuso. ■Ao vilão, se lhe deres o pé, tomar-te-á a mão.
1787. Nimia familiaritas parit contemptum. [S.Agostinho, Scala Paradisi 8] A excessiva familiaridade gera desprezo. ■A familiaridade produz o desprezo. ■A familiaridade gera o desdém. ■Acaba-se a amizade quando começa a familiaridade. ■À casa de tua tia não vás todo dia. ●Nimia familiaritas contemptum parit. [Pereira 109] VIDE: ●Cotidiano convictu auctoritas imminuitur. ●Cotidiano convictu auctoritas minuitur. ●E tribus optimis rebus tres pessimae oriuntur: e veritate odium, e familiaritate contemptum, e felicitate invidia. ●Familiaritas nimia contemptum parit. ●Frequentia contemptum parit. ●Nemini te multum familiarem ostendas, quia nimia familiaritas parit contemptum. ●Nulli te facias nimis sodalem: gaudebis minus, at minus dolebis. ●Omne ignotum pro magnifico est. ●Parit contemptum nimia familiaritas. ●Parit enim conversatio contemptum, raritas conciliat admirationem. ●Perpetua conversatio contemptum parit; raritas autem admirationem conciliat.
1788. Nimia fiducia quantae calamitati solet esse. [Cornélio Nepos, Pelopidas 3] A que grandes desastres costuma conduzir o excesso de confiança.
1789. Nimia gula morborum mater. [Stevenson 661] Muita gula é a mãe das doenças. ■A gula mata mais do que a espada. VIDE: ●Ancipiti plus ferit ense gula. ●Est gula totius fons et origo mali. ●Gula plures occidit, quam gladius. ●Multos morbos multa fercula fecerunt.
1789a. Nimia libertas fit servitus. [Jacob Cats, Moral Emblems 149] Liberdade excessiva leva à servidão.
1790. Nimia neglegentia. [Jur / Black 1072] Extrema negligência. VIDE: ●Lata culpa.
1791. Nimia neglegentia est non intellegere, quod omnes intellegunt. [Digesta 50.16.213.2] É excessiva negligência não entender o que todos entendem.
1792. Nimia omnia nimium exhibent negotium hominibus ex se. [Plauto, Poenulus 239] Todo excesso traz para as pessoas muita preocupação.
1793. Nimia pluvia frumentum putrefacit. [Schrevelius 1181] Chuva em excesso apodrece o trigo. ■Todo excesso prejudica. VIDE: ●Cave quod est nimium.
1794. Nimia securitas saepe in periculum homines ducit. O excesso de confiança muitas vezes leva o homem ao perigo. ■O mal não tarda a quem prevenido não se guarda. ■O homem prevenido vale por dois. ●Nimiam securitatem saepe in periculum homines ducere. [Epígrafe de Fábula de Fedro]. VIDE: ●Praemonitus, praemunitus.●Se minus afflictum sentit qui praevidet ictum. ●Tela nocent levius visa venire prius.
1795. Nimia simplicitas facile deprimitur dolis. [Publílio Siro] A extrema credulidade é facilmente enganada pelo dolo. ■Quem confia, zelos não cria. ●Nimia simplicitas facile dolis opprimitur. [Seybold 224] VIDE: ●Qui praesumit, minus veretur, minus praecavet, plus periclitatur.
1796. Nimietatem frigoris aut caloris, vel umoris vel siccitatis, pestilentias gignere philosophi et illustres medici tradiderunt. [Amiano Marcelino, Historia 19.4.2] Filósofos e eminentes médicos nos ensinaram que o excesso de frio, ou de calor, ou de umidade, ou de seca, produzem epidemias.
1797. Nimietates, aequalitates. [Tosi 1765] Extremidades, igualdades. ■Os extremos se tocam. ●Nimietates, aequalitates, id est, aeque nocivae. [Octiduana Spiritus Benedictini Recollectio 241] Extemidades, igualdades, isto é, são igualmente nocivas. VIDE: ●Extrema frequenter una habitant. ●Extremitates, aequalitates.
1798. Nimietates sunt vitiosae et optima est medietas. Os extremos são maus, e o meio é o melhor.
1799. Nimio amplexu parum stringitur. [Bernardes, Luz e Calor 1.10] Com abraço muito grande, pouco se pega. ■Quem muito abraça, pouco aperta. ■Quem muito abarca, pouco abraça. VIDE: ●Plurima conantes prendere, pauca ferunt. ●Qui nimis capit, parum stringit. ●Qui plura ambit, male astringit.
1800. Nimio celerius venit quod noles quam illud quod cupide petas. [DAPR 481] O que não queres vem muito mais rápido que o que desejas ardentemente. ■O bem soa, o mal voa. ●Nimio celerius veniet quod noles quam illud, quod cupide petas. [Plauto, Mostellaria 72] O que não queres virá muito mais depressa do que o que desejas ardentemente.
1800a. Nimio id quod pudet facilius fertur quam illud quod piget. [Plauto, Pseudolus 274] Suporta-se muito mais facilmente a vergonha do que o mal.